Está muito difícil fazer a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. O próprio ex-presidente sabe disso, ao pedir uma anistia aos envolvidos no 08 de janeiro. A troca de advogados talvez não altera uma tendência de condenação quase irreversível. Deste vez, de novo advogado junto ao STF, o ex-mandatário do país irá adotar a linha de contestar as investigações ou conclusões encetadas pela Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe no país. Seria uma questão mais técnica, quando o componente político não pode ser desprezado. O general Braga Netto, que está preso em razão de, supostamente, ter participado das armações de caráter golpista, constituiu um advogado que, além do currículo impecável, possui trânsito junto ao Supremo Tribunal Federal, o que poderia, em tese, facilitar a defesa do constituído.
A questão aqui é simples. Quando submetidos às agruras da lei, ao isolamento e a precariedade do nosso sistema prisional, valentões golpistas se tornam ilustres defensores das instituições democráticas. Simples assim. Até agora, entre os inúmeros arrolados na encrenca antidemocrática, ninguém admitiu abertamente que participou das tessituras golpistas. Vamos neste diapasão até às condenações inevitáveis. Segundo fomos informados, o pedido de liberação do ex-presidente para comparecer à posse do colega americano, Donald Trump, já teria sido protocolado no Supremo Tribunal Federal e deve ser analisado pelo Ministro Alexandre de Moraes, que terá que tomar uma decisão difícil em relação ao assunto.
Tempos difíceis, sem querer assumir por aqui a condição de arautos do caos. A última lavra de problemas para as nossas instituições democráticas se constituem em eventuais preparação de atentados contra as nossas autoridades. Um cidadão se suicidou, outro foi preso a caminho da capital federal e, mais recentemente, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal detectou o planejamento de mais um desses atentados, desta vez com a utilização de armamento pesado, como um fuzil.50, capaz de derrubar aeronaves. Um desses chegou a ser interceptado pela Polícia Rodoviária Federal, quando se dirigia a Pernambuco. Torçamos que essa onda de fuzil .50 não esteja se banalizando no país.
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