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sábado, 13 de setembro de 2025

Editorial: Engenho Corredor será tombado como Patrimônio Histórico Nacional.



O Engenho Corredor já é tombado como patrimônio material pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba. Na próxima semana, uma comissão deliberativa do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - deverá torná-lo patrimônio histórico nacional. É uma pena que os engenhos da família do escritor paraibano tenha esperado por tantos anos por alguma iniciativa do poder público no que concerne à sua preservação. Em relação ao Engenho Itapuá, de tanto valor histórico quanto o Corredor, encontra-se em ruínas, numa condição que não pode ser mais restaurado. Por pouco o Engenho Corredor teria o mesmo destino, em razão das disputas familiares com o poder público. 

Embora criado no Corredor, José Lins gostava bastante de alguns atrativos do Itapuá. Inclusive, já com uma certa idade, depois de consagrado nacionalmente como escritor, suas férias eram passadas no Itapuá. Antes de morrer, já bastante doente, ele ainda prometera aos amigos uma última viagem ao Itapuá, que acabou não ocorrendo. Salvo melhor juízo, quando fez uma viagem da saudade com o amigo pernambucano, Gilberto Freyre, as referências ao Itapuá seriam mais recorrentes do que às relativas ao Engenho Corredor. Amigo recente de Gilberto, que acabara de regressar de uma temporada de estudos nos Estados Unidos e na Europa, José Lins temia decepcioná-lo, o que acabou não ocorrendo. Gilberto ficou maravilhado com aquele universo, o que não se traduz em nenhuma surpresa. 

Tombado, o Engenho Corredor é aberto à visitação pública, levando estudantes de escolas públicas e particulares às suas dependências, onde se pode observar a casa grande e alguns utensílios que ainda restaram da casa de máquina. As marcas do cacete do Coronel Bubu do Corredor ainda se encontram no piso do alpendre da casa grande, assim como o buraco na porta, por onde o menino de engenho espiava as tias trocarem de roupa. No romance Menino de Engenho, o coronel Bubu assume o nome de coronel Zé Paulino, de autoridade inquestionável, como convinha aos chefes de famílias patriarcais à época. 

Esta notícia deve fazer o antropólogo Gilberto Freyre se revirar na tumba, mas é de alegria. Nas décadas de 30\4o do século passado, quando começaram as primeiras iniciativas no sentido de preservar o patrimônio histórico nacional, Gilberto Freyre ficou com a incumbência de apontar aqueles sítios históricos que, segundo ele, deveriam serem preservados no Nordeste. Seus críticos apontam que todas as edificações apontadas pelo sociólogo diziam respeito ao patrimônio material relacionado à aristocracia açucareira da região, que ele considerava os mais relevantes não apenas para o Nordeste, mas para o Brasil, posto que berço da nossa civilização.