Com a presença do presidente brasileiro na sede das Nações Unidas, em Nova York, o presidente americano, Donald Trump, resolveu fazer um gesto que indica que ele está aberto ao diálogo com o Governo brasileiro. Este gesto tem sido interpretado sob os mais distintos prismas, até mesmo como uma armadilha diplomática para Lula, uma vez que o aprofundamento do diálogo ou talvez a mudança de postura do presidente americano implicasse numa última sinalização de Donald Trump ao petista, no sentido de que o presidente brasileiro possa acenar com algumas concessões, a exemplo de aplainar o discurso sobre a soberania. Há um consenso generalizado de que esta conversa já deveria ter ocorrido, mas, em todo caso, chega num bom momento. No dia de ontem, por exemplo, ficamos sabendo que produtores do Espírito Santo estavam festejando a possibilidade alguns ajustes na imposição das tarifas impostas aos produtos locais.
A expectativa deve ser grande em todo o país. Há alguns sérios problemas relativos aos nossos produtos de exportação, mesmo depois que as autoridades americanas retiraram muitos produtos da lista inicial. As relações diplomáticas entre os dois países nunca estiveram tão ruins. Especulou-se até mesmo sobre a possibilidade de nossa embaixadora naquela país, Maria Luiza Vieira Viotti, ser chamada de volta. Mesmo acenando para um eventual diálogo, até recentemente os Estados Unidos ampliaram os seus tentáculos jurídicos sobre a família do Ministro Alexandre de Moraes, atingindo a sua esposa. Isso significa que alguns pontos não estarão na mesa de negociações, embora a pauta econômica seja prioritária.
O curioso é que há aqueles que torcem para o quanto pior, melhor. É o caso daqueles brasileiros que atuam em solo americano contra os interesses do país, em relação aos quais a Procuradoria-Geral da República já está tomando as providências. A notícia boa é que o clamor das ruas, aliado ao bom senso de alguns parlamentes, a exemplo do senador Alessandro Vieira, relator da famigerada PEC da Blindagem, possa fazer refluir essa autoproteção àqueles parlamentares que não honram os votos dos seus eleitores.
