pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Editorial: A dificuldade do governador Tarcísio de Freitas em lidar com a questão das câmaras nos uniformes dos policiais.



Será muito difícil para o Governo Federal construir um consenso junto aos governadores de oposição sobre o uso dessas câmaras nos uniformes dos policiais militares em operação. Como já insistimos por aqui algumas vezes, há um grave problema de "agendas" entre o Governo Lula e a Oposição, principalmebte a de matriz bolsonarista. Na área de segurança pública, então, essa ausência de pontos de convergências se acentuam perigosamente, ao ponto de parlamentares já encetarem propostas de que o disciplinamento ou autonomia sobre o uso ou não dessas câmaras ficarem sob a responsabilidades dos entes estaduais. 

Essas câmaras precisam estar ligadas o tempo todo e, preferencialmente monitoradas em tempo real. Agora surge umas ideias exóticas e estapafúrdias, sugerindo que elas possam ter intevalos de filmagem. Sabe-se lá o que pode ocorrer nesses "intervalos", sobretudo se considerarmos os equívocos operacionais já flagrantemente denunciados. Se espanca cadeirante, se atira em cegos, se mata mãe de seis acidentalmente. Certíssimo estava o saudoso deputado Pedro Aleixo, quando afirmava que não se pode confiar no guarda da esquina. 

O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tem aberto um canal de diálogo permanente com setores de oposição, o que republicamente louvável. Recentemente surgiram informações de que ele pensa em  articular a inserção do SUSP - Sistema Único de Segurança Pública - na Constituição. A medida é louvável e bem-vinda. Oposição e Governo precisam urgentemente baixar essas armas e seguir o feeling da sociedade. Há pesquisas indicando que 80% da população é a favor do uso de câmara no uniformes dos policiais.   

Editorial: Escolas Casa Grande & Senzala.


Não faz muito tempo, publicamos por aquiaqui um texto onde abordamos o drama do alto índice de analfabetismo adulto no país. Segundo as últimas estimativas divulgados pelo IBGE. São 11,4 milhões de analfabetos, em sua maioria concentrados em regiões como a Norte e Nordeste. Logo em seguida, nos deparamos com a leitura de uma artigo onde o articulista assinala ser um tremendo retrocesso civilizatório ainda termos que tratar de analfabetos adultos no Brasil, o que se constitui num indicador seguro sobre o nosso renitente atraso. 

No dia de hoje, 24, lemos um artigo escrito pelo pernambucano Cristóvam Buarque, publicado na revista Veja, tratando de dois graves problmas que o país nunca enfrentou defintiivamente: A reforma agrária e uma reforma educacional que pudesse facultar às camadas mais fragilizadas e empobrecidas da nossa sociedade - em alguns casos possíveis descendentes de escravos - um sistema educacional de igual qualidade ao dos nossos senhores de engenhos de hoje. Ou seja, no raciocínio do pesquisador, o país ainda comporta um sistema educacional onde existe uma escola para a Senzala e uma escola para a Casa Grande, assim como nos velhos tempos colonialismo português. Vale o simbolismo e a licença poética, mas, a rigor, para sermos mais precisos, nessa época nem escola para os habitantes da senzala existiam.  

Cristóvam Buarque sempre faz muitas referências ao abolicionista Joaquim Nabuco, ao tratar deste assunto. Joaquim Nabuco falava sempre sobre a necessidade de se conceber um projeto de inserção dos ex-escravos à sociedade, sob pena de que, embora abolida institucionalmente a escravidão, a condição social desses escravos não mudaria. Eram pessoas sem teto, sem terra, sem emprego, sem profissão, sem educação formal. É curioso como perfil do analfabeto brasileiro remete-nos, inexoravelmente, às preocupações do abolicionista pernambucano. Em geral são mulheres envelhecidas, pobres, negras, residentes em regiões como a Norte e a Nordeste. Alguém precisa fazer um estudo de gênero sobre o analfabetismo no país. 

Ao longo dos anos, a reforma agrária na foi realizada e o sistema educacional permaneceu com essa clivagem. Faz sentido quando, em determinado momento do texto, o pesquisador observa que os escravos foram soltos e não libertos. O mais espantoso disso é que, mesmo sob governos de perfil progressista e popular oa avanços continuam sendo pontuais e não estruturais. É o Brasil. 

Você precisa ler também: 

Brasil - ainda um país de analfabetos adultos.   

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Editorial: PT mineiro entra em crise com o Ministro da Educação, Camilo Santana.


Claro que as manifestações de repúdio estão sendo encetadas sobretudo pelo PT, mas convém aqui mencionarmos a federação que reúne, além do PT, o PCdoB e o PV. O pivô da crise é uma decisão, ainda não concretizada, onde o Ministério da Educação assumiria, como hospital escola, o Hospital de Divinópolis, cidade mineira administrada por Gleidson Azevedo(Novo-MG), irmão gêmio do senador Cleitinho, inimigo figadal dos petistas. O hospital sera incorporado pelo Universidade Federal de São João Del-Rey, instituição fundada pelo próprio Lula, com fortes vínculos políticos e afetivos com o morubixaba petista. 

A ideia é boa, ninguém questiona, em princípio, o acordo celebrado entre o Ministério da Educação e o Governo Mineiro. O ruído se dá na tramitação do processo, que seguiu um rito onde os petistas foram simplesmente desconsiderados das fotos oficiais e, naturalmente, dos dividendos eleitorais da medida. Numa foto que circula pelas redes sociais, aparece o governador mineiro Romeu Zema(Novo-MG), o prefeito de Divinópolis, além do Ministro da Educação do Governo Lula, sem nenhuma presença de representantes do PT, sejam aqueles que atuam naquela espaço político específico, sejam os parlamentares com atuação nacional, a exemplo de Rogério Carvalho, pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte. 

A federação não gostou nenhum pouco do procedimento e pretente talvez entrar com uma represenatação na Executiva Nacional da legenda. Já circula uma nota de repúdio ao ato. Com as barbas de molho, temendo maiores repercussões, Camilo Santana tratou de informar que a medida ainda está na fase de negociações. 

Editorial: Cláudio Castro pode ser o sétimo governador a perder o mandato no Rio de Janeiro.



O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro(PL-RJ) poderá ser o sétimo governador a perder o mandato naquele Estado. Esta estatística, per si, é uma evidência do descalabro que tomou conta da administração pública no Rio, um Estado onde os grupos milicianos conseguiram penetrar nas entrahnas mais recônditas do Aparelho de Estado, comprometendo irremediavelmente a engenharia política institucional republicana. Não vamos voltar por aqui a discutir os tentáculos desses grupos milicianos, tampouco inferir como eles agem, posto que tais fatos já são de conhecimento público. 

Possivelmente a referência mais elucidativa para entendermos esse fenômeno do poder conquistado por esses grupos milicianos talvez seja mesmo o enredo que envolveu a morte da ex-vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, naturalmente, depois que o seu assassinado foi esclarecido pela Polícia Federal. As denúncias de irregularidades cometidas pelo governador Cláudio Castro, juntamente com um grupo de auxiliares, são bastante robustas. Uma vez comprovadas, haveria razões de sobra para afastá-lo do cargo.  

O relator do caso, representando o TRE-RJ, recomendou o seu afastamento do cargo. Se a maioria dos juízes seguirem seu raciocínio, teremos mais um governador a deixar o cargo no Estado. Infelizmente, não é díficil saber o que virá pela frente. Quando esses grupos do crime organizado passam a ter forte influência sobre o núcleo duro do Estado, lamentavelmente, não se pode manter uma expectativa positiva. Não seria por mero acaso que este já seria o sétimo governador a deixar o cargo.    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 22 de maio de 2024

Editorial: Atriz alude sobre situação de insegurança em Tambaba.



A atriz carioca, Maria Priscila Santos, através do seu perfil no Instagram, relata seu encantamento com a belíssima praia de Tambaba, praia de naturismo do Litoral Sul da Paraíba, mas faz ressalva à situação de desorganização e insegurança do local. A atriz visitou a praia numa segunda-feira, quando a associação que cuida do espaço, certamente, não deve ter escalado ninguém para ficar no local, interditando visitantes inoportunos, que insistem em adentrar o local destinado exclusivamente à prática do naturismo. Há regras. Não se entra sozinho, tampouco de roupas. Quem não deseja cumprir essas regras, que se limite ao local destinado ao público que não é praticante do naturismo.  

Tambaba foi a primeira praia do Nordeste a adotar a prática do naturismo na região, tornando-se famosa. Até congressos de naturismo internacional já ocorreram no local, com avião fretado e todo mundo nu. Quando eles estavam reunidos num espaço, no distrito de Jacumã, faltou energia no local. Tal episódio ficou registrado no imaginário da população local. Tambaba continua sendo uma referência, um dos maiores atrativos turísticos dos paraibanos. Todos os visitantes que visitam João Pessoa, por exemplo, manifestam interesse em conhecer o local. 

É preciso que o poder público não negligencie sobre os cuidados que o local exige, assim como deve-se manter mais atenta a associação de naturismo que administra e disciplina a prática do naturismo naquele local. Já faz algum tempo que se comenta sobre eventuais falhas de segurança nessas praias do Litoral Sul. Soma-se a isso o fato de o Conde está se tornando uma cidade muito violenta.   

Editorial: TSE mantém mandato do senador Sérgio Moro.



O Tribunal Superior Eleitoral rejeitou o pedido de cassação do ex-juiz da Lava Jato, senador Sérgio Moro(UB-PR). Para nós, que ontem nos pronunciamos por aqui acerca deste assunto, não foi surpresa. Prevaleceu uma análise técnica, desprovida das conotações políticas que envolviam o caso. Racionalidade, razoabilidade, coerência, lucidez, sensatez estão entre os adjetivos que podem ser imputados a uma análise deste caso ou, quem sabe até, à decisão tomada sobre este caso.

A formação de uma opinião sobre o que estava sendo, de fato, julgado, já teria sido formada no TRE-PR, onde até o boneco gigante em homenagem ao senador, aqui de Olinda, foi citado por um dos juízes. O alarde em torno do assunto é decorrência dessa esgarçada polarização política, que apenas prejuízos estão trazendo ao país, em todos os níveis. Nem durante as tragédias, como a que assola o Rio Grande do Sul, conseguimos nos livrar dessa praga. 

O interesse coletivo fica sensivelmente prejudicado por essas disputas entre atores políticos governnistas e de oposição. O mais grave é que tal esgarçamento e ameaças, de lado a lado, estão sendo utilizados como as únicas estratégicas políticas possíveis, praticamente inviabilizado as alternativas inteligentes, como bem prega o slogan dos tucanos. Estratégia suicida, como vem se mostrando. 

Você precisa ler também: 

O julgamento de Sérgio Moro

Charge! Triscila Oliveira e Leandro Assis via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 21 de maio de 2024

Editorial: Pegou mal a proposta de adiar as eleições municipais no Rio Grande do Sul.


Algumas propostas são rejeitadas logo de início. Este seria o caso da sugestão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, propondo que as eleições municipais sejam adiadas para uma outra data. Enquanto as águas, felizmente, começam a deixar de atormentar a população daquele Estado, a temperatua política continua em alta. Há, por exemplo, sérios questionamentos sobre a conduta do governador no que concerne às medidas preventivas contra as intempéries da natureza. 

A edição de ontem do Jornal Nacional, por exemplo, relatou qua algumas obras, que já estariam previstas no PAC, não avaçaram sob a sua gestão. O Planalto ainda ressente-se dos danos e ruídos produzidos com a indicação de Paulo Pimenta para o cargo de Auridade Federal para a reconstrução do Estado. Consoante as divergências políticas inevitáveis, torna-se pouco provável um trabalho em sintonia ou harmônico do Planalto com o Governo Estadual. A indicação, que, a princípio, poderia ser entendida como uma prova do prestígio do subordinado, ja começa a levantar a suspeita de tratar-se, na realidade, de uma manobra no sentido de afastá-lo da condução da SECOM. 

A proposta de adiar as próximas eleições municipais naquele Estado foi rejeitada de imediato. Isso poderia abrir um precedente preocupante. É curioso como autoridades eleitorais e amplos segmentos da imprensa se contrapuseram em relação a esta proposta. Pelo andar da carruagem política, vamos ter eleições em outubro, a despeito das intempéries. 

 

Editorial: TSE retoma hoje julgamento sobre os recursos contra a absolvição de Sérgio Moro.



O Superior Tribunal Eleitoral retoma hoje, dia 21, o julgamento dos recursos impetrados pelo PL e o PT contra a absolvição do senador pelo Estado do Paraná, Sergio Moro(UB-PR). Se prevalcer o mesmo raciocínio estabelecido pelos juízes do TSE do Paraná, o ex-juiz da Lava-Jato já pode preparar a confraternização entre amigos para comemorar a confirmação de sua absolvição. Os argumentos dos juízes que votaram por sua absolvição são bastante coerentes e bem consubstanciados. O que estará sendo julgado não é o juiz que condenou o presidente Lula, mas alguém que não pode ser responsabilizado pela capilaridade política alcançada quando se candidatou a uma vaga para Senado Federal por aquele Estado da Federação. 

É tosco e improcedente o raciocínio onde se conclui que ele foi candidato à Presidência da Ropública com o propósito de tirar alguma vantagem numa eventual candidatura ao Senado por aquele Estado. Sérgio Moro candidatou-se ao Senado pelo Paraná porque, na realidade, não restava outra opção ao ex-juiz. É evidente que tal condição poderia ter proporcionado, em tese, alguma vantagem ao ex-juiz. Mas este fato seria involuntário. Os petistas mais radicais enviesam o raciocínio apenas por enxergar no ex-juiz o homem que condenou o morubixaba petista. 

Salvo melhor juízo, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria intercedido em favor do ex-juiz junto aos dirigentes do PL. A sugestão era a de que o partido não entrasse com recurso contra a decisão do TRE do Paraná. Valdemar da Costa Neto, presidente do partido, teria sido contra. Do lado do PT, a torcida é enorme pela cassação do senador, desafeto desde sempre do partido. Soma-se isso as eventuais pretenções partidárias da deputada federal Gleisi Hoffmann, que pretende disputar a vaga numa eventual eleição extraordinária.    

Charge! Cláudio de Oliveira via "X"

 


Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 20 de maio de 2024

Editorial: Paulo Pimenta avalia atuação da extrema-direita no Rio Grande do Sul.


Paulo Pimenta utiliza suas redes sociais para, de alguma forma, comunicar as ações do Governo Federal no Rio Grande do Sul. Se os problemas daquele Estado se resumissem às intempéries naturais, mesmo com todas as dificuldades, ainda assim teriam maiores possibilidades de serem contornados. O grande problema mesmo são as intempéries políticas, capazes de produzir estragos ainda maiores do que os provocados pelas chuvas na região. Em sua avaliação, existem três abordagens distintas no tocante aos problemas ambientais e sociais enfrentados por aquele Estado. 

A primeira abordagem está diretamente relacionada ao trabalho de boicote realizado por setores conhecidos de nossa oposição, que espalha fake news constantemente, com o propósito de desacreditar as ações do Governo Federal no Estado. A segunda linha é de corte neoliberal, propositora de soluções com o mínimo de participação do Estado, entregando essas ações de preferência à iniciativa privada, contraindo financiamentos de organismos internacionais. 

A terceira linha é a que ele incorpora, representando as ações do Governo Federal naquele Estado, com uma série de políticas públicas já anunciadas para o enfrentamento do drama social vivido pela população, envolvendo amplos setores do Governo. Infelizmente, nem em momentos assim, há uma trégua entre Governo e Oposição. Desgastar o Governo Federal tornou-se a linha de atuação de setores da Oposição. Os investimentos do Governo naquele Estado são comemorados apenas como prenúncio de consequências graves para um orçamento público já bastante combalido, amplificando as dificuldades do Planalto. Tenho um certo cuidado e reticência em usar o termo extrema-direita por aqui, mas, neste caso, também aqui o Paulo Pimenta tem lá suas razões.       

Editorial: Jogo de intrigas no Rio Grande do Sul.



A notícia boa é que o nível das águas estão baixando no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, por exemplo, já existem mutirões de limpeza atuando com o propósito de trazer à normalidade algumas de suas principais ruas. A temperatura política, por outro lado, continua em alta. Até este momento, a única ponderação crítica que fazemos à atuação do Governo Federal neste episódio da tragédia que se abateu sobre aquele Estado da Federação diz respeito à infeliz indicação do nome de Paulo Pimenta para assumir a condição de Autoridade Federal para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. 

A indicação apenas ofereceu munição a uma oposição de má-vontade, disposta a especular sobre a utilização política da tragédia. Setores expressivos de nossa oposição é mesquinha e inconsequente e não torcem pelo êxito do Governo nas ações empreendidas naquela Estado, sobretudo se considerarmos as próximas eleições municipais, onde eles planejam inflingir uma acachapante derrota ao Governo. O Governo está no ponto que eles gostam, ou seja, enfrentando inúmeras dificuldades, com a popularidade em queda. 

Hoje, por exemplo, já se fala em eventuais divergências entre Paulo Pimenta e o governador Eduardo Leite, no tocante às cidades temporárias. Seriam num total de quatro, com população em torno 7.500 habitantes. Paulo Pimenta não vê com bons olhos a proposta, o que signfica que assim é que tal proposta tem mais chances de ser implementada. Estamos nesse diapasão, num efetivo jogo de intrigas entre Governo e Oposição. Neste momento, era tudo o que o povo daquele Estado não desejava.   

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 19 de maio de 2024

Editorial: Tempos bicudos. O Brasileiro está com medo de escrever.



Os brasileiros e brasilieras estão desenvolvendo uma espécie de trauma em escrever. É como se todos nós estivéssemos passando por aquele momento da folha em branco ou da ausência de inspiração, algo que seria inerente, no passado, apenas aos escritores. Outro dia um colega nos informou que os noticiários estão deixando as denúncias de irregularidades e as críticas diárias para se concentrarem apenas em temas relacionados ao identitarismo e na prestação de serviços. Para onde foi o papel social do jornalismo autêntico, aquele que fiscalizava os atos dos poderes públicos, proporcionado benefícios a res publica? Eis aqui uma boa pergunta. 

Comenta-se que aqui na província que um jornalista com mais de 30 anos de redação teria sido demitido apenas por ter divulgado, em seu site, uma matéria sobre irregularidades em prestação de contas oficiais, apontadas pelos órgãos de fiscalização. Alguém ligou e pediu a sua cabeça. Uma família de classe média alta mantinha uma senhora numa espécie de trabalho análogo à escravidão durante décadas. O fato chegou ao conhecimento do público, mas a imprensa foi terminantemente proibida de divulgar o nome da família. 

Há um outro constrangimento, por outro lado, imposto pelos limites das transparência de uma série de atos públicos, envolvendo órgão dos Três Poderes, que seriam os primeiros a dar bons exemplos. Curioso que até órgãos de fiscalização e controle estão referendando essas medidas. Hoje, dependendo do que você afirmar, alguém pode se considerar ofendido e pedir reparação ou você pode ser enquadrado como disseminador de fake news, que, dependendo da situação, poderia ser até mais grave. 

Andamos pisamos em ovos para manter um blog com um este perfil, sem infringir algumas dessas novas anormalidades, características desses dias sombrios que o país atravessa, mas as coisas estão se tornando doentias. No dia de ontem, por exemplo, a polícia de um Estado vizinho realizou uma operação onde foram presos diversos elementos, com forte armamento e munição. Esses elementos pertenciam a uma determinado facção, com atuação nacional, que acabou não sendo, estranhamente, citada na reportagem. Medo de retaliação? Tudo é possível.  

Este editor publicou por aqui uma matéria alusiva aos cem anos do escritor pernambucano Osman Lins, cuja data se aproxima. 08 de julho, para ser mais preciso.  Osman trabalhou num banco estatal, que chegamos a citar na postagem,mas logo em seguida optamos por retirar.  Deixamos por conta da imaginação dos leitores. Mesmo transcorridos tantos anos, vai que o banco, com sua banca de advogados azeitada, resolvesse acionar este humilde editor, alegando prejuízos financeiros às suas operações. E olhem que não afirmamos, naquele momento, nada que ferisse as normas do respeito à civilidade. Apenas aquilo que era dito pelo próprio escritor, ou seja, que nunca teve seu talento reconhecido pela instituição, que sempre o tratou como um simples bancário.    

Vamos ser sinceros por aqui.  Isso não pode ser sadio. Tornou-se algo patológico, doentio, com um potencial de produzir transtornos sociais graves. Outro dia um blogueiro de Alagoas foi acionado juridicamente por um gestor municipal porque o tratou de fiel escudeiro de Jair Bolsonaro. Ainda bem que o juiz que avaliou o caso, com muita sensatez, registre-se, considerou impertinente a denúncia, alegando que não havia ofensa na afirmação. Os melindres estão à flor da pele.   

Editorial: Brasil: Ainda um país com elevados índices de analfabetismo.



O drama do analfabetismo no país possui um dos componentes políticos dos mais perversos. Foi forjado no colonialismo, sob o regime de trabalho escravo, e mantem-se como decorrência da insensibilidade de nossas elites aos problemas estruturais daqueles cidadãos e cidadãs que ocupam o andar de baixo da pirâmide social. Quando se verifica o perfil dos analfabetos do país - não pecisa ser um especialista no assunto - evidencia-se as premissas apresentadas acima: Em sua maioria sao mulheres pobres, envelhecidas, negras, majoritariamente habitando regiões caracterizadas por profundas desigualdades sociais, a exemplo do Norte e Nordeste. 

A perversão desta insensibilidade é tão gritante, que não se observam avanços seqnificativos nem mesmo quando o país está sob um governo de corte progressista ou popular. O analfabetismo ainda é um dos grilhões que não foi rompido, deixado pelos séculos de regime de trabalho escravo. No segundo Governo Lula o MEC chegou a contratar alguns especialistas no assunto, com doutorado em educação. O objetivo seria o de estabelecer articulações com gestores de educação dos principais municípios onde tais índices eram elevados. Quase 100% desses municípios se concentravam nas regiões Norte e Nordeste. 

Até hoje não se sabe o resultado desse trabalho, tampouco se ele foi, de fato, concretizado. Nossos índices de analfabetismo entre a população adulta até aumentaram desde então. As atenções se voltaram sobre este assunto depois da divulgação do índice atual de analfabetos do país,num trabalho realizado pelo IBGE. O Brasil ainda possui 11,4 milhões de analfabetos. Só houve um momento, lá pelos idos da década de 60 do século passado, onde se levou a sério este drama, propondo-se sua erradicação. Um amplo programa de combate ao analfabetismo estava na agenda das Reformas de Base do Governo João Goulart. A elite política e econômica, aliada a setores militares, deram um golpe de Estado para não permitir sua viabilização. É o Brasi, DaMatta!   

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 18 de maio de 2024

Editorial: A direita continua afinando o violino para a orquestra que vai se apresentar nas eleições presidenciais de 2026.



Segundo foi noticiado no dia de hoje, por jornais e sites confiáveis, um conhecido apresentador da emissora do plim, plim teria convidado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o Presidente do Banco Central, Campos Neto, para um jantar. Todos os indicadores apontam que o mainstream de direita já teria escolhido o ator político que possa representar seus interesses nas eleições presidenciais de 2026. Há fortes indícios de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas possa personificar tais interesses.

O ex-presidente Jair Bolsonaro continua na rinha, lutando para se tornar elegível ainda para disputar as eleições presidenciais de 2026. Atua em duas frentes: a jurídica a e política. Na frente jurídica, as possibilidades são remotas, a despeito da grande banca de advogados que o assessora. Já na frente política, as possibilidades existem, sobretudo se considerarmos as movimentações em torno das eleições que deverão escolher os dois próximos dirigentes das Casas Legislativas. 

Desde que deixou a Presidência da República, seu capital político permanece intocável, mas os segmentos conservadores são precavidos e não dispensam a previdência de um plano "B" ou um substituto que esteja apto a entrar em campo a qualquer momento. O indivíduo pode até se insinuar, mas quem escolhe são eles, mediante acordos, confiabilidade, compromissos assumidos, agendas convergentes, possibilidades de êxito na disputa, coisas assim. Numa eventualidade de Bolsonaro ficar de fora pleito, hoje, o nome sobre o qual recai as sinalizações e movimentações desses segmentos é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.  

Editorial: O impasse político do PT em João Pessoa.

 



Este editor já tem uma opinião formada sobre o impasse que o PT enfrenta para definir seu candidato para as próximas eleições municipais em João Pessoa. Essa opinião foi formada a partir de algumas leituras sobre o assunto, além, evidentemente de algumas conversas mantidas com integrantes da legenda naquele Estado, principalmente, entegrantes dos núcleos de base. Conforme já afirmamos por aqui, a pré-candidata Cida Ramos cumpriu todos os ritos que se espera de um pré-candidato, que, a princípio, concorreria com os demais concorrentes que se apresentassem, dispuntado a indicação interna do partido. 

O outro postulante, Luciano Cartaxo, se recusou a participar das prévias, causando um enorme mal-estar, que culminou com a decisão da Executiva Nacional de legenda, através do GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral - determinando que não haveria mais prévias para a escolha do candidato. Agora o PT está diante de um impasse gigantesto, que Cida Ramos trata como um moído, mas, na realidade, é um grande ruído. 90% dos integrantes da legenda apoiam o nome da Deputada Estadual Cida Ramos como a candidata legítima ao pleito municipal. 

É curioso - e bastante salutar - como a candidata conseguiu praticamente unificar o partido em torno do seu nome, o que é um excelente indicador. Hoje, o site ClickPB reproduz uma entrevista do Presidente Estadual da legenda, Jackson Macedo, onde ele afirma que o outro candidato, nas atuais circunstâncias, só teria alguma chance de ser indicado como candidato através de uma canetada. Convenhamos que tal expediente seria profundamente desagradável, depondo contra alguns princípios sagrados do partido, que, aos trancos e barrancos, são preservados ao longo de sua existência. 

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Cida Ramos cumpriu todo o figurino das prévias.

A decisão da Executiva no dia 20

Editorial: Cataclisma político no sul.


Pelo andar da carrugem política, o Rio Grande do Sul passa por um momento de cataclisma natural, social e, infelizmente, também político. O climão entre o Governo Federal e o Governo do Rio Grande do Sul está definitivamente instaurado. Com a nomeação de Paulo Pimenta para ocupar o cargo de Autoridade Federal para a Reconstrução do Estado, até mesmo termos como intervenção já passam a ser abertamente usados para definir a situação. De birras e intrigas advindas do nosso processo de polarização política era tudo o que o Rio Grande do Sul não precisava neste momento. 

Impotente diante da situação, o governador Eduardo Leite(PSDB) ainda carrega o estigma de não ter se conduzido bem no contexto de adoção de medidas preventivas que pudessem se antecipar ao desastre. Lula, por sua vez, segundo algumas análises, aproveita uma rara oportunidade de, não apenas não repetir o Bolsonaro da Covid-19, mas, sobretudo, dá um alento novo a um Governo que vinha amargando índices indesejáveis de insatisfação junto à população. 

Como o clima político está demasiadamente nublado, os tucanos também passaram a atirar farpas pesadas contra o Governo Lula, a exemplo do Deputado Federal Aécio Neves, tucano da gema, que volta à ribalta para anunciar que Lula perdeu sua condição de estadista ao nomear Paulo Pimenta como Autoridade Federal no Rio Grande do Sul.

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Tucanos podem entrar na justiça contra indicação de Pimenta.

A reação de Eduardo Leite à indicação de Pimenta

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 17 de maio de 2024

Editorial: É grande a insatisfação dos tucanos com a indicação de Paulo Pimenta como Autoridade Federal para Reconstrução do Rio Grande do Sul.


Lideranças tucanas ponderam entrar na justiça contra a indicação de Paulo Pimenta como Autoridade Federal para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. Vamos ser francos por aqui. O presidente Lula não foi muito feliz nesta indicação. Entre os atropelos, o fato de o governador do Estado apenas tomar conhecimento da indicação através da imprensa. Já ocorreram algumas manifestações duras de tucanos - e não tucanos também - acerca deste assunto, mas se, de fato, eles entrarão na justiça contra a indicação é algo que precisamos apurar com mais rigor. 

Apesar de o grau de insatisfação ser expresivo e evidente, não temos essa confirmação. Fazemos essa ressalva em meio às tormentas e inundações de notícias falsas divulgadas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Mesmo diante de tais circunstâncias, como se sabe, Governo e Oposição não baixaram a guarda. Como Pimenta é gaúcho e eventual candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2026, há quem enxergue na indicação indícios de que o Planalto poderia estar tentando favorê-lo. 

Gente do próprio Governo teria aconselhado o morubixaba petista a ponderar sobre a indicação do subordinado para aquele cargo. Não acreditamos que Lula tenha passado da fase de ouvir conselhos. Talvez fosse prudente ouvi-los de vez em quando.  

Editorial: Vamos ter duas candidaturas da federação PSOL\Rede no Recife?



Pelo andar da carruagem política, o impasse está confugurado. A federação PSOL\Rede apresenta duas candidaturas à Prefeitura da Cidade do Recife nas eleições de 2024? Alguém vai ter que ceder, uma vez que, legalmente, isso seria improvável e a federação já teria tomado uma decisão referendando a indicação da vereadora Dani Portela(PSOL-PE) como a candidata oficial ao pleito municipal. Depois do aval positivo da federação, Dani Portela reafirma sua candidatura no de hoje, em ampla matéria publicada no Jornal do Commercio, ao passo que o Deputado Federal Túlio Gadelha(Rede-PE) anuncia um encontro, programado para o bairro de Casa Forte, que reunirá as apoiadoras femininas de sua candidatura. 

Dani Portela, salvo melhor juízo, foi a vereadora mais bem vontada para a Câmara de Vereadores do Recife nas últimas eleições. Nos escaninhos da política especula-se que a candidatura de Dani Portela poderia ter o estímulo do Palácio Capibaribe, ao passo em que a candidatura do Deputado Túlio Gadelha poderia estar sendo estimulada pelo Palácio do Campo das Princesas, consoante interesses de atores específicos que atuam no nosso tabuleiro político. 

O candidato oficial do Palácio do Campo das Princesas, Daniel Coelho, não aparece bem nos primeiros levantamentos de intenção de voto sobre as próximas eleições municipais, de onde se conclui sobre a possibilidade de a governadora Raquel Lyra cogitar de um plano "B" para as próximas eleições municipais. O plano "B", segundo se especula, seria o Deputado Federal Túlio Gadelha(Rede-PE). O arranjo para que ele seja o candidato da federação Rede\PSOL, no entanto, está sensivelmente prejudicado, uma vez que legal e legitimamente o nome de Dani Portela como candidata está sendo referendado.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 16 de maio de 2024

Editorial: Cida Ramos fez tudo conforme as regras internas do PT. É o nome que deveria ser escolhido para a disputa.



Há alguns anos atrás, quando produzimos um trabalho acadêmico sobre o Partido dos Trabalhadores, o jornalista que está assumindo a SECOM - Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal - Laércio Portela, era então um colunista de política do tradicional Diário de Pernambuco. Láercio fez uma entrevista com este editor, publicada numa página inteira do jornal, o que à época, já era uma cortesia significativa.  Por essa época o PT ainda guardava algumas reservas ao processo de oligarquização\burocratização, embora essa tendência já pudesse ser observado em alguns processos internos de tomada de decisões da legenda.

O fato é que os setores mais orgânicos daquela organização partidária, por aqueles idos, mesmo diante de mudanças que se tornariam inevitáveis, ainda preservavam os valores que caracterizavam o PT como um caso único no escopo do sistema partidário brasileiro. O cientista político italiano Ângelo Panebianco, afirma que essas características iniciais nunca são abandonadas definitivamente. Talvez ele tenha razão. Observar, em algumas praças, como Fortaleza, por exemplo, a realização de uma prévia para a escolha de um candidato é algo dos mais alvissareiro. 

No caso de João Pessoa, o processo seria o mesmo. Apenas a Deputada Cida Ramos cumpriu todo o rito, conforme um militante da legenda declarou recentemente em entrevista, conversando com as bases, construindo em conjunto as diretrizes de um eventual programa de governo, assumindo compromissos com os segmentos sociais de base da agremiação. Cida Ramos é o nome que deveria ser escolhido para representar o partido na disputa. A outra escolha será protética, burocrática, imposta, e já começa perdendo, por não contar com o apoio de amplos setores de base do partido.Na realidade, o PT - leia-se aqui algumas instâncias deliberativas da legenda - ao recuar das prévias se meteu numa tremenda enrascada.  

Editorial: Com 15,3% das intenções de voto, Datena cogita de uma candidatura à Prefeitura de São Paulo.


Numa pesquisa de intenções de voto recente, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, o apresentador José Luiz Datena desponta com 15,3% das intenções de voto. A princípio, haveria uma negociação entre socialistas e tucanos, no sentido de que o apresentador ocupasse a vaga de vice na chapa encabeçada pela Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP). As negociações não são fáceis. Apenas do ponto de vista dos tucanos, a bancada de vereadores do partido defende o apoio ao projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP). 

Além disso, com essa ideia fixa de se constituir numa alternativa de terceira-via, dirigentes tucanos teriam exigido o compromisso da candidata de que não apoiariam o nome de Guilherme Boulos(PSOL-SP), num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Os tucanos estão perdidos entre as nuvens no seu ninho mais emplumado. Chegaram a conversar com Nunes, mas exigiram a indicação do vice, o que não foi aceito pelo prefeito, que disputa a reeleição. 

Agora os tucanos cogitam de uma candidatura própria, que pode ser o próprio nome em princípio articulado como vice de Tabata Amaral, o apresentador José Luiz Datena. Caso isso se concretize, a candidatura de Tabata Amaral, que hoje ocupa a terceira posição na disputa, cai para a quarta posição. Ela tem afirmado, no entanto, que manterá sua candidatura. 

Editorial: A reação de Eduardo Leite à indicação de Paulo Pimenta para o Ministério Extraordinário de Reconstrução do Rio Grande de Sul.

 


No dia de ontem, 15, circularam alguns vídeos tratando de um eventual mau-humor do governador gaúcho Eduardo Leite, quando o presidente Lula anunciou a criação de uma espécie de Ministério Extraordinário para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. Lula escalou o companheiro Paulo Pimenta para a missão, gerando algumas especulações sobre o que se reserva para a SECOM - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Tratamos deste assunto por aqui, mas, em princípio, a transisão no órgão ocorreu sem traumas, seguindo os trâmites normais, sendo indicado para assumir o cargo deixado pelo titular, o jornalista pernambucano Laércio Portela, que já exercia o cargo de Secretário-Executivo do órgão. 

Num contexto sensivelmente adverso como o que vem sendo enfrentado pelos gaúchos, seria até natural a tensão do governador diante do grau de sofrimento da população e as dificuldades ou mesmo impotência de enfrentar a situação. Nas coxias, no entanto, especula-se sobre um constrangimento político em curso, motivado, sobretudo, pelo nome indicado para assumir o cargo de Autoridade Federal no Estado. Comenta-se que Paulo Pimenta poderia ser um pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. 

Pelo sim, pelo não, não foi feliz a indicação do nome de Paulo Pimenta para exercer essa função. Num momento como este o que menos se deseja é a disputa de holofotes. Sabe-se das melhores intenções de Lula, assim como da seriedade do Paulo Pimenta, mas vai ficar sempre essa nuvem nublada de contornos políticos na indicação, indispondo petistas e tucanos. O espectro político do governador, inclusive, é bem mais amplo, quem sabe até uma candidatura presidencial.   

Editorial: Executiva Nacional do PT se reúne no dia 20 para definir a situação do Recife e de João Pessoa. Agora vai?

 


No Recife a única alternativa possível ao PT será acompanhar o projeto de reeleição do prefeito João Campos(PSB-PE), conforme já enfatizou um morubixaba local da legenda, mesmo sem a prerrogativa de indicar o nome que comporá a chapa de reeleição do prefeito, na condição de vice. Em João Pessoa a situação foi se tornando mais complicada, à medida em que a legenda abdicou dos processos naturais e orgânicos de escolha, que seriam as prévias, antes previstas, conforme ocorreu em Fortaleza.  

Desde então, o imbróglio só se amplia, criando uma situação cada vez mais complicada, cujo desfecho, muito possivelmente, terá reflexos no desempenho do partido naquelas eleições municipais. Hoje, em matéria do site ClicPB, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo, que já foi prefeito da capital por dois mandatos, afirma sua convicção numa candidatura própria do partido naquela praça que, seria, obviamente, ele mesmo. É bom que se diga que Cartaxo foi contra o processo de escolha através das prévias, onde teria que disputar a indicação com a também Deputada Estadual, Cida Ramos.

Os arranjos indicam que o PT caminha para a definição de uma candidatura própria naquela praça. O problema é mais interno. Cida Ramos teria maior penetração nos setores de base e orgânicos da legenda, enquanto Luciano Cartaxo possui maior capilaridade junto à burocracia partidária. Sem as prévias, as chances de Cida Ramos diminuem na mesma proporção em que aumentam as chances de Cartaxo na escolha através de uma deliberação das instâncias partidárias.    

Editorial: PEC do Quinquênio some da pauta.


Há quem afirme que se trata apenas de uma manobra temporária, com o objetivo de deixar a poeira baixar. Por outro lado, também existe a consciência de que se formou um consenso em torno do assunto, apontando para inoportunidade dessa PEC, num contexto de imensas injustiças já existentes no serviço público brasileiro. Seja lá como for, o fato é que a PEC sumiu da pauta. Pelo menos no que concerne a este assunto, é salutar ouvir parlamentares da oposição se posicionando contra a proposta de emenda à Constituição, uma excrescência que, aliás, dada a indecência, nem deveria ter sido proposta. 

Trata-se de uma proposta indecente. Como se formou um mínimo de consenso sobre o assunto entre Governo e Oposição no que concerne a apreciação dessa matéria, as suas chances de aprovação seriam inexistentes. Se aprovada, a PEC representaria um verdadeiro rombo nas contas públicas, já então debilitadas, não apenas a nível federal, mas igualmente para Estados e Municípios, que que resolverem inserir outras tantas categorias de servidores no trenzinho da alegria, além de juízes e desembargadores. 

O jornal Folha de Londrina publicou a charge que ilustra este editorial. Infelizmente, não deu para identificar o nome do chargista, mas gostaríamos de parabenizá-lo pelo excelente trabalho, traduzindo, com maestria, a "naturalização' dos privilégios na sociedade brasileira.