segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Editorial: Miguel Coelho desmente reaproximação com a governadora Raquel Lyra.
Em vídeo que está sendo divulgado por um blog local, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, desmente que esteja em curso uma reaproximação do grupo Coelho com o Palácio do Campo das Princesas. A notícia dando conta desta eventualidade se espalhou a partir de uma conversa mantida pelo ex-prefeito e a governadora Raquel Lyra. Miguel não nega o encontro, mas afirma que o gesto pode ser creditado às normas civilizadas de se fazer política, nada além disso. Na realidade, integrante do grupo Coelho já ocupa espaço na gestão municipal do prefeito João Campos, daí se justificar, em parte, as especulações em torno dessas novas movimentações.
Na realidade, nas eleições de 2022, a família Coelho engajou-se no projeto de reeleição de Raquel Lyra, contribuindo para a sua vitória na região do Sertão de São Francisco. Miguel Coelho, mesmo diante do capital político acumulado em virtude de sua experiência administrativa exitosa na cidade de Petrolina, não foi aproveitado no Governo. Bem preparado, com um tino gerencial peculiar, o jovem prefeito poderia dar uma grande contribuição importante ao estado. As picuinhas políticas, os arranjos que não levam em contra a competência técnica dos convidados conduzem a esta situação.
Miguel Coelho permanece onde está, cuidando do crescimento de sua legenda, o União Brasil e, se articulando para compor uma chapa que viabilize seu nome como candidato ao Senado Federal nas eleições de 2026. Com a ausência de um titular da pasta de Educação, especulou-se que o nome de Mendonça Filho poderia assumir o cargo, o que ele negaria mais tarde. Pelo andar da carruagem política, o União Brasil é hoje um partido bem mais próximo do Capibaribe do que do Campo das Princesas.
domingo, 9 de fevereiro de 2025
Editorial: Como o PT se arranja em São Paulo?
Salvo umas miudezas aqui e ali, algumas vaidades a serem administradas, a direita encontra-se em céu de brigadeiro em São Paulo. Pelo andar da carruagem política, possivelmente o candidato será o próprio governador Tarcísio de Freitas, com Flávio Bolsonaro e Guilherme Derrite como candidatos ao Senado Federal. Gilberto Kassab, do PSD, segundo comenta-se, desejaria ser candidato a vice, mas isso ainda não está definido. Guilherme Boulos ainda não se recuperou da ressaca das ultimas eleições municipais e, a rigor, nem ele mesmo desejaria essa nova aventura. Fernando Haddad, está apanhando mais do que o Judas durante a Semana Santa e os escores econômicos não são alvissareiros. Nada que recomende uma nova candidatura em tais circunstâncias.
O dilema do PT atinge uma dimensão gigantesca no maior colégio eleitoral do país. Se considerarmos o chamado cinturão paulista, onde existem várias cidades com o um eleitorado superior a um milhão de eleitores, o drama se repete. Na capital, a rigor, o voto da periferia foi fundamental para a vitória de Ricardo Nunes, o que pode parecer uma contradição. Marta Suplicy não assegurou o voto desses eleitores no candidato Guilherme Boulos, como se esperava. É uma tempestade perfeita. Conseguir um ator político que possa assegurar os percentuais de voto das eleições de 2022, fundamental para equilibrar o jogo da disputa em favor de Lula, trata-se de uma tarefa hercúlea.
Editorial: Crescimento dos evangélicos pode impedir reeleição de Lula em 2026.
O estudo é simples, mas denso, preciso e sobretudo preocupante. O site Poder 360 publica, no dia de hoje, 09, um estudo que deve trazer muita dor de cabeça ao Palácio do Planalto. Desde algum tempo o PT se envolveu num enrosco sem tamanho junto a um eleitorado que tem se tornado cada vez mais decisivo nas eleições do país: O eleitorado evangélico. O PT já fez de tudo para recuperar terreno junto a este nicho eleitoral, mas tudo se mostrou insuficiente para reconquistar a capilaridade do partido neste segmento do eleitorado. Como se sabe, em tempos idos, nos primórdios do PT, a relação era de outro padrão. Abrir espaço no Governo para seus representantes no parlamento? Fazer acenos específicos para o grupo ou capturá-los através da melhoria de indicadores econômicos, sem tanta especificidade, conforme alguns recomendam desde as eleições de 2022?
O fato concreto é que o hiato foi mantido desde então. Aliado a este fato, conforme aponta a pesquisa realizada pelo Mar Asset Management, há o agravante do aumento desse contingente eleitoral evangélico, algo capaz de impedir a eleição de Lula em 2026, caso o grupo mantenha-se refratário ao PT. Em 2022 os eleitores evangélicos perfaziam o índice de 32,1% do eleitorado total do país. Considerando-se o ritmo de crescimento, prevê-se para 2026 os escores de 36,7% do eleitorado, o que, na prática, mantida as atuais condições de rejeição ao petista, conforme aponta o estudo, seria suficiente para inviabilizar a sua reeleição.
Nem precisamos informar por aqui que a direita ou extrema direita sempre contou com maior simpatia entre este estrato do eleitorado. Reforça este prognóstico sombrio a queda de popularidade do petista, o que seria um outro grande dificultador do processo de reeleição. Estudos apontam que gestor com escores inferiores a 40% de ótimo e bom não se reelegem. Enquanto isso, a SECOM, hoje comandada pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, faz um esforço concentrado para recuperar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Algumas investidas, como a dos bonés, não deram certo.
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Editorial: Os memes da oposição sobre carestia inflados pelo próprio Governo Lula.
Editorial: Hugo Motta nega que houve uma tentativa de golpe de Estado no país.
Há alguns assuntos controversos, outros nem tanto. Desde algum tempo que as nossas instituições democráticas sofrem o assédio sistemático de forças conservadoras, que tentam estabelecer no país um regime de governo autoritário. Não se pode negligenciar essas movimentações de caráter golpistas, que se intensificaram desde de 2013, sob pena de entrarmos numa espiral perigosa, marcada pela privação das liberdades individuais e coletivas, de consequências inimagináveis para toda a sociedade. A democracia precisa ser defendida com todas as nossas forças. Neste contexto, causa estranheza e preocupações quando um dos dirigentes do Poder Legislativo encampa teses negacionistas, sugerindo que deverá dar prosseguimento ao pleito da oposição no que concerne à proposta de anistia aos envolvidos no 08 de janeiro.
Hugo Motta, pragmaticamente, estaria apenas cumprindo acordos de campanha assumidos com a bancada do PL, que congrega boa parte dos bolsonaristas. Ontem ficamos sabendo que até mobilizações de ruas estão sendo programadas para março com este mesmo propósito, assim como esta será a bandeira prioritária da oposição para as eleições de 2026. Houve uma tentativa de golpe no país, envolvendo civis e militares de várias patentes, inclusive com a anuência de alguns militares de alto coturno. As investigações encetadas pela Polícia Federal já demonstraram isso de formal cabal, com dezenas de indiciados. O relatório da CPI do Golpe aponta e pede providências sobre os autores dessa tentativa de solapar as instituições democráticas do país.
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmava que todo discurso era uma farsa e toda palavra uma fraude, uma vez que não externavam as verdadeiras intenções de seus autores. Fica claro que as indisposições entre os Três Poderes estão longe de ser contornadas. Ao contrário, tendem a agravarem-se, uma vez que o Judiciário e o Executivo, sobretudo no tocante a esta questão, assumem posições diametralmente opostas. Com um Executivo fraco, perdendo, por inúmeros motivos, apoio da população, o cenário que se vislumbra não é nada promissor.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Editorial: Lula intensifica viagens pelo país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensifica suas viagens pelo país, numa estratégia definida pela SECOM, que procura melhorar sua popularidade. Em algumas dessas viagens, Lula será acompanhado de perto pelo marqueteiro, Sidônio Palmeira, titular da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal. Ao que se sugere, Sidônio já tem um diagnóstico dos problemas de comunicação do Governo, assim como já estabeleceu as estratégias para superá-los. A imprensa tem observado o seu trabalho com lupas ampliadas. Hoje, tudo que ocorre de novidade no Governo tem sido atribuído ao novo homem forte da comunicação institucional, o que se constitui, a rigor, num exagero.
Aliás, o Governo Lula3 enfrenta um momento tão delicado que será muito difícil manter o controle desta situação ou antecipar-se aos novos problemas criados pelos próprios membros do Governo. Está difícil estancar a sangria. De quem partiu, por exemplo, a ideia dos bonés, o que resultou num grande fiasco, uma vez que as redes bolsonaristas utilizaram memes sistemáticos em contraponto aos bonés azuis? Membros da oposição aproveitaram a oportunidade para utilizarem bonés com inscrições de críticas ao processo inflacionário que já ameaça as gôndolas dos supermercados, fazendo alusões à falta de alguns itens na mesa dos brasileiros. No dia de ontem, 06, Lula, possivelmente involuntariamente, acabou cometendo mais um equívoco de comunicação, ao sugerir que as pessoas deixassem de consumir determinados itens.
Hoje, dia 07, mais uma vez, a oposição tirou proveito da situação, tecendo críticas sobre o comentário infeliz. Pelo andar da carruagem política, Sidônio terá que redobrar os cuidados daqui para frente, se sua ascendência sobre Lula permitir, uma vez que assessores reclamam que o líder teria dificuldades de ouvir seus conselheiros. Algo sugere que a oposição conseguiu garrotear o Governo Lula3. Está difícil desatar este nó de notícias ruins, naturalmente amplificadas pelos parlamentares e setores da mídia que torcem pelo inferno astral. A cereja do bolo da vez é a CPI sobre a USAID, depois das declarações de que a entidade poderia ter injetado recursos financeiros na campanha do petista.
Editorial: Não tem pão? Vai de brioche.
Formou-se uma grande expectativa em torno do desempenho do marqueteiro Sidônio Palmeira à frente da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, a SECOM, sobretudo porque, num determinado momento, atribuiu-se à gestão anterior os problemas relativos à avaliação do Governo. Ou seja, o Governo Lula3 amargava índices preocupantes de avaliação não em razão de uma gestão com falhas, mas em função de não estar se comunicando bem com a população. Sidônio, que já tinha uma relação próxima a Lula desde as últimas eleições presidenciais, quando foi o homem responsável pelo marketing político da campanha do petista, aceitou o desafio.
Antecipamos por aqui, em outras ocasiões, as dificuldades que o marqueteiro iria encontrar pela frente. Empenho na função não tem faltado ao novo auxiliar do presidente. Segundo dizem, ele tem explorado bastante a força do rádio, principalmente em cidades estratégicas pelo país afora. De fato, o velho rádio possui um potencial de comunicação nada desprezível. Possivelmente, ao longo do anos, este meio de comunicação também deve ter sofrido os efeitos das redes sociais, mas, a rigor, continua dando o seu recado, principalmente junto a alguns estratos sociais, em tese mais próximos ao PT.
Nem tudo sai conforme o combinado. Um observador atento da cena política brasileira observou que o marqueteiro parecia bastante nervoso por ocasião da última entrevista coletiva concedida por Lula a um pool de órgãos de imprensa. No dia de ontem, por ocasião de uma entrevista, o presidente Lula foi muito infeliz em seus conselhos sobre como se defender da carestia de alguns produtos. Primeiro, porque prometeu picanha durante a campanha e não chambaril. Depois, porque é o Governo que precisa fazer a sua parte para permitir o acesso da população a itens básicos, como o café, por exemplo, que está subindo a olhos vistos. Daqui a pouco vamos precisar trocar o café pela cevada, algo impensável pelos seus eleitores, que não dispensam o cafezinho, na banca do jogo do bicho, quando estão arriscando a sorte. É aqui que mora o perigo. Veja-se o caso dos boatos sobre o Pix. Se a moça que passa o jogo disser que não tem o cafezinho porque o preço está alto isso produz um efeito inimaginável.
A tradicional ponta de agulha, conhecida nos textos de José Lins do Rego como carne do Ceará, utilizada pelos nordestinos para engordar o feijão, voltou a registrar alta nos preço. Chegou a R$ 26,00 e hoje não fica por menos de R$40,00. Fernando Haddad, numa entrevista recente, afirmou que os índices de inflação para o mês de junho podem superar os escores previstos. Comunicação não é bem o que estamos querendo afirmar, mas o que os nossos interlocutores entendem. Sabe-se lá o que se passou pela cabeça de Maria Antonieta ao recomendar os brioches, mas o fato é que a afirmação serve de chacota até hoje.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Editorial: A torre de marfim dos intelectuais.
Há alguns anos, em debate com colegas, ficamos impressionados com o número expressivo de clérigos e intelectuais latino-americanos que se engajaram em projetos revolucionários pelo continente, inclusive pegando em armas. A Nicarágua, onde o presidente, forjado na luta revolucionária, hoje expulsa do país representantes da Igreja Católica, talvez seja o caso que alcançou maior visibilidade em relação a este assunto. Ernesto Cardenal, teólogo da Teologia da Libertação, chegou a exercer cargo importante no Governo Sandinista após a luta armada. Esses episódios, naturalmente, ficaram circunscritos há décadas do século passado. Ao longo dos anos, os intelectuais buscaram refúgio e proteção nos centros acadêmicos, afastando da luta real dos povos por democracia, justiça social e avanço dos direitos humanos.
Especula-se, por exemplo, que o filósofo e professor francês, Régis Debray, tenha se integrado ao projeto revolucionário que Che Guevara iniciou na Bolívia, depois do êxito da Revolução Cubana. O foco guerrilheiro, como se sabe, não foi bem-sucedido, culminando com a prisão do filósofo e o assassinato do guerrilheiro argentino\cubano. Hoje, o distanciamento dos intelectuais desse mundo real, das intervenções na luta pelo poder, da emancipação ou da conquista de melhores condições da vida para a sociedade é algo preocupante. Ontem líamos um artigo tratando deste assunto, escrito por Mário Júlio Griggi, onde fica claro porque um filósofo como Olavo de Carvalho conseguiu desmoralizar os centros acadêmicos, num trabalho muito bem concebido e articulado pela extrema direita, que incluía formação sistemática e atuação ousada nas redes sociais, onde eles hoje ganham de braçada das forças do campo progressista, sempre com a ajuda inestimável do algoritmo das big techs.
Uma boa parte do êxito da extrema direita não deve creditado ao filósofo, mas à incompetência ou omissão dos nossos acadêmicos, hoje enclausurados em suas torres de marfim, em seus rituais e saraus, produzindo conhecimentos técnicos ou científico estéreis e isentos, que não podem ser questionados, se não pelos mesmos critérios e pelos pares com lastro acadêmico mensurados pelo Lattes, num corporativismo insuportável, quando não usando o nome de Paulo Freire como escudo ético. Júlio Griggi remonta a conceitos básicos, como intelectual tradicional e intelectual orgânico (Antonio Gramsci, tão enfatizado nos cursos de ciências sociais), conhecimento técnico \científico, de conhecimento popular.
Seu embasamento para justificar a necessidade de sair da redoma são as reflexões - e, mais importante - a atuação daquele descrito por um professor da UFPE, em artigo recente, publicado num jornal local, como o último intelectual engajado: Jean-Paul Sartre. Quando observamos algumas instituições de pesquisa ou acadêmicas discutindo os seus diálogos interinstitucionais ou mesmo avaliando a produção de órgãos de fomento à pesquisa, vale a pena fazer uma questionamento básico: a quem interessa mesmo esse debate? Na outra ponta, as dificuldades de liberações de recursos para a realização de suas atividades inerentes, que dificulta o atendimento de demandas legítimas da sociedade, numa discussão que envolve a liberação de recursos públicos que estão saindo pelos ralos - pelo que se presume em termos de desvios já constatados - cumprindo outras finalidades, naturalmente, de caráter não republicano. Eis aqui um debate que realmente importa.
Editorial: A CPI da USAID.
A Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional, USAID, deverá ser fechada, de acordo com recomendação do Elon Musk, Secretário de Eficiência do Governo Donald Trump. Não vamos aqui suscitar mais polêmicas em torno dessa agência controversa, cuja atuação sempre esteve envolta em grandes polêmicas e isso não é de hoje. Mais recentemente, o pesquisador Mike Benz, do Departamento de Estado, fez uma afirmação sobre a atuação da agência no Brasil, algo que chamou muito a atenção, sobretudo de parlamentares de oposição ao Governo Lula3.
Mike Benz afirmou que, se não fosse pela ajuda financeira da USAID ao candidato Lula, certamente Jair Bolsonaro teria vencido as últimas eleições presidenciais. A coluna do jornalista Cláudio Humberto, no dia de hoje, 06, traz a informação que o deputado federal Gustavo Gayer estaria entrando com um requerimento de pedido de CPI sobre o assunto. O democrata Joe Biden mantinha cordiais relações com o Governo Lula. Aliás, salvo melhor juízo, Joe Biden foi o primeiro chefe de Estado a reconhecer o Governo Lula3, eleito em 2022, até mesmo como estratégia para consolidar a sua vitória.
Não se sabe nada, entretanto, sobre eventual ajuda financeira, mas as declarações de Mike Benz trouxe o assunto à tona, suscitando eventuais investigações, caso a CPI seja aprovada. O pessoal da oposição possui bons créditos sobre os novos dirigentes do Poder Legislativo, além de comandarem comissões importantes. Com boa articulação política, não é improvável que uma CPI tratando deste assunto seja aprovada.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Drops Político: Raquel Lyra no PT?
Pelo andar da carruagem política a governadora Raquel Lyra vai acabar se filiando ao PT. Os tucanos entabulavam uma fusão com o PSD, que acabou não dando certo em razão de interesses paroquiais mineiros. Então, eles partiram para uma negociação com o MDB, por recomendação de Aécio Neves. A negociação está praticamente fechada entre as duas legendas, embora eles tenham deixado de combinar com alguns diretórios estaduais, inclusive o de Pernambuco, que já alegou que não aceita o ingresso da governadora Raquel Lyra na legenda. Por outro lado, a despeito da resistência do diretório municipal, setores do PT não poupam sinalizações positivas em direção à governadora.
Drops Político: Estado Palestino.
Esta proposta de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sobre a retirada forçada das pessoas que hoje vivem na Faixa de Gaza, deixando o território livre sob o controle americano é indecorosa. Há anos a banda sadia e humanitária da sociedade luta pela criação de um Estado Palestino, assim como ocorreu com o Estado Judeu, décadas antes. Sabe-se que a situação ali é bastante complicada, mas daí a propor uma solução como esta é algo inimaginável. A proposta reforça os projetos expansionistas do Estado Judeu.
Editorial: Aceita um cafezinho?
Sempre que a inflação aumenta, algum produto é apontado como grande vilão. A lista desses produtos é grande para recordarmos por aqui, mas, se as previsões pessimistas de algumas autoridades financeiras se confirmarem no que concerne a um eventual aumento significativo dos índices de inflação, desta vez o vilão será o nosso tradicionalíssimo cafezinho. O Brasil tornou-se o maior produtor de café do mundo e, possivelmente, um dos grandes consumidores do produto. Ontem, dia 05, o Jornal Nacional da Rede Globo trouxe uma matéria tratando deste assunto e explicando porque o produto está se tornando tão caro nas gôndolas dos supermercado.
Tivemos uma queda de produção em países concorrentes, como Vietnã e Indonésia, e a demanda pelo produto brasileiro aumentou sensivelmente, elevando os preços do produto internamente. Por outro lado, o consumo interno do produto também teria aumentado e aí entramos nas lei mais fundamentais da economia, a da procura e da oferta. Os preços estão tão altos que já circulam bonés e memes da oposição trocando a marca Nescafé por Semcafé e sem picanha, numa alusão clara às promessas do Governo Lula3. O café sempre ocupou um espaço no folclore político. Quando uma autoridade pública está desgastada se diz que o sujeito já está tomando café frio.
Aqui em Pernambuco conta-se uma história engraçada que este editor ouviu do professor Manoel Correia de Andrade. O professor foi convidado para assumir um cargo no Governo de Miguel Arraes. Um caro técnico. O professor estava na cota pessoal do governador, convidado a partir de critérios técnicos - o que é coisa rara - em razão de sua produção acadêmica. Manuel relutava em assumir o cargo, argumentando que não entendia nada de política. Arraes explicou ao futuro secretário que era simples. Sempre que ele tivesse que negar alguma coisa, negue, mas ofereça um cafezinho.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Drops Político: José Múcio fica na defesa.
Não é nada ainda oficial, mas sugere-se que o Ministro José Múcio deve ser mantido no Ministério da Defesa. Por incrível que possa parecer, este seria um dos ministérios mais complicados na dança das cadeiras em Brasília. O pernambucano foi escolhido para comandar uma pasta onde, naquele momento, setores militares mantinham rusgas evidentes com os civis. Estávamos mergulhados numa crise institucional, recém saídos de mais uma tentativa de golpe militar no país, com a caserna inquieta. Lula escolheu uma espécie de bombeiro para apagar o incêndio e um bombeiro com trânsito livre, porque, do contrário este bombeiro, se mal escolhido, poderia se transformar num incendiário. Conciliador, moderado, sem arestas, Múcio ganhou a confiança dos militares. Não são poucos os momentos em que se indispôs com os ministros civis do Governo, sempre lutando pelos pleitos dos militares. Neste contexto, entende-se porque os militares comemoraram a sua permanência na pasta.
Editorial: O destino de Rodrigo Pacheco.
Pelo andar da carruagem política, o que se presume em Brasília é que os dois ex-dirigentes do Legislativo, O senador Rodrigo Pacheco e o deputado federal Arthur Lira deverão ocupar uma vaga na Esplanada dos Ministérios. Rodrigo Pacheco assumiria o Ministério da Indústria e Comércio, em substituição a Geraldo Alckmin, assim como Lira assumiria o Ministério da Agricultura, em substituição ao deputado federal Carlos Fávaro. Até recentemente, especulou-se que Rodrigo Pacheco poderia assumir a pasta da Justiça, mas isso parece que está descartado. Lula, durante a sua última entrevista coletiva, insinuou que gostaria de vê-lo no Governo de Minas Gerais, possibilidade com a qual ele se sentiria lisonjeado, conforme confidenciou.
Nas bastidores do Poder Legislativo, segundo também revela os escaninhos, estaria em jogo uma eventual indicação para o Tribunal de Contas da União. A boa relação com o Palácio do Planalto poderia representar, no futuro, uma eventual indicação para o Supremo Tribunal Federal. O PT mineiro não gostaria que o aliado do Planalto ocupasse algum cargo relevante m Brasília, algo que pudesse projetá-lo numa eventual disputa política paroquial nas Alterosas. O PSDB mineiro, pelos mesmos motivos, vetou negociações que estariam em curso no sentido de uma fusão entre o PSDB e o PSD, partido que mais cresceu em Minas Gerais nas últimas eleições municipais.
Enfim, como a portaria ainda não foi assinada, alguém se atreveria a prever o destino do ex-presidente do Senado Federal? um fígado com jiló no Mercado Central, um café da manhã com pão de queijo, um almoço com torresmo e feijão tropeiro, seguido de sobremesa com doce de leite para quem acertar o destino do parlamentar.
Editorial: A guerra dos bonés.
Crédito da Foto: Eduardo Gonçalves de Breno\ O Globo.
Repercute bastante um beijo dado pelo senador Randolfe Rodrigues, líder do Governo Lula3, no futuro presidente da Câmara Alta, o senador David Alcolumbre. Mesmo prevendo-se que esta lua de mel entre o Governo e os novos líderes eleitos no Legislativo tem prazo de validade determinado, gestos assim são sempre bem-vindos, sobretudo neste clima de animosidades em que se encontra a política brasileira. O que talvez não seja muito bem vindo é essa verdadeira batalha dos bonés entre Governo e Oposição. Na última votação no Legislativo, o Governo Lula3 precisou demitir temporariamente alguns dos seus auxiliares para que eles pudessem votar.
Esses auxiliares resolverem, sabe-se lá por iniciativa de quem - nem se o Sidônio teria sido consultado - comparecerem ao recinto trajando bonés azuis com dizeres relativos às últimas eleições americanas, ratificando que o Brasil é dos brasileiros, possivelmente em razão da briga sobre as taxações de produtos exportados. A reação dos bolsonaristas foi imediata, fazendo alusão aos tempos do Governo Jair Bolsonaro, onde, segundo eles, a comida era mais barata. Não vamos aqui entrar nesta briga, tampouco arbitrar a contenda, mas, a rigor, o Governo Lula precisa mesmo ficar atento ao aumento de alguns produtos essenciais nas gôndolas dos supermercados.
Para além dessa batalha política o Governo Lula3 precisa apresentar resultados concretos para a população. O próprio Governo admite que não conseguiu entregar a colheita nesses dois anos. Pelo andar da carruagem política, o que está se sugerindo é que entraremos num aprofundamento desse esgarçamento político, talvez como último recurso de sobrevivência do campo progressista.
Editorial: Raquel Lyra alça voo rumo ao MDB.
Não avançaram as negociações sobre uma fusão entre o PSDB e o PSD. Na realidade, conforme afirmamos no dia de ontem, os dois partidos são muito semelhantes. Há, porém, algumas clivagens e interesses paroquiais que atrapalharam as negociações. De olho em sua carreira política nas Alterosas - dizem que pretende candidatar-se ao Palácio Tiradentes - o deputado federal Aécio Neves(PSDB-MG) se contrapôs às negociações entre as duas legendas. O PSD foi o partido que mais cresceu em Minas Gerais nas últimas eleições municipais. Criou bastante capilaridade no Estado, mas, certamente, Aécio Neves talvez não contasse com o aval dos caciques da legenda para os seus projetos, mesmo diante das circunstâncias de uma fusão.
Especula-se que o Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado Federal, filiado ao partido, também teria pretensões políticas no estado. Aécio Neves, ainda com grande capital político na legenda, sinalizou para uma fusão com o MDB. Com isso, fica praticamente traçado o destino da governadora Raquel Lyra aqui em Pernambuco. A rigor, com a fusão entre as duas legendas, ela não vai precisar sair do ninho, passando a ser, naturalmente, uma emedebista. Como essas fusões precisam ser combinadas com os diretórios estaduais - para não acontecer o que ocorreu entre tucanos e pessedistas - o que se informa é que a manobra não teria sido bem assimilada pelo MDB pernambucano, hoje incorporado ao Governo Municipal do prefeito João Campos, do PSB.
Nos últimos dias foram observados alguns movimentos da governadora no tabuleiro do xadrez da política pernambucana. Especula-se que ela teria recebido no Palácio do Campo das Princesas o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que poderia ocupar uma Secretaria de Estado. É preciso admitir que este jovem realizou uma gestão impecável em Petrolina, cidade do Sertão do São Francisco. Com tanta gente incompetente na máquina pública é um desperdício mantê-lo afastado da política apenas por picuinhas. Em tese, porém, foi o prefeito João Campos quem entendeu primeiro que o caminho seria esse e fez os primeiros gestos para o grupo Coelho.
Editorial: A anistia de Jair Bolsonaro será pautada pelo Legislativo.
Apesar das juras e promessas do encontro protocolar de ontem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, algo sugere que as relações harmônicas entre os Três Poderes da República estão longe de serem obtidas. Hoje, dia 04, já se fala em conversas que serão mantidas entre os novos dirigentes do Poder Legislativo e o Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de destravar as emendas retidas. Sugere-se que os novos dirigentes vão jogar pesado em torno da independência do Poder Legislativo, compromisso essencial assumido com os seus apoiadores.
Um outro compromisso negociado com a bancada do PL é uma eventual anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, algo dado como certo para ser pautado. Isso, aliás, vem sendo articulado desde algum tempo. Houve um tempo, quando ainda exercia o mandato, que, num desses encontros do cercadinho, o ex-presidente manifestou sua insatisfação com as atividades no Executivo. A decretação de sua inelegibilidade, porém, parece ter injetado um sangue novo nas aspirações do ex-mandatário. Aliado a este fato, a eleição de Javier Milei, na Argentina, assim como a de Donald Trump, nos Estados Unidos, sugere que tenha ampliado o desejo de Bolsonaro de voltar ao Planalto.
A fragilidade de representação congressual do Governo Lula3 é sensivelmente preocupante, daí se concluir que a vitória nas eleições presidenciais de 2022 foi uma vitória relativa. Na realidade, a oposição ganhou aquelas eleições, ao considerarmos a bancada de representantes de partidos conservadores que foi eleita. Há partidos considerados da base aliada, ocupando três pastas na Esplanada dos Ministérios, cujos deputados estão endossando, sem qualquer constrangimento, o mais recente pedido de impeachment do presidente Lula. É uma relação complicada.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
Drops Político: Pacheco pode assumir o Ministério da Indústria e Comércio.
Entre as danças das cadeiras na Esplanada dos Ministérios, existe a possibilidade de o ex-Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, assumir o Ministério da Indústria e Comércio, em substituição a Geraldo Alckmin, que pode ser indicado para o Ministério da Defesa, em substituição a José Múcio. O nome de Pacheco chegou a ser cogitado, igualmente, para o Ministério da Justiça, mas as especulações, sugere-se, não prosperaram. Várias possibilidades estão nos planos de Rodrigo Pacheco. Uma vaga no STF ou no TCU e até mesmo uma candidatura ao Governo de Minas Gerais, algo que ele não disfarça o desejo.
Editorial: Tucanos mineiros impõem restrições às negociações entre o PSDB e o PSD.
A rigor, são partidos muito parecidos. Não há diferenças ideológicas significativas entre essas legendas, que atuam dentro de uma plataforma de perfil conservador. Ricardo Nunes, reeleito prefeito de São Paulo, estrela ascendente na legenda, aponta a necessidade de o partido construir alternativa presidencial para as eleições de 2026. O PSD de Kassab é da base aliada do Governo Lula, mas, a rigor, Kassab é um político muito pragmático. No momento, por exemplo, vendo o barco do Planalto afundar a olhos vistos, já estimula uma candidata própria para 2026, a do governador do Paraná, Ratinho Junior.
O PSDB até que tentou voltar à ribalta nas eleições municipais, mas nada deu muito certo. Antevendo as dificuldades pelo país afora, apostou todas as suas fichas na candidatura do apresentador José Luiz Datena e o resultado todos conhecem. Especula-se acerca de uma revoada de governadores da legenda, que estão insatisfeitos no ninho. A governadora Raquel Lyra, ainda filiada à legenda, estaria de malas prontas e uma das possibilidades de pouso seria, imaginem, o PSD de Kassab.
Drops Político: Estados Unidos voltam a afirmar que a Covid-19 é um vírus que escapou do laboratório.
Drops Político: Tarifas e mais tarifas.
É de causar arrepios aquelas pastas pretas sobre a mesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sempre que ele assina os documentos de uma dessas pastas, as reações são esperadas. Desta vez é sobre a taxação dos produtos importados do México, China e Canadá, causando um rebuliço nos governos desses países, que prometem retaliação. Salvo melhor juízo, o Brasil também está no radar do presidente norte-americano, já provocando uma reação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua última entrevista coletiva. É tarifa sobre tarifa. Se eles taxam os produtos de exportação desses países, nada mais justo que tais países taxem também os produtos exportados pelos Estados Unidos.
Editorial: Lula venceria todos os opositores se as eleições fossem hoje.
O nosso cenário político está cada dia mais confuso. Estávamos assistindo recentemente um documentário sobre o ex-governador Leonel Brizola. Estamos cada vez mais convencidos de que o político gaúcho foi o melhor presidente que nunca tivemos. Explica-se porque o sistema temia tanto o caudilho. Era um político de convicções, autênticas, daqueles que não fazem média com o status quo. Suas gestões foram marcadas pelo compromisso de oferecer educação de qualidade aos alunos que dependiam da rede pública de ensino. O arranjo político o deixou de fora do jogo. O mesmo ocorreu com o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, por sinal um pedetista, de passagem limpa pela vida pública, profundo conhecedor dos nossos problemas, e que também mereceria uma chance.
Hoje o cenário está repleto de políticos oportunistas; empresários temerários - que não têm programa, mas utilizam métodos sórdidos -; representantes de grupos milicianos, financiados pelo crime organizado e até cantores, que nunca se envolveram com política antes, evidenciado que, de fato, estamos mal. Apesar dos escores preocupantes de popularidade, o presidente Lula venceria todos os concorrentes se as eleições presidenciais fossem hoje, contrariando as previsões do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Vamos ser francos por aqui. O Governo Lula3 não vai bem. Ontem, em editorial, até recomendamos ao presidente passar o bastão para outro companheiro.
Essas pesquisas precisam de uma análise mais efetiva. Se quisermos reproduzir o próprio Lula, as eleições são daqui a dois anos. Até lá muita água há de correr no rio eleitoral. Com a reforma ministerial recente o Governo Lula3 perdeu uma chance de, quem sabe, injetar sangue novo na equipe, cercando-se de pessoas competentes tecnicamente, capazes de enfrentar as turbulências que se apresentam em praticamente todas as áreas. Sidônio Palmeira assume com a missão de retirar o presidente de sua redoma, ou seja, ele vai precisar se expor cada vez mais, assumindo o protagonismo da narrativa política, hoje hegemonizada pela oposição. Em determinado momento, ele vai precisar dessas entregas para mostrar para a população.


