O Brasil não é um país para amadores, como observam os analistas. Tampouco pode ser levado muito a sério, concluem outros observadores. A coluna do jornalista Cláudio Humberto noticiou que estava em andamento a instalação de um salão de beleza nas dependências do Tribunal de Contas da União, onde servidores seriam atendidos no horário de expediente, com um mix de serviços que incluíam massagens relaxantes e até depilação do contorno. O processo teria sido revogado pelo presidente do órgão, Bruno Dantas, que afirmou desconhecer, até então, a tramitação da licitação exótica.
A repercussão da notícia foi sensivelmente negativa, principalmente por se tratar de um órgão de fiscalização e controle das contas públicas, de onde se espera sempre bons exemplos de austeridade. Por outro lado, no Executivo, também há exemplos que se contrapõem aos princípios de racionalidade e austeridade que se impõem à máquina neste momento delicado, onde o propósito, em princípio, seria atingir as meta de controle do déficit público. O governo permanece firme no propósito de renovar a frota de aeronaves oficiais - um estouro de bilhões - algo que o atual gestor só poderia usufruir a partir de 2026, quando já estaria fora do Palácio do Planalto. A não ser que ele deseje continuar no cargo, habilitando-se a mais um mandato, apesar da idade avançada.
Até lá, o monstro da inflação, que já começa a rondar as gondolas dos supermercados, precisará ser devidamente contido; o déficit público zerado e sua popularidade atinja escores melhores do que o atual. 35% de bom e ótimo não seria suficiente. A economia foi um dos suportes que alicerçaram a volta da extrema direita nos Estados Unidos. São esses deveres de casa que precisam ser feitos. Dizer que vai continuar para impedir a volta do bolsonarismo não será suficiente para se contrapor a essa onda. Se essa retórica não for acompanhada de medidas práticas, teremos problemas.
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