O PT passa por um dos momentos mais delicados de sua trajetória política. Neste momento, militantes e intelectuais ligados ao partido discutem o melhor caminho para reinseri-lo na luta, depois das sinalizações das ruas ou dos desgastes produzidos pelas fraturas expostas pelo fiasco das últimas eleições municipais. Não há soluções mágicas, mas o partido poderia começar por uma autocrítica profunda, onde viesse a ser apontados os diversos gargalos que ele precisa superar para se manter no jogo. Sobre este assunto, como sempre, não há consenso.
O senador Humberto Costa, que esteve à frente do Grupo de Trabalho Eleitoral do partido nessas eleições municipais, afirmou recentemente que o partido precisa passar por uma espécie de chacoalhada, seja lá o que isso signifique. Há quem sugira que nomes como o de José Dirceu, em razão de sua experiência política e capacidade de articulação, possa voltar a apontar as diretrizes programáticas e políticas que o grêmio precisa adotar daqui para frente, criando as condições necessárias para superar essa tormenta e enfrentar essa onda de direita e escala global. Grande timoneiro do partido no passado, aquele que criou as condições institucionais para o partido chegar ao Planalto, a expertise política de Dirceu ainda é um trunfo da legenda.
Uma conta que precisa ser feita é que, embora o centro tenha sido o grande vencedor das últimas eleições municipais, a direita obteve mais votos do que a esquerda, entre esta o PT. Sugere-se que a solução da equação para enfrentar a direita ou extrema-direita passa, necessariamente, por uma transição ou articulação ainda mais ousada para o centro do espectro político. Não sem um custo alto, sobretudo junto aos seus segmentos mais orientados ideologicamente, que cobra investimentos na saúde, na educação, no combate às desigualdades sociais?
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