quarta-feira, 14 de agosto de 2024
terça-feira, 13 de agosto de 2024
Editorial: Planalto jura que Lula não tem nada a ver com a decisão do Ministro Flávio Dino sobre emendas parlamentares.
A decisão do Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, impondo medidas disciplinadores no que concerne às concessões e prestação de contas de emendas parlamentares, muito provavelmente, desagradou setores do parlamento, que passaram a enxergar na medida eventuais digitais do Palácio do Planalto. A tensão chegou a tal ponto que lideranças do governo fizeram uma declaração em conjunto, liderada pelo Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmando que não tiveram nada a ver com isso.
Permanecem as rusgas, no entanto, a despeito do acerto da medida tomada pelo Ministro Flávio Dino. A recusa do parlamento em relação ao tema só reforça a convicção de que não estamos tratando aqui de interesse público, mas de interesses bem particulares, que atendem às conveniências de turno. Houvesse um pouco de espírito público e eles entenderiam que precisam prestar contas de suas ações à sociedade, e o instituto da transparência é um dos requisitos fundamentais do homem público.
Nesse jogo de escaramuças de parte a parte, não se sabe o que virá por aí, mas as chantagens estão na ordem do dia entre o arsenal usado nessas ocasiões. Desafeto declarado de setores bolsonaristas de oposição, a parte mais barulhenta por sinal, as críticas ao ministro se intensificaram nos últimos dias, depois da decisão.
Editorial: Quem come açúcar não pode ser prefeito?
Segundo os critérios do candidato Pablo Marçal, não. O empresário, que concorre pelo PRTB à Prefeitura da Cidade de São Paulo, fez referência ao assunto durante o último debate organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão. Em seu raciocínio, açúcar faz mal para a saúde e, por conseguinte, quem não cuida da própria saúde não pode cuidar da saúde da população. Ao enfatizar este assunto, o empresário se dirigia diretamente ao candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Este editor está numa expectativa enorme em relação às pesquisas que devem ser divulgadas nos próximos dias, já captando a reação do público ao último debate. Acreditamos, sinceramente, que teremos algumas alterações no contexto da dinâmica competitiva do pleito. É só uma intuição.
Vamos aguardar os levantamentos científicos realizados pelos institutos. Há um consenso entre os cientistas que, de fato, o açúcar, principalmente o branco, faz um mal danado à nossa saúde. Atuando como um franco-atirador, o Pablo Marçal enveredou por diversos temas. Este é o de menos e pareceu meio folclórico, à lá Jânio Quadros. Essas tiradas, aliás, integram o escopo das estratégias do candidato Pablo Marçal, que conseguiu os holofotes das redes sociais durante toda a semana seguinte, mostrando, em alguma medida, o acerto da estratégia adotada.
O programa Canal Livre, da mesma emissora, repercutiu a longa tradição da emissora paulista na realização desses debates televisivos. O formato adotado no último debate trouxe a grandeza de permitir o embate direto entre os candidatos, o que significou um avanço ao excesso de burocratismo dos debates anteriores, o que significa concluir que a Band, além da tradição, também se preocupa com a inovação. Parabéns!
No nosso perfil da Privacy, fazemos uma avalição mais substantiva sobre o primeiro debate promovido entre os candidatos que concorrem à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições. Por ali, desnudamos toda a dinâmica competitiva sobre aquelas eleições. Assine e passe a interagir conosco. Perfil atualizado diariamente.
Editorial: Defesa de Bolsonaro pede ao STF arquivamento do processo envolvendo as joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme já se previa, entrou com uma solicitação junto ao Supremo Tribunal Federal no sentido de arquivar o processo envolvendo as joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita. Os "entendimentos" do Tribunal de Contas da União estão produzindo uma grande celeuma jurídica e, sobretudo, política. "Entendimentos" no plural caem como uma luva neste caso. Segundo informações divulgadas, a própria Polícia Federal teria consubstanciado seus argumentos a partir de uma decisão daquele tribunal, onde o entendimento de então advogava que haveria alguma irregularidade em torno das doações das joias sauditas, recomendando-se as boas maneiras republicanas em relação ao caso, ou seja, colocar o acervo como integrante do patrimônio da União.
Logo em seguida, no caso do relógio doado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ao presidente Lula, o raciocínio estabelecido foi outro, considerando-se que o presidente pode ficar com o presente. É exatamente sobre este novo entendimento que se ancora a defesa do ex-presidente para pedir o arquivamento do processo. O próprio Lula observou na última reunião ministerial que irá colocar o mimo como patrimônio da União, justamente para dirimir especulações em torno do assunto. Jair Bolsonaro, em discurso recente, afirmou que, se o TCU entender que ele também pode ficar com as joias, ele assume que irá leiloá-las e doar os recursos à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, hospital que o atendeu quando ele sofreu o atentado a faca.
Vamos aguardar a decisão da nossa Suprema Corte em torno deste assunto. Em princípio, vale um adágio popular bastante comum aqui na região Nordeste, que diz que pau que dá em Chico dá em Francisco. A decisão do TCU alcançou, por razões óbvias, grande repercussão nas redes sociais bolsonaristas, obtendo até mesmo elogio de integrante do clã Bolsonaro.
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segunda-feira, 12 de agosto de 2024
Editorial: Caso Marielle Franco: Um enredo que se encaixa perfeitamente na linha de investigação conduzida pela Polícia Federal.
A cada novo depoimento, fica mais evidente os acertos da linha de investigação adotada pela Polícia Federal em relação às motivações e execução da ex-vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes. Desta vez foi divulgado teores do depoimento do atual Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Marcus Amim, onde ele afirma que imagens que poderiam ajudar na investigação do caso foram entregues, mas solenemente ignoradas pelo então delegado encarregado do caso. Com sua expertise de policial, o secretário informa, igualmente, que teria fornecido o nome de pessoas com perícia técnica suficiente para atingir os alvos em movimento, numa lista que ficaria restrita a apenas cinco nomes, entre eles o de Ronnie Lessa, que acabou confessando que havia disparado a arma que matou ambos.
Sugere-se que esses nomes teriam sido igualmente ignorados à época como suspeitos. É preciso, no entanto, fazermos algumas ponderações por aqui. Alguns investigadores designados para esclarecer o caso cumpriram suas funções com brio. O miliciano Adriano da Nóbrega, por exemplo, teria sido descartado entre os suspeitos exatamente porque se descobriu que, no momento do assassinato de Marielle, ele estava escalado para outro serviço. Louvável o trabalho da Polícia Federal, uma vez que tudo converge para ratificar a linha de investigação adotada pelo órgão, que, num trabalho minucioso de investigação, conseguiu, finalmente, chegar às conclusões definitivas sobre uma tragédia, que já se arrastava há anos, sem que houvesse um desfecho, indicando, inclusive, o comprometimento do trabalho de agentes públicos, o que é mais grave.
Neste último depoimento voltou a ser mencionado o nome de Antônio Eugênio de Souza Freitas, mais conhecido como Batoré, que seria o braço direito de Adriano da Nóbrega. Batoré integrava o quadro da Polícia Militar do Rio de Janeiro e foi afastado depois de um processo administrativo onde era acusado de desviar armas da corporação. Afastado do quadro, tornou-se um dos mais perigosos e procurados milicianos do Rio de Janeiro. Impressionante como essas biografias de milicianos são similares.
Editorial: Datena pede desculpas aos tucanos pelo desempenho no debate da Band.
Existem algumas diferenças cruciais entre um debate entre candidatos que concorrem a uma eleição e a apresentação de um programa de televisão. Embora atacado por todos os lados, o atual gestor de São Paulo, Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, manteve-se sereno e moderado, o que pode ser bem interpretado pelos seus eleitores. As acusações, no entanto, são graves e isso pode interferir no humor do eleitorado, mesmo quando improcedentes. Numa eleição no Maranhão, décadas atrás, espalharam um boato - hoje seria fake news - que um dos candidatos havia cometido um homicídio. Ele só conseguiu provar sua inocência depois de realizado o pleito, o que já era tarde demais.
No outro extremo, encontramos o candidato Pablo Marçal(PRTB-SP), que atuou como um franco-atirador, lançando seus petardos contra praticamente todos os demais candidatos. Os petardos lançados alcançaram ampla repercussão nas redes sociais, ampliando, mais ainda, a visibilidade do postulante ao Edifício Matarazzo. De longe, Pablo é o concorrente com maior engajamento nas redes sociais, o que, grosso modo, também não pode ser encarado como uma certeza de bom desempenho como candidato. Há décadas, o apresentador José Luiz Datena ancora um programa televisivo de grande audiência, tornando-se bastante conhecido do eleitorado paulista.
Não por acaso, especula-se que ele poderia está penetrando em redutos eleitorais de concorrentes como Guilherme Boulos(PSOL-SP) e Ricardo Nunes(MDB-SP), com potencial para embolar a dinâmica da disputa. Algumas pesquisas de intenção de voto apontam nesta direção. O apresentador, estranhamento, apresentou sintomas de um certo nervosismo durante o debate. Ele mesmo reconheceu que poderia ter tido um desempenho melhor, o que o levou a enviar um pedido de desculpas aos tucanos que dão suporte ao seu pleito.
Editorial: Greve dos rodoviários no Recife.
Recife hoje amanheceu sem o serviço de transporte coletivo. Os leitores podem bem dimensionar os transtornos produzidos em razão da paralisação de um modal de transporte coletivo numa segunda-feira. As principais universidades já anunciaram que irão suspender suas aulas, minimizando os danos para os estudantes. Todos os anos, mais ou menos por essa época do ano, o fato se repete. Os acordos entre rodoviários e empresários de transporte só são costurados depois de um período de greve, com a mediação da Justiça que, geralmente, em princípio, estabelece alguma regras no sentido de minimizar os problemas enfrentados pelos usuários, determinado que parte da frota volte ao serviço.
A premissa é que, mesmo em tempos normais, os serviços são caros, ruins e perigosos. Há muitas insatisfações por parte dos usuários. Conforme comentamos no dia de ontem, este é um fenômeno praticamente generalizado, ocorrendo em todo o país. Difícil alguém apontar onde os serviços de transporte coletivo são de boa qualidade no país, sobretudo no que concerne ao respeito aos usuários. Nos debates que acompanhamos acerca das próximas eleições municipais, este tema dominou maior parte das discussões entre os concorrentes que disputam o voto do eleitor para gerir o destino das principais metrópoles.
No Recife, nos últimos meses, os assaltos ocorridos dentro dos coletivos tem dado sua contribuição para agravar os problemas de violência urbana, ampliando seus índices. Numa eleição municipal, a vida cotidiana do eleitor cumpre um papel determinante na hora de ele depositar o seu voto na urna. Vamos torcer que uma solução seja encontrada para o problema.
domingo, 11 de agosto de 2024
Editorial: O drama da mobilidade urbana no Brasil.
Crédito da Foto: Joalison Batista
Entre as matérias do Jornal do Commércio tratando dos problemas enfrentados pelos recifenses, uma delas diz respeito aos desafios relativos à mobilidade urbana, que apresenta sérias dificuldades. Vamos logo fazer uma consideração importante por aqui. A julgar pelos debates sobre o tema que estamos acompanhando por todo o Brasil, estamos diante de um problema generalizado. No debate entre os candidatos que concorrem à Prefeitura de São Paulo, por exemplo, surgiram até propostas semelhantes às adotadas em cidades colombianas, como o uso de teleféricos, mesmo considerando-se a nossa topografia, adversa em algumas situações.
Em João Pessoa, temos uma das tarifas mais caras do Brasil e a disponibilidade de transporte público com ar-condicionado não é facultada aos idosos. Em Belo Horizonte, a privatização do metrô tornou esse equipamento um verdadeiro inferno para a população da capital, uma vez que as concessionárias só querem mesmo saber dos lucros. Que se dane o atendimento às demandas dos usuários. Como todos conhecem a realidade aqui no Recife, nem precisamos entrar nos detalhes. É sofrer duplamente, sobretudo num domingo onde os pais estão comemorando o seu dia e pensando nos horrores do dia seguinte.
Os rodoviários, inclusive, já estão se mobilizando no sentido de decretaram uma nova paralisação, uma vez que não conseguem construir um acordo com os empresários. Um dos candidatos está propondo um transporte público completamente subsidiado pelo poder público. Queixa-se, por exemplo, que a Prefeitura do Recife não gasta um centavo com transporte público.
Editorial: O engajamento nas redes sociais e as próximas eleições municipais.
Nunca tivemos acesso a um estudo realmente sério e consistente sobre o papel do engajamento social do candidato e o seu desempenho num pleito eleitoral. Pelo sim, pelo não, depois de um determinado período, todos postulantes a um cargo público, no entanto, passaram a se preocupar com o tema. A eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2016, por exemplo, teve como um dos principais suportes o uso das redes sociais pelos seus apoiadores. Neste aspecto, o bolsonarismo sempre deu um banho no petismo. Não à toa, até recentemente surgiram denúncias de um suposto gabinete da ousadia, que funcionaria nos mesmo modus operandi do gabinete do ódio em passado recente.
Aqui em Pernambuco, por exemplo, os adversários do atual gestor da cidade do Recife, João Campos(PSB-PE), o acusam de gerenciar a cidade com os filtros das redes socais. Sugere-se que este será um tema bastante explorado durante a campanha. O ideal seria que não tivéssemos um eleitorado suscetível ou vulnerável aos apelos das redes sociais. Mas talvez não seja este bem o caso. As fake news, por exemplo, são capazes de produzir danos irreparáveis de imagem e consequências desastrosas para a vida pessoal dos atingidos.
Tratamos deste assunto nesta manhã para observar algo que já seria esperado. Se a eleição para prefeito de São Paulo for decidida através do engajamento que os candidatos possuem nas redes sociais, o empresário Pablo Marçal já pode preparar o terno da posse. Depois do debate do último dia 08, organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão, ele, com uma larga expertise no assunto, está ocupando o topo do Trending Topics Twitter durante os dias que se seguiram ao debate. Seus apoiadores, por vezes com uma forcinha dos adversários, estão dando sempre um jeito de colocá-lo no topo.
sábado, 10 de agosto de 2024
Editorial: Bolsonaro encerra visita à Pernambuco com elogio a Gilson Machado.
A visita que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez ao Estado da Paraíba, até recentemente, foi marcada por alguns atropelos que deixaram o ex-presidente bastante aborrecido. Depois de uma recepção complicada, Bolsonaro não escondeu o mau humor a partir de então. Em sua visita a cidade de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, não conseguiu esconder o descontentamento com os organizadores. Aqui em Pernambuco, tudo ocorreu como o capitão desejava, com grandes concentrações de apoio em todas as praças por ele visitadas, seja na capital, seja no interior do Estado.
Reiteramos em afirmar por aqui que a direita é bastante consolidada no Estado e isso não se trata de um fenômeno isolado de Santa Cruz do Capibaribe, cidade polo de confecção, localizada na região do Agreste, onde o ex-presidente conseguiu obter um percentual de votos superior ao do presidente Lula nas últimas eleições presidenciais. Hoje, dia 10, ele fez uma carreata que saiu do reduto tradicional bolsonarista da Padaria Boa Viagem, no bairro do mesmo nome, até ao Clube Português, acompanhado de um séquito de seguidores fiéis, com as conhecidas palavras de ordem.
Nomes fortes do PL pernambucano, a exemplo de Gilson Machado e Anderson Gomes, estão entre os principais organizadores da agenda do ex-presidente no Estado. Pedimos desculpas por eventuais omissões. Nos eventos finais o ex-presidente fez questão de reconhecer o bom trabalho realizado pelos organizadores de sua visita ao Estado. Pelo andar da carruagem política, Gilson Machado não terá dificuldade em engajar o eleitorado bolsonarista recifense em seu projeto de tornar-se prefeito do Recife. Na avaliação do candidato, parcela desse eleitorado ainda continuava na orfandade política. Sua primeira missão seria realmente em fidelizar esse eleitorado. Neste sentido, o capitão deu uma forcinha.
Editorial: TCU decide que Lula pode ficar com o relógio.
É mais ou menos isso o que se sugere a partir de uma decisão do TCU informando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ficar com o relógio presenteado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, avaliado em mais de R$ 80.000,00. Diante da polêmica gerada em torno das joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita ao Governo Brasileiro, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta última reunião ministerial, o presidente Lula anunciou que irá creditar o presente como patrimônio da União. Hoje, dia 10, a Polícia Federal concluiu que a decisão do TCU em relação ao relógio de Lula não interfere em nada no inquérito em andamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Vamos ser bastante francos por aqui. No Governo Bolsonaro o país passou por uma verdadeiro apagão republicano ou institucional. Apenas a ponto do iceberg nos permitem chegar a tais conclusões. Veja-se o caso das joias doadas, do uso do cartão corporativo, dos cartões de vacinação supostamente adulterados. A decisão do TCU atiçou as hordas bolsonaristas pelas redes sociais, no sentido de apontar que o ex-presidente, diante da resolução tomada pelo órgão de controle e fiscalização, isentaria Bolsonaro das encrencas jurídicas das joias.
Diante do pronunciamento da PF, não é bem assim. Aliás, essa questão das joias é um rolo dos diabos. Vários ex-assessores do ex-presidente também receberam seus presentinhos avaliados em milhares de dólares, geralmente relógios caríssimos. Assim como o ex-presidente, eles também têm um problema a resolver. A decisão tomada pelo presidente Lula foi no sentido de minimizar as polêmicas em torno do tema. Em todo caso, possivelmente os advogados do ex-presidente Bolsonaro adotarão a decisão do TCU como peça de defesa.
Editorial: O impacto do debate da Band sobre as eleições municipais de São Paulo.
Certamente o debate do último dia 08, entre os candidatos que disputam as eleições municipais deste ano, em São Paulo, obteve uma grande audiência. Alguns desses debates podem se constituir como elementos definidores de uma eleição. No caso do debate da Band, se algumas das narrativas expostas viralizarem junto ao eleitorado, não seria surpresa as próximas pesquisas de intenção de voto apontarem alguma mudança de humor em relação a alguns dos postulantes ao Edifício Matarazzo. É curiosa essa dinâmica. Tabata Amaral(PSB-SP), por exemplo, grosso modo, não se saiu muito bem no debate. Até porque, o debate da pólis ficou comprometido pelo turbilhão de denúncias e agressões trocadas entre os concorrentes.
Por outro, com o seu jeitinho aparentemente frágil, ela pontuou duas questões que podem ter sido cruciais para sua campanha. Um eventual problema que o atual gestor teria tido com a esposa, assim como as acusações que pesam contra um dos outros candidatos, o que o deixou sensivelmente nervoso. Com isso, ela pode ter angariado a simpatia do eleitorado feminino, na mesmo proporção em que o atual gestor pode contar com a rejeição. Não se pode negligenciar os efeitos dessa de uma Lei como a Maria da Penha. As mulheres possuem um espírito corporativo ou de solidariedade muito forte.
Esta não foi a única acusação grave durante o debate. Todas com potencial de produzirem estragos de imagem consideráveis. Um dos dirigentes do Instituto Paraná Pesquisas, ouvido antes de começar o debate, anunciou uma pesquisa com o propósito de avaliar seus impactos junto ao eleitorado. Segundo ainda informou, as pesquisas do instituto passarão a ser semanalmente divulgadas. Por enquanto, apenas no aguardo, mas apostamos que teremos algumas mudanças na dinâmica da disputa até agora.
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
Editorial: A indústria da Cracolândia.
Crédito da Foto: Giba Bergamin, O Globo. |
Em meio às agressões e destemperos de alguns dos concorrentes à Prefeitura de São Paulo, o debate de ontem, organizado e transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão trouxe à luz o grau da degradação que ocorre com a região conhecida como Cracolândia, em São Paulo. Zona cinzenta ou de exclusão, que abriga moradores de rua e consumidores de drogas, ali predomina o tráfico, consumo de entorpecentes e a prática de prostituição. Na realidade, isso é só a ponta do iceberg, conforme informamos pela manhã. A região se transformou numa verdadeira indústria de vendas de objetos e celulares roubados, extorsão de comerciantes, hotéis de fachada, tudo isso, segundo suspeita-se, com a participação criminosa de agentes públicos que integram grupos de milicianos.
Até recentemente, a banda sadia da polícia, juntamente com o Ministério Público, empreenderam uma operação para desmontar essa engenharia criminosa, inclusive com indiciamento desses agentes públicos. Um quadro deveras preocupante, se vierem a se confirmar como procedentes as eventuais irregularidades apontadas por alguns dos candidatos em relação à administração pública municipal, onde há licitações com indícios de compadrio. Os bons exemplos na gestão dos negócios públicos, caso tais denúncias sejam confirmadas, não estão sendo observados.
Preocupa imensamente como o crime organizado está penetrando na estrutura de gerenciamento dos negócios de Estado. Como é possível que CNPJ de pessoas oriundas dessas grandes organizações consigam participar de licitações públicas, vencê-las e operá-las sem quaisquer constrangimento? Fatos dessa natureza estão ocorrendo em todo o país. Na Paraíba existe uma denúncia de alguém que ligou de uma unidade prisional para uma secretária de saúde municipal exigindo algumas benesses em troca de uma ordem para que os agentes de saúde pudessem entrar numa dessas zonas de exclusão já controladas pelo crime organizado. Como o poder público poderia fazer esse tipo de negociações? Pode isso, Arnaldo?
Editorial: Uma análise do debate da Band.
A Rede Bandeirantes de Televisão cumpriu com sua tradição de dá início aos debates entre os candidatos que concorrem às prefeituras municipais, nas eleições de outubro, em todo o Brasil. Esses debates cumprem um papel importante numa ambiente democrático, facultando ao eleitorado a oportunidade de conhecer as propostas dos postulantes que desejam habilitarem-se a gerir o destino da pólis pelos próximos quatro anos. Além de apresentar a melhor proposta, sob a clivagem do eleitorado, o candidato precisa convencer o eleitor sobre a suas reais intenções, assim como sobre a sua capacidade de tocar essas propostas. Ou seja, questões relevantes podem ser inferidas num debate como esses organizados pioneiramente pela Rede Bandeirantes.
Lamentamos informar, no entanto, que nada disso foi observado durante a noite de ontem, dia 08, entre os postulantes que se habilitam a gerir o destino de São Paulo pelos próximos quatro anos. Os candidatos se perderam em agressões e ofensas pessoais. Mesmo que por vias tortuosas, o debate de ontem deve promover algumas mudanças na dinâmica competitiva da disputa pela cadeira do Edifício Matarazzo. Há muitas acusações contra a gestão de Ricardo Nunes e isso deve se refletir na avalição de sua gestão o que pode respingar sobre sua situação nas pesquisas de intenção de voto daqui para frente.
O lado bom do debate é que ele trouxe à tona alguns aspectos da rede de interesses corrupta que gira em torno da Indústria da Cracolândia, controlada por agentes públicos que integram grupos de milicianos, lojas de desmonte de celulares roubados, hotéis, ferro velho, extorsão, comércio de entorpecentes. Aliás, pelo andar da carruagem, o comércio de entorpecentes é apenas a ponta da iceberg.
quinta-feira, 8 de agosto de 2024
Editorial: Boulos dispara em São Paulo, segundo pesquisa do Instituto Atlas\Intel.
No dia do debate que está programado para logo mais, saiu uma pesquisa do Instituto Atlas\Intel apontando uma folgada liderança do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos. Neste levantamento, Boulos aparece com 32,7% das intenções de voto, seguido do atual gestor, Ricardo Nunes, que pontua distante, fora da margem de erro do Instituto, com 24,9% das intenções de voto. A margem de erro do Instituto é de 2.2(P.P), enquanto a confiabilidade é de 95%. Ainda é cedo para muitas comemorações, uma vez que, até então, as pesquisas ou apontavam a liderança do candidato oficial ou o apresentavam empatado na margem de erro com o psolista, que conta com o apoio ostensivo do Palácio do Planalto.
Na realidade, neste momento, o mais provável seria concluir por uma eleição sensivelmente difícil para todos os candidatos que estão na disputa pela cadeira do Edifício Matarazzo. Até recentemente surgiram várias denúncias de eventuais equívocos da gestão das contar públicas da Prefeitura de São Paulo, o que, provavelmente, pode ter contribuído para arranhar a imagem do gestor junto à opinião pública, caso a pesquisa tenha sido realizado em tempo de captar tal mau humor do eleitorado paulistense. Ônus de quem pilota a máquina.
A tendência a um embaralhamento daquelas eleições estão evidentes logo em seguida, no segundo pelotão da disputa, onde aparecem rigorosamente empatados os candidatos Tabata Amaral, José Luiz Datena e Pablo Marçal. Logo mais à noite teremos o debate promovido pela Band, o que, certamente, irá contribuir para o eleitorado ir afunilando o elenco de suas escolhas para o gestor que irá conduzir a Prefeitura da Cidade de São Paulo. Eis os números da pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número SP-05924\2024.
Guilherme Boulos(PSOL) - 32,7%
Ricardo Nunes(MDB) - 24,9%
Pablo Marçal (PRTB) - 11,4%
Tabata Amaral(PSB) - 11,2%
José Luiz Datena(PSDB) - 9,4%
Marina Helena (Novo) 3,4%
Editorial: João Campos afirma em convenção que comparecerá aos debates.
Há uma grande expectativa para o debate de logo mais, organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão. A emissora paulista ostenta uma velha tradição em dá o ponta pé inicial nesses encontros, fundamentais para que o eleitor possa fazer suas escolhas consoante as propostas dos que se habilitam a gerir o destino da polis pelos próximos quatro anos. Pena que hoje tais debates tenham assumido um formato tão metódico e burocrático, por vezes ofuscando o desempenho dos postulantes. Mesmo assim, eles não deixam de cumprir um papel importante no escopo de um processo democrático.
Quando os postulantes estão muito bem nas pesquisas de intenção de voto, por vezes, atendem aos apelos dos seus marqueteiros para não comparecerem aos debates. Do ponto de vista estritamente eleitoral, no sentido rasteiro da luta pelo voto, pode até ser uma medida ajustada, pois ele se torna o principal alvo dos ataques. É todos contra um. Sugere-se que isso possa ocorrer, por exemplo, em relação ao candidato João Campos(PSB-PE), que concorre à reeleição no Recife. Há, neste jogo, entretanto, algo que seria fundamentalmente importante, ou seja, o respeito ao eleitor e aos procedimentos basilares da democracia. João Campos, durante discurso na convenção do PSB que homologou a sua candidatura, afirmou que irá comparecer aos debates.
Por enquanto, nada de novo sobre os debates entre os candidatos que concorrem às eleições do Recife. Na Paraíba, reproduzindo o que ocorre em São Paulo, hoje, dia 08, teremos o primeiro debate entre os candidatos que concorrem à Prefeitura de João Pessoa. Os principais candidatos que concorrem ao cargo, consoantes às regras de representatividade exigidas pela Legislação Eleitoral, estarão presentes. O blog acompanhará de perto o que ocorre nas eleições da capital dos paraibanos.
Editorial: A recepção a Bolsonaro no Recife.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não pode se queixar da recepção dos recifenses e olindenses à sua visita ao Estado. Ele continua na capital pernambucana e sua agenda em Pernambuco ainda inclui visitas às cidades de Gravatá, Caruaru e Itambé. Neste momento, candidatos como Gilson Machado(Recife) e Izabel Urquiza(Olinda)devem estar com aquela sensação de ânimo injetado em suas campanhas, o que é muito bom. Historicamente, a direita tem presença efetiva no Estado. Não se constitui nenhuma surpresa a calorosa recepção ao ex-presidente no Estado. Se isso poderá se traduzir em votos para ambos os candidatos apoiados por Bolsonaro é uma outra questão.
Recentemente, um dos apoiadores de Bolsonaro, deputado federal, se meteu numa encrenca por repassar, ilegalmente, verbas de gabinete para um suposto filme que estaria sendo produzido sobre Jair Bolsonaro. A construção do "mito" não é obra do acaso. A utilização do cinema para projetá-los remonta a séculos passados, como é do conhecimento de todos. Uma dessas figuras históricas possuía até uma cineasta exclusiva, contratada com o propósito de registrar o seu cotidiano. É preciso entender um pouco sobre psicologia de massas para compreender a resiliência do ex-presidente Bolsonaro depois do vendaval político\administrativo que foi o seu governo.
Um dado ainda mais curioso sobre o bolsonarismo é que o próprio eleitorado demonstra uma inclinação de referendar o seu nome como postulante ao pleito presidencial de 2026, mesmo sabendo que ele se encontra inelegível. Não são incomuns os gritos de "Volta, Bolsonaro" sempre que ele promove essas aparições públicas. Na eventualidade de um substituto para sucedê-lo, a sua esposa, Michele Bolsonaro, é a preferida do eleitorado bolsonarista, sugerindo uma eventual desconfiança desse eleitorado sobre os nomes que hoje se apresentam como futuros herdeiros do seu espólio político\eleitoral.
quarta-feira, 7 de agosto de 2024
Editorial: Datena embola o jogo em São Paulo. Amanhã teremos o primeiro debate.
Temos acompanhado, com muita atenção, o verdadeiro desarranjo na disputa eleitoral em São Paulo, produzido depois que o apresentador José Luiz Datena foi oficialmente homologado candidato do PSDB à Prefeitura Municipal. Mesmo as pesquisas quantitativas apontam algumas variáveis interessante sobre o desempenho do apresentador na dinâmica competitiva daquele pleito, antes com uma tendência à hegemonização concentrada na polarização envolvendo dois candidatos, ou seja, Ricardo Nunes(MDB-SP), que concorre à reeleição, e o deputado Guilherme Boulos, do PSOL, que conta com o apoio do Palácio do Planalto.
Os últimos números divulgados pelo Instituto Genial\Quaest indicam um empate técnico entre José Luiz Datena, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. Ou seja, o quadro da disputa está completamente embolado ou embaralhado, se preferirem. Tanto Nunes quanto Boulos já começam a considerar a hipótese de terem de disputar com Datena a cadeira do Edifício Matarazzo. A questão que se coloca são as hipóteses que poderiam justificar esta ascensão do candidato tucano, algo para além do apelo midiático do apresentador. Somente pesquisas qualitativas poderiam sanar este problema, mas sugere-se que ele poderia estar entrando em redutos do PT, em redutos evangélicos e, certamente, comendo o mingau quente do eleitorado conservador pelas beiradas, talvez até bolsonarista.
Não deixa de ser curiosa essa capacidade do apresentador\candidato em dialogar com diferentes estratos do eleitorado paulista, o que o torna, de fato, um postulante com grande potencial de crescimento, como, aliás, vem se verificando nas últimas pesquisas. Para o debate de amanhã, por enquanto, a tendência é de todos contra Ricardo Nunes, que tem alguns problemas a serem explicados sobre as contas públicas do município. Na dúvida sobre as declarações de Pablo Marçal (PRTB), já tem gente realizando o exame toxicológico com antecedência.
Editorial: Bolsonaro desembarca no Recife.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, neste momento, deverá está desembarcando no Aeroporto Internacional dos Guararapes, onde cumpre agenda política no Estado. O périplo do ex-presidente começa pela antiga Pracinha do Diário, palco de grandes acontecimentos políticos no passado, mas hoje bastante degradada, como, aliás, vários trechos do Recife, assunto que deve constar da agenda dos opositores ao prefeito João Campos(PSB-PE). Neste primeiro encontro, o ex-presidente estará acompanhado do candidato do PL à Prefeitura do Recife, Gilson Machado. Amigo pessoal do ex-presidente, Gilson é um daqueles bolsonaristas roxos.
O périplo político do ex-presidente não se encerra por aí. Ainda estão previstas visitas às c deidades Gravatá, Caruaru e Itambé. Em princípio, previa-se sua ida ao Sertão do São Francisco, mais precisamente à cidade de Petrolina, mas a logística tornou-se complicada. Petrolina fica a 712 quilômetros do Recife. Espera-se que, depois do que ocorreu na Paraíba, os organizadores não deixem de incentivar os apoiadores a recepcioná-lo, logo no saguão do aeroporto, com os gritos de "mito". A ausência de pessoas no aeroporto de João Pessoa deixou o ex-presidente bastante irritado.
Uma das missões do candidato Gilson Machado, como ele mesmo admite, seria a de consolidar sua imagem como representante do bolsonarismo na capital pernambucana. Criar uma identidade. Colar seu nome à imagem do ex-presidente. Ele observa, não sem alguma razão, que o eleitorado conservador recifense votou em João Campos na última eleição municipal. É preciso deixar claro para este eleitor que a orfandade acabou.
Para uma análise mais aprofundada sobre o que, de fato, representou a presença do ex-presidente no Estado, assim como seus reflexos para as próximas eleições municipais, assine o nosso perfil da Privacy.
terça-feira, 6 de agosto de 2024
Editorial: Progressistas desistem de lançar o nome de Michelle Collins no Recife.
A deputada federal Michelle Collins(PP-PE) era uma espécie de carta na manga dos Progressistas em relação à disputa pela Prefeitura do Recife nas próximas eleições municipais. A intenção dos dirigentes da legenda era a de provocar uma decisão da governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) em relação ao pleito do partido, ou seja, que ela se decidisse a apoiar o nome da deputada federal Clarissa Tércio, dos Progressistas, que disputa a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Conforme já discutimos em outra oportunidade por aqui, tomar uma decisão sobre as eleições de Jaboatão dos Guararapes não está sendo nada simples para a governadora Raquel Lyra, cobrada por todos os postulantes que disputam um dos pleitos mais renhidos das próximas eleições municipais.
Se brincar, até pelo PT a governadora está sendo cobrada, quem sabe como mais um gesto de aproximação com setores da legenda. Deve ter prevalecido os entendimentos e o fato é que os dirigentes do PP local já comunicaram que a deputada federal Michelle Collins não mais disputará as próximas eleições municipais, endossando o apoio da legenda ao nome de Daniel Coelho(PSD-PE), nome que representa o Palácio do Campo das Princesas nessa disputa eleitoral. Nas coxias especula-se que a governadora, finalmente, tenha chegado a um acordo com os Progressistas, o que poderia significar o seu apoio ao nome de Clarissa Tércio, em Jaboatão.
Curioso como o eleitorado evangélico passou a ser fulcro das preocupações de todos os candidatos que disputam as próximas eleições recifenses. Segundo estimativa de gente do ramo, eles representam 30% dos eleitores da capital pernambucana. Os evangélicos, registre-se, e as mulheres. Dentre os principais concorrentes, apenas o prefeito João Campos(PSB-PE) optou por não colocar em sua chapa uma mulher.
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Editorial: Louvável a iniciativa do Jornal do Commércio em debater o Recife que queremos.
O jornal traz alguns dados, a partir do Mapa da Desigualdade, onde evidencia-se, inclusive, nossa intolerância com grupos LGBTQIA+. Recife é uma das cidades mais desiguais do país. A segunda cidade mais desigual, um problema que se arrasta há décadas, conforme discutimos no dia de ontem. Precisamos de gestores preocupados em cuidar das pessoas. Embora a segurança pública não seja algo afeito diretamente à gestão municipal, é uma outra questão que deve suscitar grandes debates nessas eleições municipais, depois que o Estado se tornou um dos mais violentos do país. Não espanta o que o Recife deve contribuir, infelizmente, para a ampliação desses índices de violência.
Em sua convenção, o candidato do PL, Gilson Machado, sugeriu que o prefeito João Campos(PSB-PE), que ocupa uma folgada liderança nas pesquisas de intenção de voto, pudesse comparecer aos debates. Embora a recomendação dos marqueteiros, neste caso, seja no sentido contrário, o espírito público do prefeito aconselharia o contrário. É sempre bom ouvir críticas. Por vezes elas podem contribuir para reorientarmos nossas ações, identificar nossas fragilidades.
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Editorial: As vaias contra Lula no Chile.
Em visita ao Chile o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi solenemente vaiado pela população local, no momento em que se encontrava com o presidente daquele país, Gabriel Boric. As vaias seriam decorrentes de um eventual apoio de Lula ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que enfrenta um dos seus momentos mais delicados. Se, durante o governo anterior, a política de relações exteriores mereceram algumas críticas contundentes, durante o Governo Lula 3 algo também não está dando certo, comprometendo uma forte tradição da diplomacia brasileira, alicerçada durante décadas pelo Instituto Rio Branco que, nem mesmo durante os governos militares teve seu prestígio abalado.
Setores mais autênticos da esquerda fazem muitas críticas às constantes concessões do Governo Boric aos representantes da extrema-direita, que ainda são fortes naquele país. De concessão em concessão ele acaba comprometendo algumas pautas progressistas. Em todo caso, no plano das relações exteriores, Gabriel Boric tem se mostrado bastante prudente e ponderado em seus pronunciamentos. Condenou veementemente violações de direitos civis na Nicarágua, assim como o que ocorre na Venezuela, onde pairam enormes dúvidas sobre o resultado das últimas eleições presidenciais.
Aliás, a prudência é um atributo que deve ser solenemente respeitado pelos governantes. Açodamento não faz bem para ninguém, muito menos para quem ocupa este lugar de fala. Independentemente das criticas ao que ocorre na Venezuela, onde sugere-se que algumas regras do jogo democráticas não estão sendo respeitadas, cumpre aqui fazer mais uma ponderação pertinente: A oposição Venezuelana é uma oposição "normal", daquela que se sujeitaria, em novas eleições, ao saudável processo de alternância no poder? A Venezuela entrou numa espiral de crise institucional gravíssima.
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