O título inicial desta postagem seria: E se Victor Marques for reprovado? A chamada faz alusão ao modelo de gestão que o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), está consolidando em sua gestão, tratado aqui, grosso modo, como gerencialismo, na ausência de um termo talvez mais apropriado. Victor Marques, vice-prefeito eleito e nomeado Secretário de Infraestrutura da Prefeitura da Cidade do Recife, será o primeiro auxiliar do prefeito a ser submetido a um processo gerencial onde se prevê o cumprimento de metas pré-estabelecidas, prazos determinados, resultados alcançados, coisas assim, da Ciência da Administração mais geral, aplicada, neste caso, à gestão pública.
Para que os objetivos sejam alcançados, Victor Marques e os demais auxiliares do prefeito, em momentos distintos, serão monitorados segundo alguns parâmetros, conforme o próprio João, num modelo inspirado pelo pai, Eduardo Campos. De fato, há algumas questões a considerarmos aqui. Não sabemos se podemos classificar como de desconfiança o comportamento do ex-governador Eduardo Campos com os seus auxiliares políticos, mas ele tinha reticências a este grupo. Em momento crucial, escolheu dois técnicos para conduzir os destinos dos Palácios Capibaribe e Campo das Princesas: Geraldo Júlio e Paulo Câmara.
Outro dado é que, pelo menos no que concerne ao Pacto Pela Vida, o governador adotava os procedimentos agora proposto pelo filho, João Campos, ou seja, estabelecia metas, prazos e monitoramento dos resultados, premiando policiais e batalhões que conseguissem diminuir os índices de violência em suas áreas especificas de atuação. A governadora Raquel Lyra, depois de enorme resistência à expertise adquirida por um dos programas mais bem-sucedidos no enfrentamento da violência no estado, segundo matéria recente de um jornal local, irá bonificar os policiais ou batalhões que atingirem essas metas.
Até recentemente, João Campos convidou o ex-vereador e candidato a prefeito de Olinda, Vinícius Castello, para assumir o cargo de Secretário Executivo de Infraestrutura. O convite gerou algumas polêmicas, talvez rusgas, porque, mesmo filiado ao PT e ligado ao grupo de Humberto Costa, o convite do prefeito foi pessoal e, possivelmente, mais focado em aspectos técnicos do que político. Victor tem missões na pasta e elas estão relacionadas à capilaridade do prefeito na região metropolitana do Recife. Caso o prefeito negociasse com a CNB ( Construindo um Novo Brasil) a indicação, tal nomeação poderia recair sobre um nome que não atendesse às suas expectativas, posto que o critério técnico talvez não entrasse entre as variáveis da escolha, que, certamente, ficaria subordinada a um nome com capital político na legenda.
João Campos está esgarçando o gerencialismo em sua gestão, subordinando a política aos critérios técnico, o que não deixa de ter algumas implicações, como, por exemplo, nas definições de prioridades, na contemporização dos segmentos mais empobrecidos, coisas assim. Como não se pode perder de vista completamente essas questões políticas, coloquemo-nos na seguinte condição: E se Victor Marques for reprovado tecnicamente?
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