pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 18 de abril de 2014

A Globo investe contra os blogs sujos e revistas progressistas.

As Organizações Globo, de fato, deve entender de inquéritos policiais, interrogatórios e coisas do gênero. Afinal, apoiou a Ditadura Militar que se instaurou no país com o golpe civil-militar de 1964. Faz poucos dias, um dos seus veículos impresso, o jornal O Globo, tentou agendar uma entrevista com os blogueiros que participaram de uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ficava claro ali, ainda no plano das conjecturas, uma evidente intenção de associá-los ao ex-presidente e ao Governo Dilma. Experiente, o blogueiro Rodrigo Viana, do "Escrevinhador", logo percebeu a cilada. Escreveu um extenso artigo em seu blog se mostrando até disponível, desde que a Globo apresentasse os DARFs quitados de sua dívida com a Receita Federal, hoje atualizadas em mais de 1 bilhão de reais. Logo em seguida, aquilo que apenas se suspeitava, teria sua confirmação. A repórter do jornal acatou a sugestão de enviar, por e-mail, as perguntas que lhes seriam dirigidas. Agora não havia mais dúvida. Além de uma tentativa de associá-los ao Governo, nas entrelinhas observa-se uma insinuação de recebimento de benefícios do Governo Federal. Salvo alguns blogs claramente chapa-branca, os ditos blogs sujos sobrevivem com grandes dificuldades, a despeito do excelente trabalho que realizam ao furar o bloqueio de informações imposto pela "grande imprensa", tolhidos por interesses conservadores e limitados, estes sim, pelo poder econômico dos anunciantes. Aqui na província, os jornais estão se transformando em verdadeiros panfletos publicitários de um certo candidato presidencial. Quem financia os ditos blogs sujos são os leitores. É assim com o Viomundo, com o Tijolaço, com o Escrevinhador. Um diretor daquelas organizações já move processos contra 06 blogueiros. Alguns deles sequer reúnem recursos para contratarem um advogado. Mas as coisas não param por aí. Hoje, pelas redes sociais, tomamos conhecimento de que as revistas progressistas (Fórum) também passaram a ser vítimas da sanha das Organizações Globo, numa espécie de macartismo comercial. Seus diretores estariam questionando os anunciantes dessas revistas como perguntas do tipo: Por que vocês anunciam naquele veículo? qual o retorno? Outro dia a presidente Dilma convidou um dos herdeiros do espólio dos Marinho para uma conversa no Planalto. Queria saber porque eles "caprichavam na tinta" em matérias contra o Governo Federal. Não sabemos se a presidente Dilma saiu satisfeita do encontro. Conspiradores assumidos em 1964, em 2014 eles ainda revelam os mesmos métodos intimidatórios, de destruição de reputações e demonstram, o que também não seria surpresa, um bom know how em interrogatórios policiais.

Novos leitores: Mais uma tentativa de assassinato de reputação

publicado em 18 de abril de 2014 às 11:04


por Luiz Carlos Azenha
Os blogueiros sujos resistiram firmemente a mais uma tentativa de assassinato de reputação. Esta, aparentemente coordenada internamente nas Organizações Globo.
Quem é leitor diário da blogosfera pode abandonar a leitura aqui, já que este artigo é para os milhares de novos leitores que nos procuram, segundos estatísticas de nossa audiência, em função de recentes — e falsas — acusações, que envolvem também o nome do Viomundo.
Os que acompanham mais de perto a disputa judicial entre o bravo blogueiro Luís Nassif e a revista Veja, da Editora Abril, da família Civita, sabem exatamente do que estou falando. Nassif teve a coragem de denunciar as falcatruas da revista em sua série sobre os métodos da publicação. O trabalho de Nassif foi confirmado mais tarde, quando a Polícia Federal desmontou a associação entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e aliados. Eles entregavam suas “produções” jornalísticas de bastidores, contra adversários, para a publicação da Abril.
As armações tinham o objetivo clássico da mídia empresarial brasileira: o “assassinato de reputação” com objetivos políticos, ideológicos ou comerciais. Tirar vantagem enfraquecendo os outros com denúncias falsas ou artificialmente turbinadas.
Ao deixar a TV Globo, mais tarde, em 2006, o hoje blogueiro Rodrigo Vianna, do Escrevinhador, teve a coragem de fazer o mesmo: denunciar publicamente a emissora. Foi dado por alguns como doido. Porém, abriu os olhos de uma pequena parcela da opinião pública e hoje há, sem medo de errar, dezenas de milhares de brasileiros capazes de identificar com clareza os métodos da cobertura política global, que foram modulados para evitar os casos de manipulação mais evidente — hoje rapidamente denunciáveis — e trabalhar a pauta do que é ou, principalmente, não é oferecido aos leitores, ouvintes e telespectadores das Organizações Globo, dando ênfase às notícias que interessam e escondendo as que não interessam.
Este é hoje o principal motivo de os blogueiros terem se tornado, eles próprios, alvos de contínuas tentativas de “assassinato de reputação” ou “destruição de caráter”.
Eles rompem o tabu dos assuntos proibidos, muitos dos quais envolvem as próprias empresas de mídia, o que ficou bem nítido no recente aniversário de 50 anos do golpe de 1964, por exemplo, aqui aqui.
Se você é um jovem leitor ou chegou recentemente a este espaço, calma! Sabemos que há muitas novidades para você no que escrevo. Despreocupe-se. Vá seguindo os links e acumulando informação. Eventualmente, você vai se dar conta do que lerá, verá e ouvirá repetidamente na blogosfera: a grande mídia tem lado, apesar de se dizer “neutra”, “isenta” e “imparcial”.
O lado dela ficou claro no golpe que instalou a ditadura militar em 1964. Com raríssimas exceções, que pagaram caro por isso, a mídia apoiou os golpistas que agiram com ajuda material dos Estados Unidos e censuraram, torturaram, mataram e sumiram com os corpos de adversários. Alguns dos donos da mídia se envolveram diretamente  na articulação golpista; outros deram publicidade ou apoio material a ações específicas da ditadura; muitos lucraram enormemente durante o período.
São, grosseiramente, os mesmos que sempre se opuseram a governos de caráter trabalhista ou popular, que chamam de “populistas”. Os mesmos que apoiam, sempre, governos elitistas voltados acima de tudo para o lucro das elites, sem que uma migalha sequer seja concedida aos de baixo, aos mais pobres, aos assalariados.

Entendeu agora o motivo de nos detonarem?
A ocasião mais recente foi a entrevista do ex-presidente Lula a blogueiros de esquerda, ou “progressistas”, por apoiarem uma série de medidas políticas e econômicas que representariam progresso social e material para os trabalhadores, os assalariados, os mais pobres — como o Bolsa Família, as cotas para negros e sociais nas universidades, o Sistema Único de Saúde.
Como jornalista com mais de 40 anos de experiência, sendo pelo menos 30 em emissoras de televisão, sustento que uma entrevista vale pelas notícias que produz. No caso de que tratamos aqui, a entrevista de Lula produziu numerosas manchetes, inclusive em toda a chamada mídia corporativa, ou seja, ligada ou defensora dos interesses das corporações que a patrocinam.
Lula falou de todos os assuntos relevantes daquele momento: as denúncias contra o deputado André Vargas, contra a Petrobras, a campanha para que ele seja candidato a presidente em 2014, os rumos da economia no governo Dilma, a Copa do Mundo, os protestos na rua do Brasil, a lei antiterrorismo, o financiamento da saúde pública, etc.
Ou seja, os entrevistadores atingiram seu objetivo sem usar grosserias, sem ofensas e sem embarcar no que chamamos de “antipetismo” movido pelo ódio. É um sentimento promovido por adversários políticos do PT, que querem negar direito de existência ao partido de Lula da mesma forma que os golpistas de 1964 negavam existência política a seus adversários. Depois do golpe, mesmo políticos que apoiaram a derrubada de João Goulart foram “extirpados” pelo militares, como o direitista Carlos Lacerda, que perdeu o direito de se candidatar.
Entenderam o paralelo entre os ditadores do passado e os “ditadores”  de hoje? De formas distintas, tentam atingir os mesmos objetivos: negar o direito de expressão e organização àqueles dos quais discordam.
É nessa categoria que, em 2014, se encaixam os blogueiros, nove dos quais participaram da entrevista com o ex-presidente Lula. Para a mídia corporativa, são não-pessoas. A eles são negadas a individualidade, as características pessoais, os saberes específicos.
Você já andou por aí na blogosfera? Viu como concordamos em algumas coisas e discordamos em muitas? O Viomundo, por exemplo, apoia todas as manifestações de rua, inclusive as que estão sendo organizadas para o período da Copa do Mundo. O Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania – para dar apenas um exemplo, discorda. Isso não nos impede de conviver democraticamente, ainda que expressando posições claramente distintas.
Não concordo com a postura do Eduardo em muitos outros pontos, porém defendo que ele participe, sim, de entrevistas com autoridades e políticos. Desde quando se convenciou que estas atividades devem ser exclusivas de jornalistas? Como representante comercial, exportador de autopeças e fã do Lula, o blogueiro não deixa de expressar o que pensa parte da opinião pública brasileira em relação ao ex-presidente.
Por outro lado, estavam presentes na mesma entrevista jornalistas com grande experiência, como a Conceição Lemes, deste site, com 33 anos de carreira. O que houve de errado com a pergunta que ela fez ao Lula sobre o financiamento da saúde pública? Lula culpou a extinção do imposto de cheque, promovida pelos adversários dele, pela falta de dinheiro para financiar o SUS. Acho que foi uma boa pergunta e que cabe ao leitor/ouvinte/telespectador decidir se concorda ou não com o ex-presidente.
Porém, os que negam direito de existência aos blogueiros no mundo da informação apagam a individualidade de cada um e o pluralismo da blogosfera, apelando para rótulos e acusações infundadas: seriam todos financiados pelo governo, hipnotizados por Lula ou defensores pagos do PT. Em uma palavra, “vendidos”.
Enfatizo: condenar “antipetismo” irracional não é o mesmo que ser petista. Não somos. Quer ler críticas ao PT/governos Lula e Dilma neste site? Comece por aquiaquiaquiaqui ou aqui.
Minha sugestão? Frequente os blogs abaixo citados. Com o tempo, baseando-se na sua leitura e não no que dizem para você, estou certo de que você perceberá as nuances, as diferenças que existem entre todos eles, indistintamente: Blog do Miro, CafezinhoSul 21Carta MaiorEscrevinhadorTijolaçoBlog da CidadaniaDiário do Centro do Mundo (há muitos outros, mas estes estavam representados na entrevista).
Estou certo de que, ao fazer isso, você vai encontrar uma pluralidade de opiniões que não vê na chamada mídia corporativa!
Quando no título deste texto, falei em “assassinato de reputação”, é por acreditar que as críticas feitas aos blogueiros nas Organizações Globo tinham este objetivo.
Primeiro, na rádio CBN, que pertence às Organizações Globo, em rede nacional, o âncora Carlos Alberto Sardenberg (o mesmo do Jornal da Globo, na TV) e o comentarista Merval Pereira (o mesmo do jornal O Globo, do Rio) sugeriram que os blogueiros que participaram da entrevista com Lula eram “vendidos”.
Depois, o jornal O Globo, do mesmo grupo, onde escreve Merval, pretendeu fazer uma “investigação” sobre quem eram os entrevistadores. Coincidência, não?
O método foi o mesmo utilizado na primeira entrevista de Lula a blogueiros, quando ainda estava na presidência da República, em 2009. Naquela ocasião, o jornal O Globo estampou, junto com uma foto de Lula com os entrevistadores, o título “Lula recebe Cloaca e outros amigos no Planalto”. Cloaca é um blogueiro do Rio Grande do Sul, que não participou da entrevista de 2014 e a cloaca a que ele se refere ao nomear seu blog é a mídia representada pelos grupos Folha-Abril-Globo-Estadão, ou seja, a mídia conservadora, de direita, que faz propaganda dos interesses da elite brasileira.
O Globo negou, então, credibilidade à entrevista. Agora, faz o mesmo usando métodos parecidos. Também usou uma foto dos blogueiros ao lado de Lula. E tascou, baseado em uma única declaração (a que aparece entre aspas), de um dos nove presentes: Café e bolotas de queijo, Conversa de Amigo‘Ninguém teve a intenção de ser isento’, Conversa de Camaradas.
É algo comum no jornalismo acusatório: tomar a parte pelo todo. Pega a opinião de um, destaca e com isso tenta desqualificar o todo.
Porém, onde foram publicadas as críticas específicas de O Globo às perguntas feitas pelos blogueiros? Quais as impropriedades jornalísticas cometidas durante a entrevista? Faltou notícia na entrevista de Lula?
A resposta, como as manchetes dos dias subsequentes na mídia corporativa deixaram claro: Não!
O que Lula antecipou aos blogueiros, inclusive, começou a acontecer: Dilma assumiu a defesa da Petrobras e anunciou ajustes futuros na economia brasileira. Tudo isso apenas confirma a relevância da entrevista em si.
Como jornalista com ampla experiência, percebi que O Globo montava uma armadilha para os blogueiros ao ler as perguntas endereçadas à Conceição Lemes. Se a entrevistadora do Viomundo não tivesse formação de jornalista ou não tivesse currículo, a inexperiência para enfrentar uma raposa politica como Lula seria destacada. Se tivesse tido qualquer despesa paga pelo Instituto Lula para ir até a entrevista, seria mencionada por isso. Seriam formas de desqualificar o trabalho de Conceição, já que o Viomundonão recebe propaganda oficial, seja de governos federal, estaduais ou municipais, seja de empresas públicas/estatatais — incluindo aí o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Fazemos isso porque batalhamos pela extinção de tais gastos públicos, a não ser em casos de estrita necessidade, como campanhas de vacinação, para que o dinheiro seja aplicado em creches, hospitais e salários de funcionários públicos, não necessariamente nesta ordem. Quando governador do Paraná, o hoje senador Roberto Requião, do PMDB, fez isso e deu muito certo.
Finalmente, acrescento minha própria experiência como vítima de tentativa de assassinato de reputação, obviamente mal sucedida, caso contrário você não teria vindo ler o Viomundo.
Foi na campanha eleitoral de 2010, quando eu já havia pedido a extinção antecipada de meu contrato com a TV Globo.
Na ocasião, o jornal O Globo envolveu meu nome de forma infundada numa falsa denúncia contra a TV Brasil, que havia prorrogado — dentro de todas as normas legais — um contrato com a produtora Baboon, de São Paulo, que produzia o programa Nova África depois de ter ganho uma concorrência pública. Que eu saiba, foi o primeiro e único programa de TV no Brasil que foi resultado de uma concorrência pública!
Eu era empregado da Baboon, assalariado, para cumprir função em minha área de especialidade! No entanto, O Globo juntou meu nome com a cifra milionária de um contrato do qual eu não era parte e não tinha assinado — não sendo dono, nem sócio, nem gerente da Baboon, que pertence aos empresários Henry Ajl e Markus Bruno.
Viu como funciona? O Globo juntou meu nome com um valor milionário que nunca recebi e conseguiu produzir uma falsa denúncia contra um jornalista assalariado de uma produtora que havia ganho uma concorrência pública! No entanto, foi tudo tão transparente que, subsequentemente, a Baboon se classificou para disputar uma segunda concorrência e perdeu, ocasião em que o blogueiro Reinaldo Azevedo voltou a usar meu nome para me acusar… de perder a concorrência!
É assim que a direita age, entendeu?
Se você ficou curioso sobre o programa, clique aqui.
Portanto, expresso aqui minha solidariedade aos nove blogueiros vítimas da tentativa de assassinato de reputação movida pelas Organizações Globo por conta da mais recente entrevista do presidente Lula.
Sugiro a você, finalmente, jovem ou novo leitor do Viomundo, que dê uma olhada na tabela abaixo, publicada por Fernando Rodrigues em seu blog do UOL e na íntegra da entrevista do ex-presidente aos colegas blogueiros:

Agora nos diga: quem é mesmo que embolsa bilhões em dinheiro público?


(Publicado originalmente no site Viomundo)

IBOPE: Dilma cai, mas venceria no 1º turno; Aécio e Eduardo emperram


publicado em 17 de abril de 2014 às 21:20

Dilma vai de 40% para 37% mas ainda ganha no primeiro turno, diz Ibope
Ela venceria no 1º turno contra Aécio e Campos ou contra Aécio e Marina.
Pesquisa foi realizada entre quinta (10) e segunda (14) em 140 municípios.
Do G1, em Brasília
As intenções de voto na presidente  Dilma Rousseff (PT) variaram de 40% em março para 37% neste mês, mas ainda assim ela venceria a eleição no primeiro turno se tivesse hoje como adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) ou Aécio Neves e Marina Silva (PSB), além de outros sete candidatos de pequenos partidos, informa pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (17).

Um candidato vence uma eleição no primeiro turno quando a soma dos votos válidos dos rivais é inferior ao total de votos que ele recebeu. Para a Justiça Eleitoral, os votos válidos excluem brancos e nulos. As candidaturas para a eleição 2014 somente serão oficializadas em junho, mês em que os partidos terão de realizar convenções para escolher os nomes que concorrerão.
De acordo com o Ibope, Dilma acumula 37% tanto no cenário com Aécio e Campos quanto no cenário com Aécio e Marina – na última segunda-feira (14), o PSB anunciou a chapa  com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos como pré-candidato a presidente e a ex-senadora Marina Silva como vice. Até 20 dias do primeiro turno da eleição, marcada para 5 de outubro, os partidos podem trocar de candidato.
No primeiro cenário, com Eduardo Campos, os números são os seguintes:
- Dilma Rousseff (PT): 37%
- Aécio Neves (PSDB): 14%
- Eduardo Campos (PSB): 6%
- Pastor Everaldo (PSC): 2%
- Denise Abreu (PEN): 1%
- Randolfe Rodrigues (PSOL): 1%
- Eymael (PSDC): 0%
- Levy Fidélix (PRTB): 0%
- Mauro Iasi (PCB): 0%
- Eduardo Jorge (PV): 0%
- Brancos e nulos: 24%
- Não sabe/não respondeu: 13%
No segundo cenário, com Marina Silva como candidata do PSB, os percentuais são:
- Dilma Rousseff (PT): 37%
- Aécio Neves (PSDB): 14%
- Marina Silva (PSB): 10%
- Pastor Everaldo (PSC): 2%
- Denise Abreu (PEN): 1%
- Randolfe Rodrigues (PSOL): 1%
- Eduardo Jorge (PV): 1%
- Eymael (PSDC): 0%
- Levy Fidélix (PRTB): 0%
- Mauro Iasi (PCB): 0%
- Brancos e nulos: 23%
- Não sabe/não respondeu: 12%
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 140 municípios entre as últimas quinta (10) e segunda (14). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos – isso significa que a intenção de voto em um candidato com 10%, por exemplo, pode variar entre 8% e 12%. O levantamento tem nível de confiança de 95% e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-00078/2014.
Trio de candidatos
O Ibope também testou cenários em que apresentou aos eleitores uma lista somente com os prováveis candidatos de PT, PSDB e PSB, sem os nomes dos postulantes dos pequenos partidos.
Com Dilma, Aécio e Eduardo Campos, a presidente somaria 39%, contra 16% e 8% dos outros dois, respectivamente. Brancos e nulos seriam 26% e não sabe/não respondeu, 11%.
Contra Aécio e Marina, Dilma teria os mesmos 39%. O tucano com 15% e Marina, com 13%. Brancos e nulos somariam 23% e não sabe/não respondeu, 10%.
Por região
A pesquisa indica que, por região do país, o melhor desempenho de Dilma está no Nordeste, onde ela aparece com 51% das intenções de voto. O pior é na região Sul (29%). Aécio tem o melhor índice no Sudeste (20%), onde Dilma acumula 31%. A região onde o tucano tem menos intenções de voto é o Nordeste (8%). Eduardo Campos tem mais preferências no Nordeste (10%). Nas demais regiões (Norte/Centro-Oeste, Sudeste e Sul), aparece com 4% em cada uma.
No cenário com Marina, Dilma tem mais intenções de voto no Nordeste (53%) e menos no Sul (28%). Nesse cenário, Aécio tem 19% no Sudeste e 7% no Nordeste. Marina Silva tem o melhor desempenho no Sul (14%) e o pior, no Norte/Centro-Oeste e no Sudeste (9% cada).
Por renda
Por critério de renda, a pesquisa mostra que Dilma tem a taxa mais elevada entre os que ganham até um salário mínimo (52%) e a mais baixa entre os que ganham mais de cinco salários mínimos (26%). O desempenho de Aécio é o inverso – o tucano tem mais preferências na faixa de mais de cinco mínimos (26%) e menos na de até um salário mínimo (7%). Eduardo Campos tem as intenções de voto mais distribuídas entre as faixas de renda: 6% (mais de cinco mínimos), 4% (de dois a cinco); 6% (de um a dois); 8% (até um).
No cenário com Marina no lugar de Campos, Dilma tem 54% entre os que ganham até um mínimo e 26% na faixa de mais de cinco mínimos. Aécio tem 23% (mais de cinco mínimos) e 7% (até um salário mínimo). Marina Silva alcança a taxa mais alta entre os de renda mais elevada (14% entre os que ganham mais de cinco mínimos) e a mais baixa entre os de renda de até um mínimo (7%).
Espontânea
Na parte da pesquisa que afere a opção do eleitor sem que tenha sido apresentada a ele uma lista de possíveis candidatos, 23% disseram espontaneamente que votarão em Dilma; 7% em Aécio; 6% em Lula; 4% em Marina; 2% em Eduardo Campos; 1% em José Serra; e 2% em outros candidatos com menos de 1% das intenções de voto. Na pesquisa espontânea, brancos e nulos somam 19% e não sabem/não respondeu, 37%.
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Avaliação positiva do governo Dilma é de 34%, mostra pesquisa Ibope
Em 4 meses, aprovação ao governo caiu nove pontos, de 43% para 34%.
Desaprovação à maneira de Dilma governar subiu de 43% para 48%.
Do G1, em Brasília
O total de eleitores que consideram o governo da presidente Dilma Rousseff “bom” ou “ótimo” é de 34%, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (17). Na pesquisa anterior, divulgada no mês passado, a avaliação positiva era era de 36% - a variação ocorreu dentro da margem de erro.
Em quatro meses, a aprovação ao governo Dilma caiu nove pontos. Em dezembro do ano passado, os que consideravam o governo “bom” ou “ótimo” somavam 43% contra os atuais 34%.

O levantamento foi realizado entre os dias 10 e 14 de abril em 140 municípios com 2.002 pessoas maiores de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número BR-00078-2014 (em ano eleitoral, todas as pesquisas, mesmo que não sejam de intenção de voto, devem ser registradas).
Os dados mostram que o percentual de quem acha o governo Dilma “ótimo” foi de 6%, e de quem o julga “bom” foi de 28% – a avaliação positiva soma os dados de “ótimo” e “bom”. Os que consideram o governo “regular” somaram 34%. Já o total de quem o avalia “ruim” foi de 14%, enquanto 16% analisaram como “péssimo” – a avaliação negativa soma o “ruim” e o “péssimo”. Dos entrevistados, 2% não souberam ou não quiseram responder.
Popularidade
A pesquisa mostra ainda que a desaprovação à maneira de Dilma governar subiu de 43% para 48%. Passou de 51% para 47% os que aprovam a maneira de governar – variação dentro da margem de erro. Com o resultado, o percentual de quem desaprova o governo passou a ser maior do que o de quem aprova.
A pesquisa mostra ainda que, dos entrevistados que desejam mudanças no governo, 64% esperam que elas sejam implementadas por outro presidente e não por Dilma Rousseff. Para 25%, as mudanças poderiam ser realizadas pela própria Dilma.
Dos ouvidos, 24% avaliam que Dilma tem mais condições de implementar as mudanças que o Brasil precisa. Outros 19% acham que o candidato mais preparado é Aécio Neves (PSDB). Para 15%, o nome ideal é Marina Silva e 7% acham que é Eduardo Campos.
Campos e Marina estarão juntos na chapa presidencial do PSB – o pré-candidato à Presidência é Eduardo Campos com Marina Silva como vice. A Justiça eleitoral, no entanto, permite mudança na composição até 20 dias antes da eleição.

(Publicado originalmente no site Viomundo)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O trem de Eduardo Campos já teria descarrilhado?

Confesso que não entendo muito bem o que deve estar se passando na cabeça dos homens que cuidam do marketing eleitoral do candidato Eduardo Campos. Um staff formado por profissionais muito experientes, calejados em campanhas eleitorais, muito bem pagos, mas que não estão conseguindo encontrar um feeling entre o candidato e a população. Estão batendo cabeça. Havia uma expectativa que ele ultrapassasse os dois dígitos até dezembro último. Estamos em abril e o candidato continua patinando numa oscilação entre 06 e 08 pontos percentuais dependendo dos Institutos. Não entro no mérito dos problemas estruturais de sua candidatura. Deixo isso para uma outra oportunidade. Ainda hoje comentei porque Dilma está "solta na buraqueira". Não há projetos se contraponham ao projeto da coalizão petista. Para variar, Eduardo abraçou um projeto carcomido e amplamente rejeitado pelos estratos mais empobrecidos da população. Ninguém engole essa história de "Nova Política". Sua associação com os tucanos, entretanto, parece mais nítida. Se estivesse continuado onde estava, ainda haveria alguma chance. Era só esperar mais um pouco. Foi impaciente. Precipitou-se. Enrolou-se num enredo que não tem mais saída. Corre um sério risco de não conseguir fazer seu sucessor no Estado. O que nos espanta, no momento, é que seu staff de marketing e comunicação não esteja conseguindo, sequer, uma saída honrosa. Há 07 meses das eleições, arrisco a dizer que o trem descarrilhou. Podem nos cobrar depois.

A entrevista dos blogueiros "limpinhos" com Lula, genial!

A entrevista dos blogueiros “limpinhos” com Lula, genial!

17 de abril de 2014 | 09:31 Autor: Fernando Brito

Estou aqui, num hospital, cuidando da família que anda cheia de ziquiziras, trabalhando até a madrugada e começando de novo com o dia a clarear, como podem ver os meus amigos leitores e as minhas gentis leitoras.
E depois de alguma bile gasta com a irritante pataquada de sermos cobrados de uma isenção que não temos e não queremos ter diante do mundo, e que jamais se confunde com sabujice – ah, a propósito: não sou camarada nem amiguinho do ex-presidente Lula, sou seu admirador – finalmente consigo dar gostosos sorrisos.
Ô coisa boa, bacana, essa de poder começar o dia sem o azedo da noite, feliz da vida porque, por mais que O Globo nos tente atingir, o que ele faz – e o resto da grande mídia faz – não resite a um peteleco com que se espantam moscas.
O Paulo Nogueira escreve hoje, no Diário do Centro do Mundo, um artigo que lava qualquer alma que tenha atravessado esse lamaçal que é a mídia brasileira.
Ele se espanta ao ver o interrogatório feito a Conceição Lemes e – espante-se mais, Paulo! – é essencialmente o que me fizeram, sem o trecho da pergunta sobre o insólito convite a  Reinaldo Azevedo para entrevistar Lula, mas com outras, sobre como eu ganhava a vida e se tinha contratado, alguma vez, a empresa que mencionam.
Deste espanto, nasce a ideia genial de Paulo: fazer a lista dos convidados para um entrevista de Lula com os “blogueiros limpos”, todos com polpudos contratos com os mais poderosos império de comunicação.
Leia e divirta-se a valer, com esta seleção de “isenção”, “imparcialidade”, “neutralidade” e, claro, bons modos.

Uma bancada alternativa para entrevistar
Lula, inspirada pelo Globo

Paulo Nogueira
E o Globo procura os blogueiros que entrevistaram Lula em busca de informações para uma reportagem que mostre a razão de terem sido convidados.
O Globo parece fugir da resposta mais simples: é que fazem um jornalismo menos viciado do que o do Globo.
Para Kiko, vieram poucas perguntas. Mas vejo agora que para Conceição Lemes, que representou o Viomundo, foi uma série infindável de perguntas, como se fosse um interrogatório.
Ela as publicou, com as respostas – dadas não ao Globo, mas aos leitores do Viomundo.
Chegaram a perguntar a ela se recebera dinheiro para se deslocar até o Instituto Lula, em São Paulo, onde foi feita a entrevista.
Conceição disse que não. Pagou o táxi com suas próprias posses.  Não fez o que o Globo fez quando foi cobrir uma palestra de Joaquim Barbosa na Costa Rica.
O contribuinte pagou a conta da jornalista do Globo que acompanhou JB – aliás num jato da FAB.
Mas a questão que mais me chamou a atenção no interrogatório do Globo foi o que Conceição achava da ideia de Lula incluir entre os convidados “blogueiros de oposição”, como Reinaldo Azevedo.
Azevedo foi citado nominalmente, e então peço pausa para rir.
Seria de fato uma grande ideia. Tão boa que o próprio Globo poderia adotar e convidar Paulo Henrique Amorim para uma futura entrevista que os irmãos Marinhos concedam, de preferência ao vivo, como foi o caso de Lula.
Outra possibilidade é Miguel do Rosário, para discutirem o caso da sonegação bilionária da Globo na Copa de 2002. Foi um furo de Miguel, com seu Cafezinho.
Os Marinhos ficariam certamente felizes de ver, na entrevista, Fernando Brito, do Tijolaço. Fernando poderia perguntar sobre o direito de resposta de Brizola, na voz de Cid Moreira no Jornal Nacional. Brito, soube-se recentemente, foi o autor do texto de Brizola.
De volta a Lula.
Reinaldo Azevedo começaria se dirigindo a Lula, respeitosamente, por “Apedeuta”. O Brasil, para cuja autoestima ele tanto colabora, seria tratado como “Banânia”. E os petistas seriam, claro, os “petralhas”, uma palavra da qual ele se orgulha como se tivesse criado não ela, mas Guerra e Paz.
A bancada de entrevistadores de Lula poderia ser reforçada com outros nomes, na linha sugerida pelo Globo.
Diogo Mainardi poderia enriquecer, de Veneza, por Skype, a entrevista. Ele trataria Lula, com a devida deferência, como “Anta”. E levaria também as saudações de seu pai, Ênio, que fraternalmente vive pedindo a Deus que traga de volta o câncer a Lula.
Augusto Nunes é outro nome que deveria estar na bancada. Com sua habitual elegância, e com seu apreço pelos brasileiros do Nordeste, Nunes batizou Lula de “presidente retirante”.
Outras maneiras de Nunes se referir a Lula variam, britanicamente, de “Molusco” a “Cachaceiro”, de “Afanador” a “Burro”.
Podemos ver Nunes pedir a “Molusco” que envie lembranças a “Dois Neurônios”, como ele chama carinhosamente Dilma.
Num gesto de extrema civilidade, ele poderia entregar a Lula a capa emoldurada da Veja na qual “Molusco” leva um chute no traseiro.
Para seguirmos na excelente ideia do Globo, jornalistas da casa deveriam estar presentes também.
Merval Pereira, por exemplo, teria boas contribuições ao indagar Lula sobre o lulopetismo, o lulodilmismo e o lulobolivarianismo. Merval embelezaria a ocasião se se apresentasse engalanado com sua farda de Imortal.
Jabor é outro que não poderia ser esquecido. Ele compartilharia com Lula suas ponderadas reflexões sobre a bolchevização comunoestalinista do Brasil pelo PT. Ali Kamel poderia ser incumbido de fazer a edição do vídeo, ele que entrou para a história com o Caso do Atentado da Bolinha de Papel, que quase vitimou José Serra.
Realmente, uma grande ideia a do Globo.
Caso Lula saiba dela, tenho certeza de que ele em breve convocará uma outra entrevista, com os grandes jornalistas listados acima e mais alguns outros de igual grandeza.
(Publicado originalmente no site Tijolaço)

Adíos, Garbo.

O escritor Gabriel García Marques morre aos 87 anos.

Ganador del Premio Nobel Gabriel García Márquez muere a los 87 años
D.F., México (17 abril, 2014): Una fuente cercana a la familia ha confirmado que Gabriel García Márquez ha fallecido. Tenía 87 años. El realismo mágico en las novelas y cuentos de García Márquez impactaron a millones de lectores, y resaltó la pasión de Latino America. Considerado el escritor más popular desde Miguel de Cervantes del siglo 17, García Márquez alcanzó la celebridad literaria que se comparan a Mark Twain y Charles Dickens. Su novela Cien años de soledad vendió más de 50 millones de copias en 25 idiomas.
Nobel Laureate Gabriel García Márquez Dies at 87
MEXICO CITY (April 17, 2014, Associated Press): A person close to the family has confirmed reports that that Nobel laureate Gabriel García Marquez has died. He was 87. García Marquez's magical realist novels and short stories exposed tens of millions of readers to Latin America's passion, superstition, violence and inequality. Widely considered the most popular Spanish-language writer since Miguel de Cervantes in the 17th century, García Marquez achieved literary celebrity that spawned comparisons to Mark Twain and Charles Dickens. His flamboyant and melancholy works outsold everything published in Spanish except the Bible. The epic 1967 novel "One Hundred Years of Solitude sold more than 50 million copies in more than 25 languages.

Lênin, Aécio e a coerência histórica

Aécio Neves pede uma CPI em defesa da Petrobras; em 2013 lançou uma agenda eleitoral de oito mil palavras, sem destinar uma ao pré-sal.

por: Saul Leblon 

Arquivo


A desabalada defesa da Petrobrás --motivada pelo prejuízo que a operação Pasadena trouxe à estatal-- revelou um zelo pelo interesse nacional que o país desconhecia.

A síntese arrematada da novidade  é o empenho do presidenciável Aécio Neves em  encaixar uma CPI sobre o tema no calendário eleitoral de 2014.

A política, como se sabe, não é o reino da linha reta. Política é economia concentrada, contém o conjunto das contradições da sociedade. Seguir uma  reta num pântano é missão para santidades, não para pecadores.

Aécio ou Lênin  não podem  ser julgado por atos isolados.

Para que não se firme, porém,  a impressão de que a política é o inferno da hipocrisia convém dar  aos eventos a ponderação da coerência histórica, cotejada  pela correlação de forças determinante em cada época.

Tomados esses cuidados, o ambiente político  adicionalmente turvado pelas disputas eleitorais deixa de passar a falsa impressão de que todos os gatos são pardos.

Quando se afunila  a visão, ao contrário,  estamos a um passo do moralismo.

Não importa que  ele venha entrecortado de bem intencionados  sustenidos radicais.

O moralismo traz  no DNA a prostração  política encarnada nas legendas redentoras do ‘tudo ou nada’.

O ‘nada’ muito frequentemente tem saído vitorioso nessa prática de dar a história o tratamento de uma roleta de cassino.

Ou não será nisso que o conservadorismo aposta para levar a eleição de outubro a um segundo turno do tipo ‘todos contra o bando do PT’?

O incentivo quase paternal aos protestos contra a Copa do Mundo dimensiona o valor elevado que o jornalismo  isento atribui a essa aposta.

É nesse ponto, quando o alarido  do presente embaça  a  percepção do futuro,  que a  balança crítica  deve escrutinar o saldo da coerência  no prato da direita e no da esquerda.

Um exemplo extremo, à esquerda, a título de ilustração, foi a política de capitalismo de Estado, adotada por Lênin,  em março de 1921, com amplas concessões ao capital privado.

Quando a NEP (nova política econômica) foi instaurada, a Rússia revolucionária sangrava ferida de fome, desabastecimento, desemprego e colapso na infraestrutura.

A NEP  regenerou  práticas capitalistas contras as quais se fez a revolução.

Por exemplo: o investimento privado do capital estrangeiro foi liberado no setor varejista  ( o comércio atacadista foi preservado em mãos do Estado).

Enquanto  avançava a criação de cooperativas no campo, a  NEP proibia novas expropriações de indústrias nas cidades; a nacionalização de fábricas só poderia ocorrer  após minuciosa avaliação do governo revolucionário.

Não só.

Foi restaurada a livre contratação de mão de obra.

O salário igualitário foi suprimido.

O critério de produtividade foi reposto no cálculo das folhas.

E mais: a população passou a pagar pelos serviços de água, transportes, moradia, jornais, correio e eletricidade, gratuitos no início da revolução.

A ninguém ocorre  carimbar em Lênin o epíteto de ‘covarde’ por ter cedido espaços ao capital quando a alternativa era perder tudo.

Pode-se (deve-se) discutir exaustivamente os gargalos e erros que levaram a experiência de 1917 a desaguar na queda de 1989.

Carta Maior tem opiniões claras sobre isso: uma delas remete à natureza indissociável entre socialismo e participação direta da sociedade na sua construção.
É impossível, porém,  negar à biografia de Lênin a coerência por ter reagido como reagiu ao risco de uma metástase do regime, em 1921.

Feito esse entrecho à esquerda, voltemos à coerência de Aécio Neves e assemelhados na defesa, algo tardia, que fazem agora  da Petrobrás.

Avulta aqui o oposto na balança.

Não há qualquer coerência entre o que se diz no presente, o que se praticou  no passado e o que se promete consumar no futuro .

Alguém duvida que entre as ‘medidas impopulares’, das quais o tucano se jacta de ser um portador destemido, encontra-se a quebra do regime de partilha do pré-sal, que hoje garante a redistribuição da renda petroleira na forma de educação, saúde e infraestrutura aos nossos filhos e aos filhos que um dia eles terão?

Não estamos falando de um detalhe tangencial à luta pelo desenvolvimento brasileiro.

O pré-sal, é forçoso repetir quando tantos preferem esquecer, mudou o peso geopolítico do Brasil ao adicionar à sua riqueza uma reserva da ordem de 50 bilhões de barris de óleo.

A preços de hoje isso significa algo como US$ 5 trilhões.

É como se o Brasil ganhasse dois anos de PIB  --sob  controle político da sociedade-- para se recuperar  das mazelas seculares incrustradas em seu tecido social.

Não se trata tampouco de um futuro remoto.

O pré-sal já alterou a curva de produção da Petrobras.
 
A estatal, que levou 60 anos para chegar à extração  de dois milhões de barris/dia, vai dobrar essa marca em apenas sete anos.

A ignorância tudo pode, mas quem desdenha dessa mutação em curso sabe muito bem  o que está em jogo.

Dez sistemas de produção do pre-sal entram em operação até 2020.

Hoje, os novos reservatórios já produzem 400 mil barris/dia.

Em 2020 serão mais dois milhões de barris/dia.

A curva é geométrica.

Para reter as rendas do refino  na economia brasileira, a capacidade de processamento da Petrobras crescerá proporcionalmente: de pouco mais de dois milhões de barris/dia hoje, alcançará  3,6 milhões de barris/dia em seis ou sete anos.

O conjunto requer  US$ 237 bilhões em investimentos até 2017.

É o maior programa de investimento de uma petroleira em curso no mundo.

Seus desdobramentos não podem ser subestimados.

A infraestrutura é o  carro-chefe do investimento nacional nesta década. Mais de 60% do total de R$ 1 trilhão a ser gasto na área estará associado à cadeia de óleo e gás.

Objetivamente: nenhuma agenda política relevante pode negligenciar aquela que  é a principal fronteira crível do desenvolvimento  brasileiros nas próximas décadas.

Mas foi  exatamente esse sugestivo lapso que o agora patriótico Aécio Neves cometeu em dezembro de 2013, quando lançou sua agenda eleitoral como presidenciável do PSDB.

Em oito mil e 17 palavras encadeadas em um jorro espumoso do qual se extrai ralo sumo, o candidato tucano  não mencionou uma única vez o trunfo que mudou o perfil geopolítico do país, o pré-sal.

A omissão  fala mais do que consegue esconder.

Seu diagnóstico sobre o país, e a purga curativa preconizada a partir dele, são incompatíveis com a existência desse  incômodo cinturão estratégico a encorajar a construção de uma democracia social , ainda que tardia, por essas bandas.

Ao abstrair o pré-sal  a agenda de Aécio para o Brasil mais se assemelha a uma viagem de férias à Brazilândia do imaginário conservador, do que à análise do país realmente existente –com seus gargalos e trunfos.

Só se concebe desdenhar dessa janela histórica  –como o fez o agora empedernido defensor da CPI -- se a concepção de país embutida em seu projeto negligenciar deliberadamente certas  urgências.

Por exemplo, a luta pela reindustrialização brasileira, da qual as encomendas do pré-sal podem figurar como importante alavanca, graças aos índices de nacionalização consagrados no regime de partilha.

Mais que isso:  se, ao contrário, a alavanca acalentada pelo tucano, para devolver dinamismo à economia,  for como ele gosta de papagaiar aos ouvidos do dinheiro grosso,  o chamado ‘choque de competitividade’.

Do que consta?

Daquilo que a emissão conservadora embarcada na mesma agenda alardeia como inevitável dia sim, o outro também.

O velho  recheio  inclui  ingredientes tão intragáveis que se recomenda dissimular em um contexto eleitoral, a saber: ajuste fiscal drástico, com os custos sociais sabidos; ampla abertura comercial –com a contrapartida imaginável de desindustrialização adicional e desemprego;  livre movimento de capitais; privatização do que sobrou das estatais (quando Aécio fala em ‘estatizar’ a Petrobrás é a novilíngua, em ação beligerante contra a inteligência nacional); cortes de direitos trabalhistas e de poder aquisitivo real dos salários –para reduzir o custo Brasil e tornar o país ‘atraente’ ao capital estrangeiro.

Por último, ressuscitar a lógica  da Alca e atrelar a diplomacia do Itamaraty  aos interesses  norte-americanos.

Em resumo, um neoliberalismo requentado, indiferente ao prazo de validade vencido na crise de 2008.

Reconheça-se, não é fácil pavimentar o percurso oposto, como vem tentando o Brasil desde então.

Com a maturação da curva do pre sal  as chances de êxito aumentam geometricamente nos próximos anos.

Não é uma certeza, é uma possibilidade histórica.

Os efeitos virtuosos desse salto no conjunto da economia exigem uma costura de determinação política para se efetivarem.

Algo que a agenda eleitoral do PSDB omite, renega e descarta.

Em nome da coerência, Aécio Neves deveria adicionar ao seu pedido de CPI  uma explicação ao país sobre o destino reservado ao pre-sal,  caso as urnas de outubro deem a vitória a quem assumidamente se propõe a ser uma réplica  do governo FHC em Brasília.

(Publicado originalmente no portal Carta Maior)

Exclusivo: As entrevistas "ferozes" de O Globo com os seus camaradas

publicado em 17 de abril de 2014 às 8:56


Ilustração do Terra Brasilis
Abaixo, o que Roberto Marinho escreveu sobre a ditadura militar, em 1984, ou seja, 20 anos depois do golpe de 1964:

No vídeo abaixo, as entrevistas ferozes que O Globo fez com os ditadores que patrocinaram a família Marinho: Castello Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici e João Figueiredo:


(Publicado originalmente no Viomundo)

Vox Populi: Briga entre anões no andar de baixo

Mesmo os jornalecos integrantes da Rede PIG admitem que o depoimento de Nestor Cerveró, na Câmara, constituiu-se num verdadeiro fiasco quando se pensa sobre os objetivos da oposição ao Governo Dilma Rousseff. A intenção seria a de comprometer Dilma num suposto mau negócio realizado pela Petrobras. Não deu certo. Cerveró, como era esperado, esquivou-se, mas não comprometeu, em nenhum momento, a presidente Dilma Rousseff. Sob ataque cerrado da mídia, ontem saiu da fornalha mais uma pesquisa de intenções de voto, desta realizada pelo Instituto Vox Populi, dirigido pelo cientista político Marcos Coimbra. Com ligeiras variações de percentuais entre os Institutos, Dilma mantém uma folgada diferença em relação aos seus principais adversários, Aécio e Eduardo Campos. Ganha as eleições presidenciais ainda no primeiro turno. A rigor, não há um projeto de contraposição ao projeto hegemônico liderado pela coalizão petista. A despeito do ataque midiático, dos solavancos da economia, da ingerência do capital internacional, Dilma continua navegando em céu de brigadeiro. O povão, esse que passou a engordar o caldo do feijão, ter acesso à moradia, comprar uma geladeira para tomar uma cervejinha gelada, colocar o filho numa Universidade Pública, comprar um carrinho em suaves prestações para passear com a família no final de semana irá reeleger a presidente Dilma Rousseff. O resto é intriga da oposição e recalque de uma elite que sempre requereu para si as ações do Estado. Como afirmou Lula durante a entrevista aos blogueiros, até ele chegar ao poder, esse país só existiu para um terço da população. Gostaria de dizer mais uma coisa: Dilma é honesta. De lambuja, aí vão os números: Dilma, 40%, Aécio, 16%, Eduardo, 8% e Pastor Everaldo, 2%. Por enquanto, estão se confirmando as previsões de João Santana. Uma briga entre anões no andar de baixo. Com um detalhe curioso: eles não dialogam com o andar de baixo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Michel Zaidan Filho: Estado de Exceção Episódico



                                         Estive, a convite, na Faculdade de Direito do Recife (FDR), para um  seminário sobre os 50 anos do Golpe Militar de 1964. Para minha surpresa, encontrei um antigo militante dos Direitos Humanos, coordenador do GAJOP, que hoje está na Comissão Estadual da Verdade e da Justiça. Não foi uma das noites mais agradáveis da minha vida. Mas  aprendi a noção, apresentada pela Profª Dra. Lianna Cirne,  de "Estado de Exceção Episódico". Só por isso, valeu a noite.
                                         Segundo a professora da Faculdade de Direito, o chamado "Pacto pela Vida", do governo do estado de Pernambuco, que teve como uma dos articulares o professor José Luis Raton, é um pacto lombrosiano, higienizador, criado para elaborar políticas preventivas destinadas a sanear socialmente a sociedade pernambucana. Sanear, sobretudo, de potenciais criminosos de cor preta, classe social pobre e de orientação sexual indefinida (gays, lésbicas, transsexuais etc.). Conforme Lianna Cirne, o pacto visa proteger determinados estratos sociais (bem aquinhoados financeiramente) a ação presumivelmente criminosa de afro-brasileiros pobres e não heterossexuais. Sendo assim, diz ela que é  professora de Direito Constitucional, nós teríamos uma estado de exceção episódico  dentro do "Estado de Direito  Democrático". Democrático para uns, de exceção para outros. Esta convicção vir-se-ia muito reforçada com as leis de exceção a serem votadas no Congresso Nacional, para atender às exigências da FIFA quando da realização dos jogos da Copa do Mundo. Essa entidade privada internacional impôs - sobre o ordenamento jurídico da Nação brasileira - uma série de exigências cujo objetivo é garantir a "paz social" pelo menos durante a realização dos jogos entre as seleções do mundo inteiro. Como vários governos estrangeiros começaram a publicar manuais de segurança pessoal, instruindo seus cidadãos sobre os riscos e perigos de vir ao Brasil, durante a Copa,  o governo petista da Presidente Dilma se antecipou e encomendou uma legislação de exceção, proibindo  manifestações populares próximas aos estádios de futebol onde ocorrerão as partidas. E a militarização - via exército nacional - do policiamento das favelas do Rio de Janeiro. Melhor faria, como fez Agamenon Magalhães, se reunisse todos os indivíduos  potencialmente criminosos (segundo os critérios de Lombroso) e os enviasse para o alto-mar para picar ferrugem em velhos navios fantasmas.
                                        Tudo isso acontece no Brasil, ao arrepio da lei, da imprensa e das chamadas organizações defensores de Direitos Humanos, que vêm se tornando "chapas  brancas", mercê de indicações e fartas subvenções patrocinadas pelo governo. O que esperar desses  que deveriam ser os primeiros a levantar a voz contra o arbítrio, a violência policial, o casuísmo legal, quando convém aos altos interesses em jogo, durante esses eventos? -  A política de higienização social (e militarização da segurança pública) avança célere na contramão do "garantismo jurídico", rumo ao terrorismo penal. Abandona-se a análise sócio-jurídica, antropológica do crime e dos criminosos e caminha-se a passos largos para uma naturalização "do caráter criminoso", das "classes perigosas", que tem de ser exterminadas a qualquer custo, antes que "os ingleses vejam". Política que anda de braços dados com a especulação imobiliária, francamente licenciada pelos governos petistas do Recife, numa curiosa política de inversão de prioridades. Daí a recriminalização permanente dos movimentos sociais. Esperneou, gritou, reclamou, prende que é terrorista, ou financiado pelos partidos de esquerda.
                                        A isso, some-se a crítica de alguns partidos a esses movimentos, taxando-os de fascistas, direitistas ou autoritários. Sinceramente, porque esses partidos não fazem uma autocrítica sincera de seu "vanguardismo" fora de época e adotam  o bom senso de Rosa Luxemburgo de que "os erros de um movimento social genuíno, espontâneo são mil vezes mais frutíferos do que a sabedoria do comitê central".Supondo que haja alguma sabedoria.

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco