pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Defesa e Inteligência: O nó-górdio da equipe de transição.
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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Editorial: Defesa e Inteligência: O nó-górdio da equipe de transição.



Até o momento, a equipe de transição tem recebido inúmeros elogios, ao montar grupos de trabalho com pessoas competentes; ser uma equipe de perfil plural; contemporizar a gama de partidos e entidades que estiveram na linha de frente de apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nossa gloriosa UFPE vai contribuir com três professores, inclusive a economista Tânia Bacelar.  A liderança e desenvoltura do vice-presidente Geraldo Alckmin é inconteste, tendo o mesmo já sido nomeado, por analistas, como uma espécie de primeiro-ministro do futuro presidente. 

Já haveriam 30 grupos de trabalhos montados, mas falta um, aquele que, por razões óbvias, tornou-se o nó-górdio: Defesa e Inteligência. A tarefa de "despolitizar' o aparato de defesa e inteligência do Estado pode ser classificada como uma tarefa hercúlea. Nos bons tempos de normalidade democrática, as Forças Armadas estiveram tão pacificadas, que conviviam, harmoniosamente, com atores como José Genoíno - um ex-guerrilheiro da Guerrilha do Araguaia - e Aldo Rebelo, militante do Partido Comunista do Brasil. Cuidavam de suas atividades inerentes, das suas escolas de formação, de seus clubes militares, e não desejavam qualquer tipo de envolvimento com as atividades políticas. 

No Governo Bolsonaro houve um processo de politização das Forças Armadas, que atingiu proporções gigantescas. Além dos postos-chave, estima-se que algo em torno de 8 mil militares estejam ocupando cargos de DAS na burocracia do Estado. A relação tornou-se tão orgânica que a própria equipe de transição descobriu, a a partir de informaçõe fornecidas de órgãos de controle e fiscalização, que 79 mil militares poderiam estar na folha de beneficiários do Auxílio Brasil, de forma irregular. 

A reforma previdenciária não atingiu os militares, que tiveram recomposições salariais regulares ao longo deste período, enquanto há setores do Executivo que estão há 7 anos sem qualquer recomposição salarial. Não vamos entrar em mais detalhes para não sermos mal intepretados, mas o avanço da politização nesta área foi grande, exigidno uma verdadeira obra de reengenharia política, que inclue: Um amplo processo de despolitização das Forças Armadas; substituição de militares por civis na burocracia do Estado; renovação dos quadros de comando das forças; nomeação de um civil para o Ministério da Defesa; despolitização das polícias federais e do aparato de inteligência do Estado; fortalecimento dos serviços de contra-espionagem; um amplo diálogo com os governadores dos Estados para conhecer a dimensão da bolsonarização das polícias estaduais.  

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