Manifestamos aqui a nossa irrestrita solidariedade aos ministros do STF, atacados por manifestantes em Nova York, depois de participarem de um evento. Um episódio triste e lamentável, que poderia ter sido evitado se nós não estivéssemos chegado a esses níveis de radicalismo, fomentado por grupos de orientação fascista e autoritária, ao longo dos anos. As ruas, as praças, os muros dos quartéis, dentro e fora do país, esses grupos estão à solta para adotarem seus métodos conhecidos, que consiste em ações de intimidação, práticas persecutórias, além de disseminação de mentiras, com o propósito de atingirem seus objetivos vis.
Enquanto as redes sociais mostravam vídeos assustadores dos ataques físicos e verbais ocorridos em Nova York, aqui no Brasil circulavam vídeos com conteúdos ou mensagens não memos apavorantes, irresponsavelmente produzidos por atores sociais com forte influência sobre a opinião pública. Pelo andar da carruagem política, estamos longe de uma expectativa de arrefecimento natural deste movimento, uma vez que estão sendo conduzidos por uma sanha de natureza patológica. Como estamos mostrando desde o domingo, os exemplos não nos deixam mentir, tampouco sugerem algum exagero no diagnóstico. Há pedidos de intervenção no Exército Brasileiro - uma vez que a instituição ainda não decretou uma intervenção militar, conforme insanamente solicitada -; associação entre Jesus Cristo e o coronel Brilhante Ustra; uma atriz conhecida sugerindo que as casas e os estabelecimentos comerciais dos petistas sejam identificados - a mesma prática nefasta utilizada pelos nazistas, em épocas passadas, para identificar os judeus - empresário sugerindo aos colegas para parar o Brasil até o STM tomar alguma medida. O grau de esquizofrenia e irresponsabilidade é grande.
Aqui em Pernambuco, como informamos pela manhã, o Centro de Formação Paulo Freire, da UFPE, localizado na cidade de Caruaru, amanheceu pichado com figuras de suásticas nazista. O país atravessa um momento bastante delicado. Em 1964, os grandes jornais brasileiros foram negligentes - quando não coniventes - com o Golpe Civil-Militar de 1964. Em visita aos Estados Unidos, o dono de um deles pediu abertamente um golpe militar no país. Depois, já aqui no Brasil, soube-se que carros de reportagem de um outro jornal eram fornecidos para utilização dos agentes da repressão. De um deles, li dois editoriais duros, condenando o que está ocorrendo no país. Outros tantos, estão mais preocupados com o valor da blusa da Janja ou com a carona que Lula pegou no jatinho para sua viagem ao Egito. Somos maioria contra o fascismo, mas é preciso que essa maioria seja mobilizada.
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