pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Crônica: Barra do Gramame
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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Crônica: Barra do Gramame

 
 
José Luiz Gomes
 
 
A partir de um determinado trecho da PB 018, a capital João Pessoa se separa da cidade do Conde. Salvo melhor juízo, quem dita esse limite é uma ponte sobre o Rio Gramame. O Rio continua imponente - abastecendo com sua água doce parte da população da cidade - mas, ao que se sabe, num passado remoto suas águas já foram bem mais límpidas e transparentes, sendo possível - não é lenda - localizar uma agulha sobre seu leito. Se há algum exagero aqui, fica por conta dos antigos moradores locais, que são incisivos ao tratarem deste assunto. Sem as mesmas águas límpidas e despoluídas de outrora, ainda assim, o rio fornece alimentos para centenas de pescadores, além de brindar-nos com um verdadeiro espetáculo da natureza, ao se aproximar perigosamente do oceano, formando uma barra antes desse encontro, constituindo a famosa enseada de Barra do Gramame, uma das primeiras praias do litoral sul da Paraíba. A Barra é de uma beleza rústica, desértica, sem o glamour dos quiosques enfeitados ou outros atrativos de praias urbanas, mas de uma beleza de tirar o fôlego. Coisa de cinema, como observou uma leitora.
 
Na nossa opinião é uma das melhores praias do litoral sul paraibano. Mas, como dizem os poetas, há aqueles que não veem beleza em tudo ou estão mal acostumados com os prazeres de bares de praias urbanas, como os da orla de Pajuçara, Porto de Galinhas ou Tambaú, onde se passam horas apenas no chopp gelado e no petisco furdunço, bastante indigesto por sinal, jogando conversa fora. De fato, Gramame é simples. Bem mais simples. Os seus encantos, no entanto, residem exatamente nessa simplicidade, onde se pode apreciar uma agulha branca frita, um guaiamum cevado, um pirão de peixe, um fruto do mar, tudo fresquinho, preparado ali, na hora, sob o olhar atento do freguês. Duvido muito que vocês encontrem isso em outras praças, amig@s. Ah! e sem falar nos preços ali praticados, que cabem em orçamentos mais modestos, principalmente nesses dias de austeridades que as contingências econômicas e políticas nos obrigam. Como diz o cancioneiro, tem gente que vive falando de barriga cheia. Cheia de uma caldeirada, de uma sinfonia marítima, de um polvo à moda da casa, de uma boa peixada de pescada amarela, com pirão e arroz soltinho, acompanhada de suco de mangaba, abundante na região. Hummmmmm!!! É de dá água na boca.
 
As praias do litoral sul paraibano são abençoadas pelos Maceiós, pequenos riachos de água salobra, cercado de manguezais, locais muito bons para a pesca esportiva. Carapibus tem um concorridíssimo. Tabatinga tem dois deles. Nenhum comparável ao Gramame, no entanto, com seus exuberantes manguezais, que podem ser visitados pelos banhistas, em passeios proporcionados pelos jangadeiros locais. Quando estiver na cidade do Conde, não deixa de dar uma esticadinha até Barra do Gramame, sendo recomendado não tomar banho num determinado trecho, onde já foram registradas ocorrências de afogamento. Seja prudente nesse momento, mas abuse de suas águas mornas, de suas iguarias gastronômicas, do calor humano dos barraqueiros, dos passeios pelos vastos manguezais, das pescarias com os garotos, da geladinha com a pessoa amada.

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