pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 11 de junho de 2023

Editorial: A superexposição do ministro Flávio Dino



Se depender da vontade da oposição, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, continuará com altas taxas de exposição, algo que vem provocando alguns desconfortos no Governo Lula. E tal exposição não se restringe ao Legislativo. Na realidade, Flávio Dino é o ministro mais exposto do Governo Lula, inclusive pelas redes socais. Desde de ontem que ele ocupa o primeiro lugar no Trending Topic's Twitter Brasil, depois da polêmica gerada em torno de uma fake news divulgada sobre o cantot Roger Waters. Moendo opositores nas audiências no Legislativo e tomando medidas acertadas na pasta que comanda, Flávio Dino assumiu um protagonismo que agradou bastante ao presidente Lula, que o apresentou como um modelo a ser seguido pelos demais ministros. 

De convicções democráticas e republicanas, com uma larga experiência na vida pública, Flávio Dino já informou que se dispõe a comparecer a todas as convocações do Poder Legislativo, com o propósito de explicar as ações de sua pasta. Irá quantas vezes vier a ser convocado. O que acontece, na realidade, é que Flávio Dino comanda uma pasta nevrálgica, estratégica no escopo das pretenções bolsonaristas no passado ( e no futuro também), como as medidas relativas ao acesso ao porte de armas e a regulação das mídias sociais, por exemplo. 

Estamos conquistando alguns avanços civilizatórios nessas áreas, mas o fato desagrada profundamente os bolsonaristas, hoje muito bem representados no Legislativo. Não é à toa que este editor prepara, além da pipoca, o colete para acompanhar as audiências da CPI do MST. Essa mesma base parlamentar bolsonarista faz pressão sistemática contra o Governo Lula. Estão extrapolando o seu papel de legislar e desejam assumir algumas funções inerentes ao Poder Executivo, fragilizando alguns ministérios, como já ocorre com o Meio Ambiente e com o de Povos Originários. Não estranha essa queda de braço com o ministro Flávio Dino.  

sábado, 10 de junho de 2023

Editorial: A polêmica em torno da fake news sobre a censura ou prisão de Roger Waters



No Brasil, as possoas estão fazendo questão de polemizarem em torno de praticamente todos os temas. São os chamados binômios, que produzem sempre raciocínios toscos, orientados ideologicamente por paixões, sem qualquer fundamentação mais consistente, não raro descolados da realidade. Assim tem sido em relação à apresentação do artista Roger Waters no Brasil. O cara é conhecido internacionalmente por combater patologias políticas em seus shows, a exemplo do Nazismo. O artista usa uniformes estravagantes, como aliás, em geral todos os artistas, inclusive um símbolo que se assemelha a uma eventual suástica. Apenas na forma. Não há nada a ver com o símbolo usado pelos Nazistas. 

Por isso estranhamos ao ler uma nota na coluna do jornalista Lauro Jardim, sugerindo que o Ministro da Justiça, Flávio Dino, havia comunidado a um ministro do STF que, se houvesse apologia do artista ao Nazismo no país ele poderia ser preso. Se trata de uma fake news, conforme nota posterior, do próprio Ministério da Justiça, desmentindo a informação. Lauro Jardim, naturalmente, num climão como este que estamos vivendo, está sendo massacrado pelas redes sociais, com ilações sobre os seus propósitos. Realmente, no contexto político atual, é preciso tomar todos os cuidados possíveis antes de divulgar qualquer informação. Até alguns temas estamos evitando abordar por aqui, com o propósito de não "melindrar" ou "soltar" a boiada.  

Hoje, as famosas "barrigas" de antigamente, podem ter várias implicações. O Lauro Jardim é um profissional sério. É preciso que sua credibilidade não seja abalada pela divulgação de uma informação que não procede, possivelmente induzido por alguma fonte que se equivocou, sem maiores consequências, sem que possamos concluir por algum complô da imprensa burguesa contra o Governo do PT.     

Editorial: O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Amanhã pode chover, João.



Recentemente, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), reuniu-se com os seus assessores mais próximos para comemorar os indicadores de uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, apontando uma excelente avaliação da população recifense à sua gestão. Com escore de 66,3% de bom é ótimo, João aparece como terceiro colocado neste ranking, abaixo apenas dos prefeitos de Salvador, Bruno Reis, com 68%, e do prefeito de Manaus, David Almeida, com 67,3%, mesmo assim, dentro da margem de erro do Instituto. Se as eleições para a Prefeitura do Recife fossem hoje, era dada como certa sua reeleição. As eleições serão em outubro de 2024 e há uma intensa movimentação no campo conservador em torno dessas eleições, com nomes já postos, dentro de uma estratégia de fortalecimento para as eleições presidenciais de 2026. 

Política, como ensinava a raposa mineira Magalhães Pinto, é como as nuvens. Até outubro muito coisa pode ocorrer, mas parece que o jovem prefeito vem adotando uma boa estratégia de "manejo político" da situação, colocando-o como uma ator competitivo em qualquer circunstância. João abriu um diálogo com amplos segmentos políticos do estado, afagando até mesmo a oposição, o que facilita bastante o seu trânsito, de um espectro a outro deste campo, habilitando-o a azeitar a sua gestão e estabelecer as mais distintas possibilidades de negociações e costuras aliancistas para 2024.   

Ns eleições municipais de 2020, João abriu uma rota de colisão com o PT, chegando a afirmar que o partido não participaria de sua gestão. Rusgas perfeitamente superadas, a julgar pelas articulações em torno da indicação de alguns nomes socialistas para ocuparem cargos na máquina federal, como Danilo Cabral, com o aval do morubixaba local da legenda petista. Neste arranjo, duas secretarias foram entregues ao PT. Danilo chegou a ser alertado, com uma nota da legenda socialista, sobre o envolvimento do prefeito do Recife no seu apadrinhamento. 

Amanhã pode chover e João Campos se deu conta de que é preciso se preparar para as chuvas e tempestades, sejam elas naturais ou produzidas pelas nuvens cinzentas da política. Seu trabalho junto aos canais, morros e encostas da periferia do Recife, com obras para evitar eventuais danos durante as chuvas, vem sendo muito elogiado. No caso do Recife, reside aqui um dos maiores desafios de qualquer gestão da cidade. Com a morte prematura do pai, o ex-governador Eduardo Campos, João foi pinçado, acidentalmente, para o campo da política. Não acreditamos que fossem esses os seus planos.

Quando decidiu que concorreria à Presidência da República, um sonho que acalentava desde os tempos de estudante universitário, o ex-governador Eduardo Campos promoveu uma verdadeira conciliação política no estado, criando uma espécie de eduardolização da política local. Conforme afirmamos em artigos escritos à epoca, Eduardo desejava um céu de brigadeiro quando partisse do Aeroporto Internacional dos Guararapes para Brasília, num comparativo entre o estado e a capital federal. Eduardo estabeleceu diálogo com os mais ferrenhos adversários do avô, Dr. Miguel Arraes, a exemplo do hoje senador licenciado Jarbas Vasconcelos. Como seu maior projeto político no momento é tornar-se governador nas eleições de 2026, o filho parace ter aprendido a lição deixada pelo pai. Amanhã pode chover, mas ele vem se preparando para enfrentar as tormentas. Inclusive a política.  


Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Publisher: Memory of the future


This term, apparently contradictory, was used as the motto of the Feminist Movement in the so-called Chilean rebellion, bringing, in essence, two meanings. The expansion of a strictly feminist agenda to a transversal agenda of the Feminist Movement in that Latin American country, as well as building the proposal of a political agenda for the coming decades, preferably surpassing the scope of neoliberalism. Three major social movements stood out during that rebellion, among them the Feminist Movement, one of the most active.

From one of them, including the Student Movement, emerged the current President Gabriel Boric. As in Brazil, in Chile the political rope is very tight between conservative forces and progressive sectors of society. The French philosopher, Pierre Dardot, who closely followed those popular mobilizations, as he was teaching classes at Chilean universities during those episodes, today makes some critical considerations of the current president's stance, accusing him of systematic retreats in these clashes.

The professor's premise is that the more you give in to the right, they advance, never being satisfied. Brazil faces a very similar situation, with agribusiness grinding its gear against the Government of President Luiz Inácio Lula da Silva, sometimes infringing on defeats in important agendas in the Legislative, sometimes making a hell of a noise in CPI's under its control, as is the case of the MST's CPI. Things are so complicated that even parties or parliamentarians from the allied base, with positions in the machine, are supporting proposals to impeach President Lula. A relationship that had not been going well since the campaign, today it just gets complicated, producing political complications that the Government needs to be very aware of. As the professor warns, the right will never be satisfied. If the ruler retreats, they advance, as is happening in Chile.

Editorial: Memória do futuro



Este termo, aparentemente contraditório - uma vez que "memória" sempre faz referência ao passado - foi utilizado como lema do Movimento Feminista na chamada Rebelião Chilena, trazendo, em essência, dois signficados. A ampliação de uma pauta estritamente feminista para uma pauta transversal do Movimento Feminista naquele país latino-americano, assim como construir a proposta de uma agenda política para as próximas décadas, de preferência superando o escopo do neoliberalismo. Três grandes movimentos sociais se destacaram durante aquela rebelião, entre eles o Movimento Feminista, um dos mais ativos. 

De um deles, inclusive, o Movimento Estudantil, surgiu o hoje presidente Gabriel Boric. Assim como ocorre no Brasil, no Chile a corda política está bastanre esticada entre forças conservadores e setores progressistas da sociedade. O filósofo francês, Pierre Dardot, que acompanhou de perto aquelas mobilzações populares, pois estava ministrando aulas em universidades chilenas durante aqueles episódios, hoje, faz algumas ponderações críticas à postura do atual presidente, acusando-o de recuos sistemáticos nesses embates com a direita identificada com o neoliberalismo implantado no país desde a ditadura de Pinochet.  

A premissa do professor é a de que quanto mais se cede para a direita, eles avançam, nunca se dando nunca por satisfeitos, o que compromete os avanços populares desses acordos de concertação ou consensos.  O Brasil enfrenta uma situação bastante semelhante, com o agronegócio moendo a engrenagem contra o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ora infringindo derrotas em pautas  importantes no Legislativo, ora fazendo um barulho danado em CPI's sob o seu controle, como é o caso da CPI do MST. A coisa está tão complicada que até partidos ou parlamentares da base aliada, com cargos na máquina,  estão apoiando propostas de impeachment do presidente Lula. Uma relação que já não vinha bem desde a campanha, hoje apenas se complica, produzindo complicadores políticos sobre os quais o Governo precisa ficar bastante atento. Como adverte o professor, a direita nunca está satisfeita. Se o governante recua, eles avançam, como está ocorrendo no Chile.     

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Publisher: IPEC releases research on approval of the Lula government

 


Yesterday, with the news that the Minister of the Federal Supreme Court, Alexandre de Moraes, had contracted Covid-19, more radical Bolsonarist hordes invaded social networks, with the intention of commemorating the fact, in an anti-Christian act. We are really living the "end times", as evangelicals preach. Where have you seen someone who claims to be a Christian with such an attitude? Where have you seen neo-Pentecostal drug traffickers? As reported by police chronicles? But everything became possible in these dark times that the country is facing.

First of all, we wish health and long life to the guardian of our democratic institutions, which acts as a true shield against anti-democratic attacks. Another piece of news that should leave these Bolsonarists in an uproar is the approval of the Lula Government, which, according to a survey carried out by the IPEC Institute, released today, dropped two percentage points when compared to the previous survey. It fell from 39% to 37%, while disapproval also rose by two percentage points, that is, from 26% to 28%.

The moment requires weighting on both sides. It is still too early for us to release the fireworks, either on the side of the situation or on the side of the opposition. The clouds remain gray, whether from an economic point of view or from a political point of view. The highest interest rates in the world, practiced by the Central Bank, suffocate some sectors of the economy, as already mentioned. From a political point of view, the bottleneck has been this tumultuous and confused relationship with the Legislative Power, which has applied a tourniquet to the Government, tightening and loosening as it sees fit. If it depends on some political opposition groups, Lula's government will bleed to death. Unraveling an impeachment request, these circumstances maintained, is just a matter of time.

Editorial: IPEC divulga pesquisa com aprovação do Governo Lula.


No dia de ontem, com a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, havia contraído Covid-19, hordas bolsonaristas mais radicais invadiram as redes sociais, com o intuito de comemorarem o fato, num ato anticristão. Estamos vivendo realmente o "fim dos tempos", como apregoam os evangélicos. Onde já se viu quem se diz cristão com tal atitude? Onde já se viu narcotraficantes neopentecostais? Conforme se divulga pelas crônicas policiais?  Mas tudo tornou-se possível nesses tempos sombrios que o país enfrenta. 

Antes de mais nada, desejamos saúde e vida longa ao guardião de nossas instituições democráticas, que atua como um verdadeiro escudo contra as investidas antidemocráticas. Outra notícia que deveria deixar esses bolsonaristas em polvorosa é a aprovação do Governo Lula, que, segundo levantamento realizado pelo Instituto IPEC, divulgada no dia de hoje, caiu dois pontos percentuais quando comparada à pesquisa anterior. Caiu de 39% para 37%, enquanto a desaprovação subiu igualmente dois pontos percentuais, ou seja, passou de 26% para 28%. 

O momento exige ponderação de ambos os lados. Ainda é muito cedo para soltarmos os rojões, seja do lado da situação, seja do lado da oposição. As nuvens permanecem cinzentas, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista político. As maiores taxas de juros do mundo, praticadas pelo Banco Central, asfixia alguns setores da economia, como já foi dito. Do ponto de vista político, o gargalo tem sido essa relação tumultuada e confusa com o Poder Legislativo, que aplicou um torniquete no Governo, apertando e afrouxando conforme as suas conveniências. Se depender de alguns grupos políticos de oposição, o Governo de Lula sangrará até a morte. Desengavetar algum pedido de impeachment, mantidas tais circunstâncias, é apenas uma questão de tempo.  

Charge!Jota Camelo via Facebook

 


Publisher: The advice of the "witch" on the editorials of Estadão



The Lula Government is far from constituting a unanimity, because, as the playwright from Pernambuco, Nelson Rodrigues, warned, all unanimity is stupid. I believe that Brazilian society has never been so divided or polarized. Lula was elected to the Presidency of the Republic under appreciably adverse conditions. In the midst of an environment of instabilities and political turbulence, in a very balanced election, with the opposition having an advantage over the Federal Legislative. Even anti-democratic maneuvers were carried out, in the sense of preventing him from assuming the presidency.

His biggest headaches today are related to the troubled relationship with the Chamber of Deputies, where he faces frequent hostilities and defeats. We are pessimistic about the possibility of building safe bridges here, but sometimes the political milieu can reserve some surprises for us. The right to dissent is inherent to a democratic process, which becomes perfectly acceptable and understandable in the editorials of a newspaper like O Estado de São Paulo.

What happens, however, is that this editorial line is becoming tedious and boring, as observed by some Internet users today. A fixed idea, as Machado de Assis warned, is crazy. God forbid you from a fixed idea, reader. Before a mote, a beam in the eyes. Recommend the "witch". The quotation is from memory, still from the times of adolescence, when we had contact with the author's work, which constituted our first readings. So sorry for any mistakes.

Charge! Mor via Folha de São Paulo

 


Editorial: Os conselhos do "bruxo" sobre os editoriais do Estadão.



O Governo Lula está longe de se constituir numa uninimidade, até porque, como advertia o teatrólogo pernambucano, Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Creio que a sociedade brasileira nunca esteve tão dividida ou polarizada. Lula foi eleito para a Presidência da República em condições sensivelmente adversas. Em meio a um ambiente de instabilidades e turbulências políticas, num pleito equilibradíssimo, com a oposição levando vantagem sobre o Legislativo Federal. Até manobras antidemocráticas foram executadas, no sentido de impedir que ele assumisse a presidência. 

Suas maiores dores de cabeça, hoje, estão relacionadas à conturbada relação com a Câmara dos Deputados, onde enfrenta hostilidades e derrotas frequentes. Somos pessimistas quanto à possibilidade de construções de pontes seguras por aqui, mas, por vezes, o meio de campo político pode nos reservar algumas surpresas. O direito de dissendir é inerente a um processo democrático, o que se torna perfeitamente aceitável e compreensível os editoriais de um jornal como O Estado de São Paulo. 

O que ocorre, no entanto, é que esta linha editorial está se tornando tediosa e chata, como observaram alguns internautas no dia de hoje. Ideia fixa, como alertva Machado de Assis, é coisa de doido. Deus te livre de uma ideia fixa, leitor. Antes um argueiro, uma trave nos olhos. Recomendava o "bruxo". A citação é de memória, ainda dos tempos de adolescente, quando tivemos contato com a obra do autor, que se constituiu em nossas primeiras leituras. Perdão, portanto, por algum erro.  

Editorial: O drama da articulação política no regime de presidencialismo de coalizão



Na realidade, o termo "presidencialismo de coalizão" está perdendo espaço para os termos "parlamentarismo" e "semipresidencialismo." "presidencialismo de coalizão", hoje, está mais circunscrito aos estudos acadêmicos. Na prática, o que está ocorrendo é uma ingerência cada vez maior - e perigosa - do Legislativo sobre o Executivo. Hoje se discute nos corredores de Brasília quem seria o nome ideal para fazer essa ponte entre os dois poderes, como representante do Governo Lula. A rigor, como se sabe, a questão não é apenas de nome ou de saber ouvir. 

No Governo de Fernando Henrique Cardoso havia um dos articuladores que ficou conhecido como "garçon". Um sujeito bastante educado, que ouvia e anotava todos os pedidos, mas acabava por não servir o prato. A tropa de choque de Lula, neste campo, são o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. No momento, a situação de Alexandfe Padilha estaria mais confortável do que a de Rui Costa. 

E, naturalmente, o motivo não seria as últimas declarações infelizes sobre a capital federal. Ele pode até ter razão em suas conclusões, mas é o tipo da coisa que não pode ser dita, principalmente em praça pública. Rui Costa estaria atrasando a liberação de emendas e assinaturas de portarias de nomeações. Curioso neste sentido é que um dos principais interlcutore de Lula para tentar apagar o incêndio junto ao União Brasil é um nome que já foi convidado para ocupar um ministério e foi vetado pelo PT baiano: Elmar Nascimento(União-BA). 

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Publisher: President Lula inaugurates the Federal Technical Institute in the city of chimneys



Until the 40s of the last century - to be optimistic - the city of Paulista, located in the Metropolitan Region of Recife, was, in reality, a large farm controlled by the industrial oligarchy of the Lundgren family, which maintained two textile industries and a village there. which was once considered the largest in Latin America. To paraphrase Gilberto Freyre, in an allusion to the sugar mill owners of the state's sugar aristocracy, they owned everything: the land, the water, the forests, the machines, the factories, the port, the railroad, the airfield, the swiddens , the houses and, to a certain extent, the workers who lived there. This power was legitimized or exercised through absolute control over the production process - there were no other economic activities in the city - and through the so-called watchmen - an armed militia, which at its peak numbered 740 men. Anyone wishing to know or understand a little better this oligarchic relationship pattern, maintained for decades, in some cases under the complacency of the State Apparatus, read the novel: "Menino de Vila Operária", by this publisher, which can be purchased through this blog .

This original evil, both from a political and economic point of view, left an indelible mark on the city, interdicting, until today, republican practices in the conduct of public affairs. Yesterday, the current mayor, Ives Ribeiro, was booed and called a liar during the inauguration of an IFPE in that city, by the audience present at the event, which was attended by President Luiz Inácio Lula da Silva, the Minister of Education, Camilo Santana , and Governor Raquel Lyra. 

The inauguration of this IFPE could be the beginning of the resumption of the large investments in education made in the first governments of the PT coalition, responsible for one of the great advances regarding our substantive democracy, including a cut of social situation, race and gender, creating the largest program ever seen in the country to enroll poor students in higher education. Another IFPE is being planned for the city of Olinda, also in Pernambuco.

Editorial: Indicação de Danilo Cabral para a SUDENE confirma a força polítca do senador Humberto Costa em Pernambuco.



A bússula política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Pernambuco, é o senador Humberto Costa. O processo, não raro, fica turvo aqui na província, mas, no final, aparece sempre a figura do senador por entre as nuvens, orientando o balizamento das decisões tomadas pelo morubixaba petista, por vezes com o sacrifício de alguns companheiros e companheiras. Indicado para a presidência do Banco do Nordeste, o ex-governador Paulo Câmara agradeceu sua indicação ao senador Humberto Costa. Por isso, não estranha a nota de Danilo Cabral agradecendo ao senador as gestões para a sua indicação para assumir a superintendência da SUDENE, sacramentada no dia de ontem. 

Quem não gostou muito foram as figuras de proa do PSB, que trataram de emitir uma nota enfatizando o apoio dado à indicação de Danilo ao órgão, creditado ao empenho do prefeito João Campos(PSB-PE), em particular, e à cúpula nacional da legenda. A nota é assinada pelo seu Presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira. Pernambuco é um tradiconal reduto socialista. O PSB governou o Estado por 16 anos, criando uma espécie de eduardolização da política pernambucana. 

Os laços com alguns setores do PT foram construídos ainda pelo ex-governador Eduardo Campos, em tempos idos. Maquiavelicamente, o ex-governador tornou o PT dependente dos socialistas no estado, através de alguns "incentivos". Não se trata de políticas ou diretrizes de governo, naturalmente, mas de ocupação de nacos na máquina páblica. Nos escaninhos da política comenta-se que João teria aberto espaço na gestão com o propósito de viabilizar a indicação do nome de Danilo para a SUDENE, num arranjo, evidentemente, com a participação do senador Humberto Costa.    

Publisher: André Mendonça asks for a view and interrupts the vote on the timeframe.


Never have the Three Powers of the Republic been so locked up as they are today. For a long time now, a compromise has been demanded between them, with the aim, not to say of redefining roles - since such roles and competences of each one are constitutionally defined - but in the sense that the squares are respected. Such skirmishes cannot lead to good results. There is a clear attempt by the Legislative Power to interfere in the Executive Power, with the purpose of "governing", either through the expediency of changing laws, or in the conduct of public policies, indicating names not to meet the public policy guidelines set forth by the Power Executive, but to satisfy their interests, sometimes not necessarily republican.

In extreme situations, the STF comes to the aid of the Executive, vetoing some of these "investigations", but, as we stated before, such indispositions, in the long term, cannot lead to good results. The STF was voting on the Temporal Framework, already with two votes for "no" when Justice André Mendonça, through a request for a view, interrupted the vote. We are not going to go into the merits of Minister André Mendonça's arguments here, but that means that maybe we can "zero" the game's score, due to the new circumstances that should arise from now on.

The first of these is in relation to the demobilization of communities of indigenous peoples, who were on duty and mobilized to follow the events in Brasilia. The country cannot allow any kind of setback regarding the rights of native peoples. By the way, no kind of setback in the legal frameworks of legislation and environmental policies, which are currently undergoing atrocious harassment.

Editorial: André Mendonça pede vista e interrompe votação do marco temporal.



Nunca os Três Poderes da República estiveram tão engalfinhados como atualmente. De há muito está sendo exigido um ajuste de conciliação entre eles, com o propósito não diríamos de redefinir papéis - uma vez que tais papéis e competências de cada um estão definidos constitucionalmente - mas no sentido de que os quadrados sejam respeitados. Essas escaramuças não podem conduzir a bons resultados. Há uma nítida tentativa do Poder Legislativo em interferir no Poder Executivo, com o propósito de "governar", seja através do expediente das mudanças das leis, seja na condução de políticas públicas, indicando nomes não para atender às diretrizes de políticas públicas exaradas do Poder Executivo, mas para satisfazer seus interesses, por vezes não necessariamente de ordem republicana. 

Em situações limites, o STF sai em socorro do Executivo, vetando algumas dessas "investidas", mas, conforme afirmamos antes, tais indisposições, a longo prazo, não podem conduzir a bons resultados. O STF estava votando o Marco Temporal, já com dois votos pelo "não" quando o ministro André Mendonça, através de um pedido de vista, interrompeu a votação. Não vamos aqui entrar no mérito dos argumentos do Ministro André Mendonça, mas isso significa que talvez possamos "zerar" o o placar do jogo, em razão das novas circunstâncias que deverão advir daqui para a frente. 

A primeira delas é em relação à desmobilização das comunidades de povos originários, que estavam de plantão e mobilizadas para acompanhar os acontecimentos de Brasília. O país não pode permitir nenhum tipo de retrocesso me ralação aos direitos dos povos originários. Aliás, nenhum tipo de retrocesso nos marcos legais da legislação e das políticas ambientais, que hoje passam por um momento assédio atroz.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: Lula inaugura IFPE na cidade das chaminés.



Até a década de 40 do século passado - para sermos otimistas - a cidade de Paulista, localizada na Região Metropolitana do Recife, era, na realidade, uma grande fazenda controlado pela oligarquia industrial da família Lundgren, que mantinha ali duas indústrias têxteis e uma vila operária que já foi considerada a maior da América Latina. Parafraseando Gilberto Freyre, numa alusão aos senhores de engenhos da aristocracia açucareira do estado, eles eram donos de tudo: das terras, das águas, das matas, das máquinas, das fábricas, do porto, da ferrovia, do campo de aviação, dos roçados, das casas e, de uma certa forma, dos operários qua ali residiam. Esse poder era legitimado ou exercido através de um absoluto controle sobre o processo produtivo - não existiam outras atividades econômicas na cidade - e através dos chamados vigias - uma milícia armada, que chegou a ter, no seu apogeu, 740 homens. Quem desejar conhecer ou entender um pouco melhor esse padrão de relação oligárquico, mantido durante décadas, em alguns casos sob a complacência do Aparelho de Estado, leia o romance: "Menino de Vila Operária", deste editor, que pode ser adquirido através deste blog.

Esse mal de origem, tanto do ponto de vista político quanto econômico, deixaram uma marca indelével na cidade, interditando, até hoje, práticas republicanas na condução dos negócios públicos. Ontem, o atual prefeito, Ives Ribeiro, foi vaido e chamado de mentiroso durante a inauguração de um IFPE naquela cidade, pela plateia presente ao evento, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministro da Educação, Camilo Santana, e a governadora Raquel Lyra.

A inauguração desse IFPE pode ser o início da retomada dos grandes investimentos em educação realizados nos primeiros governos da coalizão petista, responsável por um dos grandes avanços no que concerne à nossa democracia substantiva, inclusive com um recorte de situação social, raça e gênero, criando o maior programa já visto no país de ingresso de estudantes pobres ao ensino superior. Um outro IFPE está sendo previsto para a cidade de Olinda, também em Pernambuco.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Editorial: Audiência pública com Tacla Duran na Câmara dos Deputados. Marque aí na sua agenda.



O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, concedeu habeas corpus para que o ex-advogado da Odebrecht, Tacla Duran, compareça a uma audiência pública na Câmara dos Deputados, sem risco de prisão. Marque aí na sua agenda. Será no dia 19 de junho, às 14h:30. Há, igualmente um requerimento para que o empresário Tony Garcia também seja convocado pela Câmara dos Deputados. Não sei se ele andou lendo no nosso post, mas, no dia ontem, andou sugerindo uma CPI da Lava-Jato, engrossando o coro desse editor. Tony Garcia e Tacla Duran são dois críticos ferrenhos dos métodos usados pela Operação Lava-Jato. As denúncias são gravíssimas e, pelo andar da carruagem política, até este momento, atores proeminentes, que atuaram naquela operação, podem estar usando de suas espertises, de caráter nada republicanos, produzindo novas vítimas. 

O juiz Eduardo Appio, ao que tudo indica, pode ter sido vítima de mais uma dessas armações, uma vez que o laudo técnico evidencia que a voz não seria dele. A Polícia Federal diz que sim. Neste caso, vamos chamar o perito alagoano George Sanguinetti, para tirar a prova dos noves. A operação chegou a um estágio em que, possivelmete, não terá mais volta. Foi pega de calças curtas ou, mais precisamente, de cuecas. Na nossa cabeça ainda faltavam fazer algumas conexões, mas, no dia de ontem, ouvindo a explanação do jurista Pedro Serrano, que faz a defesa técnica de Eduardo Appio, algumas dessas conexões foram, finalmente, dissipadas. 

É realmente muito complicado entender a participação ou ingerência de agentes de setores de inteligência de outros países, atuando abertamente, sem acordos institucionais, para atingir determinados atores, com fins bem específicos. Mais complicado ainda é o fato de determinado juiz ser contratado por escritório de empresa estrangeira, beneficiária no curso dos desdobramentos da operação, ganhando rios de dinheiro. Há um rosário de equívocos do começo ao fim.   

Publisher: Lula very well received in Pernambuco



Amidst the political turmoil in the federal capital, President Luiz Inácio Lula da Silva was, yesterday, in Pernambuco, where he visited the Jeep factory, in Goiana, Mata Norte, on the occasion of the launch of yet another model by the automaker. Unlike what happened in Bahia, where he was in the hostile environment of the agro and was booed, here in Pernambuco he was in his stronghold, that of the metallurgical workers, who applauded him effusively, making him not hide his emotion. Despite the problems of social inequalities in the city, Goiana faced a good moment with the installation of the Jeep factory in the region, generating jobs, attracting other investments, such as the glass industry and the significant expansion of tourism equipment, making life easier for those who wish to discover its coastline, formed by the beaches of Ponta de Pedras, Carne de Vaca, Catuama and Barra de Catuama.

Since the colonial period - Goiana has always been a strategic city, a warehouse for the disposal of the great product of the time, sugar cane, which made the wealth of the state mill owners. Former governor Eduardo Campos even promised a port and an international airport for the city, projects that were never implemented. Governor Raquel Lyra was also there. Perhaps it would be a case of resuming negotiations with the Federal Government in order to materialize the former governor's projects?

We would invite the president to return to the city on the last Sunday of April, when the performance of the Heroines of Tejucupapo is staged, which takes place in the district of Tejucupapo, in an allusion to the battle between the women of the district and the soldiers of the West India Company , during the period of Dutch occupation, who tried to invade the place and were repelled by the women, using sticks, stones, hoes, peppers and boiling water. There he would feel the true "pulse" of the city.

Editorial: Minuta de golpe no celular do ajudante de ordens



No dia de ontem, tivemos a oportunidade de acompanhar os trabalhos da CPMI do golpe de 08 de janeiro. A narrativa da oposição é no sentindo de desacreditar a frustrada tentativa de golpe do dia 08 de janeiro. Por outro lado, contraditoriamente, tentam responsabilizar integrantes do Governo Lula no sentido de que eles sabiam da iminente ocorrência daqueles fatos e não tomaram providências a tempo de evitá-los. Nos últimos anos, o Brasil enfretou não uma, mas várias tentativas de golpe. O que nos surpreende é que este último estava programado para ocorrer como naqueles tempos, ou seja, ali pelas décadas de 60\70 do século passado, havia a mobilização de tropas, tanques nas ruas, sequestro de autoridades e outras coisas do gênero. Até um batalhão específico seria acionado para dá suporte logístico às operações antidemocráticas. 

E, por falar em suporte, a polícia encontrou uma minuta pronta no aparelho de um desses artífices, dando segurança jurídica e legal para as ações que estavam sendo perpetradas. As manobras jurídicas utizadas no curso daquela famigerada operação da Repúblca de Curitiba dão bem a dimensão de que tais tessituras estavam sendo engendradas há algum tempo. É neste sentido que torna-se coerente supor que o ovo do fascismo brasileiro foi, na realidade, chocado em Curitiba, sendo prudente, portanto, acompanhar os passos de um certo senador, que anda circulando pelos corredores da capital federal, ainda com bravatas de paladino da moralidade. 

Ao longo dos anos, criou-se uma expectativa entre os analistas da quadra política brasileira de que a nossa representação parlamentar pudesse vir a ser gradativamente melhorada, como consequência de melhores escolhas realizadas pelos eleitores e eleitoras. A cada eleição, essa representação apenas piora o seu nível, agravando os problemas de governabilidade. Antes se falava na necessidade de se ampliar as negociações entre Executivo e Legislativo. Hoje, o Legislativo deseja governar, assumindo papéis inerentes ao Executivo.    

Editorial: Lula muito bem recebido em Pernambuco


Em meio às turbulências políticas da capital federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve, no dia de ontem, em Pernambuco, onde visitou a fábrica da Jeep, em Goiana, Mata Norte, quando do lançamento de mais um modelo da montadora. Diferentemente do que ocorreu na Bahia, onde esteve no ambiente hostil do agro e chegou a ser vaiada, aqui em Pernambuco ele estava no seu reduto, o dos trabalhadores metalúrgicos, que o aplaudiram efusivamente, levando-o a não esconder a emoção. Apesar dos problemas das desigualdades sociais na cidade, Goiana enfrentou um bom momento com a instalação da fábrica da Jeep na região, gerando empregos, atraindo outros investimentos, como o pólo vidreiro e a ampliação significativa dos equipamentos de turismo, facilitando a vida de quem deseja conhecer seu litoral, formado pelas praias de Ponta de Pedras, Carne de Vaca, Catuama e Barra de Catuama. 

Desde o período colonial - Goiana sempre foi uma cidade estratégica, entreposto de escoamento do grande produto da época, a cana-de-açúcar, que fez a riqueza dos senhores de engenho do Estado. O ex-governador Eduardo Campos chegou a prometer um porto e um aeroporto internacional para a cidade, projetos que nunca foram concretizados. A governadora Raquel Lyra também esteve no local. Quem sabe não seria o caso de retomar as negociaçoes com o Governo Federal no sentido de materializar os projetos do ex-governador? 

Faríamos um convite ao presidente para retonar à cidade no último domingo de abril, quando da encenação do espetáculo das Heroínas de Tejucupapo, que ocorre no distrito de Tejucupapo, numa alusão à batalha travada entre as mulheres do distrito e os soldades da Companhia das Índias Ocidentais, durante o período de ocupação holandesa, que tentavam invadir o local e foram rechaçados pelas mulheres, usando paus, pedras, enxadas, pimentas e água ferventes. Ali ele sentiria o verdadeiro "pulso" da cidade.  

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 6 de junho de 2023

Publisher: A stodgy breakfast for Lula


Yesterday, President Luiz Inácio Lula da Silva invited the President of the Chamber of Deputies, Arthur Lira, for breakfast. With my bags ready to enjoy the chill of Brejo Paraibano during this period, I can't wait to enjoy a typical breakfast in that region, on the porches of an inn, facing the mountains, listening to the singing of nightingales, meadow roosters, canários da terra, sanhaçus. Regional coffee, with couscous, coalho cheese, sugar mill honey and a very strong coffee, with beans produced right there. It is said that José Américo de Almeida, on purpose, postponed the conclusion of the novel A Bagaceira, just to stay a few more days in those corners of the swamp, following the routine of the old sugar mills, today dedicated to the production of cachaça.

The breakfast between Lula and Lira, unfortunately, does not have such characteristics, in the face of a completely turbid political environment in Brasilia, with quarrels and resentments on both sides. The tune of the centrão everyone knows by heart and sautéed: positions and release of amendments. In fact, they are even creating their own mechanism for managing these amendments, without necessarily involving the Executive. The adjustment of positions in the machine, on the other hand, remains, with Lula being restricted to making spaces for former political enemies, from parties traditionally opposed to PTism, creating edges with his allied base and his closest political group.

Heads are likely to roll as a result of the conversations held between the two. The Centrão tries to make a government inside the PT, either by creating mechanisms of interference in the autonomy of the ministries, or by indicating names for the machine that will certainly follow the guidelines of the group and not of the Lula Government, in a kind of four-handed government. Lula needs to be clear about the limits of these concessions.

Editorial: Um café da manhã indigesto para Lula



No dia de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para um café da manhã. Já de malas prontas para curtir o friozinho do Brejo Paraibano neste período, não vejo a hora de saborear um típico café da manhã naquela região, nos alpendres de uma pousada, de frente para as serras, ouvindo o canto dos rouxinóis, galos de campina, carários da terra, sanhaçus. Café regional, com cuscuz, queijo coalho, mel de engenho e um café bem forte, com grãos ali mesmo produzidos. Comenta-se que José Américo de Almeida, de propósito, adiava a conclusão do romence A Bagaceira, apenas para ficar mais alguns dias naqueles recantos do brejo, acompanhando a rotina dos antigos engenhos de açúcar, hoje dedicados à produção de cachaças. 

O café da manha entre Lula e Lira, infelizmente, não possui tais características, diante de um ambiente político completamente turvo em Brasília, com rusgas e ressentimentos de parte a parte. A toada do centrão todos conehcem de cor e salteado: cargos e liberação de emendas. Aliás, eles já estão criando até um mecanismo próprio de gestão dessas emendas, sem, necessariamente, a participação do Executivo. O ajuste de cargos na máquina, por outro lado, permanece, com Lula sendo contingenciado a arrumar espaços para os antigos inimigos políticos, de partidos tradicionalmente de oposição ao petismo, criando arestas com a sua base aliada e o seu grupo político mais próximo.

Cabeças deverão rolar, como resultado das conversas mantidas entre ambos. O Centrão tenta fazer um governo por dentro do PT, seja criando mecanismos de interferência na autonomia dos ministérios, seja indicando nomes para a máquina que certamente, seguirão as diretrizes do grupo e não do Governo Lula, numa espécie de governo a quatro mãos. Lula precisa ter clareza sobre os limites dessas concessões.         

Editorial: Perito afirma que voz não é do juiz Eduardo Appio

 



O perito em fonética da Universidade Federal de Sao Carlos, Pablo Arantes, emitiu um laudo informando que a voz que aparece numa suposta gravação, que comprometeu o juiz Eduardo Appio, afastando-o dos trabalhos da Operação Lava-Jato tem 100% de possibilidade de ter sido adulterada. Salvo melhor juízo, perícias realizadas pela Polícia Federal sugerem o contrário, ou seja, a autenticidade da voz. A universidade é bastante conceituada e o perito respeitado no campo, para usarmos uma expressão do sociólogo francês Pierre Bourdieu. Possui doutorado pela UNICAMP. Legitimadoras credenciais acadêmicas.   

Há pessoas que defendem a Operação Lava-Jato como uma operação que conseguiu, finalmente, prender alguns gatunos graúdos que tinham como prática o desvio sistemático de recursos do erário, em transações nebulosas. Essas pessoas, certamente, ainda não haviam se dado conta dos desmandos eventualmente cometidos para se atingir tais finalidades. Os erros processuais foram escabrosos, mas os métodos sao ainda mais assutadores, como se depreende das revelações que estão vindo a público nas últimas horas, como escutas clandestinas, eventuais extorções e coisas do gênero.

Estávamos, rigorosamente, num ambiente juridicamente turvo, maquiavélico, onde os meios justiticavam os fins. Assim, pelo que hoje está sendo revelado, as etapas do devido processo legal foram sumprimidas, em nome dos propósitos políticos em jogo. Há toda uma sequência de procedimentos irregulares, que saltam aos olhos dos cidadãos e cidadãs de bem.     

  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 5 de junho de 2023

Editorial: Ricardo Salles desiste de concorrer à Prefeitura de São Paulo



O ex-ministro do Meio Ambiente e atual Deputado Federal, Ricardo Salles(PL-SP), desiste de concorrer à Prefeitura da Cidade de São Paulo, nas eleições municipais de 2024. Sem a legenda do PL, que deve apoiar o projeto de reeleição do atual prefeito, Ricardo Nunes(MDB-SP), o liberal ficou sem opção de concorrer ao cargo. Não contávamos que ele desistisse tão facilmente, mas é o que se configura, com anúncio já confirmado, onde ele informa que o Centrão ganhou a parada contra ele. Esse "Centrão" é fogo. Nem grandes raposas políticas conseguem enfrentá-lo. De certa forma, Ricardo Salles ainda é um cristão novo nesse terreno minado. Um pássaro na mão é mais importante do que dois voando, conforme aprendíamos ainda quando criança. 

O PL já se sente contemporizado na gestão de Ricardo Nunes, ocupando alguns nacos de poder. Valdemar da Costa Neto bateu o martelo sobre o assunto e o ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu acompanhá-lo, deixando o ex-fiel escudeiro ao sereno. Segundo informações dos escaninhos da política a briga é feia, levando o departamento jurídico da legenda a estudar algum tipo de punição ao hoje dissidente. O arranjo também deve envolver o Governador Tarcísio de Freitas, dos Progressistas, um nome cotadíssimo a concorrer à Presidencia da República nas eleições de 2026, como representante legítimo das forças do campo conservador.

O parlamentar vinha cumprindo um script de quem, de fato, desejava ser candidato ao Palácio Bandeirante. Não dependia apenas dele esse projeto, conforme fica claro neste desfecho. Ele tinha como certo o apoio da legenda nesta empreitada, algo que acabou não se concretizando. Por enquanto, vai continuar realiando seu trabalho, na condição de relator, da polêmica CPI do MST, que deve se reunir nesta terça-feira, dia 06 de junho.   

Publisher: Gleisi Hoffmann's "natural" isolation



A well-known political columnist brings, in his daily column, a comment on a possible isolation of the National President of the PT, Gleisi Hoffmann, in the context of the hard core closest to President Lula. When Lula came to power, Gleisi was considered to take over the Civil House Ministry. It would be a kind of political compass for the PT's third term. At that time, she was already issuing her comments and reflections on the composition and direction of the government, creating some embarrassment for the PT morubixaba, who preferred to keep her in the presidency of the party, not opening space on the Esplanada dos Ministérios for the root PT.

We treat this isolation as something "natural", since, after five months in the Government - contingency for a series of factors - Lula had to make concessions to the opposition, celebrate some agreements that, certainly, dissatisfied the PT. Political actors with your profile - ideologically and politically oriented - may suffer the same fate from now on. Governance agreements bring a great political burden, including with regard to government guidelines, machine management. Centrão, for example, puts a lot of pressure on the Ministry of Health and, certainly, it would not be for the purpose of expanding vaccination coverage in the country. 

Since the campaign we already knew that we would not have a PT government. The issue today is that this mischaracterization is expanding so quickly that, if precautions are not taken into account, we will actually have a Centrão government, something very similar to the ancien régime. There is a political agenda of setbacks, which is being pushed through our throats, as a result of the correlation of forces at play. It is not just Gleisi that is isolated. The great Marina Silva, Minister of the Environment, as well. For obvious reasons, as we hinted at above.