Em artigo recente, publicado em nosso blog no dia de hoje, o professor Michel Zaidan Filho fala sobre uma espécie de índice de popularidade construída a partir de artifícios midiáticos ancorados em pesquisas sob medida, concebida apenas com a finalidade de jogar esses índices nas alturas, sem que os mesmos refletiam a qualidade dos serviços públicos e o atendimento às demandas reais da população, este sim, um índice republicano para aferir o desempenho dos gestores públicos. O resultado disso é que se cria uma grande dicotomia entre os tais índices de popularidade, artificialmente construídos, e a vida cotidiana do cidadão, onde não se observam melhorias significativas. O mesmo se aplica à propalada "Nova Política", decantada em versos e prosas pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Em outra oportunidade, já discutimos aqui o conceito dessa "Nova Política" e o histórico de aproximação entre seus propositores com o pessoal ligado à ex-ministra Marina Silva. Em entrevista recente, o governador fez uma ginástica linguística enorme para explicar aos jornalistas que o entrevistaram as contradições inerentes ao conceito e às suas práticas ou políticas aliancistas, absolutamente destoantes. Em dado momento, afirma que irá fazer o "Novo" com o "Velho", seja lá o que isso possa significar. Aliás, escamotear. Recentemente, a imprensa noticiou que ele teve um grande encontro com o também presidenciável, o senador Aécio Neves, do PSDB. O encontro ocorreu no Restaurante Fasano, no Rio, um dos mais "chicos" do pedaço, como diria minha caçulinha Maria Luísa. Bons de garfos, acostumados às tradicionais culinárias pernambucana e mineira, certamente, não pediram os pratos de Marina Silva, caracterizados por algumas regras rígidas. Aliás, como brincou um articulista do site "O Cafezinho", a acriana, na realidade, do ponto de vista político, foi, literalmente, jantada. Marina é um poço de contradições até mesmo no que se refere às questões ambientais, mais, rigorosamente, não estava em seus planos essa aproximação com os tucanos, um grupo com quem mantém divergências substantivas, rejeitados no momento em que decidiu juntar-se ao socialista. Pois bem. Trata-se de uma aliança consolidada no plano nacional. A formalização dos acordos aqui em Pernambuco refletem apenas uma costura de longas datas, onde os partidos mantinham uma espécie de aliança branca. Segundo comenta-se, os cargos do PTB, que desembarca do Governo, devem ir para o PSDB. Um bom marqueteiro - coisa que o Planalto tem - encontrará um mecanismo de evidenciar para os eleitores esse "fosso de contradições" em que o candidato Eduardo Campos está se metendo com essa conversa de botequim sobre a "Nova Política". Tenho observado que ele passou a usar uma "linguagem que povo entende". Quando se referiu às providências do Governo Federal em relação às vítimas das enchentes em Minas e Espírito Santo, falou sobre as tranca das portas de pois de arrombadas. Pelo visto, as suas estão escancaradas. Penso que a ministra Hoffmann deu uma ligadinha para o Lula. Não deve ter ido buscar inspiração nos gregos, quando se tem um pernambucano que é a maior autoridade quando o assunto é se entender com o povão. Taxou-lhes a pecha de "ingrato". Pay Attention, galeguinho.
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