Parece não haver dúvidas de que o jornalismo neste país vive um momento muito ruim, principalmente quando nos referimos à imprensa escrita. São demissões, enxugamentos, falências. Mas, o problema maior não está aqui, embora, em certa medida, esta questão econômica, em última análise, seja um dos fatores determinantes. No dia de ontem, a Folha de São Paulo demitiu 25 jornalista. Entre eles, uma festejada colunista política com forte identificação com os tucanos, o que levou petistas a comemoram a sua saída daquele órgão. Há aqui um certo exagero. Não se comemora demissão de ninguém. Uma conhecida revista de circulação nacional preparou uma capa sob medida, com o objetivo explícito de prejudicar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Tornou-se um panfleto, muito utilizado pela militância do candidato Aécio Neves, que a reproduziu e realizou farta distribuição entre os eleitores. Acionada, a justiça ainda tentou evitar sua circulação, mas já era tarde demais. Ainda bem que, um eleitorado já acostumado à essas manobras - aliado às redes sociais - se conseguiu minimizar os danos.Essa revista integra as publicações de um grande grupo editorial. Em décadas passadas penso ser um sonho de qualquer profissional de jornalismo fazer um estágio numa de suas publicações. O que dizer disso hoje, onde suas instalações são depredadas por manifestantes insatisfeitos com sua postura antijornalística, vinculado aos interesses mais vil do conservadorismo político brasileiro? Um leitor mais atento vai nos avisar que eles sempre representaram esses interesses. Até estiveram envolvidos com os golpistas de 1964. É verdade. Nenhum reparo. Mas penso, entretanto, que eles preservavam um mínimo de profissionalismo. Hoje nos parece que até esse aspecto está comprometido. O mais grave é que esse quadro parece se repetir em todo o país. Pernambuco, Paraíba e Ceará são alguns dos Estados da região que tivemos o cuidado de acompanhar como os grandes jornais locais se comportaram nas últimas eleições para o Governo do Estado. Na Paraíba, se a credibilidade desses órgãos já era pequena, desta vez elas ficaram mais baixa do que poleiro de pato. Conta-se que um nobre senador tucano, candidato ao Governo daquele Estado nas últimas eleições encontrou-se com um magnata da imprensa local num elevador. Disse para ele que seria governador do Estado a partir de 2015 e que ele ficasse atento ao tratamento que estava sendo dispensado ao governador Ricardo Coutinho(PSB), então candidato à reeleição. O que se sucedeu a isso é algo escabroso. Partiram feito urubus na carniça para cima do "Mago". Um massacre apenas superado graças ao empenho incomum da militância dos girassóis, aliada às obras que o "Mago" tinha para mostrar à população. Durante o seu discurso de agradecimento à militância, Ricardo carregou na fala ao se referir ao assunto. quando do seu pronunciamento junto ao busto de Tamandaré, em Cabo Branco. Enfatizo a questão dos jornais escritos, mas isso também vem ocorrendo em relação à TV e à rádio. Naquele Estado, a rádio que toca notícia tornou-se a rádio que toca fuxico, nas palavras do amigo blogueiro Tião Lucena.
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