Eleições municipais possuem uma dinâmica própria. O eleitorado é majoritariamente orientado pelos problemas que ele enfrenta no seu cotidiano, ou seja, como chega ao trabalho todos os dias; como funcionam as creches para deixar os filhos; se o seu lixo é recolhido; se a sua rua é calçada. Neste sentido, um bom gerente da cidade reúne boas condições de ser reeleito. Recife é um bom exemplo, pois o atual gestor, João Campos, do PSB, ostenta 80% de aprovação. Vai faltar argumentos aos adversários para criticar a sua gestão. No caso de São Paulo, no entanto, o componente da centrífuga da polarização política nacional está definitivamente instaurada.
Depois de alguns movimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o goverandor Tarcísio de Freitas resolveu assumir definitivamente o apoio ao projeto de reeleição do atual gestor, Ricardo Nunes, do MDB. Lula está refiliando a ex-petista Marta Suplicy à legenda, num projeto político que pretende torná-la vice na chapa de Guilherme Boulos, o candidato do Planalto naquela cidade. O retorno de Marta Suplicy à encontra forte resistência de setores mais autênticos, mas já não estamos vivendo aquelas saudosas décadas de 80, onde tal questão poderia produzir discussões intermináveis no partido.
Nos dias de hoje, de oligarquização partidária do PT, o morubixaba bate o martelo e pronto. Em razão do inusitado fato de nacionalização de uma eleição municipal, faríamos aqui uma sugestão aos institutos de pesquisa: Que tal, depois das eleições, fazer uma pesquisa para identificar os fatores que determinaram o voto do eleitorado paulista? Seria interessante para se entender o peso da "nacionalização" naquelas eleições.
Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes passaram a se tratar como "irmãos" nos eventos, em agendas conjuntas, cada vez mais intensificadas, até mesmo comendo o tradicional sunduíche de mortadela no Mercadão, durante o aniversária da cidade. Salvo melhor juízo, com o tereceiro orçamento do país, São Paulo será uma prova de fogo para governistas e oposicionistas, principalmente à ala ligada ao bolsonarismo. Curioso que Nunes encontrava algumas resistências de alguns setores bolsonaristas, mas, pelo andar da carruagem política, por força das contingências, eles começam a formar um "consenso" em torno do projeto de reeleição do atual prefeito.
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