A tendência é que as guardas-municipais sejam transformadas em polícias metropolitanas, como já ocorre em Itaquaquecetuda e, mais recentemente, em Cascavel, no Paraná. Soma-se a esse sinal verde uma tendência natural dos gestores municipais, em razão dos altos índices de violência registrados no país afora. A insegurança pública será tema do grande debate das eleições presidenciais de 2026. Já existe até candidato que lançou seu nome para a disputa a partir desta plataforma, como é o caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que ostenta os melhores índices de popularidade no estado que governa, principalmente em razão do seu trabalho na área de segurança pública. Mesmo sendo este um tema nevrálgico, ele precisa construir um programa de governo mais amplo, do contrário não se viabiliza.
A partir de sua experiência na Policia Civil, onde exercia o cargo de delegado, o atual prefeito de Itaquaquecetuda, Eduardo Boigues, do PL, ofereceu total prerrogativa de atuação de sua guarda-municipal, equipando-a com viaturas e armamentos. Foi reeleito com 91,70% dos votos, tornando-se o prefeito eleito com o maior índice de votação do país. Isolou completamente os adversários. O Governo Federal, por sua vez, encontra enormes dificuldades de enfrentamento deste problema, sobretudo por adotar uma agenda dissonante com setores expressivos da oposição, seja em sua representação congressual, seja em alguns estados governados por gestores de oposição, que criam resistências em acatar as diretrizes emanadas do Ministério da Justiça.
São agendas diametralmente distintas. Enquanto a Bancada da Bala adota o lema do bandido bom é bandido morto, buscando inspiração quem sabe no Nayib Bukele, o Governo Lula, por razões óbvias, manifesta uma preocupação com o respeito aos direitos humanos, a humanização no cumprimentos das penas, na regulação das operações policiais, evitando os eventuais abusos e violações. Historicamente, o país parece flertar com uma cultura do encarceramento. Já somos o terceiro país em número de população carcerária do mundo. Apenas como exemplo das precárias condições de cumprimento das penas, Pernambuco possui 11.767 vagas em suas unidades prisionais, com uma população carcerária de 32.781 presos. Isso é uma média geral, mas existe um caso, salvo melhor juízo no município de Igarassu, de um presídio onde a proporção seria de um para cinco.
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