pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Francisco Julião, cabra marcado na luta pela terra e pelos direitos do homem do campo.



FRANCISCO JULIÃO, CABRA MARCADO NA LUTA PELA TERRA E PELOS DIREITOS DO HOMEM DO CAMPO.

José Luiz Gomes escreve

                    Há algumas memórias que não se dissipam com o tempo. Algumas referências tornam-se emblemáticas em nossas vidas. Uma delas é aquela figura franzina, de olhar penetrante, cabelos em desalinhos, carismática, quase mítica, de Francisco Julião. Falecido em 1999, está presente em nosso imaginário, sempre que somos acionados pelos conflitos no campo. Começamos a nos interessar pelas Ligas Camponesas nos primeiros anos dos bancos do CFCH, da UFPE, embora estejamos longe de nos colocar-nos como um especialista no assunto. Por falar nas lembranças, nos ocorre agora, nitidamente, uma aula do professor Flávio Brayner, onde ele relatava as precárias condições de vida do homem do campo, um pouco antes da agudeza do conflito com os interesses dos grandes proprietários de terra.
                        O problema, como sempre, não se resume à concentração da terra em grandes latifúndios, mas, sobretudo, em relação aos danos ambientais, econômicos e sociais daí decorrentes. É neste aspecto que o conceito de “reforma agrária” merece uma reflexão bem mais aguda, conforme proposta de alguns autores. Pesquisas recentes continuam apontando os gravíssimos danos sociais proporcionados, ainda, pela cultura canavieira em nosso Estado, sobretudo nos períodos de entressafra, como os altos índices de prostituição infantil na Zona da Mata, o desemprego, alcoolismo, degradação ambiental, a violência contra os jovens (sobretudo, negros), os acachapantes índices de aproveitamento escolar.
                        Brayner, lembrava que, naquela época em que as Ligas foram fundadas, na década de 50, um dos problemas que mais incomodavam e indignavam os camponeses era o ritual do enterro, onde, invariavelmente, era utilizada uma rede. O camponês era jogado numa cova rasa e a rede era reutilizada. Por incrível que possa parecer, essa foi uma das principais preocupações dos líderes camponeses que resolveram fundar a Liga.
                        Personalidade singular na luta pela terra e o reconhecimento dos direitos do homem que nela trabalhava, Francisco Julião envolveu-se em muitas polêmicas, como se poderia supor. O establishment sempre o tratou como um agitador, figura ligada ao revolucionário Fidel Castro. Apesar de suas fotos ao lado do líder da Revolução Cubana, salvo engano em visita oficial à ilha, assim como Fidel, na realidade, Julião nunca foi comunista. Era um líder, ativista dos direitos humanos, um militante político e advogado dos camponeses. Ao lado de Otávio Mangabeira, inclusive, figura entre os autênticos socialistas que fundaram o PSB, hoje um partido que rasgou seu estatuto em função das conveniências políticas de suas lideranças.  
                        Esteve diretamente envolvido com as Ligas Camponesas desde a sua fundação, mas como advogado, como adverte em livros. Na realidade as Ligas foram fundadas por um conjunto de camponeses com militância política e alguma experiência sindical, que o convidaram para ser o advogado da entidade, proposta aceita de pronto. Salvo engano, por essa época, Julião era deputado.
                        Nem comunista e muito menos marxista. Na realidade, um “chardinista”, que seguia a orientação de Teilhard de Chardin, teólogo progressista da Igreja Católica. Ontem, em comentário aqui no blog, alguém contestou uma nota da Comissão Pastoral da Terra, onde sua direção reconhecia a luta do ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, falecido recentemente, sempre em favor do homem do campo. Como dizem os matutos, em relação a Francisco Julião isso é nódoa de caju. Não sai. Já em relação a Plínio, por maior que seja o nosso respeito por ele, surgem controvérsias sobre esse envolvimento tão orgânico em ralação à luta pela terra. Em razão disso, uma questão que nos vem à mente: qual a relação da CPT com Francisco Julião, que tinha entre seus suportes teóricos um membro do clero progressista?
                        Pelos idos de 1964, ano do Golpe Civil-Militar, a situação era bastante conturbada no campo. Os militares concentraram muitos esforços aqui Nordeste, sobretudo na região da Zona da Mata, precisamente na cidade de Vitória de Santo Antão, onde se previa o estopim de um possível foco de guerrilha, nos moldes do foquismo guevarista da Sierra Maestra. Na realidade, a “invasão dos cubanos” somente ocorreria 60 anos depois, para cumprirem uma missão social das mais importantes, através do Programa Mais Médicos, do Governo Federal. A população carente daquele município agradece, mas a resistência de uma elite torpe ainda é flagrante, mesmo decorridas seis décadas depois.
                        Através do documentário “Cabra Marcado Para Morrer”, Eduardo Coutinho reconstrói aqueles dias marcados, na realidade, pela estupidez e torpeza de militares que atentaram contra a vida de camponeses que lutavam, tão somente, pelo direito à terra e o reconhecimento de sua condição de cidadania. Esse documentário é sempre exibido em nossas aulas. Alguns camponeses que estiveram diretamente envolvidos com aqueles episódios de 1964 ainda estão vivos. São recatados senhores que entraram na lei de crente e preferem o silêncio.
                        Interrompido durante aqueles anos turbulentos, o documentário de Coutinho apenas seria retomado muitos anos depois. Na realidade, apesar da forte presença dos acontecimentos pernambucanos da época, trata-se de um documentário sobre a vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês de Sapé (PB), assassinado a mando do latifúndio. Uma curiosidade que nos ocorre – vamos correndo comprar o livro de Cláudio Aguiar – é: qual a relação de Julião com o líder camponês assassinado? Durante um período de sua vida, fugindo dos seus algozes, João Pedro esteve em Pernambuco, trabalhando no Engenho Massangana, um espaço cultural hoje administrado pela Fundação Joaquim Nabuco.
                        Na condição de governador do Estado da Paraíba, Ricardo Coutinho transformou a antiga residência de João Pedro Teixeira num Museu em sua homenagem. Uma espécie de Museu das Ligas Camponesas. Iniciativa do gênero também foi tomada aqui em Pernambuco em relação ao Engenho Galiléia, mas desconfio que não com o mesmo empenho oficial, o que é um fato profundamente lamentável. Pelo relato dos nossos alunos, o antigo engenho vivia, até recentemente, abandonado pelo poder público.
                        Francisco Julião passou um período de sua vida exilado no México, por imposição de um exílio forçado pelos militares, onde faleceu em 10 de Julho de 1999. Era muito ligado ao ex-governador Miguel Arraes, com quem chegou a fazer traduções quando estiveram presos juntos. Uma filha sua, Anatailde de Paula Crêspo, trabalhou durante muitos anos como pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco. Trocamos muitas idéias pelas redes sociais com um dos seus filhos, o Anatólio Julião, que possui, além de outras qualidades, uma verve de ativista político midiático de primeira linha. Anacleto, outro dos seus filhos, também é um freqüentador assíduo dos jardins da Fundaj. Possivelmente em razão da educação recebida pelo pai, sobressai-se entre eles, observado em pequenos gestos, muita solidariedade e sensibilidade social.  
                        O livro biográfico de Cláudio Aguiar sobre o líder das Ligas Camponeses, o deputado, o escritor, o agitador – “afinal, até remédio se agita antes de ser tomado” – será lançado no dia 16 de Julho, na livraria cultura do Passo Alfândega, às 19:00 horas, uma Quarta-Feira, coincidentemente, uma referência importante na vida de Julião: uma carta escrita para uma de suas netas, Isabela, informando-a que ele estaria voltando do exílio para a sua convivência numa Quarta-Feria. Contamos com a presença de todos. Certamente, algumas das questões invocadas acima, poderão ser respondidas com a narrativa de Cláudio Aguiar.  

P.S: Na realidade, conforme alertou Anatólio Julião - um dos filhos de Francisco Julião - Isabela é sua irmão, também filha de Francisco e não neta, como foi dito no texto. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Michel Zaidan: Saber perder e saber ganhar



                                       Quando a seleção brasileira perdeu a Copa do Mundo realizada na França, o ex-ministro Rubens Ricúpero se saiu com uma que cabe como uma luva no atual estado de comoção da população brasileira: ele disse-: "Nós não sabemos perder!". Ganhar é sempre mais fácil na vida, do que perder. Ao vitorioso se concede tudo. Ao perdedor, o opróbrio. Na verdade, difícil é perder e ter a dignidade de reconhecer a derrota e os méritos do competidor. Existe, no Brasil, uma perigosa tendência de se superestimar as nossas capacidades (futebolísticas) e menosprezar a capacidade dos adversários. Os nossos cronistas esportivos, quando não falam o óbvio ululante, não narram. Torcem pelos nossos jogadores. E o técnico da Seleção, figura mais importante que o presidente da  República, sempre está com a razão, mesmo quando está errado.
                                        Faria bem a nacionalidade de chuteiras uma leitura atenta ao poema de Fernando Pessoa: Poema em linha reta. Diz o poeta: "arre!  estou cheio de tanto semideuses, onde há humanos na face da terra...." Pelos menos, pessoas que tenham honestamente o senso da autocrítica, a humildade de dizer errei, estava errado etc. Não, entre nós, só sabichões, pessoas que nunca erraram nem no jogo do bicho. São campeões em tudo, sempre. São os cidadãos do curriculum vitae, campeões invictos em tudo na vida.
                                         Naturalmente, um tal estado de espírito não faz bem a ninguém. Ser capaz de reconhecer os limites e as fraquezas é demasiado humano, muito humano. Gente que nunca teve medo, hesitação, ou angústia, é capaz de condenar milhões à morte sem pestanejar, em nome da ciência, da lei ou da normalidade. Desconfie dessas pessoas. São as mais perigosas.
                                          Saber ganhar não é tripudiar  sobre os despojos do derrotado - como fizeram alguns políticos em Pernambuco. Saber ganhar é ser magnânimo, generoso, cordial, compassivo. Ter o sentimento da tristeza do outro, se colocar na posição do outro e estender-lhe a mão. A população brasileira - instada nesses dias a pensar que  tinha o melhor time da Copa e que seria hexacampeã, precisa entender a "elaborar o luto", como dizem os psicanalistas e a pensar que a vida é feita de vitórias e muitas derrotas. E que sempre é possível aprender (muito) com as derrotas. Mas aí, em lugar do curriculum vitae e a ideologia do sucesso a qualquer custo - precisa fazer o seu curriculum mortis e admirar o valor da autocrítica sincera.
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco

O caldeirão político está fervendo na Paraíba.



O caldeirão político está fervendo na Paraíba. Ontem fomos informados que um cidadão deu entrada no TRE com um pedido de impugnação da candidatura do senador Cássio Cunha Lima ao Governo do Estado. A família Cunha Lima conhece os bastidores da política paraibana como nenhum outro grupo político. São raposas de primeira linhagem. Muito dificilmente entrariam na disputa para voltarem ao Palácio Redenção se não tivessem certeza de que as filigranas jurídicas não estivessem contornadas. Depois de disputar com a candidata do governado Ricardo Coutinho(PSB) a prefeitura da capital, o PT local, numa atitude surpreendente, endossa o seu nome à reeleição, contrariando acordos celebrados nacionalmente entre o PMDB e o PT nacional. O PMDB vai de candidatura própria, com um nome da família Vital do Rego, Veneziano Vital do Rego, ex-prefeito de Campina Grande.Leva a tiracolo a raposa felpuda do José Maranhão, que concorre ao Senado. Com uma grande capilaridade política naquele Estado, José Maranhão lidera todas as pesquisas até o momento. Muito improvável uma não polarização entre as candidaturas de Ricardo Coutinho(PSB) e Cássio Cunha Lima (PSDB). Um deles possui a máquina do Estado sob o seu controle. O outro, conforme já afirmamos, conhece como ninguém a política paraibana. Nunca perdeu uma eleição no Estado. Em Campina Grande, já ganhou eleição com mais de 80% dos votos válidos. Dificilmente o PMDB quebrará essa polarização quase certa. Talvez seja por isso que até hoje se especula em torno de negociações entre a agremiação e o pessoal de Ricardo Coutinho(PSB). Nas eleições de 2010, o apoio de Cássio foi fundamental para Ricardo vencer aquelas eleições. O nosso blog quis ouvir Luciano Agra sobre o assunto. Na capital, a gestão e o apoio de Agra também foi fundamental para a eleição de Luciano Cartaxo, hoje um aliado do "Mago". Agra, por sua vez, foi "rifado" pelo PSB naquelas eleições. De perfil técnico, oriundo da academia, Agra fez uma gestão impecável. Em dois anos e meio consagrou-se como um dos melhores prefeitos da capital. Com o apoio do partido, o PSB, certamente continuaria gerindo os destinos da capital. Ocorre que isso não estava nos planos do "Mago". Agra tornou-se uma estrela ascendente que começava a incomodar a caciquia ricardista, que tratou de apeá-lo. Isso talvez fosse assunto para ser discutido num caloroso almoço de domingo no Gulliver, Agra. Para resumir sua opinião sobre essa inusitada união, Agra limita-se a afirmar que o povo saberá responder nas urnas. Fica o aviso.

Nota do Editor: O Gulliver está para a classe política paraibana, assim como o Leite ou Porto Ferreiro para a classe política pernambucana. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Em João Pessoa, PT decide apoiar a reeleição do governador Ricardo Coutinho.





O PT de João Pessoa é um caso inusitado. Não estendo o raciocínio para  o Estado da Paraíba como um todo em razão de boas referências que tenho encontrado em algumas cidades do interior. Já escrevemos muito sobre o comportamento do partido na quadra política da capital paraibana. Ao longo de sua história, vem tomando algumas decisões equivocadas, sempre a reboque do raposismo político pessoense. Eis que, nas últimas eleições para prefeito da capital, numa atitude muito coerente, optou por lançar uma candidatura própria, a de Luciano Cartaxo, candidatura que contou com o apoio de Luciano Agra, ex-prefeito da capital, que havia ingressado na lista de desafetos do governador Ricardo Coutinho(PSB), até recentemente. Naquelas eleições, Ricardo fez uma escolha política muito complicada. Deixou de apoiar um amigo, o Agra, um dos prefeitos de capitais mais bem-avaliados do Brasil, para emprestar seu apoio ao nome de Estelizabel Bezerra, hoje sua chefe de gabinete e uma das mulheres mais influentes do staff político do Estado. Uma escolha infeliz do "Mago", que pensava que eleição era concurso de bumbum, onde uma polegada a mais ou menos pouco altera o quadro de preferências. Penso ter sido uma das mais acachapantes derrotas do "Mago", que perdeu aquelas eleições para o candidato do PT, Luciano Cartaxo. Ressentido, Agra embarcou na candidatura do PT, colaborando para impor tal derrota ao "Mago". Em dois anos e meio de mandato, Agra fez miséria na capital do Estado. De perfil técnico, oriundo da academia, o caboclo demonstrou profunda sensibilidade e espírito público na condução dos destinos do município. Cuidou muito bem da cidade e de sua gente. Foi um dos melhores prefeitos da capital em todos os tempos. Naquele momento, a estratégia do PT local em compor com ele uma aliança que conduziria Cartaxo à Prefeitura Municipal foi uma das mais acertadas. Com a vitória de Luciano Cartaxo, João Pessoa tornou-se a única capital do Nordeste administrada pelo partido. Política muda como as nuvens, mas, mesmo entendendo essa máxima, confesso que ainda não digerimos muito bem essa reviravolta do PT da capital no sentido de compor uma aliança com um desafeto do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Não é nenhuma novidade que as quadras das disputas estaduais, quase sempre, não reproduzem os acordos que são celebrados em Brasília. Trata-se de um problema do nosso frágil sistema partidário. Aqui em Pernambuco, por exemplo, o PCdoB apóia o nome do candidato Paulo Câmara(PSB), indicado por Eduardo Campos, ao passo que, em Brasília, estão fechado com o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em Alagoas, a terra dos menestréis, os comunistas estão fechados com Renan Calheiros e Fernando Collor, recéns convertidos ao ideário de uma sociedade mais justa, onde houvesse mais ética na condução da coisa pública. O que parece-nos factual, no caso, é um jogo de conveniência local, onde o irmão de Luciano, Lucélio Cartaxo, foi indicado para concorrer à vaga ao Senado. Que seus dirigentes capitulem-se aos fatos e admitam essa realidade. Ficar com essa conversa de que estão com Ricardo Coutinho, mas permanecerão apoiando o projeto de reeleição de Dilma... não sei não. Como isso seria possível? Salvo na hipótese de a candidatura do "Galeguinho" ser de brincadeirinha, na expectativa de voltar ao ninho petista assim que se desenhar um segundo-turno. Esse arranjo, no entanto, vem produzindo alguns ruídos em Brasília, onde estão sendo negociados o palanque de Dilma naquele Estado. O caminho mais provável para o PT local seria o apoio ao nome de Vital do Rego(PMDB), mesmo tendo que engolir a raposa José Maranhão, postulante que lidera todas as pesquisas ao Senado. Por isso mesmo, não se descarta um processo de intervenção da Executiva Nacional da legenda no diretório estadual do partido. Em 2014, a Paraíba terá uma das disputas mais acirradas. A família Cunha Lima, que conhece como ninguém as engrenagens políticas do Estado, já indicou o nome do senador Cássio Cunha Lima(PSDB) para a disputa do Palácio Redenção. Num passado recente, Cássio foi um nome fundamental para a vitória de Ricardo Coutinho(PSB). Eram, então, grandes aliados. Hoje, estão em palanques separados. O "Galo de Campinas", como é conhecido Cássio Cunha Lima, nunca perdeu uma eleição no Estado. Herdeiros políticos de uma família tradicional de Campina Grande, seu peso político no Estado é inegável. Raposas de primeira linhagem, sabem fazer política ao velho estilo, atropelando adversários pelo caminho. Cássio é um dos coordenadores da campanha do presidenciável Aécio Neves. O "Mago" também tem uma trajetória política bem-sucedida. Ex-integrante do PT, em 13 anos saiu da condição de vereador para governador de Estado. Espera-se um verdadeiro duelo de gigantes, um "clássico" entre criador e criatura. Correndo por fora, mas numa condição que não pode ser subestimada, Veneziano Vital do Rego, uma família que também tem base política no município de Campina Grande. A posição do PT nesse embate, além dos estranhamentos, está provocando muita dor de cabeça para os arranjos na capital federal sobre a conjuntura de apoios naquele Estado da Federação. Figuras de proa do PT e do PMDB já teriam se pronunciados contrários à aliança. Vamos aguardar o rumo dos acontecimentos.

domingo, 6 de julho de 2014

Por que escolhemos Dilma Rousseff

Queiram ou não, Aécio Neves e Eduardo Campos serão tragados pelo apoio da mídia nativa e da chamada elite. Ou seja, da reação
por Mino Carta — publicado 04/07/2014 03:52, última modificação 05/07/2014 12:16
Celso Junior/Estadão Conteúdo
Dilma-Rousseff
A presidenta não esmoreceu na luta contra a desigualdade
Este é o momento certo para as definições, ainda mais porque falta chão a ser percorrido e o comprometimento imediato evita equívocos. Em contrapartida, estamos preparados para o costumeiro desempenho da mídia nativa, a alegar isenção e equidistância enquanto confirma o automatismo da escolha de sempre contra qualquer risco de mudança. Qual seria, antes de mais nada, o começo da obra de demolição da casa-grande e da senzala.
O apoio de CartaCapital à candidatura de Dilma Rousseff decorre exatamente da percepção de que o risco de uns é a esperança de outros. Algo novo se deu em 12 anos de um governo fustigado diária e ferozmente pelos porta-vozes da casa-grande, no combate que desfechou contra o monstruoso desequilíbrio social, a tolher o Brasil da conquista da maioridade.
CartaCapital respeita Aécio Neves e Eduardo Campos, personagens de relevo da política nacional. Permite-se observar, porém, que ambos estão destinados inexoravelmente a representar, mesmo à sua própria revelia, a pior direita, a reação na sua acepção mais trágica. A direita nas nossas latitudes transcende os padrões da contemporaneidade, é medieval. Aécio Neves e Eduardo Campos serão tragados pelo apoio da mídia e de uma pretensa elite, retrógrada e ignorante.
A operação funcionou a contento a bem da desejada imobilidade nas eleições de 1989, 1994 e 1998. A partir de 2002 foi como se o eleitorado tivesse entendido que o desequilíbrio social precipita a polarização cada vez mais nítida e, possivelmente, acirrada. Por este caminho, desde a primeira vitória de Lula, os pleitos ganham importância crescente na perspectiva do futuro.
CartaCapital não poupou críticas aos governos nascidos do contubérnio do PT com o PMDB. No caso do primeiro mandato de Dilma Rousseff, vale acentuar que a presidenta sofreu as consequências de uma crise econômica global, sem falar das injunções, até hoje inescapáveis, da governabilidade à brasileira, a forçar alianças incômodas, quando não daninhas. Feita a ressalva, o governo foi incompetente em termos de comunicação e, por causa de uma concepção às vezes precipitada da função presidencial, ineficaz no relacionamento com o Legislativo.
A equipe ministerial de Dilma, numerosa em excesso, apresenta lacunas mais evidentes do que aquela de Lula. Tirante alguns ministros de inegável valor, como Celso Amorim e Gilberto Carvalho, outros mostraram não merecer seus cargos com atuações desastradas ou nulas. A própria Copa, embora resulte em uma inesperada e extraordinária promoção do Brasil, foi precedida por graves falhas de organização e decisões obscuras e injustificadas (por que, por exemplo, 12 estádios?), de sorte a alimentar o pessimismo mais ou menos generalizado.
Críticas cabem, e tanto mais ao PT, que no poder portou-se como todos os demais partidos. Certo é que o empenho social do governo de Lula não arrefeceu com Dilma, e até avançou. Por isso, a esperança se estabelece é deste lado. Queiram, ou não, Aécio e Eduardo terão o pronto, maciço, às vezes delirante sustentáculo da reação, dos barões midiáticos e dos seus sabujos, e este custa caro.
(Editorial da Carta Capital)

Com Matuto ou sem Matuto, na realidade, Paulista precisa de um choque de república.








Pelas redes sociais, começou a circular a notícia sobre uma possível cassação do mandato do prefeito de Paulista, Júnior Matuto. A cassação já teria sido recomendada pelo procurador João Bosco, do Ministério Público Eleitoral Federal, aguardando uma posição definitiva do pessoal do TRE(PE).  A notícia ainda não foi confirmada, mas, se confirmada, criaria um verdadeiro tsunami político na cidade. Havia denúncias de irregularidades há muito tempo apontadas pela oposição, principalmente pelo candidato Sérgio Leite(PT), que perdeu aquelas eleições. Uso da máquina, propaganda irregular, compra de votos. O menu é longo. Dizem que o montante de provas arroladas é um verdadeiros calhamaço, de fazer inveja àquelas teses de doutoramento de antigamente. Quem nos acompanha com regularidade sabe que já externamos nossa opinião a esse respeito, até mesmo antes das eleições, quando criamos um grupo de discussão para debater os problemas da cidade. Infelizmente, a cultura política do município ainda não passou da fase do clientelismo, da ausência de debates sérios, da troca de favores e práticas do gênero. Paulista é um palco para manobras escusas de todas as matizes. Até o plano diretor da cidade foi mudado para atender a um grupo privado de investimentos imobiliários que, gradativamente, vai destruindo o que restou das matas tropicais da cidade. Sempre foi assim. Na década de 40, quando se pensava  na autonomia política/administrativa do município, emancipando-se de Olinda, de quem já foi distrito, até uma raposa como Agamenon Magalhães - que não tinha nenhum compromisso com a democracia - considerava incoerente conceder o título de cidade ao distrito, sem antes promover uma reforma agrária. O município era, na realidade, um grande latifúndio da família Lundgren. O Legislativo Municipal, se nos permitem, é outro desastre.  Para tanto, basta observar a composição de sua Câmara de Vereadores, composta por personagens do tipo,  fulano da prestação, Bio do pagode, beltrano do gás, Milsinho filho da irmã Maria...é uma história. Não vai aqui nenhum preconceito, mas fica evidente a base de sustentação política dessas lideranças e, consequentemente, suas plataformas políticas. Aqui pelas redes sociais, já tentamos provocar o debate inúmeras vezes. Em vão. Quantas provocações sobre o andamento das políticas públicas para a área de educação, do meio ambiente, das intervenções urbanas.... Nada suscitou no Poder Público Municipal aquela preocupação republicana em responder às demandas da população, representada, neste caso, por um filho da terra, menino de vila operária, criado nas matas do frio, que nunca transferiu seu título de eleitor do município. Do ponto de vista social e econômico, Paulista é um município bastante fragilizado, carente de obras estruturadoras. Vai muito mal nos principais indicadores sociais. Seus gestores, não vejo exceção, nunca assumiram o cargo imbuídos do espírito de servir ao público. Até recentemente, tivemos ali dois mandatos de uma gestão socialista que sequer foi capaz de resolver o problema do fardamento escolar do alunado da rede municipal. Até recentemente, os alunos estavam fazendo uma espécie de rodízio - iam uma semana, não iam na outra - o que levou uma bem-humorada internauta a comentar que conhecia rodízio de chopp, de pizza, carnes, mas de alunos seria algo novo. Júnior, é bem verdade, não pode ser responsabilizado pelos graves problemas de infraestrutura do município. A questão é bem mais complexa. Se há provas contra a sua conduta irregular, então é muito bem-vinda essa cassação, embora a medida, infelizmente, no nosso entendimento, não mudará o quadro de forma significativa. Com Matuto ou sem Matuto, caso o novo gestor não assuma o compromisso de implantar no município um choque de republicanismo, a coisa pública continuará como uma grande negociata entre raposas antigas e novas raposas. Apenas isso. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

#OcupeEstelita #ResisteEstelita: Marília não nos representa


Os grupos vão mudando ao longo de sua história e seria até natural que assim o fosse. Há uma série de teorias no campo da antropologia, sociologia e psicologia que procuram explicar essas motivações ou incentivos para tais mudanças. Os partidos políticos e sindicatos, por exemplo, de acordo com o sociólogo alemão Robert Michels, tendem ao que ele classificou como "Lei de Ferro das Oligarquias", ou seja, acabam entrando num processo de oligarquização, hegemonizado por algumas lideranças. Isso seria inevitável, segundo o autor. Por outro lado, de acordo com o cientista político italiano, Angelo Panebianco, embora as mudanças tornem-se inevitáveis, as primeiras rodadas do jogo na formação de um grupo ou organização deixam um "residual" que acompanharia aquela organização para o resto da vida. No caso brasileiro, e em particular em relação a um partido político, talvez o exemplo mais emblemático seja o Partido dos Trabalhadores, cujo processo de oligarquização já produziu até teses de doutorado na academia. Por outro lado, apesar das mudanças verificadas ao longo do tempo, ainda resistem tendências na agremiação que se identificam com a mesma plataforma política da década de 80, quando o partido surgiu. Estão relativamente isoladas, é certo, mas resistem e fazem um barulho danado. Isso veio à tona a partir da enorme polêmica criada em torno da foto da vereadora Marília Arraes(PSB), vestindo uma camisa do Movimento #OcupeEstelita, na porta do seu gabinete. A foto, de acordo com as últimas informações, teria sido retirada do perfil do Grupo Direitos Urbanos. A alegação é a de que a postagem teria sido de caráter pessoal, de um integrante do grupo. Acompanho o grupo desde os tempos das "vacas magras", quando a rapaziada resolveu se mobilizar em torno de alguns projetos de intervenção urbana no Recife. Hoje, com mais de 26 mil membros, é difícil concluir sobre o perfil de formação acadêmica dos seus membros, mas, no início, existia muita gente oriunda dos cursos de arquitetura, designer, publicidade e possivelmente jornalismo. O grupo cresceu, projetou-se, obteve algumas conquistas importantes em sua luta. O #OcupeEstelita, apesar do boicote da imprensa local, ganhou espaço até mesmo em publicações internacionais. Primeiro é preciso informar que a matriz ou modelo de intervenções urbanas na cidade do Recife segue um receituário que alia apenas os interesses do capital, consorciado com o poder público. A população foi excluída desse debate, apesar dos "conselhos" da Prefeitura do Recife que deliberam sobre tais intervenções. Até recentemente, no caso específico do Projeto Novo Recife, o prefeito Geraldo Júlio reconheceu que o projeto foi aprovado sem atender a alguns pré-requisitos. Movimentos como o #OcupeEstelita cumprem um papel importantíssimo no sentido de colocar a população para decidir os rumos urbanísticos para a cidade. Tenta-se "desobstruir" canais antes interditados, apesar da solene indisposição do poder público. Se considerarmos os inúmeros projetos aprovados ou em andamento, duas conclusões são evidentes: Seguem uma matriz única, seletiva, ditada pelo mercado, com a anuência do poder público, desprezando aspectos relacionados ao meio ambiente e ao bem-estar da coletividade. Afinal, dentro dessa nova lógica, cidadania tornou-se um conceito que apenas se aplica aos ditos cidadãos-consumidores. Uma outra conclusão é que chegamos tardiamente ao debate, embora antes tarde do que nunca. Há projetos para a Rua da Aurora; para a antiga vila operária da Av. Cruz Cabugá, onde a iniciativa privada ocupará algo em torno de 70% do terreno; projetos em andamento no bairro da Várzea, que comprometem a mata ciliar do Rio Capibaribe, além de jogar os esgotos no seu leito. Esses são apenas alguns dos que conseguimos lembrar no momento. Argumenta bem quem, no DU defende a abertura de participação de atores ligados ao poder de Estado, inclusive do Legislativo. Parlamentares de confiança podem, inclusive, fazer um link importante, propondo, debatendo, apresentado emendas, projetos de lei. Diria até que eles são imprescindíveis, em algumas situações específicas, no sentido do encaminhamento das demandas do DU. O que não nos parece muito coerente é recebermos esses apoios, em época de eleição, ancorados em projetos pessoais, como parece ser o caso da vereadora Marília Arraes, apresentada por um entusiasmado membro como a herdeira legítima do senhor Miguel Arraes. Sentimos informar que Arraes não deixou herdeiro na política. Foi um cidadão singular. Até mesmo o estatuto do PSB foi rasgado em função de arranjos políticos. Depois da enorme repercussão do movimento, algumas figuras de proa do PSB resolveram aderir ao movimento, numa atitude típica de free rider, ou seja, carona. O poder político é algo tão complexo que eles chegaram até mesmo a brigarem entre si sobre a responsabilização da reintegração de posse. Pensamos que nesse episódio o atual governador, João Lyra, tenha sido usado como "bode expiatório". Trata-se de uma atitude de conveniência. Próceres figuras carimbadas do partido estão comprometidas com os interesses em jogo das empreiteiras que financiaram suas campanhas. A dissidência aberta pela vereadora não ocorre por nenhum "encargo de consciência". É uma questão, conforme afirmamos ontem, puramente pragmática. Se houvesse um consenso no sentido de o partido apoiar o seu pleito à Câmara Federal, certamente, ela estaria onde sempre esteve: do lado de lá. Torna-se, necessário, portanto, que o grupo DU estabeleça critérios rígidos no sentido de disciplinar essas adesões espontâneas, momentâneas e ocasionais, movidas por interesses eleitorais. Estamos cheios disso. Embora admita que não tenha uma militância orgânica com o grupo, penso que políticos com esse perfil não nos representam.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O DEM realiza o seu velório... digo Convenção Nacional.


O DEM definha, em estado terminal. No dia de ontem, realizou sua convenção nacional, em Brasília, onde apenas alguns gatos pingados compareceram ao velório. Em Pernambuco, reeditando uma velha aliança com o ex-governador Jarbas Vasconcelos, a União por Pernambuco, seus líderes resolveram aderir ao Palácio do Campo das Princesas, compondo o arco de partidos que dão sustentação ao Governo, numa tentativa desesperado de permitir a sobrevida de alguns próceres representantes da legenda no Estado. No plano nacional, vão de Aécio Neves(PSDB). Penso que os únicos Estados da Federação onde o partido ainda mantém  uma situação relativamente confortável é o Rio Grande do Norte, com a família Maia, e na Bahia, com ACM Neto, herdeiro do espólio político do carlismo. Na província, ilustres remanescentes do "macielismo" até abandonaram a vida pública ou seguiram outros rumos partidários. A pergunta que se faz é o que ocorreu com essa agremiação, que tentou, mais de uma vez, sair da UTI do sistema partidário brasileiro? Atribui-se a um ilustre cientista político pernambucano a realização de pesquisas junto ao eleitorado no sentido de propor uma "renovação" à agremiação. Inclusive a sigla "DEM", embora ruim, teria sido criada a partir desses seminários. As outras sugestões seriam ainda mais infelizes.Há situações que não há como equacionar. Penso ser este o caso do DEM. As propostas dos democratas foram superadas, tornaram obsoletas, seus líderes envelheceram não apenas do ponto de vista físico mas, sobretudo, no campo das ideias. Até mesmo aquela tradicional base de apoios políticos junto a um eleitorado de perfil conservador migrou para outras agremiações. Quem sempre se posiciona sobre o programa do partido é o ex-Ministro Gustavo Krause. Krause é uma espécie de ideólogo da agremiação. Talvez fosse muito interessante ouvi-lo nesse momento. Quem sabe ele não tem uma explicação sobre o crescente processo de degenerescência da agremiação? O fato de ter sido uma sigla associada aos militares, possivelmente, é um dos fatores, mas talvez não único. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Fátima Oliveira: Meu sonho era ver os Sarneys saindo pelo voto e não à francesa

publicado em 1 de julho de 2014 às 12:33


A vida felliniana e felliniesca de Sarney et caterva…
Fátima Oliveira, em O TEMPO
fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
Volto ao repisado tema: o clã Sarney, cujo patriarca, aos 84 anos, sentindo o cheiro da derrota nas eleições de 2014, no Amapá e no Maranhão, se viu obrigado a não disputar mais um mandato de senador pelo Amapá e anunciou seu “amarelar” estribado em desculpas esfarrapadas: cuidar da mulher doente.
Imaginei Sarney de pijama fazendo um chazinho para dona Marly Macieira Sarney. Até fiquei enternecida porque se nós, maranhenses, devemos algo ao clã é à dona Marly, que, da profundeza do silêncio de toda a sua vida (namorou Sarney desde 1947, e casaram-se em 12.7.1952), conseguiu algo que nós, que há anos bradamos “Xô, Sarney”, jamais conseguimos!
@FlaviadoCoroado tuitou: “Dona Marly Sarney merece uma estátua: o Maranhão está feliz porque a senhora nos livrou de Sarney. Amém!” #SomosDonaMarly.
Quem pilhou um Estado por meio século não merece piedade! O patriarca não se faz de rogado para mentir. Basta ler seu último artigo. Além de destilar todo o seu ódio anticomunista, caprichou em megalomania: “Retribuí, devolvendo ao Estado o que realizei, e tudo do que aqui foi feito passou pelas minhas mãos, até os adversários!”. É infâmia demais!
E arrematou: “Depois de 60 anos de mandato… Ocupei todos os cargos políticos da República, chegando a ser presidente. Sou o senador que mais tempo passou no Senado, do qual fui presidente quatro vezes: 38 anos. Atrás de mim vem Rui Barbosa, com 33 anos” (“De convenção em convenção”, EMA, 29.6.2014). Esqueceu que dom Pedro II reinou por 49 anos e ele, no Maranhão, reina desde 1966!
Ninguém mais do que Sarney soa tão felliniano (personagem com traços caricatos e grotescos). Sempre que revejo “E la Nave Va” (1983), genial bizarrice de Fellini – a viagem-funeral do luxuoso navio Glória N. com as cinzas da cantora de ópera Tetua Edmea para a ilha de Erina, onde ela nasceu –, tenho a impressão de que é o funeral de Sarney.
É que a vida de Sarney, além de felliniana, é felliniesca – contém cenas em que imagens alucinógenas invadem uma situação comum, sobretudo no tocante à riqueza subtraída do povo maranhense. Somemos todas as obras que Sarney diz ter feito em meio século de mando no Maranhão e comparemos com o patrimônio pessoal legal do clã. O Maranhão perde feio! É impossível que, somados todos os proventos auferidos por Sarney, Roseana e Zequinha em cargos parlamentares e executivos, tenham gerado tanta riqueza familiar! Com razão @mellopost: “O problema não é José e Roseana Sarney estarem deixando a política. O problema é estarem saindo pela porta da frente”.
Para compleA vida felliniana e felliniesca de Sarney et caterva…tar o espetáculo felliniesco, aparece a filha imitando o pai: “Já fui tudo o que eu podia ser. Não quero mais disputar eleição. Não quero saber mais de mandato… Eu estou perdendo toda a minha biografia. Estava virando apenas a filha de Sarney. Eu tenho uma vida política própria. Fui a primeira mulher governadora do país. Sempre tive uma forte atuação na luta das mulheres”.
Pergunto: na luta das mulheres de qual país? Vida política própria? Outra mentira deslavada! Ela entrou na política como herdeira do pai (vide “Em nome do pai e do clã”) e continua. Ponto final!
O meu grande sonho era ver os Sarneys expurgados da vida pública pelo voto do povo, e não saindo quase à francesa, como se não estivessem à beira do precipício da derrota eleitoral. Como disse Flávio Dino na Convenção da Mudança, no dia 29.6, que homologou sua candidatura a governador do Maranhão, à qual compareceram 10 mil pessoas: “Nenhum império dura para sempre”.

(Publicado originalmente no site Viomundo)

Normose, a doença da "normalidade" no mundo acadêmico.

AUTOR: 


Doença sempre foi algo associado à anormalidade, à disfunção, a tudo aquilo que foge ao funcionamento regular. Na área médica, a doença é identificada por sintomas específicos que afetam o ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. A saúde, por sua vez, identifica-se como sendo o estado de normalidade de funcionamento do organismo.

Numa analogia com os organismos biológicos, o sociólogo Émile Durkheim também sugeriu como identificar saúde e doença em termos dos fatos sociais: saúde se reconhece pela perfeita adaptação do organismo ao seu meio, ao passo que doença é tudo o que perturba essa adaptação.

Então, ser saudável é ser normal, é ser adaptado, certo? Não necessariamente: apesar de Durkheim, há quem considere que do ponto de vista social, ser normal demais pode também ser patológico, ou pode levar a patologias letais.

Os pensadores alternativos Pierre Weil, Jean-Ives Leloup e Roberto Crema chamaram isto de Normose, a doença da normalidade, algo bem comum no meio acadêmico de hoje. Para Weil, a Normose pode ser definida como um conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir, que são aprovados por consenso ou por maioria em uma determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e morte. Crema afirma que uma pessoa normótica é aquela que se adapta a um contexto e a um sistema doente, e age como a maioria. E para Leloup, a Normose é um sofrimento, a busca da conformidade que impede o encaminhamento do desejo no interior de cada um, interrompendo o fluxo evolutivo e gerando estagnação.

Estes conceitos, embora fundados sobre um propósito de análise pessoal e existencial, são muito pertinentes ao que se vive hoje na academia. Aqui, pela Normose não é apenas o indivíduo que adoece, que estagna, que deixa de realizar o seu potencial criador, mas o próprio conhecimento. E não apenas no Brasil, também em outras partes do mundo.

Peter Higgs, Prêmio Nobel de Física de 2013 disse recentemente que não teria lugar no meio acadêmico de hoje, que não seria considerado suficientemente produtivo, e que, por isso, provavelmente não teria descoberto o Bosão de Higgs (a “partícula de Deus), descrito por ele em 1964 mas somente comprovado em 2012, quase 50 anos depois, com a entrada em funcionamento de uma das maiores máquinas já construídas pelo homem, o acelerador de partículas Large Hadron Collider. Higgs contou ao The Guardian que era considerado uma “vergonha” para o seu Departamento pela baixa produtividade de artigos que apresentava, e que só não foi demitido pela possibilidade sempre iminente de um dia ganhar um Nobel, caso sua teoria fosse comprovada. Ele reconheceu que, nos dias de hoje, de obsessão por publicações no ritmo do “publique ou pereça”, não teria tempo nem espaço para desenvolver a sua teoria. À sua época, porém, não só o ambiente acadêmico era outro como ele próprio era um desajustado, um anormal, uma espécie de dissidente que trabalhava sozinho em uma área fora de moda, a física teórica expeculativa. Então, sua teoria é também fruto desta saudável “anormalidade”.

A mim, embora não surpreendam, as declarações de Higgs soam estarrecedoras: ou seja, com os sistemas meritocráticos de avaliação de hoje, que privilegiam a produção de artigos e não de conhecimentos ou de pensamentos inovadores, uma das maiores descobertas da humanidade nas últimas décadas, que rendeu a Higgs o Nobel em 2013, provavelmente não teria ocorrido, como certamente muitos outros avanços científicos e intelectuais estão deixando de ocorrer em função dos sistemas atuais de avaliação da “produtividade em pesquisa”. É a Normose acadêmica fazendo a sua maior vítima: o próprio conhecimento.

Aliás, nunca se usou tanto a autoridade do Nobel para apontar os desvios doentios do nosso sistema acadêmico e científico como em 2013. Randy Schekman, um dos ganhadores do Nobel de Medicina deste ano, em recente artigo no El País, acusou as revistas Nature, Science e Cell, três das maiores em sua área, de prestarem um verdadeiro desserviço à ciência, ao usarem práticas especulativas para garantirem seus mercados editoriais. Schekman menciona, por exemplo, a artificial redução na quantidade de artigos aceitos, a adoção de critérios sensacionalistas na seleção dos mesmos e um absoluto descompromisso com a qualificação do debate científico. E afirmou que a pressão para os cientistas publicarem em revistas “de luxo” como estas (de alto impacto) encoraja-os a perseguirem campos científicos da moda em vez de optarem por trabalhos mais relevantes. Isto explica a afirmação de Higgs sobre ser improvável a descoberta que lhe deu o Nobel no mundo acadêmico de hoje.

O próprio Schekman publicou muito nestas revistas, inclusive as pesquisas que o levaram ao Nobel: diferentemente de Higgs, que era um dissidente, Schekman também já sofreu de Normose. Porém, agora laureado, decidiu pela própria cura e prometeu evitar estas revistas daqui para adiante, sugerindo não só que todos façam o mesmo, como também que evitem avaliar o mérito acadêmico dos outros pela produção de artigos. Foi preciso um Nobel para que se libertasse da doença.

A atual Normose acadêmica se deve à meritocracia produtivista implantada nas universidades, cujos instrumentos, no Brasil, para garantir a disciplina e esta doentia normalidade são os sistemas de avaliação de pesquisadores e programas de pós-graduação, capitaneados principalmente pela CAPES e CNPq. Estes sistemas têm transformado, nas últimas décadas, docentes e alunos em burocráticos produtores de artigos, afastando-os dos reais problemas da ciência e da sociedade, bem como da busca por conhecimentos e pensamentos realmente novos. A exigência de produtividade é um estímulo ao status quo, obstruindo a criatividade, a iniciativa, o senso crítico e a inovação, pois inovar, criar, empreender, fugir ao normal pode ser perigoso, pode ser incerto, pode ser arriscado quando se tem metas produtivas a cumprir; portanto, não é desejável: o mais seguro é fazer “mais do mesmo”, que é ao que a Normose acadêmica condenou as universidades e seus integrantes ao redor do mundo.

Eu escrevi em um artigo de 2013 (http://jornalggn.com.br/fora-pauta/desvendando-a-espuma-ii-de-volta-ao-enigma-da-classe-media) que a meritocracia leva a uma ilusão de eficiência e progresso que não podem se realizar, porque as meritocracias modernas são burocracias. Como bem ensinou Max Weber, a burocracia é uma força modeladora inescapável quando se racionaliza e se regulamenta algum campo de atividade, como acontece no sistema científico atual. Para supostamente discriminar por mérito pessoas e organizações acadêmicas, montou-se um tal sistema de regras, critérios avaliativos, hierarquias de valor, indicadores, etc., que a burocratização das ações acadêmicas tornou-se inevitável. Agora é este sistema que orienta as ações dos acadêmicos, afastando-os de seus próprios valores, desejos e convicções, para agirem em função da conveniência em relação aos processos avaliativos, visando controlar os benefícios ou penalidades que eles impõem. Pessoas sob regimes de avaliação meritocráticos se tornam burocratas comportamentais; e burocratas, como se sabe, pela primazia da conformidade organiozacional a que se submetem, tornam-se inexoravelmente impessoalistas, formalistas, ritualistas e avessos a riscos e a mudanças. Tornam-se normóticos, preferindo, no caso da academia, uma produção sem significado, sem relevância, sem substância inovadora porém segura, a aventurarem-se incertamente em busca do novo.

Agora, depois de já ter escrito isto naquele artigo, descubro que o Nobel de Medicina de 2002, o sul-africano Sydney Brenner, em entrevista de fevereiro deste ano à King’s Reviw, afirmou exatamente o mesmo. Dentre outras coisas, disse ele que as novas ideias na ciência são obstruídas por burocratas do financiamento de pesquisas e por professores que impedem seus alunos de pós-graduação de seguirem suas próprias propostas de investigação. É ao menos alentador perceber que esta realidade insólita não é apenas uma versão tupiniquim da busca tardia e equivocada por um lugara o sol no campo acadêmico atual, mas uma deformação que assola também os “grandes” da arena científica mundial. E também constatar que os lureados com a distinção do Nobel tem se percebido disto e denunciado ao mundo.

De certa forma, todos na academia sabem que estes sistemas de avaliação acadêmicos têm levado a um produtivismo estéril, mas isto não tem sido suficiente para mudar nem as condutas pessoais, nem as diretrizes do sistema, porque a Normose é uma doença coletiva, não individual. Ela advém da necessidade de legitimação do indivíduo frente ao sistema de regras, normas, valores e significados que se impõe a ele. Por isto é que o pesquisador australiano Stewart Clegg afirmou, certa vez, que “pesquisadores que buscam legitimação profissional podem com muita facilidade ser pressionados a aprender mais e mais sobre problemas cada vez mais desinteressantes e irrelevantes, ou a investigar mais e mais soluções que não funcionam”.

Mas agora me advém uma questão curiosa: por que tantos Nobéis tem denunciado este sistema? Creio que porque do alto da distinção recebida, eles já não tem mais nenhum compromisso com a meritocracia acadêmica, e podem falar do dano que ela causa às ideias realmente inovadoras que, inclusive, podem levar à láurea. Mas também porque o Nobel foge à lógica da meritocracia, ele não é um mecanismo meritocrático, portanto, não é burocrático. Ele é até mesmo político, antes de ser meritocrático e burocrático! É um reconhecimento de “mérito” sem ser uma “cracia”. Ou seja, não há, através dele, um sistema de governo das atividades científicas, e por isso ele não leva a uma racionalidade formal, pois ninguém em consciência normal pautaria sua atividade acadêmica quotidiana pela improvável meta de, talvez já na velhice, ganhar o Nobel; e mesmo que tivesse este excêntrico propósito como pauta, teria que fugir da meritocracia que governa os sistemas científicos atuais para chegar a um lugar reconhecidamente distinto, pois ser normal não leva ao Nobel.

Mas este não é o mundo da vida dos seres acadêmicos de hoje, aqui vivemos em uma meritocracia burocrática, e num contexto assim, pouco adiantam as advertências da editora-chefe da revista Science, Marcia McNutt, publicados no Estadão, de que a ciência brasileira precisa ser mais corajosa e mais ousada se quiser crescer em relevância no cenário internacional. Segundo ela, para criar essa coragem é preciso aprender a correr riscos, e aceitar a possibilidade de fracasso como um elemento intrínseco do processo científico. Mas quando as pessoas são penalizadas pelo fracasso, ou são ensinadas que fracassar não é um resultado aceitável, elas deixam de arriscar; e quem não arrisca não produz grandes descobertas, produz apenas ciência incremental, de baixo impacto, que é o perfil geral da ciência brasileira atualmente, segundo ela. É a Normose acadêmica “a brasileira” vista de fora.

Somos todos normóticos em um sistema acadêmico de formação de pesquisadores e de produção de conhecimentos que está doente, e nossa Normose acadêmica tem feito naufragar o pensamento criativo e a iniciativa para o novo em nossas universidades. Sem eles, porém, não há futuro significativo para a vida intelectual dentro delas, nem na ciência nem nas artes.
(Publicado originalmente no site do Luis Nassif)

Texto de Renato Santos de Souza, publicado no E-Book: NASCIMENTO, L.F.M. (Org.) Lia, mas não escrevia (livro eletrônico): contos, crônicas e poesias. Porto Alegre: LFM do Nascimento, 2014.

A urucubaca dos vices

Seja Seja quem for o candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo atual governador, Ricardo Coutinho, na próxima eleição, deve ele se voltar para o passado e mensurar a “queimação” que tisnou a todos aqueles que figuraram como companheiro do representante maior dos girassóis.
O primeiro a se chamuscar foi o atual deputado federal, Manoel Júnior, que na condição de vice-prefeito da capital, representando a coligação formada pelo PMDB e PSB, que levou Ricardo ao Paço Municipal, em 2004, em pouco tempo ficou “tostado” e totalmente alijado das decisões, sem poder e prestigio o que culminou com um traumático rompimento, decepções e ressentimentos que perduram até os dias atuais.
Depois, foi à vez de Luciano Agra, homem tido e havido como peça de fundamental importância em todo o processo que conduziu Ricardo Coutinho ao pedestal e ao “píncaro da glória” na vida política do estado.
Rejeitado, humilhado e até mesmo ameaçado de levar umas palmadas do “Mago”, Luciano Agra, foi obrigado a renunciar a uma candidatura a prefeito da capital, num momento em que desfrutava de incontestável prestigio junto ao eleitorado da capital e com boas perspectivas de vitória, conforme previa as pesquisas eleitorais do momento.
Defenestrado da condição de candidato e sem outro caminho a tomar, foi obrigado a permanecer no Paço Municipal até o fim do mandato, o que lhe impediu de galgar, naquela época, mais quatro anos de mandatos.
As amarras contra Luciano Agra atendeu a um capricho pessoal do governador, que queria a qualquer preço, eleger a jornalista Estelizabel Bezerra, prefeita da capital, o que não ocorreu.
Há até quem diga que a iniciativa de alijamento foi tomada por ele, temendo que uma possível vitória de Agra, no futuro, viesse a comprometer a sua liderança junto ao agrupamento político que comanda e, até mesmo, perante o eleitorado paraibano.
Diante da humilhação que lhe foi imposta, não restou outro caminho a Agra e aos seus aliados, a não ser o rompimento político e o distanciamento de uma amizade siamesa e umbilical, que era tida e decantado como indissolúvel.
Por conta do imbróglio, foi-se Agra e mais outros aguerridos companheiros, entre os quais o próprio Agra, o atual vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, o vereador Ubiratan Pereira, a poderosa ex-secretária da saúde Roseane Meira, entre outros.
Agora, conforme antecipa o noticiário político, o próximo a ir ao escanteio será o atual vice-governador Rômulo Gouveia, que chegou a romper uma amizade longeva com o grupo Cunha Lima, para permanecer ao lado de Ricardo Coutinho, com a anunciada promessa de ser o seu candidato ao senado nas eleições de outubro próximo.
Rômulo, já deve ter perdido alguns quilos ao perceber que o seu nome sofre por um processo de restrição, podendo a qualquer momento, perder a sua vaga para um representante do PMDB ou do PT, que negociam apoio e participação na chapa majoritária encabeçado por Coutinho, restando-lhe apenas a opção de permanecer humilhado ou voltar para o seu antigo agrupamento político, hoje comandado pelo senador Cássio Cunha Lima.
Mas, também é bom lembrar aos futuros pretendentes ao cargo de vice, que a expressiva maioria daqueles que galgaram este cargo, o caminho foi o ostracismo político, a exemplo de Juarez Farias, Antônio Gomes, José Carlos da Silva Júnior, Milton Cabral, Roberto Paulino, José Lacerda Neto e até mesmo Raimundo Asfora, que morreu antes de assumir o cargo.
É urucubaca.

(Jornalista Chico Pinto, em seu blog)
 

As dificuldades na montagem do palanque de Dilma no Estado da Paraíba



A quadra política na Paraíba vai se definindo, mas, a cada definição as coisas ficam mais confusas. A Convenção do PSB homologou a candidatura do governador Ricardo Coutinho à reeleição e definiu o nome de Lucélio Cartaxo (PT) como candidato ao Senado. PT e PSB chegaram a um acordo. Isso significa que, pelo menos naquela quadra, o PT não pedirá votos para a presidente Dilma Rousseff. Ao menos por um mínimo coerência, uma vez que a chapa é encabeçada por um governador socialista, ligado ao ex-governador e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos.  Essa observação, no entanto, vale apenas para alguns segmentos do partido. Nossa impressão é que os dissidentes, dessa vez, continuarão firmes com o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Duvido que o deputado Luiz Couto acompanhe a decisão do grupo ligado ao prefeito Luciano Cartaxo. Em todo caso, a Convenção encheu os olhos do "Mago". Segundo o jornalista Tião Lucena, contou com mais de 50 prefeitos, além de centenas de correligionários, entre eles, para nossa surpresa, um Cunha Lima, Renato Cunha Lima, tio do senador Cássio Cunha Lima, em tese rompido com o atual mandatário do Estado. Ricardo estava entre aqueles governadores do PSB que desejavam que Eduardo Campos não caísse na tentação de uma candidatura própria contra a presidente Dilma Rousseff. Apoiou a eleição de Dilma em 2010. Nem os colegas mais próximos conseguiram dissuadir essa ideia fixa de Eduardo Campos. Hoje, o quadro é um pouco mais complicado, mas não surpreenderia uma posição de "neutralidade" do "Mago", embora ele jure fidelidade ao amigo Eduardo. Aqui em Pernambuco, por exemplo, vários prefeitos do PSB estão engrossando o apoio ao candidato Armando Monteiro, que faz oposição ao Palácio do Campo das Princesas. Coerência partidária, no Brasil, é coisa rara. O PMDB daquele Estado, por sua vez, deve lançar a candidatura de Veneziano Vital do Rego ao Palácio da Redenção, tendo a raposa felpuda do José Maranhão como candidato ao Senado. O que se comenta é que a família Vital do Rego, hoje, não teria um bom relacionamento com o Palácio do Planalto. As rusgas estão relacionadas a não nomeação do senador Vitalzinho para o Ministério da Integração Nacional. Os Vital do Rego, de Campina Grande, estão no grupo de peemedebistas que não rezam na cartilha do Planalto.  Por outro lado, Dilma nunca gostou muito do José Maranhão(PMDB). Por diversas vezes, barrou suas pretensões de ocupar algum cargo no plano federal, mesmo sabendo que ele contava com o aval dos caciques da agremiação. Talvez o problema fosse exatamente esse. O cenário indica alguns dificuldades de palanque para a presidente Dilma Rousseff naquela quadra da Federação, conforme estamos alertando há algum tempo. A comitiva de Princesa Isabel esteve muito bem representada no evento, como mostra a foto sorridente do jornalista Tião Lucena. 

Nota do Editor: O que se comenta na Paraíba é que Ricardo Coutinho(PSB) estaria "fechado" com a candidatura presidencial de Eduardo Campos, apesar da resistência inicial ao projeto. O PT, por sua vez, apesar de alinhar-se com Ricardo Coutinho afirma que continua apoiando o projeto de reeleição de Dilma Rousseff. Vá entender. A Executiva Nacional, segundo fomos informado, pensou em intervir no diretório estadual do partido. Resta a Dilma acertar os ponteiros com a família Vital do Rego, engolindo a raposa José Maranhão.