pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 8 de abril de 2014

Fábrica Tacaruna doada de bandeja à FIAT. Pode Arnaldo?




Gosto de falar sobre determinados assuntos com algum conhecimento de causa. O que fazer com a antiga Fábrica de Tecidos Tacurana é algo que já se encontra na agenda dos governantes do Estado há algum tempo. Lembro que no Governo de Jarbas Vasconcelos quase se viabilizava a proposta de transformar aquele prédio num centro cultural, uma parceria entre iniciativa privada e poder público. A proposta nunca saiu do papel. Lembro até que o Governo do Estado não teria aceito a contrapartido de manter uma equipe permanente de manutenção daquele logradouro. Penso que o ex-governador teria considerado oneroso demais. Já comentamos aqui que há também um projeto de integrar aqueles diversos equipamentos, ou seja, O Espaço Ciência, o Centro de Convenções, o Shopping Tacaruna, Classic Hall e a antiga Fábrica Tacaruna. Com a utilização da Praia Del Chifre, aquele espaço poderia ser transformado num novo "Aterro do Flamengo". Com a cessão do prédio da antiga Fábrica à montadora FIAT, é bem possível que tal projeto tenha sido engavetado. A medida converge, de certa forma, para endossar as dúbias relações do Estado com o capital, traduzida na formação de nichos, isenção de impostos, cessão de terrenos, liberação de investimentos danosos ao meio-ambiente e cessão de equipamentos etc. Noutras épocas o parabiano Celso Furtado, afirmaria tratar-se de um processo de "Socialização dos prejuízos e privatização dos lucros". O capital leva mais uma.

Michel Zaidan Filho: O triunfo do fracasso


                   A cada período eleitoral no Brasil, tenho que responder ao meu filho uma pergunta aparentemente embaraçosa:  porque votar sempre nos candidatos que perdem, não nos que sempre ganham?
                  Não é esta uma questão fácil de responder para aqueles que acham a vitória ou sucesso, a qualquer custo, o critério da verdade histórica ou eleitoral. Há muita vitória de "pirro", feita de enganação, fraude, ludíbrio, manipulação do voto dos eleitores. O nosso sistema político-eleitoral deixa muitas   brechas para o abuso do poder economico, da propaganda enganosa e do efeito de demonstração das pesquisas eleitorais sobre a corrida dos candidatos. Num pleito desigual como o nosso, os pequenos partidos e os candidatos com poucos recursos (e tempo de propaganda na TV) são invariavelmente prejudicados. E isso não tem nada a vem com a qualidade, a honestidade o espírito cívico dos candidatos.
                   Perder uma eleição não é  o fim do mundo. Existem derrotas que deixam muitas vitórias. E vitórias que se transformam rapidamente em derrotas. Um candidato que politiza o debate político, na campanha eleitoral, forçando - pelo efeito da comparação - os demais explicitarem os pontos obscuros, vagos, imprecisos de seus programas, contribue mais para o avanço democrático da sociedade, do que os que ganham, apostando na ambiguidade de suas propostas. De nada adianta ser vitorioso a custa de sofismas e falácias, se depois de eleito tiver que corromper partidos e aliados para governar. Melhor seria perder defendendo publicamente, sem rebuços, teses e princípios republicanos, democráticos, de interesse público. Há muito o que aprender  com essas derrotas. Elas nos ensinam a dignidade da política, que nem todos politicos são iguais. E que o discurso político não precisa ser um sofisma.
                  Estamos na ante-véspera de mais uma campanha presidencial. Quem era do partido A vai se apresentar como partido B. Quem era da situação, vai dizer que sempre foi da oposição. Quem defendia  um certo legado político, vai aparecer travestido com um outro legado, se dizendo mais moderno, mais atualizado, "up to date". Mas o eleitor não deve fazer da eleição ma corrida de cavalos. Votar necessariamente em quem está na frente ou pode ganhar a corrida. É preciso discernimento para escolher com paixão e veemência aqueles que mais se aproximam de nossas idéias e convicções. Mesmo que não vençam a eleição. O seu legado de honestidade e desprendimento há de prevalecer sobre os rastos dos discurso vão.
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco