pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Crônica: Vale dos Rouxinóis
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Crônica: Vale dos Rouxinóis


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José Luiz Gomes                        

Rouxinóis são pássaros pequenos, de cor castanho, que ocorre com muita frequência aqui na região Nordeste. Apesar do canto bonito - nobre, diria - não se adaptam ao cativeiro, o que os tira da lista dos prendedores de animais em gaiolas. Mantenho uma página na internet sobre a região do Brejo Paraibano, mais precisamente sobre a cidade de Bananeiras. Outro dia publicamos ali uma foto de um vale, com uma imensa campina, com a legenda de “Paraíso dos Rouxinóis”. Como era natural, a foto gerou algumas polêmicas, com leitores sugerindo tratar-se, quem sabe, da melhor imagem obtida do Brejo Paraibano. E, naturalmente, questionamentos sobre de onde ela havia sido obtida. Não pode ter sido de Bananeiras. É mais provável que seja das famosas serras de Serraria. Quem sabe da zona rural de Areia? 
 
Na realidade, trata-se de uma foto antiga, ainda do nosso perfil no Flick, que hoje perdeu enorme espaço para o Instagram. A foto foi tirada há alguns anos atrás, quando ainda existia o Hotel Fazenda Vale do Paraíso, no alto de uma colina, entre as cidades de Bananeiras e Solânea. Era um dos melhores equipamentos de hospedagem de Bananeiras, hoje, infelizmente, desativado. Bons apartamentos, espaços de lazer, horta orgânica, culinária regional de boa qualidade e farta. Ah, já ia esquecendo do melhor: uma paisagem de tirar o fôlego, deliciando os hóspedes, ao acordarem, logo cedinho, com um frio danado, ouvindo o canto dos pássaros, notadamente os Rouxinóis, os verdadeiros donos do pedaço, em suas revoadas nas árvores, na campina, em seus ninhos no casarão do Hotel, num frenesi constante, entre a corte e a busca de alimentos para os seus filhotes.   

Ainda cheguei a voltar outras vezes ali, desta vez acompanhado do comendador Arnaldo, para o lançamento de mais um dos seus livros. Foi maravilhoso matar a saudade daquele local, voltar a experimentar o tradicional café do Brejo - cuscuz, mel de engenho e queijo coalho - ouvir o concerto dos Rouxinóis nas primeiras horas da manhã e ao final das tardes. Como conheço bem a região, suas matas, seus engenhos, suas cachoeiras, suas trilhas, seus bares de estrada, com uma gastronomia toda especial, fica difícil para mim apontar este ou aquele local como o mais bonito do Brejo. No entanto, não posso discordar dos leitores que assim definem o Vale do Paraíso como o mais bonito deles. Quem sabe eles não têm razão?

Aliás, o comendador já prepara uma nova edição de suas crônicas para ser lançada na cidade, lançamento que deverá ser acompanhado pelo pessoal da confraria. Arnaldo chegou ali meio que por acaso, mas não resistiu ao nevoeiro que encobria a cidade num desses dias de inverno, quando a rainha do brejo paraibano exibe todos os seus encantos aos visitantes.  

 

 

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