pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Crônica: Árvore dos bons ventos
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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Crônica: Árvore dos bons ventos


José Luiz Gomes
 
Não há como deixar de reconhecer os méritos da gestão da prefeita Márcia Lucena, à frente da Prefeitura da Cidade do Conde. Há muito tempo o município - que é uma das maiores arrecadações do Estado e dotado de um litoral esplêndido - convivia com problemas estruturais, que nunca foram devidamente enfrentados, como a manutenção de suas estradas; a requalificação de sua orla; a divulgação de suas belezas; valorização de suas tradições culturais, que ainda conta com fortes referências da etnia negra e indígena, traduzidas em quilombos e reservas. Até recentemente, li um excelente trabalho acadêmico que se reportava às origens do Rio Gramame e à comunidade quilombola de Gurugi. As ações da atual gestão contribuíram para dar uma espécie de UP!, levantar a auto-estima dos moradores da cidade, assim como contagiar os inúmeros turísticas que se dirigiam àquela cidade, nessa época do ano, quando os dias de sol se tornam um convite a mergulhar nas águas mornas de Barra de Gramame, Jacumã, Carapibus, Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba. Ah! Já ia esquecendo da pequena, mas aconchegante , Praia do Amor, a praia para "amarrar" os laços afetivos entre os casais enamorados.    
Há de se reconhecer aqui, igualmente, a parceria da prefeita com o ex-governador Ricardo Coutinho, a quem o comendador se dirige apenas como “Mago”. A rodovia PB 018, que liga a cidade ao litoral, margeando a BR 101, está um verdadeiro tapete. Desde que foi construída, nunca passou por um processo de requalificação asfáltico tão expressivo, que vai até a orla de Jacumã, hoje completamente revitlizada, com inúmeros equipamentos de lazer e esportes, postos de serviços e padronização do comércio local, que era uma bagunça, não atraindo, mas afugentando os visitantes. Márcia Lucena tem o perfil de uma prefeita empreendedora, com feeling e visão aguçada sobre as necessidades e, principalmente, atenta às potencialidades naturais que a cidade oferece. Mesmo com a bagunça inerente aos dias de Momo, o distrito de Jacumâ já realizava o melhor carnaval da Paraíba. A vida noturna está sendo retomada e já seria o momento de se organizar grandes festas de réveillon na cidade, à exemplo do que ocorre em Tambaú, por exemplo.
As diretrizes de algumas ações municipais vão no sentido de se criar uma identidade da cidade do Conde. Como se sabe, a cidade ainda conta com uma extensa área rural, matas preservadas, árvores frutíferas como cajueiros, mangas, jaqueiras, araçás, mangabas que, nesta época do ano, são comercializadas em inúmeras barranas às margem da PB 018. Mas, enfim, o que identifica a cidade? Algo que pudesse ser classificado como a “marca” da cidade do Conde? Algo assim como as famosas “galinhas” de Porto de Galinhas? Claro que, em relação a Porto de Galinhas, parece ter sido mais fácil observar essa "identidade", uma vez que as galinhas, na realidade, eram apenas um disfarce usado para esconder a sua condição de entreposto de tráfico de escravos. 
Mas, em relação à cidade do Conde? O que há num nome? Aqui, as opiniões se dividem. Historiadores asseguram que o termo "Conde" teria alguma relação ao período da presença holandesa na cidade, quando eles ocuparam também a capital João Pessoa. Mas há opiniões divergentes, como a do comendador Arnaldo, que informa que a origem do nome estaria relacionada ao cultivo da fruta do conde - ou pinha - na cidade. Controvérsias à parte, ao optar por uma árvore como símbolo da cidade, a atitude da prefeita - além de politicamente correta - pode indicar que ela seja mais simpática à opinião do comendador Arnaldo a respeito do assunto. Fico feliz com a escolha da Árvore dos Bons Ventos, do artista plástico Wilson Figueiredo, simbolizando a cidade.   

2 comentários:

  1. Onde foi parar a árvore dos bons ventos?
    É verdade que ela é demoníaca?
    Há algum laudo sobre essa demonição? Eu gostaria de ter acesso ao mesmo.
    É um documento riquíssimo, que deve ser submetido à comunidade científica.
    Agora, se for um acesso irracional a uma obra de arte, é conveniente que a mesma retorne ao seu pedestal, com desculpa à autora e à comunidade.

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  2. Bom dia, Salomão.
    Obrigado por sua participação aqui no blog. A escultura "Árvore dos Bons Ventos" é obra do artista Wilosn Figueiredo e foi inaugurada quando o município do Conde comemorou 55 anos de emancipação. A escultura faz uma homenagem aos eucalíptos existentes na entrada da cidade.A prefeita era a gestora Márcia Lucena. Quando ela saiu da prefeitura, a sua sucessora retirou a escultura sem maiores explicações. O que você está trazendo sobre a suposta "demonição" é muito importante e vamos investigar. Se, de fato, há algum laudo sobre o assunto, concordamos com você, seria um material riquíssimo no campo da antropologia. A princípio, a motivação da retirada seria de natureza política. Um grande abraço!

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