Apesar de termos afirmado ontem que a aliança do PSDB com o PSB, Em São Paulo, poderia ter dado com os burros n’água, tudo continua em banho-maria até junho, quando o processo afunila-se de vez. Essa moderação de Eduardo Campos tem vários componentes. Um deles diz respeito ao próprio desempenho do candidato de Lula, Fernando Haddad. Há quem afirme - o próprio Serra é partidário dessa tese – que ele não pode ser subestimado, sobretudo se considerarmos a capacidade de transferência de votos de Lula. Por outro lado, deixando as coxias e subindo ao palco, num encontro mantido em Fortaleza, o ex-ministro Ciro Gomes falou em alto e bom tom que Serra pode levar as eleições já no primeiro turno. Diante do impasse, matreiramente, apesar de adiar a decisão, o “Moleque” dos Jardins da Fundação Joaquim Nabuco tira todas as vantagens possíveis dessa negociação. Conseguiu bons acordos em cidades paulistas importantes para o partido, como Campinas e Duque de Caxias. De quebra negociou apoios do PT para cidades estratégicas, como Mossoró(RN) e capitais como Macapá e João Pessoa, onde o PT já tomou a decisão de caminhar com uma candidatura própria. No Recife, apesar do falatório de Rochinha, o abacaxi já teria sido descascado: Rands tem o apoio do Campo das Princesas e de Luiz Inácio Lula da Silva. Por enquanto, nessas negociações, Eduardo Campos vem costurando uma série de vantagens para o seu PSB. Pay Attention, Lula!
terça-feira, 27 de março de 2012
Movimento "Volta, Lula" será lançado logo após eleições municipais.
Logo após o término das próximas eleições municipais, as principais lideranças da tendência Construindo um Novo Brasil pretendem desencadear o movimento “Volta, Lula”. Comenta-se que o principal artífice do movimento é o ex-ministro José Dirceu, muito ligado ao ex-presidente e que, possivelmente, já não mais advoga a tese de que o Governo Dilma Rousseff seria mais petista do que o Governo Lula, apesar de o PT manter sob seu controle uma penca de ministérios importantes. A CNB é a tendência hegemônica no PT, congregando suas principais lideranças nacionais, inclusive Lula e Dilma. Apesar da grande popularidade, a gestão Dilma sofre desgaste dentro do próprio PT, aliado ao descontentamento de sua base de sustentação. A relação entre Dilma e Lula já esteve mais harmoniosa num passado recente. É a dinâmica da política.
Moradores da orla de Jaboatão denunciam falta de serviços de manutenção.
Morar na orla de qualquer município pode ser uma referência de status social e qualidade de vida, mas em Jaboatão dos Guararapes a realidade é bem diferente. Há anos, fixar residência na beira mar da cidade virou sinônimo de preocupação e dor de cabeça. Com o avanço do mar cada vez mais agressivo, a falta de manutenção e obras de contenção definitivas, os moradores do local passaram a viver com medo e a pensar em abandonar a área.
O edital de licitação para realização das obras de engorda da praia foi lançado pela Prefeitura no último dia 9, mas as obras ainda demoram a ser iniciadas e, sem nenhuma ação de manutenção, muitos moradores têm medo do que pode ocorrer até lá. “Ocorre que a gente vai enfrentar mais um período de maré alta e essas obras não vão estar prontas até lá. Até hoje, não tivemos serviços de manutenção na proteção emergencial (muro de pedras) que foi feita no primeiro ano da atual gestão municipal”, contou o secretário da Associação de Moradores da Orla de Jaboatão (Amo Orla), José de Araújo.
Araújo ressaltou também o desperdício de dinheiro público causado pela falta de ações permanentes na orla jaboatonense. “A prefeitura acabou de iniciar uma obra emergencial na frente do hotel Dorisol, sem licitação, no valor de R$ 4 milhões. Se tivéssemos um trabalho permanente na área, esse desperdício poderia ser evitado”, explicou.
Ao percorrer os nove quilômetros da orla, a gravidade da situação é percebida principalmente no edifício Vila Alda. Moradores denunciam que em seis anos o mar já avançou cerca de 30 metros em direção à praia, derrubando cinco postes de iluminação que nunca foram recolocados no lugar ou substituídos. “Estamos convivendo com o medo e a insegurança. A água já chegou a destruir pedaços do muro do nosso prédio, sem falar que não sabemos se a fundação pode ser comprometida ao permanecer em contato com o mar”, desabafou Mário Batistella que é proprietário de um imóvel no edifício Vila Alda.
Ele destacou ainda que a falta de iluminação fez com que o local ficasse totalmente desprotegido, servindo de ponto de encontro para usuários de drogas. “Os moradores estão preocupados, inclusive, com a desvalorização dos apartamentos. Alguns querem sair, mas não encontram alguém disposto a comprar o imóvel”, disse.
O morador do edifício Príncipe do Ferrara, Almacchio Coelho, explicou que o sentimento entre a população da orla é o de abandono. “Estamos completamente esquecidos. A orla está sem manutenção, iluminação, enfim, está abandonada”, contou. Almacchio destacou ainda que os frequentadores da área estão sem acesso à praia, visto que as escadarias de madeira instaladas pela administração municipal já foram destruídas pela ação do mar.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Obras de Transposição do Rio São francisco tiveram majoração de 71%
Um dos problemas verificados no Ministério dos Transportes eram os chamados aditivos, que contribuíam para inflacionar os valores das obras licitadas. Ainda quando Ministra, Dilma Rousseff teria tido alguns entreveros no Governo em razão desses aditivos. À época, comenta-se, sua relação com o ministro da pasta, Alfredo Nascimento, já havia se deteriorado. Dilma manteve-o no cargo apenas por se tratar de uma apadrinhado de Lula. Agora são as obras de transposição do São Francisco, que, através desses expedientes, tiveram uma majoração expressiva, que gira em torno de 71%. É mais um abacaxi para o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, descascar. As empreiteiras alegam erros de cálculos, imprevistos dos terrenos etc. Haja majoração! Esta notícia não é nova, mas dada a premência com Dilma pediu para que as obras sejam tocadas, o Blog do Jolugue resolveu comentá-la.
José Serra: Aos vencedores, as batatas.
O velho Machado de Assis costumava repetir uma frase que se tornou célebre: aos vencedores, as batatas. É esta a situação em que se encontra José Serra, após a vitória nas prévias do PSDB, habilitando-se à disputa da Prefeitura de São Paulo, em 2012. A vitória de Serra não foi esmagadora. Muito pelo contrário, seus adversários ficaram com um pouco menos de 50% dos votos. De imediato, Serra enfrenta uma série de problemas pela frente, dentro e fora do PSDB. A aliança com o PSB deu com os burros nágua depois da intervenção do governador Eduardo Campos; Serra terá que ser muito convincente ao explicar aos seus eleitores que pretende cumprir expediente de 04 anos no Edifício Matarazzo, uma vez que promessas anteriores não foram cumpridas; Eleito, como se comportará em relação à postulação de Aécio Neves como candidato presidencial do partido, hoje praticamente ungido pelos grãos-tucanos? Uma eventual vitória de Serra em São Paulo, por paradoxal que possa parecer, se, por um lado, empina os projetos nacionais da agremiação, por outro, fragiliza, dependendo do candidato, a sua performance no maior colégio eleitoral do país. Instigado a esse respeito, Serra desconversa e alega a existência de outros nomes do partido no que concerne aos projetos nacionais, como o do governador Geraldo Alckmin e Beto Richa. Já comentamos aqui no Blog do Jolugue que as movimentações de Geraldo Alckmin indicam nessa direção, mas é prematuro afirmar que esse projeto seria já para 2014. Aos vencedores, Serra, as batatas. Por falar em Serra, logo após sagrar-se vitorioso nas prévias, já começou a afinar o discurso contra o PT e o Governo Dilma Rousseff. Vem chumbo-grosso por aí, João Santana.
Rands recebe o sinal verde da direção nacional do Partido dos Trabalhadores.
Não é verdade que o senador Humberto Costa conversaria com Rui Falcão no sentido de desculpar-se sobre a forma açodada em que se deu a indicação do secretário de Estado, Maurício Rands, como concorrente do partido à Prefeitura da Cidade do Recife. Na realidade, essa conversa é apenas para consolidar o nome de Rands, com o aval da Direção Nacional da legenda. No diálogo que mantiveram em São Paulo, bastante produtivo, Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Eduardo Campos acertaram os ponteiros em relação a algumas disputas que envolviam conflitos de interesses entre as duas agremiações, como Belo Horizonte, Campinas e São Paulo. Em contrapartida, o Lula teria pedido a Eduardo Campos para apoiar o nome de Maurício Rands no Recife, indicando que João da Costa já foi definitivamente rifado. A tendência Construindo um Novo Brasil, comandada no Estado por Humberto Costa, trabalha com a hipótese de não realização das prévias, o que poderia desgastar ainda mais o partido perante a opinião pública. Quem não se lembra das cadeiradas do Náutico? Por enquanto, nas trincheiras do Palácio Antonio Farias ou saboreando os canapés na festa de aniversário de Janguiê, João da Costa não demonstra o menor sinal de arrefecimento.
domingo, 25 de março de 2012
Folha de São Paulo: Após deixar Record, Luciana Villas-Boas inaugura agência literária.
RAQUEL COZER
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Luciana Villas-Boas ajeita os óculos à frente dos olhos esverdeados e põe no colo uma pasta com fotos: "Nunca fui de guardar", diz a mulher que, em sete dias, deixará o comando da Record, um dos maiores grupos editoriais do Brasil. "Estas aqui estavam num bauzinho pernambucano, do século 17 ou 18, que uso como mesa de lado em casa."
Na imagem mais antiga, de 1977, está com 19 anos, entrevistando para a rádio BBC de Londres a tenista brasileira Maria Esther Bueno. A mais recente mostra Luciana com os atuais 54 anos, ao lado do namorado, o advogado norte-americano Raymond Moss, 52, sócio na agência literária Villas-Boas & Moss, recém-criada.
No meio-tempo, a carioca, filha de pernambucano com baiana, atuou como jornalista na TV Globo, na "Veja" e no "Jornal do Brasil" e se firmou entre os nomes mais poderosos do mercado nacional de livros.
Jorge Bispo/Folhapress | ||
Após deixar Record, Luciana Villas-Boas inaugura agência literária com o namorado americano |
A decisão de trocar o posto de diretora da Record por uma agência literária, na qual fará a ponte entre autores e editoras, ela credita a questões pessoais, como a vontade de se arriscar e a liberdade --inclusive para namorar. Raymond vive em Atlanta, o casal se encontra lá, aqui e mundo afora. Em 2011, foram a Munique, Nice, Nova York e Crans-Montana, na Suíça, onde ele tem uma casa.
O apartamento de Luciana, no Leblon, se tornará um dos três escritórios da Villas-Boas & Moss --os outros serão em Nova York e Atlanta. Até o Nelson, um terrier de três anos, vai entrar no circuito Brasil-EUA-Suíça. "Nas férias, vou levá-lo para o 'hiking' na Suíça. Ele precisa treinar escalada."
Em janeiro, ao antecipar a notícia da saída de Luciana da Record, a "Ilustrada" informou que a movimentação teria a ver com um desgaste dela na editora após a casa perder, em 2011, a obra de Carlos Drummond de Andrade para a Companhia das Letras.
"Minha missão na Record era projetar uma imagem de compromisso com a boa ficção e a não ficção a partir da contratação de novos livros." Lidar com os herdeiros de Drummond, ela afirma, não estava entre suas atribuições.
Da pasta de fotos, pinça uma imagem dos tempos na Globo, de 1983, feita após uma entrevista com Leonel Brizola (1922-2004). "Olha o Leonel todo se engraçando", comenta.
Por um ano e meio, a partir de 1982, Luciana dividiu com Belisa Ribeiro e Renato Machado a bancada do "Jornal da Globo". O jornalismo foi um acidente de percurso, na visão dela: a ambição de virar historiadora foi interrompida em 1976, quando passou uma temporada em Londres. Lá, conseguiu o emprego na BBC, que abriu portas para outros trabalhos aqui no Brasil.
"Estar na TV me deixava insegura. Achava que, se não fosse para a mídia impressa, jamais seria levada a sério." O que não gosta de contar é que parte da insegurança se devia ao fato de ser "um mito pela beleza, uma diva de cinema italiano", como descreve Edney Silvestre, autor da Record que decidiu contratar os serviços da Villas-Boas & Moss antes mesmo de a agência existir.
"É uma das minhas amigas BIC (bonita, inteligente e competente) daqueles tempos", diz o jornalista Marcelo Tognozzi, que foi assistente de Luciana alguns anos depois, quando ela editava política no "JB".
TRANSIÇÕES
A passagem para o mercado editorial se deu em 1995, quando Luciana editava o caderno "Ideias/Livros". "Ela me entrevistou e me impressionou pelo nível de informação", lembra Sergio Machado, presidente da Record. "Eu precisava de alguém que trouxesse um tipo de livro que não tínhamos."
"O trabalho dela foi bom para a Record, não há dúvida", diz Luiz Schwarcz, editor da rival Companhia das Letras. Entre os bons autores que Luciana levou para a casa, estão os americanos Richard Sennett, convidado da Flip neste ano, Michael Sandel, do recente best-seller "Justiça", e a mais pop Helen Fielding, de "O Diário de Bridget Jones".
Mas, na era de "megassellers" como "Harry Potter" (Rocco) e "O Caçador de Pipas" (Nova Fronteira), a Record não emplacou nenhum dos maiores. "O Código da Vinci" chegou a cair nas mãos da diretora, que não teve autorização para continuar na disputa. "Paramos em US$ 10 mil [na oferta pelos direitos]. A Sextante levou por US$ 12 mil", lamenta.
O período na Record marcou uma transição ideológica de Luciana, que as fotos ajudam a ilustrar. Numa imagem de 1981, ela aparece sorridente ao lado de Fidel Castro. "Emir Sader me seduziu com uma viagem a Cuba", acha graça, referindo-se ao ex-marido, cientista político e pai de seus dois filhos, Maria Isabel, 22, e Miguel, 20.
O que mudou tudo foi o governo Lula, em quem votou em 2002. "A ferocidade com que o partido se aferrou ao poder me chocou. Não era o que pregávamos."
A guinada de Luciana coincidiu com a da editora. A casa, que já publicou a bíblia esquerdista "New Left Review", passou a ter entre seus autores opositores ao governo Lula, como Fernando Henrique Cardoso e os jornalistas Reinaldo Azevedo, Merval Pereira e o ex-redator-chefe da "Veja" Mario Sabino --que era namorado de Luciana.
NACIONAIS
"Ela deve ter sido quem mais editou autores brasileiros nos últimos anos", diz o curitibano Cristovão Tezza, que, em 2006, fechou contrato com a Record para a reedição de sua obra e o lançamento de "O Filho Eterno", livro que lhe renderia todos os grandes prêmios de 2008.
O grande sucesso foi Lya Luft, maior best-seller entre os autores nacionais vivos da Record. Luciana é defensora de narrativas "ao mesmo tempo sofisticadas e acessíveis", qualidade que vê em seus agenciados Edney Silvestre e Francisco Azevedo, cujas obras já vendeu a vários países. "Em geral, os estrangeiros acham a literatura feita aqui cabeça demais", diz.
A nova agência já representa nove autores brasileiros, a maior parte publicada pela Record, como Alberto Mussa e Miguel Sanches Neto.
O primeiro contrato de livro novo, no entanto, será com outra editora, que ela ainda não revela. Será uma reunião dos textos "A História de Mora", que o colunista do "Globo" Jorge Bastos Moreno vem publicando aos domingos, contando a história recente do país na voz fictícia de Mora Guimarães, mulher de Ulysses.
Outra aposta, ainda sem editora, é um livro de memórias fac-similar da pianista Jocy de Oliveira. E há conversas com agentes e editoras estrangeiros.
Se é "workaholic"? Luciana volta os olhos para o lado, apoia o queixo nas mãos, pensa um pouco.
"Acho que sou. Raymond certamente acha." Lembra que, semanas atrás, depois do jantar, ambos tomando suas taças de vinho, cada um parou na frente de seu laptop. "Somos um casal diferente, não? Trabalhando num sábado à noite", ela comentou.
"E ele me falou: 'Luciana, minha ideia de vida boa com você decerto não inclui trabalhar num sábado à noite'. Disse que o grande desafio será me fazer trabalhar menos."
A se julgar o entusiasmo com o qual ela fala da agência, o desafio será maior do que Moss imagina.
Nas prévias do PSDB, volta a se discutir o paradoxo de uma possível eleição de José Serra.
Logo após a derrocada das articulações em torno dos acordos que estavam sendo costurados entre o PSD e o PT, Rui Falcão veio à boca do palco para, num momento de muita verborragia e pouca diplomacia, afirmar que Kassab havia confidenciado que a eleição de José Serra em São Paulo seria boa para os planos de reeleição de Dilma Rousseff, posto que não haveria hipótese de Serra, eleito prefeito, apoiar o nome do tucano Aécio Neves à presidência da República. Hoje, dia de prévias, serra deve sagrar-se oficialmente como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. Muita água deve rolar no rio da história daqui para frente. Há quem assegure, por exemplo, que Serra não teria abandonado suas pretensões presidenciais. A postura tímida de Aécio Neves, por sua vez, vem desagradando muito a tucanos graúdos, inclusive Fernando Henrique Cardoso. Teremos um longo período até as eleições. Lula recuperado deve engajar-se de corpo e alma na candidatura do seu mais novo afilhado, Fernando Haddad, que ontem fez uma visita ao padrinho. Hoje, o portal do jornal O Povo, do Ceará, traz uma longa matéria sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando sua capacidade de influenciar eleições por todo o país. O jornalista Josias de Souza, em sua coluna de hoje, publicada pelo Portal UOL, volta a falar sobre o paradoxo de uma possível eleição de José Serra, sabidamente uma torcida de alguns tucanos, mas que pode esbarrar em sua resistência em apoiar um nome do partido nos embates de 2014.
Um giro pelas semanais: Veja: Prévias consolidam candidatura viável de oposição em São Paulo.
Votação entre filiados deve consagrar José Serra candidato a prefeito. Ele terá a missão de se opor a hegemonia que o PT tenta impingir ao Brasil
Carolina Freitas
O pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo José Serra em encontro com militantes na última semana (Tiago Queiroz/AE)
Neste domingo, os filiados do PSDB devem consagrar pelo voto José Serra candidato à prefeitura de São Paulo pelo partido, em uma disputa entre o ex-governador, o deputado federal Ricardo Tripoli e o secretário estadual de Energia, José Aníbal. A escolha decorre de um processo de prévias que ficou longe de ser um mecanismo de real fortalecimento do partido e de reativação das bases do PSDB, como se pretendia. As questões sobre o futuro do maior partido de oposição do Brasil continuarão em aberto. É uma tarefa pendente da qual a cúpula tucana terá de se ocupar em algum momento se quiser garantir a longo prazo o protagonismo da legenda no cenário nacional. Para além do partido, contudo, a provável decisão pelo nome de Serra agrega às eleições municipais deste ano um elemento fundamental: um candidato de oposição viável e forte. O tucano ostenta uma longa ficha de serviços prestados como parlamentar, ministro, governador e prefeito. No momento em que PT trabalha para obter uma perigosa hegemonia política e ideológica no Brasil, o antagonismo é mais do que bem-vindo. São Paulo é o palco ideal para esse debate.
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Maior colégio eleitoral do país, a capital paulista tem por tradição sediar disputas polarizadas e nacionalizadas, mesmo na corrida municipal. Em 2012, serão evocadas as vitórias e derrotas das eleições presidenciais de 2010 e os êxitos e deméritos dos candidatos e de seus padrinhos nos cargos de presidente, ministro e governador. “Para o PT, será um ensaio geral para a disputa pelo governo de São Paulo, em 2014”, afirma o historiador Marco Antonio Villa, professor do Departamento de Ciências Sociais e da Pós-graduação em Ciência Política da Universidade de São Carlos. O estado de São Paulo é comandado há dezoito anos pelos tucanos.
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, vê como estratégica a conquista da capital paulista. “A vitória em São Paulo não é importante só para a cidade ou para o estado, mas para o Brasil”, diz o líder tucano. “Se tivermos um resultado muito bom no Brasil inteiro e não tivermos a vitória em São Paulo será algo difícil de explicar.” E aproveita para alfinetar o pré-candidato petista, Fernando Haddad. “O PSDB tem uma figura com o peso de Serra disputando uma prévia, enquanto o PT escolheu um candidato sem peso nenhum e sem ouvir ninguém.”
Divulgação/PSDB
Reprodução de cédula de votação das prévias
José Serra entrou nas prévias fora do prazo estabelecido pelo partido e, para apoia-lo, os pré-candidatos Bruno Covas e Andrea Matarazzo retiraram-se da disputa. Em meio à reviravolta, a Executiva municipal adiou a data das prévias de 4 para 25 de março.
“Desde que anunciou sua entrada na disputa, Serra já é o candidato do PSDB. Houve uma compreensão do partido de que ele é uma boa escolha para fazer com que a legenda chegue à vitória nas eleições de outubro”, afirma o cientista político Humberto Dantas, doutor pela Universidade de São Paulo.
“Serra participou do processo para que o PSDB desse um semblante de democracia às prévias. Se quisesse, ele tinha força política para costurar um acordo e dispensar as prévias”, diz Dantas.
Assim que anunciou seu ingresso na disputa interna, Serra fez questão de esclarecer que o sonho de disputar a Presidência da República estava adormecido. Interlocutores do tucano atestam o mesmo. A conquista de um cargo eletivo seria o passo necessário para aumentar sua influência no partido até as eleições presidenciais de 2014, nas quais ele seria um grande articulador.
Mobilização - Apesar das falhas, as prévias tiveram seus méritos. Quando o presidente municipal do PSDB em São Paulo, Júlio Semeghini, anunciar na tarde deste domingo o nome do candidato do partido à prefeitura, estará concluído um processo inédito para a legenda. “Em São Paulo será difícil, daqui em diante, deixar uma decisão como essa para a cúpula”, diz Semeghini. “A militância percebeu a importância de seu papel. As pessoas estavam ficando descrentes, pois não eram ouvidas.”
Ricardo Tripoli defende desde o início do ano passado as prévias e, há seis meses, tem reuniões diárias nos bairros de São Paulo para levar suas propostas aos filiados. Nas últimas semanas, chegou a fazer três visitas a filiados por dia. “Era preciso tirar o pó do partido. A falta de interlocução com a base fez, nos últimos anos, o partido estagnar”, diz Tripoli. “As prévias são uma demonstração para a cúpula do partido de que, seja quem for, vai ter agora que se submeter ao crivo da base.”
José Aníbal também cumpriu uma agenda extensa pelos bairros, com até oito visitas a grupos de filiados a cada fim de semana e agendas diárias na cidade. “Há um anseio por parte dos filiados por mudança e renovação”, diz o pré-candidato.
A experiência de São Paulo está sendo observada pela cúpula do partido. O presidente Sérgio Guerra deu início na semana passada a um processo de recadastramento dos filiados em oito cidades no Ceará e Pernambuco. O próximo estado a entrar no processo é o Espírito Santo e a intenção é estendê-lo para o Brasil. “Essa é a base para realização de prévias. O partido já decidiu que elas são adequadas ao PSDB quando não houver entendimento”, afirma Guerra. O raciocínio vale para escolher o candidato a presidente? “Se não houver um ajuste consensual, as prévias são perfeitamente razoáveis também nesse caso.”
O discurso dos tucanos é otimista, mas o cientista político Humberto Dantas avalia que é necessário um amadurecimento político para legitimar as prévias partidárias no Brasil. “Os brasileiros têm uma crença muito grande no poder político das personalidades”, afirma Dantas. “Precisamos de maturidade para valorizar uma escolha por prévias.” Até lá, a personalidade José Serra entra em cena para garantir o debate democrático neste ano eleitoral.
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"Evocação do Recife", um poema de Manuel Bandeira.
Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!
A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão
(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)
De repente
nos longos da noite
um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era são José.
Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.
Rua da União...
Como eram lindos os montes das ruas da minha infância
Rua do Sol
(Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido
Capiberibe
- Capiberibe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
Banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento
Cheia! As cheias! Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu
E nos pegões da ponte do trem de ferro
os caboclos destemidos em jangadas de bananeiras
Novenas
Cavalhadas
E eu me deitei no colo da menina e ela começou
a passar a mão nos meus cabelos
Capiberibe
- Capiberibe
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô.
Plano "B"? - No Ceará não tem disso não!
Em meio às divergências evidentes sobre o candidato do PT à sucessão da prefeita Luizianne Lins – que deverá se reunir para “afinar o piano” com 05 postulantes da agremiação, ainda nesta semana – o governador do Estado, Cid Gomes, descartou completamente a hipótese de um plano “B”, traduzida numa eventual candidatura do PSB. Há alguns nomes entre esses postulantes petistas que o governador não aceita de jeito nenhum. Também consideramos pouco provável que isso ocorra, mas convém à prefeita Luizianne Lins não abusar muito da paciência do governador. Para se ter uma ideia, sua primeira conversa no sentido de “consolidar a aliança” foi com o senador Eunício Oliveira, do PMDB, peça fundamental para o desmonte de Tasso nas últimas eleições. Somente recentemente comentou-se sobre o entrevero entre Cid e a presidente Dilma Rousseff, durante um encontro no Ceará. O Blog do Jolugue informou a seus leitores com muita antecedência. A coisa foi séria. Dilma Rousseff ficou espantada com a reação do governador. Eduardo Campos atuou como “bombeiro”, trazendo o governador de volta à sala de onde ele havia se retirado.
Influência de Lula deverá render resultados também em Fortaleza
A meta dos petistas é garantir vitória na sucessão da prefeita Luizianne Lins. Para isso, deverão contar com uma ajuda de peso: o ex-presidente Lula, que nas eleições de 2006 obteve 83% dos votos válidos ena capital cearense
Maior Capital governada pelo PT no País atualmente, Fortaleza é considerada prioridade pela cúpula nacional do partido quando o assunto é a manutenção do comando da sigla na gestão do município.
A ideia do PT regional é não medir esforços para que o candidato à sucessão da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), que também é presidente estadual da legenda, seja referendado nas urnas, no próximo mês de outubro.
E, para alcançar tal propósito, a sigla deverá contar com um “empurrãozinho” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve quase 83% dos votos válidos, em 2006, na capital cearense.
Em entrevista exclusiva ao O POVO, o senador petista José Pimentel, eleito em 2010 com ajuda decisiva do ex-presidente, destacou que “todos os políticos e todos os candidatos, de 2006 para cá, fazem questão de ter uma certa identidade com a imagem do Lula, seja ele de situação, seja de oposição”.
Ele acrescentou, ainda, que isso explicita “a força que a personalidade política, física e de gestor de Lula tem sobre o imaginário popular”, em especial no Ceará.
Apesar de fontes internas do PT confirmarem que Lula poderá interferir nas eleições de 2012 em Fortaleza, Luizianne, por sua vez, já rechaçou a possibilidade de intervenção nacional no processo de escolha do candidato petista na Capital. O próprio presidente nacional da sigla, Rui Falcão, confirmou que não haverá intervenção e que a prefeita “vem conduzindo muito bem” as negociações.
Ainda assim, Lula poderá colaborar com a campanha do candidato escolhido, inclusive, com presença no palanque do prefeiturável petista em Fortaleza.
“Impacto relativo”
“Impacto relativo”
De acordo com o cientista político e professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Valmir Lopes, a participação de Lula durante a campanha na capital cearense tem “um impacto relativo”.
Ele explica que a cidade de Fortaleza possuiu “uma população mais dependente” de políticas públicas voltadas para camadas mais populares, “encarnadas pela pessoa do ex-presidente”, o que, segundo o professor, poderá influenciar no processo eleitoral.
Aliado a isso, para ele, a oposição ao governo petista na Capital é muito “frágil” e não consegue construir um contra-discurso. “Ou seja, um discurso de oposição que desconstrua o discurso do PT”, esclarece, acrescentando que os petistas são eficientes na propaganda que “fazem na pessoa de Lula”.
Mesmo salientando a importância do ex-presidente nesse processo, o professor aposta que “ao que tudo indica” a liderança da prefeita Luizianne Lins é quem comandará, de fato, a sucessão municipal na Capital. (Ranne Almeida - ranne@opovo.com.br)
Tribuna da Bahia: DEM teria dado ultimado ao PSDB
Fernanda Chagas subeditora
O fato mais uma vez foi negado pelos dirigentes baianos, no entanto, o final do mês de março se aproxima e nenhum deles soube afirmar quando o martelo será batido em torno da tão propagada aliança. Vale lembrar que, em meio a todo o impasse, tanto o DEM quanto o PSDB e PMDB já se adiantaram e de forma independente colocaram seus blocos na rua.
O deputado federal ACM Neto, por sua vez, classificou como “mera especulação” a informação sobre o ultimato e voltou a reiterar que qualquer acerto será feito em nível local.
“Não sei a quem pode interessar essas especulações. Dei várias declarações, e reitero que todos os assuntos referentes às eleições na capital estão sendo tratadas no plano local. Não me interessa ter o apoio de ninguém por imposição externa.
Assim como ele, o deputado federal Antonio Imbassahy, aposta do PSDB nas urnas, desmentiu a informação.
“Não acredito nesse tipo de ação e o próprio ACM Neto já negou qualquer articulação neste sentido, até porque quem vai eleger o futuro prefeito de Salvador são os eleitores de Salvador e não de São Paulo”, fez questão de pontuar, complementando que “na ânsia por uma definição, está existindo muita especulação que tem gerado informações desencontradas”.
Questionado sobre como andam as negociações em torno de uma data para o anúncio, Imbassahy não soube precisar, mas ponderou que as conversas continuam acontecendo. “O diálogo continua, mas não se trata de uma tarefa simples. Existem obstáculos a serem removidos, mas estamos confiante num entendimento. Afinal, Salvador precisa de mudanças”.
Reforçando, o deputado federal Jutahy Jr. (PSDB), um dos líderes tucanos no estado, reafirmou que o objetivo do PSDB é promover a unidade das oposições em Salvador. Por tabela, mandou um recado duro aos que, em sua avaliação, pensam que podem atrapalhar o projeto:
“Todas as tentativas de fazer política através de intrigas por meio do noticiário político para que isso não ocorra são para mim irrelevantes, porque o que nos interessa é que a nossa população tenha claro que estamos de fato lutando pela vitória e esta passa pela unidade”.
Segundo Jutahy, “as questões da Bahia serão resolvidas na Bahia e as nossas lideranças dos diversos partidos têm o dever de ter responsabilidade com nossa cidade e nosso estado. A unidade passa por humildade e desapego a projetos pessoais”.
“Todas as tentativas de fazer política através de intrigas por meio do noticiário político para que isso não ocorra são para mim irrelevantes, porque o que nos interessa é que a nossa população tenha claro que estamos de fato lutando pela vitória e esta passa pela unidade”.
LF: PCdoB nega aliança com PT
O presidente estadual do PCdoB, Daniel Almeida, em entrevista ao site Política Livre, negou que tenha sido fechada qualquer aliança de seu partido com o PT em Lauro de Freitas. Mais além, Almeida afirmou que a pré-candidatura de Chico Franco está mantida. “Se alguém está falando pelo PCdoB, ou não entende a cultura do PCdoB ou está usando expedientes não muito bons na política”.
O dirigente comunista afirmou que quem delibera sobre alianças nos municípios com mais de 50 mil habitantes é a direção estadual.
“Será sempre a direção estadual que anunciará se houve entendimento ou não”. Daniel Almeida, entretanto, não afastou a possibilidade de aliança – com o PT e com outros partidos – em Lauro de Freitas e outras cidades. “Agora, temos conversado. Fizemos uma conversa com Jonas Paulo (presidente estadual do PT) na semana passada.
Essa semana, fizemos conversa com Mário Negromonte (presidente do PP) sobre possibilidades de alianças no Estado e, inclusive, discussão sobre uma estratégia mais global com o PT, com o PP e, nessas conversas, está incluída Lauro de Freitas”, confirmou.
O dirigente comunista afirmou que quem delibera sobre alianças nos municípios com mais de 50 mil habitantes é a direção estadual.
“Será sempre a direção estadual que anunciará se houve entendimento ou não”. Daniel Almeida, entretanto, não afastou a possibilidade de aliança – com o PT e com outros partidos – em Lauro de Freitas e outras cidades. “Agora, temos conversado. Fizemos uma conversa com Jonas Paulo (presidente estadual do PT) na semana passada.
Essa semana, fizemos conversa com Mário Negromonte (presidente do PP) sobre possibilidades de alianças no Estado e, inclusive, discussão sobre uma estratégia mais global com o PT, com o PP e, nessas conversas, está incluída Lauro de Freitas”, confirmou.
Daniel Almeida concluiu mandando um recado para o PT:
“O PT tem muita ânsia por buscar apoio e não compreende que só recebe apoio quem tem também disposição de apoiar. Nós apoiamos candidatos do PT e outros partidos, mas também queremos receber apoios. Se o PT faz conversas e sai anunciando como se estivesse fechado, o PT não tá querendo apoio. Ou nos respeita como aliado ou nós vamos conversar com outros. Imposição o PCdoB não aceitará.
O anúncio que foi feito, a leitura que eu faço é a seguinte: se o PT não quer o apoio em Lauro de Freitas, que diga isso de forma mais clara”. Em entrevista à Tribuna, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, anunciou que o secretário de Trabalho, Esporte e Lazer do município, Chico Franco, recuou do projeto de pré-candidatura pelo PCdoB, em prol do apoio à pré-candidatura do vice-prefeito João Oliveira.
“O PT tem muita ânsia por buscar apoio e não compreende que só recebe apoio quem tem também disposição de apoiar. Nós apoiamos candidatos do PT e outros partidos, mas também queremos receber apoios. Se o PT faz conversas e sai anunciando como se estivesse fechado, o PT não tá querendo apoio. Ou nos respeita como aliado ou nós vamos conversar com outros. Imposição o PCdoB não aceitará.
O anúncio que foi feito, a leitura que eu faço é a seguinte: se o PT não quer o apoio em Lauro de Freitas, que diga isso de forma mais clara”. Em entrevista à Tribuna, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, anunciou que o secretário de Trabalho, Esporte e Lazer do município, Chico Franco, recuou do projeto de pré-candidatura pelo PCdoB, em prol do apoio à pré-candidatura do vice-prefeito João Oliveira.
Correio da Paraíba: Reajuste dado ao servidor pode ser anulado, confirma governador
Arthur Araújo
O Governador Ricardo Coutinho (PSB) confirmou, na manhã de ontem o que foi dito pela secretária de Estado das Finanças, Aracilba Rocha. Caso a Medida Provisória que trata do reajuste salarial dos servidores seja derrubada pela Assembleia Legislativa do Estado, todo o reajuste concedido até o momento será anulado, sendo necessária, inclusive, a sua devolução.
O Governador Ricardo Coutinho (PSB) confirmou, na manhã de ontem o que foi dito pela secretária de Estado das Finanças, Aracilba Rocha. Caso a Medida Provisória que trata do reajuste salarial dos servidores seja derrubada pela Assembleia Legislativa do Estado, todo o reajuste concedido até o momento será anulado, sendo necessária, inclusive, a sua devolução.
“A matéria leva a data base, o reajuste linear de 3% e, naturalmente, todos os demais reajustes. O que, por ventura, não estiver na capacidade do governo, ou na legalidade, não poderá ser aceito”, afirmou o gestor estadual. O reajuste foi concedido pelo governo no último dia primeiro de janeiro, mas ainda precisa ser aprovado pelos deputados. Caso contrário, todo o montante que foi acrescido ao salário deverá ser devolvido aos cofres.
Para a bancada de oposição, a matéria não pode ser aprovada na íntegra, sendo necessária a anexação de uma emenda. O objetivo é tentar reverter o que diz um dos parágrafos da matéria, que tentaria reverter parte da Lei de Subsídio, que determinava dois aumentos salariais aos servidores do Fisco, um no mês de janeiro, de 2% e outro no mês de julho, de 4%. Para os oposicionistas, não é possível a reversão de uma Lei através de uma Medida Provisória.
O governador criticou a postura dos deputados, que podem reprovar o aumento salarial. “Fui parlamentar de oposição durante 12 anos, mas sempre soube que não se deve votar contra reajuste de servidor”, declarou. “Imagine a Polícia Militar sem os 19% de reajuste, a Polícia Civil sem os 16%, o próprio Fisco sem os 9% que já lhes fora concedido”, complementou o governador.
Diante do quadro atual, Ricardo Coutinho orientou os deputados a agirem com cuidado e compreensão. “Nem tudo vale a pena por questões partidárias. O que pode beneficiar a coletividade não pode ser confrontado. É o que eu digo sempre, não se pode fazer oposição ao povo”, defendeu. Apesar disso, ele garantiu estar confiante na aprovação da matéria. “Ela será aprovada, sim, e sem qualquer manobra para alteração do texto”, garantiu.
O Povo: Luizianne Lins começa a enxugar lista de prefeituráveis.
A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT) se reúne hoje com os cinco pré-candidatos do PT, durante almoço, e o que se espera é que ela, presidente estadual do partido, comece a consolidar um diálogo para que apenas um nome confirme sua candidatura. O atual secretário municipal da Educação, Elmano Freitas, é apontado como o favorito da petista.
Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o presidente municipal do partido, Raimundo Ângelo, disse que a sigla vai trabalhar e dialogar “muito” para que se chegue a um nome de consenso, sem que seja necessário realizar prévias ou encontro.
Em vez de enxugar a lista, a cúpula do PT decidiu que os prefeituráveis é que vão ter de confirmar ou não suas pré-candidaturas, apresentando até o dia 29 deste mês uma inscrição e uma lista com assinaturas de pelo menos 10% de filiados petistas que participaram do último processo de eleições diretas (PED) do PT.
Os rumos
Raimundo Ângelo se esquivou ao ser questionado se a prefeita trabalharia para que apenas o prefeiturável de sua escolha confirme a pré-candidatura. “Não é preciso dizer, porque você sabe quem é o favorito dela”, disse, enfatizando que haverá muita conversa política, contemplando todas as correntes do PT, para que haja apenas uma candidatura consensual. “O interesse do PT é que a gente possa chegar com um único candidato até o dia 30”, disse.
Porém, se mais de um pré-candidato mantiver a inscrição, observa o dirigente, os 45 membros do diretório municipal decidirão, no dia 30, se haverá prévias ou encontro estadual para definir o candidato. A opção escolhida precisa do apoio de dois terços do diretório. Em caso de prévias ou encontro, a decisão passará pelos 21 mil filiados do PT.
Em caso de prévias, o primeiro turno seria no dia 29 de abril e o segundo, no dia 6 de maio. Se houver encontro, haverá eleição dos delegados no dia 20 de maio, para o encontro dos delegados ser realizado no dia 27 de maio. “Mas o candidato que sair ou na forma unificada ou por processo de disputa interna do PT, Luizianne vai estar 100% na candidatura dele”, salientou.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
Para o presidente municipal do PT, Raimundo Ângelo, é natural que correntes do partido defendam nomes diferentes para a sucessão municipal. Por isso, ele defende que o caminho do consenso é o diálogo.
Serviço
Reunião da prefeita Luizianne Lins com prefeituráveis do PT
Quando: hoje, às 12h30min
Onde: No hotel Gran Marquise, na avenida Beira Mar, 3980
Quem disputa a indicação do PT
Artur Bruno
Deputado federal, vem sendo o parlamentar mais votado em Fortaleza por seguidas eleições. Foi candidato a vice-prefeito na chapa de Inácio Arruda (PCdoB) em 2000 e, em 2004, liderou o movimento “Sou PT, voto Inácio”, que rejeitava a candidatura de Luizianne. Pré-candidato mais conhecido,mas é visto com certa reserva por não ter histórico de atrelamento a grupos.
Camilo Santana
Deputado estadual mais votado do Ceará na última eleição, tem história ligada ao Cariri. Hoje, exerce o cargo de secretário das Cidades no Governo do Estado. É considerado um dos petistas preferidos do governador Cid Gomes, o que faz com que seja visto com restrições no próprio partido. Por outro lado, o fato de ter as bênçãos do governador e do poderoso grupo de José Guimarães é trunfo considerável.
Acrísio Sena
Entre os pré-candidatos que permanecem no páreo, é o principal expoente dos grupos que, em passado nem tão distante, era considerado radical dentro do PT. De estilo combativo quando líder da prefeita na Câmara, revelou-se hábil negociador como presidente da Câmara Municipal. Nos últimos meses, a relação com a prefeita se deteriorou significativamente.
Elmano Freitas
Sua trajetória está vinculada aos movimentos sociais, tendo sido advogado do Movimento dos Sem Terra (MST). Com a saída de Waldemir Catanho da disputa, passou a ser o preferido de Luizianne Lins. Coordenou o Orçamento Participativo da Prefeitura e , desde setembro, é o secretário da Educação do Município. É o único que nunca exerceu cargo eletivo.
Guilherme Sampaio
Vereador e ex-líder de Luizianne na Câmara, movimenta-se com cuidado para evitar atritos. Entrou na política bastante vinculado a Artur Bruno. Na liderança da prefeita, aproximou-se do Executivo. Tem na educação sua principal bandeira. Pode se favorecer em caso de impasse entre os favoritos. Seria uma opção fora do grupo de Luizianne, mesmo sendo ligado à prefeita.
Lucinthya Gomes lucinthya@opovo.com.br
sábado, 24 de março de 2012
Olinda: Comunistas em céu aberto
O apoio recebido pelo atual prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, pelo PSDB de Sérgio Guerra vem gerando muita polêmica nas redes socais, sobretudo pelo seu caráter ideológico. Há militantes históricos do partidão questionando esse casamento de jacaré com cobra d’água, argumentando a discrepância programática entre as duas agremiações políticas. Argumentar em torno dessas questões ideológicas apenas apimentariam essas polêmicas, mas é sempre bom frisar que o filósofo político italiano Norberto Bobbio, antes de falecer, deixou um livreto onde afirmava que ainda fazia sentido falar numa agenda de esquerda, orientada pela ética na condução da coisa pública, sensibilidade em relação aos manos favorecidos e uma preocupação com o desenvolvimento sustentável. Ao optar por emprestar o apoio do PSDB à candidatura do comunista, Sérgio Guerra rifou as pretensões de Terezinha Nunes, que procurava viabilizar sua candidatura à Preefeitura da Marim dos Caetés. Os símbolos são muito importantes quando bem explorados. Na formalização do apoio, Sérgio Guerra vestia uma camisa vermelha, enquanto Renildo estava com uma camisa amarela. Essa foto vem sendo amplamente utilizada pelas redes sociais. Fico tentando imaginar o que não diria o professor Michel Zaidan, que dedicou parte de sua trajetória acadêmica ao estudo dos comunistas no Brasil.
Crédito da foto: Jedson Nobre, Folha de Pernambuco.
Demóstenes Torres: Até tu Demóstenes? Será?
Aparentemente, o senador Demóstenes Torres vem pautando sua vida pública por uma conduta irrepreensível. Tem sido um dos arautos na defesa da ética na condução da res publica. Agora surgem gravações envolvendo-o ao nome do banqueiro Carlinhos Cachoeira, segundo dizem, de forma comprometedoras. Ontem, pelo microblog Twitter, o senador se defendeu e, durante seus pronuncimantos em plenário vem insistindo para que as investigações sejam realizadas, pois ele não tem nada a esconder. Seus advogados já solicitaram uma cópia do processo na Preocuradoria Geral da União e o presidente do DEM, senador José Agripino Maia, ouvido pelo blog do Josias de Souza, também afirmou acreditar na inocência do senador e pediu, engrossando o seu coro, que os fatos sejam apurados. O senador Demóstenes Torres conta com o voto de confiança do Editor do Blog do Jolugue.
Cláudio Ferreira pede demissão. Primeira baixa do efeito "Rands".
Cláudio Ferreira pediu afastamento da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura da Cidade do Recife. É a primeira baixa do efeito “Rands”. Cláudio sai para coordenar a campanha do secretário de governo à Prefeitura do Recife, fato que provocou um tsunami entre as diversas tendências petistas no Estado. Trata-se de uma saída esperada, assim como outros secretários ligados à Construindo um Novo Brasil também devem seguir o mesmo caminho. A saída de Cláudio é emblemática, sinalizando que João da Costa, rigorosamente, precisa habilitar-se para os próximos embates, uma vez que a candidatura de Rands é irreversível e vem como um trator,a tropelando o que encontrar pela frente. O ambiente no PT tende a continuar bastante tenso, em razão das ações nada diplomáticas da tendência Construindo um Novo Brasil, que, finalmente, resolveu colocar o quizo no pescoço do gato.
Jarbas Vasconcelos: Qualquer líder, em algum momento, terá que emendar o bigode com Sarney.
Muito oportuna a entrevista concedida pelo senador Jarbas Vasconcelos ao Jornal Folha de São Paulo. Oportuna e convergente com as opiniões emitidas no Blog do Jolugue. Jarbas também acredita que o “timming” de Eduardo Campos ainda não seria para 2014, mas possivelmente para 2018. Faz elogios à sua liderança e gestão a frente do Estado, mas aconselha que ele só se viabiliza nacionalmente se afastar-se do PT, não necessariamente de Lula, seu amigo pessoal. Somente afastando-se do PT, advoga Jarbas, Eduardo Campo conseguiria galvanizar apoios de segmentos eleitorais estratégicos para o seu projeto nacional. O Blog do Jolugue foi o primeiro a antecipar uma sutil aproximação entre Eduardo Campos e o PMDB, quando todos comentavam que a troca de confetes entre ambos no carnaval passado ara apenas reflexo da trégua do período momesco. Jarbas comentou, também, sobre o setor elétrico como um latifúndio dos Sarney, concluindo que qualquer liderança que surgir no país, em algum momento - atenção, Eduardo - terá que emendar o bigode com o morubixaba José Sarney, sugerindo que teria lido sobre o diálogo sugerido pelo Blog do Jolugue há alguns dias atrás.
quinta-feira, 22 de março de 2012
PPS ajuíza ação contra a resolução que proíbe a utilização do Twitter pelos candidatos.
O PPS vai entrar com uma representação contra a resolução do STE de proibir o uso do microblog Twitter pelos candidatos. O Blog do Jolugue considera salutar a proibição, sobretudo em razão do rigor da legislação eleitoral, bastante restritiva. Os eleitores poderão usá-lo sem problema. Roberto Freire e José Serra são usuários contumazes do microblog. Serra e Roberto são, inclusive, bastante atenciosos. Serra o utiliza mais pela madrugada e Roberto Freire é um Twitteiro muito polêmico, entrando em embates calorosos com outros internautas, inclusive com o editor do Blog, quando usávamos aquela mídia com mais frequência. Hoje, apenas as postagens do Blog são veiculadas naquela rede.
Rochinha afirma que a situação do Recife é "grave".
Francisco Rocha, o Rochinha, é o mandachuva da tendência Construindo um Novo Brasil. Já avisou que está se aposentando, mas continua gerando muitas polêmicas com as suas declarações, antes disso. Manteve-se, o quanto foi possível, afastado do imbróglio do PT no Recife, pontualmente emitindo uma ou outra posição, mas nunca se comprometendo. Volto a afirmar aquilo que vem se confirmando: a CNB sempre trabalhou com a hipótese de construção de uma candidatura alternativa à de João da Costa. Agora aparece Rochinha nos jornais afirmando que o quadro do Recife é “grave”, sobretudo em razão da plataforma política do novo candidato petista: Ele irá criticar a gestão do prefeito João da Costa? Essa preocupação de Rochinha é apenas discurso, embora a retirada do nome de João da Costa possa sugerir duas situações inevitáveis: a) O reconhecimento, pelo partido, de que ele, rigorosamente, não vinha realizando uma boa gestão; b)A dificuldade de integrar as diversas tendências petistas no projeto da candidatura de Maurício Rands, embora as principais estejam com ele. A questão é João da Costa pederia votos para Rands? Como afirmou Raul Jungmann, comentando o assunto, vai jorrar sangue.
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