pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Partido dos Trabalhadores
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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Editorial: 90% do mercado não aprova pacote de Lula.


A notícia acima, depois de uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest, caiu como uma bomba no colo da Direção Nacional do PT, que reagiu com veemência a tal informação. Não se briga com os números. A insatisfação de amplos setores do mercado em relação ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo Governo Lula3 deixou, é algo pacificado, deixando muita gente decepcionada, inclusive com declarações públicas, como foi o caso do empresário Rubens Ometto, que, numa linguagem talvez pouco formal ao campo onde atua, taxou um "Estamos ferrados". Na realidade, na rinha interna do Governo, venceu a ala que abomina o mercado, destilando contra essa entidade a mesma bílis dos tempos de bancos acadêmicos ou da militância partidária, esquecendo que agora precisam assumir a responsabilidade de governo. Infelizmente é isso. 

Não se motivos, logo após o anúncio o presidente Lula retomou o diálogo com a sua base histórica de apoio, de olho nas eleições de 2026, sinalizando que não se submeterá às amarras impostas pelo ajuste fiscal. Gleisi Hoffmann, a Presidente Nacional do PT, fez um pronunciamento contundente contra a pesquisa, mas os números refletem, na realidade, este momento atual, onde se impõe um ajuste rigoroso das contas públicas, com eventuais implicações sobre as políticas desenvolvidas pela governo, mas que se configura como urgente e absolutamente necessário.  Sobrevivendo à tempestade, com as contas arrumadas, retomando os investimentos, com credibilidade, melhorando a arrecadação de impostos, seria o momento mais oportuno para distribuir renda, combater as desigualdades sociais. A conta é simples, mas os petistas mais radicais veem na adoção desse receituário uma conspiração do mercado para atrapalhar o projeto de poder do partido. 

A necessidade desse ajuste fiscal representou um ponto de inflexão na legenda. Foi o momento onde as cartas para as eleições presidenciais de 2026 foram postas nas mesas. Reforma ministerial para os ajustes políticos - talvez incorporado segmentos evangélicos sob a crença de isso seja suficiente para reverter a demonização do PT neste nicho eleitoral ; reaproximação com a sua base histórica de apoio, como os Sem Terra, indígenas e quilombolas; ajustes de gastos aqui e ali, tudo muito pontual, bem distante do desejável.  

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Editorial: PT sob nova direção em 2025. Edinho Silva é o mais cotado para assumir a presidência da legenda.

Quando Lula foi eleito presidente em 2022, especulou-se bastante sobre a possibilidade de Gleisi Hoffmann, Deputada Federal e Presidente Nacional do PT, ser indicada para ocupar um ministério no Governo. Lula tratou logo de dissuadí-la, afirmando que a desejava no comando da legenda. Agora, em 2025, o partido terá eleição para definir quem subtituirá a petista no comando da legenda. Natural que as movimentações em torno dessa eleição já estejam a todo o vapor. 

O Deputado Federal José Guimarães, do PT do Ceará, líder do Governo na Câmara dos Deputados, é um dos que desejam dirigir os rumos da legenda. Há, no entanto, uma articulação muito forte nos bastidores em torno do nome do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, apadrinhado por figuras importantes do partido, a exemplo do próprio Lula, do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e da eminência parda, José Dirceu, que pretende retomar sua carreira política. 

Diante do perfil assumido pelo partido na atualidade e com o apoio desses padrinhos, não enxergamos a menor chance para o José Guimarães, embora o seu pleito seja legítimo, conforme sugere a própria Gleisi Hoffmann. Gleisi, aliás, entrou em rota de colisão com Zeca Dirceu, depois de assumir que o partido apoirá a candidatura do socialista Luciano Ducci para concorrer à Prefeitura de Curitiba, quando Zeca Dirceu defende um candidato próprio da legenda.  

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Revista IstoÉ: As reinações de Marta

 

Ao não prestigiar o lançamento da candidatura de Fernando Haddad, a ex-prefeita de São Paulo se isola e mostra quão está distante da realidade do PT. Esse comportamento autofágico pode comprometer seu futuro político dentro da legenda

Pedro Marcondes de Moura

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JOGANDO CONTRA
Atitude de Marta Suplicy contribuiu para atrapalhar
a celebração de alianças pela candidatura do PT
É comum ao político que perde a capacidade de influir nos destinos de seu próprio partido, coleciona derrotas e acumula mágoas reagir se contrapondo aos líderes ascendentes simplesmente para marcar posição. Assim vem agindo a senadora Marta Suplicy (PT-SP) desde que foi alijada da disputa pelo governo paulista em 2010. No sábado 2, porém, a senadora passou da fronteira que delimita as brigas internas para adotar um comportamento autofágico. Sob o comando do marqueteiro João Santana, o PT havia preparado uma superprodução para formalizar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, principal aposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2012. Foram fechados dois andares do Expo Center Norte, um dos maiores centros de convenções da capital paulista. Cerca de 1,2 mil militantes e aproximadamente mil delegados do partido assistiam aos discursos inflamados de ministros e parlamentares transmitidos em tempo real em enormes telões e aguardavam a presença da senadora e ex-prefeita de São Paulo. Apesar de, nos últimos anos, Marta Suplicy ter presenciado o declínio de seu poder dentro da legenda, o presidente Lula faz questão de tratá-la como uma das maiores estrelas da campanha, ao lado dele próprio e do pré-candidato Haddad. A ex-prefeita havia confirmado presença. No entanto, não deu o ar da graça. Para os líderes petistas, o recado foi claro: Marta não pretende gastar seu salto em uma campanha em que foi preterida.

Durante o encontro, correligionários ligavam sem sucesso para o celular de Marta. A resposta para a ausência só veio na segunda-feira 4: “Um impedimento de caráter privado impossibilitou a senadora Marta Suplicy de comparecer ao evento”, tentou esclarecer a ex-prefeita por intermédio de sua assessoria. Coube ao presidente do PT paulista, Edinho Silva, cobrá-la publicamente: “A Marta está errando politicamente”, declarou. “Sua ausência materializa algo muito grave. Ela renuncia a sua liderança política no momento em que o PT mais precisa dela.” De fato, o comportamento de Marta só contribui para tumultuar a eleição e dificultar a celebração de alianças pela candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo. Sem querer falar com a imprensa, a senadora reapareceu publicamente, na terça-feira 5, no Congresso, distribuindo beijinhos. Pegou mal. “Se nem a Marta acredita na viabilidade de Haddad, por que os partidos aliados iriam entrar nessa canoa?”, perguntam-se companheiros de primeira hora ligados ao PCdoB. Na quarta-feira 6, Marta voltou a criticar a candidatura de Haddad. Disse que sua ausência no evento do sábado transmitia a indignação. A senadora complementou ainda que só entraria na campanha após o começo do horário eleitoral.
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DE CIMA PARA BAIXO
O PT está cada vez mais refém das decisões do ex-presidente Lula
Como consequência do comportamento de Marta, o PT chegou à quinta-feira 7 sem ter fechado nenhuma aliança formal em São Paulo. Desencorajados pela atitude da senadora, até parceiros tradicionais resistem a apoiar Haddad, como o PCdoB, por exemplo. Outras agremiações como o PR e o PP, integrantes da base de sustentação ao governo federal, já anunciaram apoio ao principal adversário, o candidato José Serra. A expectativa é de que o PSB declare apoio formal nos próximos dias. Mas para atrair os socialistas ao palanque de Haddad foi preciso uma intervenção pesada no diretório do Recife.

Na capital de Pernambuco, o atual prefeito, João da Costa, havia vencido o secretário estadual Maurício Rands nos votos dos militantes. A prévia, porém, foi anulada. Pouco palatável para o governador Eduardo Campos (PSB) e lideranças petistas, como Lula, João da Costa sofreu pressão para desistir de sua candidatura em favor do senador Humberto Costa. Como ele não aceitou, a Executiva Nacional do PT marcou uma reunião na terça-feira 5 para discutir uma saída. Em defesa da manutenção da candidatura, militantes fizeram vigília até a divulgação da decisão da cúpula petista. Prevaleceu, no entanto, a posição da direção do partido: o senador Humberto Costa será o nome nas urnas. Em troca, o PSB promete apoiar Haddad à Prefeitura de São Paulo, o que, se confirmado, será menos um desfalque na complicada tarefa do PT de sacramentar alianças, que as atitudes de Marta Suplicy, até agora, só têm atrapalhado.
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INTERVENÇÃO
Embora tenha vencido as prévias, o prefeito do Recife, João da Costa (abaixo),
viu a Executiva Nacional do PT impor o nome do senador Humberto Costa
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A avaliação no PT é de que Marta Suplicy parece não reconhecer a sua atual posição política. Ainda se comporta como em 2001, quando comandava a maior máquina administrativa do PT, a cidade de São Paulo. De lá para cá, a senadora foi derrotada duas vezes nas eleições para o Executivo paulistano, assistiu à escalada da legenda ao governo federal e acompanhou o esfacelamento do seu grupo político, que chegou a ser um dos mais fortes dentro do Partido dos Trabalhadores. Hoje, já não exibe as mesmas credencias que forçavam correligionários a se submeter às suas vaidades. Marta age como se estivesse no antigo PT, sobre o qual exercia influência e cuja militância tinha voz ativa no partido. Atualmente, o ex-presidente Lula e a cúpula partidária imprimem de maneira cada vez mais forte suas digitais nas decisões da legenda, sobrepondo-se em muitos casos à histórica militância. Para o analista político e professor da USP Gaudêncio Torquato, no cenário atual não há espaço para confrontar Lula ou a direção do PT. Mais cedo ou mais tarde, Marta terá de aderir à campanha de Haddad. “Se ela não entrar, será alijada do partido”, explica. Ou seja, ao fim, um apoio constrangido de Marta a Haddad pode jogar politicamente contra ela; e uma derrota na capital paulista, ao contrário do que ela imaginava, seria debitada na sua conta.
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Outro retrato desse novo PT ao qual Marta ainda não conseguiu se adaptar é Belo Horizonte. Lá, o vice-prefeito e presidente do diretório municipal do PT, Roberto Carvalho, critica o apoio à reeleição de Márcio Lacerda (PSB) sacramentado em uma decisão acirrada num enlace político com a presença do PSDB. O acordo foi outra exigência feita pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para entrar na coligação de Haddad. Defensor da candidatura própria, o vice-prefeito diz que a tese não prosperou graças à pressão do comando petista. “O Rui Falcão (presidente nacional da sigla) veio aqui dois dias antes da decisão e se declarou favorável à aliança”, explica. “É, no mínimo, um desrespeito com a militância.” Segundo Roberto Carvalho, o presidente Lula também mobilizou o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e o ex-ministro Patrus Ananias para pressionar os delegados partidários. Como resposta, parte da militância criou um movimento intitulado “resposta petista”. “O que está acontecendo é a velha política de caciques. Não o PT que fundamos”, sintetiza. “Queremos aquele partido de participação popular”, complementa o vice-prefeito, com a experiência de quem diz ter passado por uma autocrítica após ter defendido a aliança com os socialistas em 2008. Só que aquele partido, que povoa a lembrança dos militantes e do vice-prefeito de Belo Horizonte, não existe mais. Marta Suplicy também precisa entender a nova circunstância.
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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Executiva Nacional do PT decide por novas prévias no Recife.


Num processo que será coordenado pela Executiva Nacional do Partido, o PT realizará novas prévias, agendadas para o dia 03 de junho, onde será escolhido, desta vez espera-se que em definitivo, o nome que deverá representar a agremiação nas eleições de 2012. Elói Pietá, que acompanhou as últimas prévias, anuladas ontem, sob o argumento da ocorrência de falhas, não deverá acompanhar o novo pleito, em razão de uma indisfarçável torcida pelo grupo do Secretário de Governo, Maurício Rands. Há uma infinidade de avaliações na crônica política sobre a decisão tomada pela executiva do partido. De um modo geral, prevaleceu a tese de que o partido deveria preservar-se de um desgaste maior, impondo o nome de preferência de sua aristocracia, Maurício Rands, rasgando sua história de respeito pela opinião e decisões tomadas por sua militância. Como o grupo de Rands esperava que isso ocorresse, aparecem alguns derrotados: o próprio Maurício e o senador Humberto Costa que, num momento de fúria, teria esbravejado contra João da Costa, articulando-se em torno de uma decisão arbitrária da executiva. Enfim, prevaleceu o bom-senso. O pouco de bom-senso que ainda resta ao Partido dos Trabalhadores. Ainda sob a refrega do fogo cruzado, João da Costa teria mantido um diálogo áspero com Elói Pietá. Comenta-se, à boca miúda, que o matuto teria ido às lágrimas, mas aceitado as decisões da executiva com resignação. Vai arregaçar as mangas e trabalhar pela confirmação do seu nome no próximo dia 03 de junho. Em todo caso, embora não tivesse o nome homologado, o resultado final das decisões da executiva indicam,sim, uma vitória de João da Costa. A militância pró-João da Costa vem dando demonstrações de que possui fôlego para essa prorrogação. Como está o preparo físico da militância de Rands?