pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: José Lins do Rego no eito!
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domingo, 20 de março de 2011

José Lins do Rego no eito!


Quem conhece um pouco da biografia do escritor paraibano, José Lins do Rego, sabe que ele nunca demonstrou qualquer vocação para o “eito” ou para o exercício da advocacia. Fez direito na tradicional Faculdade de Direito do Recife, mas nunca assumiu uma “causa”. Num trecho de Menino de Engenho, ele lembra que certo dia subiu num cavalo e resolveu acompanhar os trabalhadores na lida diária do Engenho Santa Rosa. Voltou todo orgulhoso, relatando a proeza para o avô, coronel José Paulino. Zé Paulino olhou para ele, perguntando: quantos trabalhadores havia no eito. José Lins, como previsto pelo avô, não soube responder. “Devorei” toda a Obra de José Lins, ainda na adolescência, nutrindo por ele uma admiração que evoluiu para a fascinação. Quando vou ao sítio e sinto o cheiro das cajaranas, lembro logo de suas narrativas. Coisa de adolescente. O primeiro livro lido pelo meu filho, Victor Hugo, foi Menino de Engenho. Logo que terminou a leitura do livro, fomos à cidade de Pilar, na Paraíba, conhecer o engenho onde o escritor passou a infância, que, enfim, depois de longo litígio familiar, finalmente está sendo restaurado. José Lins teve uma relação muito próxima ao sociólogo Gilberto Freyre, mas isso já merece outro post. Por influência do sociólogo de Apipucos, José Lins dedicou-se a romancear o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste. Seu apogeu e sua decadência. Depois da tragédia familiar que o atingiu na infância, José Lins foi morar com o avô materno, que possuía 19 engenhos na região. Já adulto, de férias na Paraíba, José Lins lamenta observar o seu avô numa luta inglória para preservar seus engenhos, então em franca decadência. Depois, ele mesmo se toca. Engraçado, eu aqui observando o futuro do Santa Rosa, deitado numa rede!


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