O país passa por um momento de desordem institucional. Alguns dos exemplos mais emblemáticos não podemos mencioná-los por aqui, uma vez que, diante de tais circunstâncias, precisamos adotar o procedimento do nordestino mais autêntico, ou seja, falar por arrodeios. Chamar a atenção dos leitores nas entrelinhas. Ariano Suassuna sempre falava desta maneira e, numa de suas aula espetáculos, já com a idade avançada, confessa que antes ainda encontrava o fio da meada. Depois da idade, não assegurava que pudesse retomar ao assunto, de forma coerente, de onde havia partido. Acabava se perdendo mesmo. No escopo dos Três Poderes da República, no dia de ontem, 09, foram protagonizados episódios que poderíamos elencá-los aqui como exemplos dessa desordem institucional. Além de adotar o hábito de falar por arrodeios, evitamos tratar de determinados assuntos.
Vamos nos ater apenas ao episódio da ocupação da cadeira do Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que produziu um tumulto generalizado na sede de um dos poderes mais importantes da República. O deputado federal Glauber Braga, resolveu ocupar o assento de Hugo Motta, tendo que ser retirado do recinto à força, depois de uma longa resistência, mobilizando um contingente considerável de policiais legislativos federais. O que se passou pela cabeça do Glauber Braga, que já vive um momento difícil, correndo o risco de cassação do seu mandato parlamentar? A motivação seria a eventual apreciação do processo de cassação do parlamentar, algo que tende a ser mais célere a partir do episódio, indicando a ineficácia da ação do psolista.
Ocorreram alguns excessos na retirada da imprensa do recinto, o que deverá ser apurado, conforme afirmou o próprio Hugo Motta. Ontem a Câmara dos Deputados aprovou o PL da Dosimetria, que estabelece penas menores aos condenados pelo 08 de janeiro, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. Hoje ficamos sabendo que sua defesa está requerendo ao STF sua liberação para uma cirurgia de emergência e eventual cumprimento da pena em prisão domiciliar. O senador Esperidião Amim, oposicionista, será o relator do PL da Dosimetria no Senado Federal. Sugere-se que, a carruagem possa emperrar no Senado Federal, mesmo com a relatoria sob os cuidados de Esperidião Amim.

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