Depois do diálogo mantido no último final de semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, confirma que o seu partido, o Republicanos, estará no palanque governista liderado pelo governador João Azevedo. João é candidato ao Senado Federal e já fechou questão em torno do nome de Lucas Ribeiro, do PP, para continuar o seu trabalho no Palácio da Redenção. A despeito das conversações entre o PT Nacional e o prefeito da capital, Cícero Lucena, a tendência natural é que o palanque de Lula no estado seja mesmo liderado por João Azevedo, do PSB. A eleição de João para o Senado Federal é dada como certa e ele seria um dos soldados do Planalto na Câmara Alta, onde deve ser travada uma batalha renhida entre oposicionistas e governistas, a partir de 2026.
Acredita-se que Hugo Motta poderia está articulando a outra vaga ao Senado Federal na chapa governista, com o sinal verde do Planalto, que deve deixar alguém pelo caminho, em razão das contingências dos arranjos. Não deixa de ser curioso observar que fiéis escudeiros do Palácio do Planalto, a exemplo, do senador Veneziano Vital do Rego, ter que se arranjar com chapas oposicionistas para assegurar a continuidade do seu mandato. Cogita-se que ele saia como candidato ao senado federal na chapa de Cícero Lucena, possivelmente com o apoio da família Cunha Lima. Como já afirmamos no dia de ontem, Cícero Lucena é pragmatismo político em grau absoluto de pureza. Transita de um polo a outra da política local.
Comendo o mingau quente sempre pelas beiradas - como ensina os mais experientes - sobretudo depois da peregrinação por Santiago de Compostela, Cícero ostenta uma posição bastante confortável nas primeiras pesquisas de intenção de voto realizadas no estado. Prefeito da capital por dois mandatos, sua influência maior é sobre João Pessoa e Região Metropolitana, podendo encontrar algumas dificuldades nos grotões. É neste aspecto que uma aliança com clãs familiares tradicionais seria estratégico para os seus projetos.
