pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: "Devo não nego, pago quando puder". Nem por isso vou perder a popularidade?
Powered By Blogger

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Editorial: "Devo não nego, pago quando puder". Nem por isso vou perder a popularidade?

Crédito da Foto: Acervo da Fundação Joaquim Nabuco. 


Filho de família tradicional da aristocracia canavieira do estado da Paraíba, o escritor José Lins do Rego, eventualmente, socorria os amigos, quando esses enfrentavam alguma dificuldade financeira. Foi assim com o escritor Graciliano Ramos, que ficou desempregado logo após amargar uma prisão durante a ditadura do Estado Novo. O velho Graça sobreviveu no período escrevendo contos para uma publicação argentina, participando de concursos literários organizados pelo Governo Federal e publicando textos em jornais. O seu livro mais conhecido, Vidas Secas, foi publicado desta maneira, capítulo por capítulo, o que levou alguns críticos a questionarem a sua "unidade" narrativa. Mais isso é uma outra discussão. 

José Lins trocou inúmeras cartas com o sociólogo Gilberto Freyre. Em algumas delas, Freyre também se queixa ao amigo de suas dificuldades econômicas, mas não podemos afirmar se o paraibano o socorreu nessas dificuldades. É atribuída a José Lins a expressão: "Devo não nego, pago quando puder. Nem por isso vou perder o sono." Chegamos a confirmar essa expressão num texto biográfico sobre o autor de Menino de Engenho, que, entre outros textos do autor, embalou nossas leituras de adolescência. Odilon Ribeiro Coutinho, que ajudou financeiramente a campanha de Gilberto a deputado federal, num texto publicado pelo revista Ciência & Trópico, descreve magnificamente  aquele ambiente do viço da cana-de-açúcar que nos levaram a ler, reiterados vezes, os seus principais romances, aqueles que tratam deste ciclo. A moenda literária de José Lins do Rego só funcionava bem, segundo Manuel Bandeira, nos romances da cana-de-açúcar. 

Fizemos esta introdução para discutirmos o enredo complicado em que o Governo Lula 3 tenta se explicar sobre as fraudes recentes ocorridas no INSS, assim como no que diz respeito aos procedimentos de devolução dos descontos indevidos aos aposentados e pensionistas. Antes afirmaram que os recursos seriam depositados naturalmente nas contas dos aposentados. Agora já informam que as agências dos Correios poderiam serem utilizadas com esta finalidade, num momento em que a estatal está enredada em problemas, como a recente operação de fraudes cometidas por funcionários do órgão que, segundo investigações da Polícia Federal, supostamente, operavam um esquema onde encomendas eram despachadas e os recursos apropriados indevidamente.  É de perder o sono, contrariamente ao que dizia Zé Lins. De onde virá os recursos? Do tesouro? Das entidades beneficiadas irregularmente, quando se sabe que será uma tarefa extremamente complicada reaver tais recursos? Independentemente da origem dessas falcatruas, caiu uma bomba no colo do Governo, que ainda não se refez dos danos produzidos. Encontra-se atordoado. Penso que ainda podemos dizer isso por aqui. Agora ficamos sabendo que há um movimento para barrar na Justiça o vídeo do deputado Nikolas Ferreira tratando deste assunto, que viralizou nas redes sociais. Depois de 130 milhões de visualizações? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário