Entre os anos de 1898 e 1914, foi o
período do ápice da oligarquia no Brasil. É bem verdade, que desde o período da
era colonial brasileira, já havia lampejos significativos por parte da elite
agrária. Entretanto, tornou-se incontrolável durante o período da lavoura
cafeeira.
Naquele período, as oligarquias exerciam o
poder de maneira direta. Mas a crise do café ocorreu justamente no período em
que a oligarquia cafeeira estava controlando de maneira plena o país. Visando
preservar o seu poder, a oligarquia do café não mediu esforços para utilizar os
proventos do Estado.
Amparados na Carta Política de 1891, o
“regime” oligárquico exercia o controle federal, estadual e municipal.
No que tange a esfera federal, era exercido
pelo presidente da República, objetivando controlar a presidência e defender os
interesses privados da política do café-com-leite. Com relação ao estadual, era
chamada de “política dos estados”. Basicamente consistia um acordo envolvendo o
presidente da República e os governadores. Tratando da esfera municipal, a
prática da República Velha sustentava-se na fraude, até porque o exercício do
sufrágio não era secreto. Assim o coronelismo se sustentava na prática do
clientelismo, fazendo com que a população carente, vivesse da influência do
coronel sem patente.
Embora o período do governo de Hermes da
Fonseca seja considerado o início do declínio das oligarquias, ela sobrevive
atualmente com outra roupagem. Basta observar a quantidade de famílias que se
perpetuam no poder pelo Brasil a fora. Existem famílias que nunca precisaram
usar desodorante, pois não suam. Vivem do poder público, e se apresentam como
se fossem o novo. É bem verdade que na idade sim, mas a forma de fazer política
se assemelha a dos coronéis. Representam os interesses de suas famílias, mas discursam
como se fossem representantes do povo. A vocação deles é viver do poder
público, entendendo mais da casa grande do que da senzala.
Hely Ferreira é
cientista político.
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