José Luiz Gomes
"O caso envolvendo o assassinato da vereadora Marielle Franco se encaixa numa dessas situações pouco usuais, com alguns componentes "políticos" que o remete à possibilidade de envolvimento de agentes do Estado, que teriam a obrigação legal de proteger cidadãos e cidadãs. Agentes do Estado ligado ao aparato de Segurança Pública, com ramificações que podem incluir vereadores do braço político das milícias que atuam no Estado, que se dedicam a extorquir comerciantes e trabalhadores das favelas cariocas. Hoje, conforme admite a própria Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro - de acordo com a imprensa - essa é a principal linha de investigação em curso. Dois executores profissionais dessas milícias - recentemente assassinados como "queima de arquivo" - passaram a integrar a lista de possíveis suspeitos de terem participado do assassinato da vereadora Marielle Franco. Se os exames das digitais encontrados nas cápsulas coincidiram com as digitais dos mortos, teremos dois defuntos para se pronunciarem, por exemplo, sobre os mandantes desse crime de natureza eminentemente política. A princípio, para alguns setores, uma boa "solução". Se daria uma satisfação à opinião pública e o caso seria encerrado. Até onde se sabe, mortos não falam."
(José Luiz Gomes, cientista político, em editorial publicado aqui no blog)
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