pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : prefeito João Campos
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domingo, 2 de junho de 2024

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Os lances audaciosos e as movimentações políticas do prefeito João Campos.



Crédito da Foto: Rodolfo Loepart\Veja


Quando o seu projeto político passou a vislumbrar a possibilidade de concorrer à Presidência da República, o ex-governador Eduardo Campos estabeleceu duas estratégias bem nítidas, consoante suas aspirações políticas: consolidou uma espécie de "eduardismo" aqui na província, integrando-se aos mais amplos espectros políticos do Estado, inclusive com ex-desafetos de seu clã-familiar; e, na outra ponta, estabeleceu alianças com correntes políticas de centro e centro-direita da política nacional, agregando em torno de si um conjunto de forças que poderiam viabilizar, na prática, o seu projeto político. 

Neste momento, o ex-governador passou a receber e acatar conselhos de que seria fundamentalmente importante construir uma narrativa anti ou pós petista. É emblemática uma expressão utilizada pelo ex-governador Jarbas Vasconcelos, depois de um daqueles cozidos na praia do Janga, afirmando que Eduardo estava se distanciando do PT, antes mesmo de que o próprio Eduardo Campos assumisse tal condição.  Como se sabe, Eduardo morreu de forma prematura, num acidente aéreo, antes de concretizar o seu mais ambicioso projeto político, alimentado desde os tempos de estudante de economia na Universidade Federal de Pernambuco. 

Nesta semana, o seu herdeiro político, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), pratagonizou alguns lances e movimentações políticas dignas de análises e especulações. Em encontro no Palácio do Planalto, na presença do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, comunicou ao morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva, que não pretende ceder a vaga de vice em sua chapa de reeleição ao PT. Segundo informações de bastidores, matreiramente, o líder petista desconversou e teria sugerido adiar essa discussão para mais tarde, procurando ganhar tempo. Será inútil. Mais tarde, João continuará reafirmando sua posição, em razão de inúmeros aspectos que estão em jogo nessa tomada de posicionamento do prefeito.  

O principal deles é que os olhos de João se voltam para as eleições de 2026, embora afirme, como uma das lições deixadas pelo pai, a qual confessou em entrevista a revista Veja, que pensa num dia de cada vez. Na semana anterior a esse diálogo com o presidente Lula, João Campos havia mantido um encontro com o Presidente Estadual do União Brasil aqui no Estado, o Deputado Federal Mendonça Filho, com o propósito de integrar o Uniao Brasil ao seu projeto de reeleição. Coerente, Mendonça Filho teria dito ao prefeito que não se sentiria bem numa aliança onde o PT participava. 

Curiosamente, não sabemos se Mendonça Filho voltou atrás, mas a aliança foi fechada no plano nacional, onde envolve o apoio dos socialistas à eleição de Elmar Nascimento(UB-BA) à Presidência da Câmara dos Deputados. Trata-se de um agrupamento político que deverá seguir, naturalmente, uma direção diametralmente oposta aos interesses do PT, conforme sugere o Deputado Estadual João Paulo(PT-PE) em entrevista recente ao Jornal do Commércio

O União Brasil certamente flertará com uma eventual federação encabeçada pelo ex-Ministro da Casa Civil do Governo Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, que envolveria o PP, os Republicanos. Esta federação, aliada ao PL, com a simpatia do União Brasil, que pretende fazer os presidentes das duas Casas congressuais, fechariam o circuito de uma oposição que pode trazer grandes embaraços governamentais ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Aqui na província, lideranças políticas ligadas a essas agremiações, exceção apenas para o União Brasil, já se movimentam no sentido de adubar as bases para as eleições de 2026, onde deverão perfilar ao lado do atual gestor da cidade. É o caso do Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, do Republicanos, de Eduardo da Fonte, do Progressistas, e Marília Arraes - por que não?- do Solidariedade. A rigor, nem podemos isolar o União Brasil deste conjunto de forças, uma vez a família Coelho já está fechada com o Palácio Capibaribe, trazendo a colheita de votos do Sertão do São Francisco para o projeto de João Campos em 2026. 

O grupo Coelho ofereceu apoio ostensivo à governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) no segundo turno das eleições passadas, mas não teve espaço no Governo. Seguindo os conselhos do avô, que não abandonava os seus redutos eleitorais no interior, João se movimenta com pragmatismo nessas horas, menos inviesado ou solto das amarras ideológicas, apoiando alianças petistas em Jaboatão dos Guarapares, assim como José Queiroz em Caruaru, onde bate chapa com a governadora Raquel Lyra. Bem avaliado, estrela que brilha na constelação política do Estado, principalmente nesses redutos interioranos, não se surpreendam com as filiações dos candidatos que gostariam de contar com o prefeito em seu palanque. Alguns deles já estão vindo em caravanas conhecer o trabalho do gestor na capital.     

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Editorial: João Campos comunica a Lula que o PT não indicará o vice em sua chapa de reeleição.


Até recentemente, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), encontrou-se, em audiência no Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em meio às turbulências políticas que já rodam aquele ambiente de trabalho, o morubixaba petista recebeu mais uma notícia ruim. João Campos teria comunicado ao presidente, segundo um jornal paulista, aquilo que todos já sabiam, ou seja, o partido não indicará o vice em sua chapa de reeleição. 

O PT encontra dificuldades em algumas praças do país. Em João Pessoa, por exemplo, tais dificuldades poderiam ser contornadas se a Executiva Nacional da legenda ratificasse uma deliberação das instâncias deliberativas do PT local no sentido de realização das prévias para a definição de um dos candidatos. Como se observa, em algumas situações, essas dificuldades foram criadas por falta de habilidade ou mesmo para atender aos caprichos de alguns caciques da legenda.

Numa eleição praticamente casada com a de 2026, dificilmente o socialista se sentiria à vontade em entregar as chaves do Palácio Capibaribe a um petista antes de desincompatibilizasse do cargo para disputar o Governo do Estado, que é o seu grande projeto político. Cantamos essa pedra em inúmeras ocasiões por aqui.    

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Editorial: PT desiste de indicar o vice na chapa de Eduardo Paes no Rio de Janeiro.

 


Conforme já afirmamos em outros momentos, o PT não tem outra alternativa no Recife, que não apoiar o projeto de reeleição do prefeito socialista João Campos(PSB-PE). Andei lendo algumas polêmicas sobre a "Neve que não derrete" - daí a escolha da foto acima - mas vamos deixar esses comentários para um momento posterior. Por enquanto, é suficente saber que, assim como ocorreu com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes(PSD-RJ), também ocorre no Recife a mesma situação, ou seja, o prefeito João Campos deve escolher seu companheiro ou companheira de chapa, tendo o PT que se conformar com a situação. A Presidente Nacional da legenda, Gleisi Hoffmann(PT-PR) já afirmou que estará com João independentemente da indicação do vice. 

A estratégia entre ambos, Eduardo Paes e João Campos, são muito parecidas, aliás. Aqui como lá, os gestores escolheram nomes de sua estrita confiança para aguardar a indicação. No Rio de Janeiro, todas as apostam recaem sobre o nome de Pedro Paulo, Deputado Federal, assim como o prefeito, filiado ao PSD. Trata-se, portanto, de uma chapa puro sangue. Aqui será um pouco diferente, pois, salvo melhor juízo, o prefeito João Campos filiou seus assessores em partidos distintos, nenhum dele ao partido ao qual é filiado, o PSB. São partidos de sua base parlamentar de apoio, o que facilita as costuras de alianças.

Essa questão do "nevou" do prefeito deverá ser muito explorada durante a campanha. João é neve que não derrete, mesmo com a intensidade do calor recifense. Será? Ontem alguém observou que estamos ainda um pouco distante do pleito municipal, programado para o dia 06 de outubro. Se as eleições fossem hoje, ele seria eleito ainda no primeiro turno, se cacificando ainda mais para o pleito de 2026, quando deverá disputar o Governo do Estado. A torcida dos adversários é que a neve derreta até lá. 

domingo, 28 de abril de 2024

Editorial: Como estará o Recife em 06 de outubro de 2024?



A pergunta acima vem em razão das últimas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura da Cidade do Recife, onde o atual gestor, João Campos(PSB-PE), desponta como franco favorito à reeleição. Pesquisa realmente é uma fotografia do momento. Até os mais leigos sobre o assunto já entenderam isso. Aqui em Pernambuco existem alguns casos bem emblemáticos, como o ocorrido com o próprio pai do prefeito, o ex-governador Eduardo Campos, que foi eleito pela primeira vez governador depois de um começo bastante difícil, amargando os últimos lugares nas pesquisas de intenção de voto. 

Não temos bola de cristal para prever  como estará a cidade do Recife até as próximas eleições municipais, precisamente em 06 de outubro de 2024. Pelo trabalho e entusiasmo do prefeito e sua equipe, não acreditamos que seus índices de avaliação sejam revertidos até então. Hoje ele conta com 71% de avaliação positiva entre a população recifense. Outra questão a ser considerada são os potenciais concorrentes ao cargo, nenhum deles com experiência administrativa de máquinas municipais, em alguns casos com padrinhos - ou seria madrinhas? - políticos mal-avaliados, como é o caso de Daniel Coelho, que, hoje, está longe de se constituir num candiato competitivo ao pleito de outubro. Pode ser que o cenário mude. Afinal, como afirmamos antes, não temos bola de cristal.  

A centrífuca da polarização política, infelizmente, também deve moer aqui na província, o que signifca dizer que pode ser mantida e até ampliada a atual performance do representante do bolsonarismo no Estado, Gilson Machado(PL-PE), em ascensão nas pesquisas de intenção de voto, ancorado no apoio dos eleitores bolsonaristas. No momento, a sua preocupação seria a de fidelizar esses eleitores. Convém não arriscar, uma vez que a pesquisa do AtlasIntel\CNN deixou claro os eleitores de Lula não estão, necessariamente, dispostos a votarem num candidato indicado pelo PT.    

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Editorial: Eleitores de Lula preferem João Campos em 2024.


Um percentual bastante expressivo dos eleitores recifenses que votaram em Lula nas eleições presidenciais de 2022 preferem votar em João Campos, do PSB, nas eleições de 2024, de acordo com pesquisa do Instituto Atlas\CNN. Nada menos do que 74,6% dos eleitores do morubixaba petista preferem João a um eventual candidato do PT. O PT enfrenta grandes dilemas para as eleições de 2024. Aqui no Recife, por exemplo, praticamente desistiu de uma candidatura própria. O apoio ao socialista João Campos é uma contingência que se impõe pelas circunstâncias políticas do momento. 

Com uma aprovação acima dos 80% da população recifense, torna-se uma missão quase impossível derrotá-lo em seu projeto de renovar o contrato de locação do Palácio Capibaribe. O PT deseja participar da festa, indicando, ao menos, o candidato a vice na chapa, mas o prefeito já reafirmou que indicará um nome de sua mais absoluta confianca, pois sabe-se que o seu projeto político está mais à frente, precisamente nas eleições de 2026, quando deverá disputar o Governo do Estado. 

Mesmo com o próprio Lula entrando no circuito das negociações, não acreditamos que o cenário seja revertido. João já tratou de filiar quatro assessores diretos em partidos que compõem a sua base de apoio. A aposta maior é a sua Secretária de Infraestrura, Marília Dantas, uma supersecretária, com fartos recursos e perfil de tocadora de obras. No momento, porém, nem eles sabem quem será o ungido. Salvo melhor juízo, todos são técnicos, o que significa dizer que, assim como seu pai, Eduardo Campos, João guarda reservas do seu staff político. 

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Marília Dantas pode ser a ungida