Rouxinóis
são pássaros pequenos, de cor castanho, que ocorre com muita frequência aqui na região
Nordeste. Apesar do canto bonito - nobre, diria - não se adaptam ao cativeiro, o que os tira da
lista dos prendedores de animais em gaiolas. Mantenho uma página na internet sobre a
região do Brejo Paraibano, mais precisamente sobre a cidade de Bananeiras.
Outro dia publicamos ali uma foto de um vale, com uma imensa campina, com a legenda de
“Paraíso dos Rouxinóis”. Como era natural, a foto gerou algumas polêmicas, com
leitores sugerindo tratar-se, quem sabe, da melhor imagem obtida do Brejo
Paraibano. E, naturalmente, questionamentos sobre de onde ela havia sido
obtida. Não pode ter sido de Bananeiras. É mais provável que seja das famosas serras de Serraria. Quem sabe da zona rural de Areia?
Na
realidade, trata-se de uma foto antiga, ainda do nosso perfil no Flick, que hoje
perdeu enorme espaço para o Instagram. A foto foi tirada há alguns anos
atrás, quando ainda existia o Hotel Fazenda Vale do Paraíso, no alto de uma
colina, entre as cidades de Bananeiras e Solânea. Era um dos melhores
equipamentos de hospedagem de Bananeiras, hoje, infelizmente, desativado. Bons
apartamentos, espaços de lazer, horta orgânica, culinária regional de boa qualidade e farta. Ah, já ia esquecendo do melhor: uma paisagem de tirar o fôlego,
deliciando os hóspedes, ao acordarem, logo cedinho, com um frio danado, ouvindo o canto dos pássaros, notadamente os
Rouxinóis, os verdadeiros donos do pedaço, em suas revoadas nas árvores, na campina, em
seus ninhos no casarão do Hotel, num frenesi constante, entre a corte e a busca de alimentos para os seus filhotes.
Ainda
cheguei a voltar outras vezes ali, desta vez acompanhado do comendador Arnaldo,
para o lançamento de mais um dos seus livros. Foi maravilhoso matar a saudade
daquele local, voltar a experimentar o tradicional café do Brejo - cuscuz, mel
de engenho e queijo coalho - ouvir o concerto dos Rouxinóis nas primeiras horas
da manhã e ao final das tardes. Como conheço bem a região, suas matas, seus
engenhos, suas cachoeiras, suas trilhas, seus bares de estrada, com uma
gastronomia toda especial, fica difícil para mim apontar este ou aquele local
como o mais bonito do Brejo. No entanto, não posso discordar dos leitores que assim definem o Vale do Paraíso como o mais bonito deles. Quem sabe eles não têm razão?
Aliás,
o comendador já prepara uma nova edição de suas crônicas para ser lançada na
cidade, lançamento que deverá ser acompanhado pelo pessoal da confraria. Arnaldo chegou ali meio que por acaso,
mas não resistiu ao nevoeiro que encobria a cidade num desses dias de inverno,
quando a rainha do brejo paraibano exibe todos os seus encantos aos visitantes.
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