pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: 133 anos do golpe republicano.
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terça-feira, 15 de novembro de 2022

Editorial: 133 anos do golpe republicano.



A referência histórica - sobretudo nesses dias turbulentos que o país atravessa - a um golpe militar contra a monarquia, ocorrido há 133 anos atrás, talvez não seja muito feliz. Mas, de forma coerente e objetiva, na realidade, os períodos de normalidade democrática no país - quando comparados aos períodos de quarteladas - por incrível que possa parecer, sugerem uma exceção à regra. Expressões como a usada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, de que a democracia entre nós nunca passou de um grande mal-entendido, infelizmente, na prática, tem muita consistência com a nossa realidade. 

Agora, por exemplo, depois de uma eleição realizada no escopo de um processo democrático limpo, transparente, com resultados definidos e candidatos eleitos e homologados, surgem essas manifestações públicas no sentido de tumultuar a ordem e a normalidade democrática e, pasmem, pleitear, de forma irresponsável e inconsequente, uma intervenção militar. No dia hoje, aliás, espera-se uma grande mobilização de bolsonaristas insatisfeitos com os resultados das urnas, dando um péssimo exemplo ao país sobre a incapacidade de convivência com as regras do jogo de uma democracia representativa. 

O que se pode fazer? Como evidenciamos no editoral de ontem, algumas dessas ações precisam ser tratadas não junto às autoridades republicanas, mas num consultório de psiquiatria. Mas vamos em frente. Há dois anos atrás, este editor, juntamente com a família, fez uma visita a casa museu onde nasceu o Marechal Deodoro da Fonseca, na cidade do mesmo nome, em Alagoas. Foi a primeira missão, antes mesmo de conhecer a famosa praia do Francês, que fica na cidade. No Museu, fomos acompanhados por um guia que nos deu detalhes da constituição da família, de pefil militar, cuja matriarca constumava comemorar - de tanto orgulho - quando algum dos seus filhos morriam em combate. 

A casa, com  eiras, beiras e tribeiras - como se pode observar na foto - guarda vários objetos que pertenceram ao marechal, inclusive o famoso penico,  um vaso utilizado para se fazer as necessidades fisiológicas. Esses utencílios, improvisados, eram trazidos da Europa com manteiga, originalmente. Se servia da manteiga e jogava-se fora o cocô. O contrário já seria complicado. No quintal, que dá para a lagoa Manguaba, ainda tivemos a oportunidade de saborear as lindas amoras que estavam no período de safra. Na hora do almoço, fomos para o polo gastronômico de Massagueira, saborear o tradicional Sururu no Capote, um prato típico da gastronomia alagoana. Atitude cívica, gente, é respeitar as regras do jogo democrático. Jamais sair às ruas pedindo intervenção militar, sobretudo num país de conhecidas fragilidades institucionais.  

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