pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : João Pessoa.
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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Editorial: O fosso(ou vala?) das políticas de segurança pública entre a União e os Estados.



Esses espaços de editoriais são insuficientes para darmos conta de toda a complexidade que envolve a atuação do crime organizado no país. Já havíamos antecipado, no entanto, que dificilmente se construiria um consenso mínimo entre a União e os entes federados em torno das políticas de segurança pública. O governador Cláudio Castro(PL-RJ) está fora de si. Não seria possível que alguém, principalmente ocupando o cargo que ocupa, com as imensas responsabilidades de ofício se comportasse como ele vem se comportando, comemorando os "feitos", sugerindo que novas ações estão em planejamento, rindo ao se dirigir à Polícia Militar de Goiás. O mínimo que se esperava dele era a preocupação com os fatos graves ocorridos ou, ao menos, a liturgia do cargo. Sugere-se que ele não está bem. Há várias hipóteses para isso, mas não vamos aqui entrar nas minúcias. 

Sete governadores de oposição já externaram sua solidariedade ao governador Cláudio Castro, ampliando o fosso entre União e entes federados sobre políticas de segurança pública no país. A tragédia da morte de 132 pessoas, entre supostos traficantes e policiais, talvez seja o epicentro deste hiato, inclusive reanimando a agenda da oposição no Legislativo, como a abertura dos trabalhos da CPI sobre o crime organizado, assim como a PEC do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que qualifica traficantes como terroristas, ampliando suas penas. Derrite pode até se licenciar temporariamente para dá fôlego à PEC. A proposta do Governo Federal praticamente morreu na origem, ao propor a centralização das políticas de combate ao crime organizado no país. Por outro lado, por razões óbvias, dificilmente o Governo voltará atrás neste quesito. 

Principalmente num ano eleitoral, quando se sabe que alguns desses governadores pleiteiam a cadeira do Palácio do Planalto a partir de 2026 e sabem que segurança pública é o Calcanhar de Aquiles do Governo Lula 3. O Governo pode ter outros, mas nenhum com o potencial de preocupar tanto a população. Em alguns estados da federação, principalmente Bahia e Ceará, assim como ocorre no Rio, quando os traficantes já controlam 22% do território, facções hoje não se dedicam apenas à comercialização de drogas, mas ao domínio da vida comunitária como um todo, corroendo, inclusive, preceitos democráticos, como ocorreu na última eleição em João Pessoa, quando políticos que não se identificavam com seus interesses foram proibidos de realizar comícios em determinadas localidades. 

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Editorial: Hugo Motta articula com João Azevedo.


Neste último final de semana, o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta(Republicanos-PB), manteve um encontro com o governador da Paraíba, João Azevedo(PSB-PB). Conforme afirmamos numa postagem anterior, João Azevedo cumpre hoje o papel estratégico de verdadeiro pêndulo da política naquele estado. Seus rumos, suas decisões, seus apoios determinarão a "decantação" do processo político paraibano em 2026, seja do lado da oposição, seja do lado da situação. João Azevedo é candidato ao Senado Federal e já definiu que o seu candidato ao Palácio da Redenção é o seu vice, Lucas Ribeiro, do PP, partido de sua base de apoio. A decisão, inclusive, o afastou completamente de uma aliança com o prefeito da capital, Cícero Lucena, hoje sem partido, mas em franco processo de articulação de uma candidatura de oposição a Lucas Ribeiro. 

O enrosco político no estado é grande, mas o que se especula nos corredores da capital federal é que Hugo Motta estaria articulando, na realidade, um apoio de João Azevedo à candidatura do seu pai, Nabor Wanderley, atual prefeito de Patos, ao Senado Federal, dentro de um projeto que contaria com o apoio do Palácio do Planalto, que, se confirmado, deverá trair um dos seus aliados no estado. Durante um bom tempo especulou-se que o próprio Hugo Motta poderia concorrer ao Governo do Estado, mas as especulações esfriaram. A conversa recente com João Azevedo não muda em nada este cenário. João tem reiterado que a candidatura de Lucas Ribeiro é para valer e irreversível. Conta, inclusive, com o apoio do PT, conforme aval de sua direção estadual. 

Há aqui até um fato curioso. Cícero Lucena procurou Edinho Silva, em Brasília, para a costura de uma candidatura com o apoio do Palácio do Planalto. Cícero não sofre qualquer constrangimento ideológico. Negocia com Deus e com o Diabo. É pragmatismo em estado puro. Vai do petismo ao bolsonarismo. Nesses arranjos em andamento, especulou-se que o nome de Cássio Cunha Lima poderia obter uma suplência ao Senado Federal, o que seria improvável, se considerarmos sua trajetória política.