No dia de ontem, na manifestação ocorrida na praia de Copabana, no Rio de Janeiro, onde se concentraram milhares de partidários do bolsonarismo, foram recorrentes o coro de "Volta, Bolsonaro", algo que vem se repetindo em todas as praças do país onde o ex-presidente Jair Bolsonaro marca presença. Alguém já disse que o bolsonarismo não se move muito pelas leis, mas pela vontade. Neste caso em particular, na realidade, tem se movido ao arrepio da lei, uma vez que o TSE decretou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, contingenciando-o a não participar das eleições presidenciaisd de 2026. Salvo melhor juízo, nem das eleições de 2030 ele poderia participar.
No escopo dos eventuais herdeiros dos espólio político\eleitoral do bolsonarismo, nem um deles detém o mesmo perfil ou o carisma do mito. Essas lideranças, não raro, são insubstituíveis, que é o que pode estar ocorrendo com Jair Bolsonaro, que se tornou um grande capitão eleitoral pelo país afora, com o apoio sendo bastante disputado. Houve um tempo em que manter um distanciamento controlado ou regulamentar do ex-presidente poderia ser uma medida recomendável, mas tal precaução esvaiu-se diante do esgarçamento da polarização política no país. Ou se é Grêmio ou se é Colarado. Estamos assim.
Do ponto de vista legal, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro já teria recorrido ao STE no sentido de reverter a decisão daquela Corte. Em 2026 teremos uma mudança de colegiado no STE, onde passam a integrar a Corte Eleitoral, ministros do STF indicados pelo ex-presidente. Do ponto de vista institucional, pode-se torcer por alguma chance por aqui. Fora disso, é conviver melhor com as leis, respeitá-las e acatá-las.
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