pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Considerações de Luciano Oliveira a respeito da resenha do livro: O Aquário e o Samurai
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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Considerações de Luciano Oliveira a respeito da resenha do livro: O Aquário e o Samurai



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 Sociólogo Luciano Oliveira



meu 'livrinho sobre Michel Foucault '(0 aquário e o Samurai)  é apenas "uma leitura", como anuncio no subtítulo da obra
E, como toda leitura, pessoal e, claro, parcial - porque uma leitura total não existe, já que todo leitor é também um sujeito parcial...

Aproveito também para agradecer idênticas afeição e atenção que você sempre dispensou aos meus escritos, Michel. Sua atitude generosa não é moeda corrente no nosso meio.


            Mas voltando à sua leitura do meu livrinho, sim, é verdade que privilegio a fase genealógica, por razões que você detecta muito bem ao se referir a uma "falsificação" popperiana a que a submeto. 

No caso, a partir de uma experiência de vida sob o regime militar, um período em que os direitos humanos eram espezinhados da maneira mais torpe nos porões do regime.

Desde que li "Vigiar e Punir" pela primeira vez (foi Joaquim Falcão que, em 1980, pôs o livro na minha mão, veja só!), Foucault é um autor que leio com admiração e um pé atrás.

O mínimo que se pode dizer é que ele, enquanto "sujeito epistemológico", não dá muito valor ao chamado estado de direito.

Mas o danado é que, enquanto "sujeito empírico", dava.

Como todos nós, aliás...

O chamado estado de direito não é tudo a que pessoas como eu e você aspiram, mas sem ele... 

Lembro, incidentalmente, que no presente momento infeliz que estamos vivendo é tal estado que, pelo menos ainda, nos protege dos piores delírios dessa tralha que chegou ao poder no Brasil em 28 de outubro de 2018, uma data que ficará para a nossa história.


Sim, é verdade, não dou maior importância às conexões possíveis entre a noção de biopoder e o darwinismo social do neoliberalismo.

Até porque, lembro (e isso digo no meu livrinho) que o Foucault posterior à teorização sobre o biopoder (o Foucault de "A Vontade de Saber", publicado logo depois de "Vigiar e Punir") vai paulatinamente se afastando dessas questões sombrias e se direcionando para a hermenêutica do sujeito, ou, como preferem outros (inclusive eu), para a estilística da existência, período terminal da sua vida em que ele faz as pazes com a melhor herança do iluminismo e, por incrível que pareça, com... Sócrates!



               Sinto-me  perdido nesse mundo.

                Nele, se a questão do trabalho é cada vez mais dramática, não sei mais como reconhecer os novos sujeitos dessa nova luta de classes (só desinformados ou pessoas de má-fé acham que ela acabou) em que não há mais "classes"...

É um mundo de "redes", "tribos", "identidades", o diabo a quatro.

Eu, que fui formado (acho que como você...) lendo autores como Erich Fromm (nunca me esqueci da leitura de "Meu Encontro com Marx e Freud"), acho um mundo feio, feio, feio, sobre o qual tenho a impressão de que não tenho mais nada de relevante a dizer.


Abração afetuoso,

3 comentários:

  1. É bom encontrarmos reflexões de grande estirpe produzidas por dois grandes mestres. Refiro-me a Michel Zaidan e Luciano Oliveira.

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  2. É Você, Hely sempre foi um atento observador da nisso vida cultural. É um grande polemista de veia profética e republicana.

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