pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Editorial: O carnaval de Lula



Depois de uma intensa mobilização para recuperar o tempo perdido e os desmandos do governo anterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu descansar e regarregar as baterias durante o período momesmo. Optou pela Base Naval de Aratu, na Bahia, que está se transformando numa especie de residência oficial de veraneio da Presidência da República, uma vez que uma leva de ex-presidentes estiveram no local durante os períodos de feriados prolongados. Como se trata de uma base militar, naturalmente, torna-se possível descansar sem ser incomodado. Mais o danado é que o presidente acabou sendo incomado pelo intenso temporal que caiu na região litorânea do Estado de São Paulo - principalmente na cidade de São Sebastião - acarretando mortes, desaparecidos e desabrigados. 

Com a sua sensibilidade e responsabilidade de um governante, Lula interrompeu o seu descanso merecido e partiu imediatamente para São Paulo, com o objetivo de solidarizar-se com os atingidos e estabelecer ações conjuntas dos governos Federal, Estadual e Municipal no sentido de socorrer as vítimas e adotar medidas para recuperar os danos produzidos pelas enxurradas. Este é um comportamento diametralmente oposto ao do governo anterior, que não demonstrava empatia com o próximo, por vezes até ridicularizando situações de calamidades públicas. 

Antes de mais nada, Lula não fez mais do que deveria ser feito, ou seja, a sua obrigação. mas, diante da conjuntura política que enfrentamos até recentemente, sua atitude está tendo uma excepcional repercussão nas redes sociais. O Governo Lula está dando um ponta pé dos melhores neste início de governo e, naturalmente, não poderia cometer uma falha dessa magnitude, em razão de sua responsabilidade pública. Ponto para Lula. Infelizmente, pelo andar da carruagem, essas tragédias estão se tornando rotineiras, em razão dos danos climáticos produzidos pela ação dos homens na natureza. Não é desejável, mas não seria improvável que outras possam vir a ocorrer.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Editorial: Convém manter distância do bolsonarismo tóxico, deputado.



O campo político exige muita civilidade dos seus atores. É necessário, no entanto, manter a cautela necessária para saber qual é o limite imposto por essa tal atitude respeitosa e civilizada, contingência determinada pelas boas regras de convivência democrática. Até recentemente, Lula, que faz um governo de ampla conciliação nacional, exigiu dos seus subordinados a imediata retirada de servidores, ligados ao bolsonarismo, de suas funções. Naturalmente, que estamos tratando aqui dos cargos de confiança bolsonaristas que, estariam, segundo ele, deliberadamente, emperrando o andamento do seu governo.
 
O ritmo do Governo Lula, aliás, está de bom tamanho, a julgar pelas avaliações de jornalistas insuspeitas, como a Miriam Leitão, que se disse surpresa com tantas realizações em tão pouco tempo. Mais ele tem pressa, contas a ajustar com os seus eleitores, sabe que o país esteve, até bem pouco tempo sob trevas, e vamos respeitar sua capacidade de trabalho. As bolsas de pesquisa de mestrado e doutorado da CAPES e CNPq, que já estavam há dez anos sem reajustes, tiveram suas recomposições. Algumas categorias de servidores do executivo estão há sete anos sem qualquer recomposição, um massacre que já corroeu mais de 40% dos seus proventos. 

Para esse pessoal, nem um aumento substantivo resolve - posto que é impossível repor isso de uma única vez - mas se faz necessário estabelecer uma "política" de aumentos escalonados e graduais, até que a granada do Paulo Guedes seja desativada. Lula tem pressa, perdão por ser repetitivo, mas são mais de 14 mil obras paradas em todo o Brasil. Segundo informações que circulam na imprensa - não é apenas nas redes sociais, o que exige cautela - 98% dessas casas entregues por Lula estavam completamente concluídas, restando, tão somente, uma mão de cal. O "descaso" é a marca indelével do governo anterior. 

Como disse no início, as alianças políticas celebradas por Lula atingiram amplos espectros ideológicos - talvez bem acima do que gostaríamos - mas isso faz parte de um jogo determinado pelas correlações de força. Em todo caso, senhor deputado Washington Quaquá, com todo o nosso respeito, convém manter uma distância regulamentar do bolsonarismo raiz. Ele não faz bem, tampouco é isso que se pode depreender das contingências impostas a Luiz Inácio Lula da Silva, que precisa engolir alguns sapos, menos os tóxicos.      

Editorial: O cálculo político de Jair Bolsonaro



Antes mesmo de concluir oficialmente o mandato, ao apagar das luzes, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o país, num processo complicado, que envolveu questionamentos sobre o uso das prerrogativas ainda de presidente - como a utilização de aeronaves oficiais - e, pior, sem as despedidas formais e civilizadas, que incluiriam a passagem de faixa para o novo mandatário do país. Nos escaninhos, vazou a informação de que ele teria consultado o mundo jurídico sobre a eventualidade de alguma ação contra ele, sendo informado que, com a ausência do foro privilegiado, ele se tornaria um sujeito vulnerável juridicamente, ou seja, podia, sim, ser preso a qualquer momento. 

Sua saída do país gerou muitas especulações. No exterior, encontros com atores políticos comprometidos com o ideário da ultra-direita golpista norte-americana e, mais recentemente, uma palestra numa igreja evangélica, onde voltou a levantar questionamentos sobre as últimas eleições presidenciais no país, legitimamente vencidas pelo seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de outras rotinas - que incluiu algumas caminhadas -  confirmou que estará de volta ao país, com o propósito de fazer uma oposição cerrada ao presidente Luiz Inácio Luda da Siva. 

Não existe nenhum problema em fazer oposição a Lula. É algo perfeitamente previsto no escopo de um regime de democracia representativa. Se souber conduzi-la bem, pode até trazer contribuição para o andamento do governo, embora se entenda que não seja bem este os seus objetivos. Estamos, agora, procurando entender qual seria o cálculo político do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas entrelinhas, em tom enigmático, ele já chegou a insinuar que o Governo de Lula iria acabar logo. A estrutura montada pelo bolsonarismo na máquina da burocracia pública permanece relativamente bem azeitada, principalmente entre o estamento militar. Salvo melhor juízo, voltaram a ocorrer as manifestações de rua, realizadas por bolsonaristas, mesmo diante da reação dura das instituições democráticas do país em relação aos envolvidos nos episódios do dia 08 de janeiro. 

Até recentemente, Lula se queixou que acredita que algumas coisas não andem por conta dessa "engrenagem". A preocupação tem cabimento. Agora circula a informação de que a possibilidade de uma prisão do ex-presidente são bastante remotas. Vamos afinando o violino político para entendermos qual seria exatamente o seu cálculo. Já vamos logo antecipando, seu Jair, que Lula vai muito bem de saúde e de governo. 

Charge! Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Editorial: Bolsonaristas infiltrados emperram o Governo Lula.



Embora haja algumas ponderações naturais, este editor está bastante satisfeito com o Governo do senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Somente o Governo ter interrompido a tragédia humintária que se abatia sobre os povos Yanomamis e freado o desmatamento na Amazonas, já estaria de bom tamanho. As críticas, logicamente, vão sempre no sentido de dar a nossa modesta contribuição à retomada do processo iluminista, pois havíamos mergulhado nas trevas, durante o governo anterior. Mais um mandato e não teríamos ideia para onde nos conduziriam esse porão miliciano, esta aliança nefasta entre cristãos protestantes, milicianos, crime organizado, grupos políticos e traficantes de drogas. Hoje, através de nossas redes sociais, um internauta nos deu uma pista para entendermos essa aliança, aparentemente esdrúxula: a lavagem de dinheiro. Tanto os falsos profetas quanto os traficantes têm interesse aqui. Um desses chefes do tráfico declarou ter aberto 06 igrejas evangélicas.  

O ritmo do Governo também está ótimo, entregando moradias, tocando obras paralizadas por todo o país. Ontem foi em Aracaju, Sergipe, mas a informação é de que há milhares delas paradas, o que se traduz num grande descalabro administrativo. Nós estamos satisfeitos, mas Lula não está. Ele acredita que, não sem motivos, o seu governo está sendo boicotado por bolsonaristas infiltrados, que permanecem na máquina pública, atuando num diapasão bolsonarista, impedindo que algumas coisas andem conforme seus objetivos de gestão.

Não seria improvável, meu caro Lula, mas vai aqui algumas ponderações. Um dos problemas é o padrão de construção dessa aliança pela governabilidade estabelecido por Vossa Excelência, que contribui para essa possibilidade concreta de boicote. Já houve denúncias até de Ministros de Estado com base política em redutos milicianos. Outro, fazendo uso indevido de recursos do famigerado orçamento secreto, que você considera uma excrescência, mas sabe que, politicamente, não há muito o que se possa ser feito na atual conjuntura política. 

No Estado da Paraíba há denúncias de pessoas que estiveram integradas ao bolsonarismo - inclusive nessas movimentações de caráter golpistas - ocupando cargos de DAS. Se faz necessário ter um filtro ideológico realmente rigoroso, mas essa gente, infelizmente, de alguma forma, encontra-se em sua base aliada, através de grêmios partidários de centro-direita. A nossa experiência na máquina pública, por outro lado, alerta para os chamados "homens rapariga", esses que são capazes de pisar no pesçoço da mãe para ocuparem um cargo de DAS, o que representa um acréscimo nos seus proventos. Esses são movidos por interesses vis. São as chamadas Dianas de Pastoril. Já estão trajados com as duas vestimentas, adequando-se à situação política conforme as conveniências. Esses são ainda mais perigosos. 

Editorial: É verdade que as casas entregues ontem por Lula estavam prontas desde 2016?



Em apenas 45 dias de governo, Lula retomou o Programa Minha Casa, Minha Vida a todo vapor, entregando centenas de unidades habitacionais, depois, como se diz no jargão dos pedreiros, que precisavam, apenas, passar uma mão de cal, uma vez que as residências estavam praticamente prontas. Na realidade, essas casas estariam prontas desde 2016 e não foram entregues pelo Governo Bolsonaro, segundo denúncias que estão sendo veiculadas pela imprensa. Se tais denúncias forem confirmadas, estamos diante de fatos graves, que precisam ser apurados e os responsáveis punidos. 

Não queremos aqui fazer algum julgamento precipitado - repercuto apenas as "denúncias" que ainda precisam de uma efetiva confirmação, para não incorrermos nas famigerdas fake news - pois existem uma série de entraves burocráticos nesses processos. Outro dia, aqui mesmo no Estado de Pernambuco, a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha, formada por servidores públicos municipais, que estavam envolvidos em vendas ou distribuição irregular desses imóveis, ou seja, as unidades habitacionais não estavam indo para quem, de fato, precisavam delas, mas para parentes e amigos desses agentes públicos, mediante, naturalmente, ao recebimento de vantagens financeiras. Convém que o governo atual esclareça essa questão, de preferência separando o joio do trigo, deixando consubstanciado as razões efetivas sobre esse longo atraso na entrega dessas moradias, num país com o nosso déficit habitacional. 

No mais, é parabenizar o Governo Lula pela iniciativa, bastante convergente com as suas preocupações de gestão. Ontem, no Estado de Sergipe, também ocorreu a informação de que as obras que Lula começou a destravar estavam "paradas' há um bom tempo. Segundo cálculos, são milhares de obras paradas que ficaram como herança maldita do governo anterior. Deve existir alguma "lógica" ou  "motivação" por trás disso, algo que, igualmente, precisa ser urgentemente explicado. Má gestão? Ação deliberada? Auferimento de vantagens envolvendo agentes públicos e privados? Constrangimentos eleitorais?    

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Editorial: "Sou do Recife com orgulho e com saudade. Sou do Recife com vontade de chorar!"

 


Segundo as previsões das agências que monitoram o nosso clima, não seria improvável que tenhamos um carnaval com muita chuva aqui no Recife e, provavelmente, na Marim dos Caetés. Com muita chuva e pouco frevo, a julgar pelas atrações que estão sendo anunciadas, um fato profundamente lamentável. Já faz algum tempo que presenciamos - movido por interesses mercadológicos e políticos - essas idiossincrasias das atrações que se apresentam no nosso carnaval, que não guardam, absolutamente, nenhuma relação com o frevo pernambucano. Não seria um fenômeno exclusivamente nosso. Os baianos, outra praça de carnaval tradicional, também se queixa bastante desse problema. 

O grande público talvez nem se aperceba dessa descaracterização, cujos reclames recaem sobretudo, por atores do meio artístico e intelectual. Diríamos que por pernambucanos autêntcios, uma vez que o frevo é um ritmo musicial genuinamente nosso, assim como o bolo de rolo. Uma pena mesmo que este fato não seja respeitado pelas autoridades públicas no momento de celebrarem contratos com esses artistas, que cantam de tudo, menos o frevo pernambucano. 

O descaso, com raras e honrosas exceções - a Fundação Joaquim Nabuco é uma delas, que realizou um concurso de frevo até recentemente - é generalizado, à exceção, da nossa Rádio Universitária, que mantém, há décadas, um programa exclusivo tratando e tocando este ritmo. Nos sentimos, assim como o grande compositor e cronista Antonio Maria, no seu espetacular frevo número 3: Sou do Recife com orgulho e com saudade, mas com vontade de chorar!.  

Editorial: Quem matou Pablo Neruda?




O poeta Pablo Neruda, Prêmio Nobel de Literatura, era filiado ao Partido Comunista Chileno e um grande aliado do presidente Salvador Allende, morto durante o golpe militar ocorrido no Chile em 1973. Allende morreu lutando, no Palácio de Lá Moneda - sede da presidência do país -, quando tropas leais aos golpistas, comandados pelo general Augusto Pinochet, avançacam em seus objetivos. A versão de que ele teria se suicidado, ao longo dos anos, ficou completamente desmoralizada pelos fatos que vieram à tona envolvendo aqueles eventos sombrios, caracterizado por um golpe "tradicional", com o apoio logístico dos Estados Unidos e tudo. 

Segundo analistas, o Golpe Chileno foi o ponta pé inicial para a adoção do receituário neoliberal em todo o continente latino-americano. A Ditatura Chilena, como se sabe, se tornaria uma das mais sangrentas do continente, ceifando a vida de milhares de civis opositores do regime. Um dos principais assessores de Salvador Allende, Orlando Letelier, foi assassinado, imaginem, praticamente nos jardins da Casa Branca, num crime que se insere no script de execuções da Operação Condor. Havia sido Ministro da Defesa e atuava como embaixador do Chile nos Estados Unidos. Uma bomba foi colocada em seu carro.  

No Brasil, hoje, parece não existir mais dúvidas sobre um eventual assassinato de nomes como o dos ex-presidentes João Goulart, Juscelino Kubitschec e do educador Anísio Teixeira, que, supostamente, teria caído num poço de elevador, em condições técnicas absolutamente insustentáveis do ponto de vista de uma morte acidental. O agente encarregado de vigiar Jango, por outro lado, depois admitiria que ele havia tomado o remédio "errado" para o coração. A lista é grande e incluiria, também, o poeta chileno Pablo Neruda. 

Outro dia, na produção de um novo romance, lembramos das tórridas e emocionantes cenas de alumbramento do poeta chileno contidas no livro Confesso Que Vivi, uma espécie da autobiografia. A suspeita sobre uma eventual morte provocada pela Ditadura Chilena ao poeta permanceu em dúvida durante décadas. As suspeitas eram muitas. A exumação do corpo dissipou-as. Foram encontradas a presença de toxinas no seu corpo, indicando o assassinato por envenenamento. Resta saber quem, no escopo da Ditadura Chilena, ordenou a morte do grande poeta. 

Há um outro fato que este editor ficou sabendo. Antes de ele receber esta injeção suspeita, houve uma transferência emergencial do poeta de um hospital para outro. Esse outro era uma espécie de "morredouro" - como diria o filósofo Michel Foucault - dos opositores da Ditatura Chilenia. Sobre essas questões revisionistas, o Chile tem, pelo menos, uma vantagem sobre nós. Eles não se intimidam em exumar o passado... e punir aqueles que cometeram crimess hediondos contra a humanidade.  

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Editorial: A cultura da "farra" com os cartões corporativos.

 


A cada dia surgem mais informações desabonadoras sobre o uso indevido, irregular - ou até imoral - dos chamados cartões corporativos. Há o que o jornalista Josias de Souza, do UOL, chama de perda do recato de integrantes do governo anterior em relaçaõ ao uso desses cartões. Ele foi transformado numa espécie de "rachadinha", segundo observa o jornalista. Vamos poupar os leitores dos inúmeros casos onde se vem verificando irregularidades com o uso desses cartões corporativos, indicativos de um absoluto despudor na sua utilização. Como já disse em outros momentos, sobretudo para os cronistas do cotidiano ou para os folcloristas, não deixa de ser interessante observar o "cardápio" ou os "hábitos" de consumo dos nossos gestores, onde surgem fatos curiosíssimos.

Ao trazermos a questão para o plano do interesse público, a coisa muda completamente de figura, pois fica patente que o dinheiro dos nossos impostos foram emopregados de forma indevida, implicando numa necessária punição aos agentes públicos que fizeram uso irregular desses cartões corporativos. Embora o governo atual não possa ser responsabilizado por tais desmandos, convém, urgentemente, que seja retomada uma campanha disciplinar sobre o uso correto desses cartões, que se assuma uma postura ética e republicana no uso desse instrumento, evitando, assim, maiores consequências futuras. 

Pelo andar da carruagem política, o ambiente anterior é de absoluto "descontrole", para usarmos aqui um termo eufemístico. Isso contribui para produzir uma espécie de cultura do "tudo pode", "usa o cartão", sem que se fique atento aos constrangimentos republicanos impostos ao uso desse instrumento de trabalho, criado com boas intenções, mas eivado de vários incentivos às maracutais. Há alguns anos atrás, se fez um alarde danado em torno de uma tapioca, comprada por ministro do Governo da Coalizão Petista, com o cartão corportativo. Uma tapioca, aqui no Alto da Sé, com recheio de camarão e tudo, não fica acima de R$ 20,00 reais. Ficamos aqui imaginando o que o ex-minsitro não deve estar pensando ao ver essas notícias dos jornais. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Editorial: A disputa acirrada pela SUDENE entre os aliados de Lula.



Até recentemente, no Centro de Convenções do Estado, o governador da Paraíba, João Azevedo, do PSB, reuniu todos os governadores da Região Nordeste, no escopo do Consórcio Nordeste, com o objetivo de formular uma série de demandas, dos entes federados regionais, com o propósito de entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Todos os governadores participaram da reunião, lembrando os velhos tempos da antiga SUDENE. Nem mesmo uma figura emblemática daquele órgão, a economista Tânia Bacelar, se fez ausente, dando ainda o tom dos encontros do antigo órgão, que começou a ser esvaziado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, no bojo da reforma administrativa. 

Na oportunidade, a professora Tânia Bacelar apresentou para o público presente o Projeto Nordeste - 2023\2033, onde elenca as potencialidades de desenvolvimento da região.O prédio do antigo órgão - dos tempos em que era uma agência de fomento importante para região e tinha como objetivo minimizar o drama das desigualdades regionais - continua com a sua antiga imponência, ali no Engenho do Meio, próximo ao Hospital Universitário, mas o miolo não é mais o mesmo. Existe até um pleito da UFPE em ocupar o espaço, consoante, naturalmente, com seus interesses. Agora, no momento atual, não se sabe muito bem o que o Governo Lula pretende com aquele órgão, mas algo sugere que deve haver uma boa vontade do Governo Federal com a instituição. Boa vontade, verbas e bons salários, evidentemente, já que o "patinho feio" tornou-se objeto de desejo dos políticos.

A SUDENE passou a ser um objeto de desejo de diversos grupos que apoiam o Presidente da República. Em princípio, já que o Solidariedade não obteve um espaço na Esplanada dos Ministérios, pensou-se em entregar o órgao ao partido, de preferência comandado pela aliada Marília Arraes. Haveria um pleito, igualmente, do MDB, quem sabe, com a indicação de Raul Henry para o cargo. A resistência do PT parece ter zerado o jogo. Um velho aliado do senador Humberto Costa entrou na disputa, Dilson Peixoto. Para embolar ainda mais o meio de campo, segundo um site de notícias, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), estaria  negociando abrir o Governo Municipal para o PT - justo  ele, que havia afirmado que não faria isso jamais (olha aí, Paulo Guerra) - em troca do apoio da legenda no tocante à  indicação do nome de Danilo Cabral para a presidência da autarquia. 

Editorial: O festival de besteiras que assola o país.

 



Acordamos numa segunda-feira sem um assunto mais sério para discutirmos por aqui, através dos nossos editoriais. Se o grande Stanislaw Ponte Preta estivesse entre nós, diria que estamos diante de um grande festival de bobagens assolando o país. E aqui não se trata das cortantes ironias, comuns na escrita de Sérgio Porto. É que, neste momento, o país parece mesmo ter dado vazão a essas discussões fúteis. O retrocesso civilizatório pelo qual passamos nos últimos anos transmite indicadores de que atingiu, também, a nossa inteligência. Uma questão que sempre nos intrigou é como Stanislaw Ponte Preta tinha a liberdade de escrever, naquele período, tantas coisas sobre a Ditadura Militar.

Pelas redes sociais bolsonaristas, continuam as surradas pregações golpistas, alicerçada fragilmente na tese da teoria da conspiração de que houve fraude nas eleições de outubro. O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a repisar o assunto, durante uma palestra, numa igreja evangélica nos Estado Unidos, com ilações descabidas e ilegais contra o TSE. Ele perdeu as eleições porque 58 milhões de eleitoras e eleitores brasileiros votaram no candidato Luiz Inácio Lula da Silva, impedindo que o país mergulhasse de vez nas trevas e no obscurantismo.   

Logo, a caixa de ressonância ecoou no Brasil, através de seus fiéis seguidores, que já estariam se mobilizando para novas manifestações de rua, mesmo depois da clava pesada da justiça que se abateu sobre eles a partir da operação Lesa-Pátria, cumprida pela Polícia Federal, com decisões e determinações do Supremo Tribunal Federal, envolvendo os participantes dos atos golpistas do dia 08 de janeiro. Jair Bolsonaro afirma que estará voltando ao país nas próximas semanas, mesmo sabendo que as investigações da justiça imputadas a ele foram encaminhadas à primeira instância e ele perdeu o foro privilegiado. 

O cálculo dos bolsonaristas, no entanto, neste caso, parece ser outro, a julgar, por exemplo, pelo pronunciamento de um dos seus filhos, através das redes sociais - o grande habitat dos bolsonaristas - de que, caso ele seja preso, se transformará num mártir. Ainda em relação à família Bolsonaro, ninguém aguenta mais essa conversa da aplicação de próteses de silicone da ex-primeira dama, tampouco em relação às moedas do espelho d'água do Palácio do Planalto, que teriam sido recolhidas e encaminhadas a uma instituição de caridade. 

Agora é essa discussão sobre o abate de objetos voadores não identificados que está se propagando, assumindo o primeiro lugar no Trending Topics da plataforma Twitter. Uma segunda-feira de muitas bobagens, bem ao estilo de nosso grande cronista carioca, Stanislaw Ponte Preta, que não largava uma cadernetinha para anotar as notícias que poderiam se tornar assunto de suas crônicas. Nem mesmo quando ia à praia com a família. Num dia como o de hoje, não faltaria assunto ao cronista. Para completar o enredo, só mesmo os bastidores do que está ocorrendo nesta edição do Big Brother Brasil. Vamos torcer que tenhamos um assunto mais sério para discutirmos até o final do dia.  

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


sábado, 11 de fevereiro de 2023

Editorial: A agenda de Lula nos Estados Unidos.

 


Aqui pelo país, a combustão permanece alta entre autoridades do Governo Lula, o Banco Central e setores da mídia. Curioso como neste primeiro momento - ainda no início de mandato - comecem a surgir tantas divergências em torno da política econômica do futuro Governo Lula. As altas taxas de juros, de fato, tem sido uma dor de cabeça para o capital produtivo - o que para o capital especulativo é uma festa - embora a questão da autonomia do Beanco Central precise estar fora deste debate, posto que prevista em lei, consoante os mais avançados processos de gestão dessas instituições bancárias pelo mundo. 

Hoje, o editorial de um grande jornal paulista se coloca veementemente contra um suposto plano do BNDES em investir pesado na reindustrialização do país. É desta vez que o Aloízio Mercadante perde os últimos fios de cabelo. No exterior - pelo menos ali - os passos parecem estar afinados, como se pode concluir pela agenda do encontro entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em última análise, é uma agenda civilizada, do iluminismo, de combate às trevas, a barbárie e o retrocesso civilizatório enfrentado nos dias atuais: Fortalecimento das instituições democráticas; defesa dos diretios humanos e combate às violações das leis internacionais; combate à crise climática, com a proposta de que os Estado Unidos cooperem com o Fundo Amazônico. A agenda comercial prevê, naturalmente, a ampliação das relações comerciais entre os dois países.

Nessa indisposição de setores da Faria Lima e da imprensa com o futuro Governo Lula - não deixaram nem a cadeira esquentar - convém usar de prudência e se orientar pela máxima do grande Leonel Brizola. Puxar a brasa para sardinha do andar de baixo sempre incomodou bastante esses setores. Bastidores agora relevados sobre o levante golpista do 08 de janeiro dão conta de que haviam muito mais militares envolvidos do que se imagina. As instituições democráticas do país continuam inspirando os cuidados necessários.  



 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


Editorial: Parabéns, PT! Pelos seus 43 anos de vida.

 


Houve um tempo em que, movido pelas contingências acadêmicas, sabíamos tudo sobre o Partido dos Trabalhadores. Éramos capazes de dizer em que encontro tal tese foi levantada, por qual têndência partidária, quem estava presente nas reuniões. Ao longo dos anos, o próprio partido decidiu tomar alguns rumos - se aproximando mais de uma luta pelo voto - abandonando o trabalho de militância dos seus primórdios. Atingido pela Lei de Ferro das Oligarquias, também passou por um processo de oligarquização, mantendo em seus quadros alguns caciques que passaram a tomar as decisões partidárias, por vezes, à revelia dos seus setores mais orgânicos. 

Esses setores, no entanto, pelas próprias características de sua fundação, nunca foram completamente extintos daquela agremiação política, cumprindo sempre um grande papel em sua organização. Até recentemente, por exemplo, fizeram um barulho danado para aceitar o Chuchu com Lula. O PT ainda guarda, embora em menor escala, algumas daquelas características iniciais que o distinguia das demais agremiações políticas no contexto de nosso sistema partidário. 

Naqueles tempos, ainda na década de 80 do século passado, muitos estudiosos e pesquisadores do exterior vieram ao país estudar o Partido dos Trbalhadores e, em particular, a sua grande liderança, Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do antipetismo fomentado na sociedade brasileira nos últimos anos - em certa medida motivado por equívocos cometidos pelo própro partido - o PT continua sendo o grande partido da maioria dos brasileiros que se identificam com algum grêmio partidário. Salvo melhor juízo, ainda é o partido que ostenta os melhores índices de avaliação e atrai o maior número de filiados. Salve o PT!   

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Editorial: O IBAMA voltou!!!

 


Fazia algum tempo que os brasileiros não viam órgãos como o IBAMA cumprindo seu verdadeiro papel constitucional. Durante o último governo - desastroso no que concerne às políticas ambientais - o órgão, naturalmente, passou por um processo de esvaziamento, vítima de uma série de ações do Poder Executivo, com o propósito explícito de impedir suas atividades de proteção ambiental. Não precisamos aqui entrar nos detalhes, uma vez que tais manobras são bastante conhecidas, como exoneração de servidores que desejavam realizar um trabalho sério; limites de verbas de custeio; retrocessos legislativos; não renovação do quadro de servidores. Até um montante de 6 bilhões de multas aplicadas aos madeireiros por contrabando ilegal de madeiras o governo anterior cogitou anistiar. 

A prerrogativa do IBAMA de destruir as máquinas utilizadas pelo garimpo ilegal e pelos madeireiros foi bastante criticada no último governo. Por este motivo, anda circulando nas redes sociais uma série de vídeos mostrando essas ações, como a explosão de tratores, aviões e balsas. Mais um mandato deste governo motosserra e o órgão iria trabalhar para proteger traficantes, madeireiros e garimpeiros ilegais. O mesmo destino seria reservado a órgãos como a FUNAI e, possivelmente, o ICMbio. Há um relatório devastador da FUNAI mostrando o que se passava na região.

Hoje, publicamos na nossa rede Twitter, uma imagem impressionante de uma mãe Yanomami recebendo a Ministra de Povos Originários, Sônia Guajajara. Fazia algum tempo que não se via aquele povo tao feliz. Outra referência é o traço, sempre genial, do cartunista Laerte, que traduz muito bem o que o governo anterior pensava sobre a presença dos garimpeiros ilegais na região ou como foi omisso na tomada de providências para retirá-los de lá. Um pouco mais de um mês de Governo Lula e há, sim, o que comemorar: O IBAMA voltou!!!

Editorial: Reajuste dos servidores públicos: mais um embate entre civis e militares?



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, numa reunião recente com representantes de entidades representativas ligadas aos servidores públicos federais do Executivo, admitiu que é chegado o momento de retirar a granada colocada no bolso desses servidores pelo governo anterior. A referência diz respeito a uma fala do ex-Ministro da Economonia de Bolsonaro, Paulo Guedes, que, em reunião ministerial, chegou a comemorar o fato de tais categorias ficariam sem as merecidas recomposições salariais ao longo dos anos, submetidas, aliás, a um sacrifício "seletivo". 

O massacre já dura sete anos e a granada já explodiu faz tempo, com perdas acumuladas calculadas em mais de 40%. Não se sabe ainda como o Governo Lula pretende enfrentar essa questão, mas há sensibilidade e boa vontade em fazê-lo, o que já significa um bom encaminhamento. O orçamento é apertado e as estimativas de índices de ajustes, hoje, ficam nos mesmos patamares do que já estaria sendo previsto nas dotações orçamentárias do governo anterior, ou seja, algo em torno de um percentual linear da ordem de 5%. 

Primeiro, é preciso que se estabeleça o mecanismo de recomposição dessas perdas ao longo de uma política de reajsutes graduais e sistemáticos, de preferência diferenciados, por uma questão de isonomia e justiça com algumas categorias. Impossível desarmar ou retirar essa granada do bolso de uma só vez. Por outro lado, convém não perder de vista que os servidores militares não passaram por este problema e é preciso tratar o assunto, mesmo diante dos melindres e nervosismos, como tal. 

Os militares tiveram recomposições salariais regulares e outros benefícios, além de serem poupados das reformas draconianas da previdência social, que caiu como uma espada na cabeça dos indefesos servidores civis. Polícias e militares, aliás, sempre representou o foco de interesse e preocupações do governo anterior, que tinha como objetivo mantê-los em base de apoio. Segundo dizem por equívoco, até mesmo em programas emergenciais, milhares de militares foram beneficiados.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: A queda de braços entre Lula e Campos Neto.



O presidente Lula e seus assessores mais ortodoxos andam às turras com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, filho do economista Roberto Campos, autor de uma expressão que ficaria conhecida no jargão político brasileiro: A parte mais sensível do do ser humano é o bolso. A julgar pela temperatura política entre o Palácio do Planalto e a instituição bancária, a questão das taxas de juros nunca foi tão sensível como nestes primeiros meses de governo. O motivo são as altas taxas de juros praticadas por aquela instituição bancária, tidas como as maiores do mundo. 

O cabo de guerra está cada vez mais esticado porque, além das questões de caráter estritamente econômica, agora entraram em cena as questões de outra ordem, como a ideológica.  Campos Neto tem sido apresentado como uma espécie de herança maldita do bolsonarismo, mantida ali para prejudicar o Governo do PT. Pelas redes sociais, há referências recorrentes ao seu suposto passado bolsonarista, traduzido pela sua proximidade com a família e por vestir a camisa do bolsonarismo - literalmente - como por ocasião de uma dessas eleições recentes. 

Nesses momentos, como se trata de um assunto que não dominamos - a economia - sempre recorremos aos universitários. E o que eles dizem é que a prerrogativa de autonomia do Banco Central se trata de uma medida correta, salutar, indispensável para manter a inflação sob controle e, em última análise, proteger os mais os pobres e não a Faria Lima. Não existe consenso, entretanto, nem mesmo entre o capital sobre o assunto. É preciso separar a banda do capital que se beneficia desses juros altos - os tubarões do sistema bancário -  e uma leva do empresariado de outros setores, sensivelmente prejudicados por essas altas taxas de juros, notadamente os dos setores produtivos.  

Em artigo na revista Veja, o economista paraibano, Mailson da Nóbrega, faz todo um retrospecto histórico sobre a construção de um consenso em relação à fundamentação da autonomia dessas instituições bancárias pela mundo, evidenciando que a mesma tornou-se uma "credencial" importante dos países no contexto da economia global. Entende-se as preocupações do petista, mas, o diálogo seria a maneira mais correta para se enfrentar esse dilema.  A radicalização não ajudaria muito. Próceres atores político da base aliada já se movimentam - muito mais orientados pelo ideologia do que pela economia - para pedir a cabeça do presidente Campos Neto ou mesmo rever essa autonomia da instituição.

Ainda bem que existem aqueles que consideram que esta autonomia do Banco Central não pode entrar em discussão neste momento. Entre esses dois grupos, vamos ver quem seria o mais convincente junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há quem encampe as ideias de Lula, mas, por outro lado, há quem advogue que ele tem se exaltado demais em suas exposições sobre o assunto, sendo prudente estabelecer uma relação menos belicosa com aquela insitutição bancária. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Editorial: Mais respeito com a Comissão de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

O ex-ministro do Meio-Ambiente do Governo Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, atualmente Deputado Federal eleito pelo Estado de São Paulo, fez uma gestão desastrosa à frente daquela pasta, seguindo fielmente as diretrizes e determinações de um governo, que não tinha compromisso algum com a preservação das florestas, com a questão climática, tampouco com os povos originários. A política ambiental brasileira foi considerada desastrosa pelos organismos internacionais, culminando com o afastamento de servidores sérios dos seus cargos; aplicação de torniquetes operacionais em órgãos como o IBAMA, ICMbio, Funai; institucionalização de procedimentos persecutórios e estrangulamentos orçamentários, limitando verbas de custeio e renovação dos seus quadros de servidores.  

No limite, como epicentro de todos esses desmandos, tivemos assassinatos como os do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. O jornalista fazia uma cobertura jornalística, no momento em que o indigenista pernambucano realizava o seu trabalho, consoante as diretrizes imanentes do órgão para o qual atuava, a FUNAI, ou seja, denunciar a presença de garimpeiros ilegais em terras indígenas. A tragédia huminitária que se abateu sobre os povos Ianomamis é consequência ou resultado desse conjunto de ações vis deliberadas ou omissões criminosas. Portanto, a indicação do senhor Ricardo Salles para esta Comissão de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - por sua identificação com o governo anterior - seria um grande contrasenso. A repercussão foi tão negativa junto às redes sociais e mesmo entre os parlamentares que o próprio parlamentar se disse não se sentir preparado para tal incumbência. Melhor assim. 

Lula hoje vive às turras com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, filho de um economista que gozava de grande prestígio durante o Regime Militar. Politicamente, há, no seu staff de assessores mais diretos, quem o esteja aconselhando a baixar a bola, mas é pouco provável que este cidadão, em algum momento, pretenda se adequar às diretrizes das políticas econômiicas do futuro governo. Há limites, no entanto, uma vez que existe um mandato em andamento e aquela instituição bancária possui autonomia. 

Não poderia deixar de conclur o editorial de hoje sem fazer o registro de uma brincadeira - com coisa muito séria, aliás - que anda circulando nas redes sociais. Trata-se dos militares de alta patente que estão sendo chamados pelo nome da fruta melancia por sua identificação com o PT, ou seja, verde por fora e vermelhos po dentro. Parece ser coisa de bolsonaristas insatisfeito por não contarem com apoio militar para as suas pretenções golpistas. Em todo caso, a criatividade do povo brasileiro é imensa. Aqui em Pernambuco, em ápoca recente, havia petistas que se aproximaram demasiadamente do governo socialista do PSB. A cor do PSB é amarela e a cor do PT, naturalmente, continua sendo a cor preferida do companheiro Karl Marx. Os valores simbólicos ainda são importantes. Esses militantes passaram a ser chamados de petistas queijo do reino, ou seja, vermelhos por fora e amarelos por dentro.  

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Editorial: É preciso tomar cuidado com os espaços ocupados pelo bolsonarismo.



Outro dia li um artigo sobre os homens mais poderosos do país neste momento. O artigo foi escrito pelo cientista político Murilo Aragão e publicado na revista Veja. Pela ordem, neste contexto político de semipresidencialismo não assumido, o presidente da Câmara dos Duputados, Arthur Lyra(PL-AL), se posiciona em segundo lugar, logo abaixo de Lula. Lula manda menos do que antes. Cada vez menos, em razão de uma conjuntura política nitidamente adversa. Faz todo tipo de negociação política com Lyra, embora não goste de algumas delas. É obrigado a fazê-las em nome dessa tal governabilidade. 

Lyra tem o poder de encaminhar pedidos de impeachment e Lula, apenas com um mês de governo, já acumula alguns, salvo melhor juízo. Vamos neste diapasão até o final de seu mandato. O que não irão faltar são opositores querendo a sua cabeça, num frenesi típico desse momento político que o país atravessa, ainda muito marcado pela radicalização e pelo ódio. Esses arranjos também estão sendo observados na miudeza da política, entre os entes federados, nas quadras estaduais. Em alguns casos faz parte do jogo, em outros convém tomar algumas precauçoes, sob pena de colocarmos tudo a perder. 

É preciso que se estabeleça um limite - como o proposto pelo próprio Lula - ao não aceitar, em nenhuma hipótese, a indicação de um militar bolsonarista roxo para o comando de uma unidade militar. No Estado da Paraíba tem sido denunciado bolsonaristas praticantes, ocupando cargos de chefia, em instituições federais como os Correios. Agora, comenta-se que um ex-Ministro do Meio-Ambiente, bolsonarista raiz, poderia ser indicado para presidir a  Comissão de Meio-Ambiente da Câmara dos Deputados. A julgar por sua gestão naquela pasta, seria um desastre, um verdadeiro contrasenso. O limite precisa ser claramente determinado. Estamos com Lula, mas de olhos bem abertos.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Editorial: Até quando vamos conviver com os reflexos do bolsonarismo na sociedade brasileira?



Eis aqui uma questão que, muito provavelmente, ficará sem uma resposta definitiva. Há um consenso, no entanto, de que leva tempo para promovermos essa assepcia. As práticas e ações de caráter fascista continuam ativíssimas na sociedade brasileira e assim dever continuar pelos próximos anos. O Deputado Federal mais votado do Brasil comete crime de gordofobia, fazendo chacota com uma mulher acima do peso. Outro deles, expõe o suposto corpo desta jovem com o rosto de um Ministro de Estado do Governo Lula. Bolsonaristas tomaram posse na Câmara dos Deputados com cartazes ofensivos ao Presidente da República. Publicamos uma foto com os dizeres públicáveis acima, mas a ousadia foi bem maior.  

No dia de ontem, duas ocorrências desastrosas de um aparelho policial profundamente contaminado pelo bolsonarismo: as polícias militares dos estados federados. Aqui em Pernambuco, numa atitude desnecessária e desproporcional, um policial militar deu um tapa no rosto de uma jovem numa abordagem. Não sabemos exatamente em que circunstância tal fato ocorreu, mas o casal havia obdecido a ordem de descer do transporte coletivo, sem esboçar qualquer reação. Em Cuibá, numa outra ação infeliz. Um jovem foi baleado e morto por um outro policial militar. Havia uma confusão, mas ele estava completamente desarmado. Uma sociedade doente, uma força policial doente. 

São recorrentes os casos, o que implica na necessidade de ajuda psicológica a esses profissionais,inclusive no Estado de Pernambuco. Se faz necessário, governadora Raquel Lyra, um trabalho bem mais profundo, que vá muito além de uma simples punição. O fascismo é uma patologia política de consequências nefastas e conseguiu fincar suas raízes na sociedade brasileira. Infelizmente. Apesar da vitória de Lula, de termos vencido uma tentativa de Golpe de Estado, o Brasil continua como um grande laboratório deste experimento macabro. Não pode ser sadio uma atriz conhecida, já com uma certa idade, ridicularizar da tragédia humanitária vivida  pelas crianças Yanomamis. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo