pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A falta que faz um José Dirceu, o articulador.
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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Editorial: A falta que faz um José Dirceu, o articulador.

Foto: Reprodução Veja


Em décadas passadas, quando o PT ainda não havia chegado ao poder, o ex-líder estudantil José Dirceu exerceu um papel importantíssimo naquela agremiação. Diríamos que de fundamental importância para o partido aparar as arestas internas e externas, o que permitiu que o PT chegasse ao poder,mesmo que alicerçado por uma ampla coalizão partidária. José Dirceu era da tendência Articulação, que também já teria sido chamada num determinado momento de Unidade na Luta. A tendência liderada por José Dirceu foi responsável pelo processo de institucionalização do Partido dos Trabalhadores. 

Por aqueles idos, o partido mantinha, hegemonicamente, uma postura de muita desconfiança em relação às instituições da democracia "burguesa'. Alianças com partido de de perfil conservador, então, nem pensar. A ideia era implantar o socialismo aqui na terrinha, mesmo com os percalços da experiência do socialismo real. Essa mesma linha de raciocínio, praticamente travou o Governo de Luiza Erundina, em São Paulo. Era um partido de militantes, das teses misturadas com porres em algum point conhecido da cidade. Sem a expetirse do parlamento, sem a noção da responsabilidade da condução da máquina pública para atender as demandas da população, seja ela petista ou não.

Um coisa é se reunir-se no grêmio estudantil e formular suas teses. Outra, bem diferente, é a necessidade de negociar, governar para todos - inclusive para quem não é petista - construir as bases de governabilidades no parlamento. José Dirceu foi a grande liderança política que conseguiu demover todas essas arestas internas, assim como pacificar o mercado, a sociedade e o outros grêmios partidários de que o PT seria um partido bem comportado, disposto a respeitar as regras de ouro da democracia, do mercado. No primeiro Governo Lula, José Dirceu foi uma espécie de CEO da gestão.

Era o nome da preferência de Lula para uma eventual sucessão, que acabou por não ocorrer, por razões conhecidas. Hoje, o que se diz é que este grande artculador está fazendo muita falta na equipe de transição. Não é improvável, embora se saiba que ele continua assessorando Lula, de forma discreta. A equipe de transição está sob a coordenação do ex-governador Garaldo Alckmin. Alckmin Recebeu muitos elogios no início, mas estão surgindo muitas zonas de conflitos e insatisfações. A equipe está demasiadamente grande, já se especulando que se tornou um espaço para abrigar os "desempregados".

O conflito mais evidente se desenrola entre o Deputado Federal André Janones e o pessoal do Governo Bolsonaro, sobretudo gente ligada à SECOM. Hoje, pelas redes sociais, mais uma zona de atrito aberta, depois da provável indicação do nome do ator Alexandre Frota para o grupo que discute as políticas culturais. O maior adversário da indicação é o ator José de Abreu, um fiel escudeiro do petismo. Lula não se envolve diretamente com este "varejo". Alckmin, por sua vez, dá indicadores de que entrou numa fase de desgaste. É neste contexto que um nome como o de José Dirceu começa a fazer falta.         

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