pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
Powered By Blogger

domingo, 3 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: No lixo, como sempre.

Recentemente, num debate sobre a apresentação dos resultados de uma grande pesquisa etnográfica sobre a região Nordeste, na Fundação Joaquim Nabuco, um fotógrafo muito bem conceituado em sua atividade, filho de comunistas, teceu alguns comentários sobre a fotografia de denúncia social, que ganhou ótimos prêmios, elevou o prestígio de alguns fotógrafos, mas não conseguiu mudar a realidade social. Blindado ideologicamente, como ele mesmo fez referência, ninguém o contestou na platéia. No dia de hoje, o Jornal do Commércio traz uma longa reportagem fotográfica sobre os meninos catadores de lixo das periferias do Recife. Não há palavras, mas amanhã a vida segue seu curso, com a elite curando sua ressaca dos passeios de lancha pela Coroa do Avião, a classe média conduzindo seus filhos engomadinhos para os tradicionais colégios do Recife. Os meninos da reportagem? No lixo, como sempre. 

Tijolaço do Jolugue: Eduardo Campos, o caçador de raposasa

Confesso que passei a me preocupar com essas caçadas às raposas, proposta pela governador Eduardo Campos. Ainda há dúvidas sobre quem irá caçá-las. Se ele próprio ou a sua companheira, Marina Silva. O sociólogo Gilberto Freyre afirmou certa vez que nada o surpreenderia no Brasil. Aqui tudo seria possível. Não seria estranho que alguém resolvesse, dizia ele, programar um carnaval para a Sexta-Feira da Paixão, o que já ocorre em Gravatá. Pois bem. essa história de mudar os costumes políticos nesse país é bastante complicada. 10 em cada 10 analistas políticos do país concluíram que Collor não caiu por conta da corrupção. O que derrubou Collor foi o fato de ser outsider. Ele aprendeu tão bem a lição que agora se junta aos seus maiores algozes, num exercício explícito de realpolik. A corrupção está entranhada em nossos costumes políticos. O patrimonialismo também. A subserviência igualmente. Desde o Brasil Colônia que essas elites, com rompantes de mimetismo e incorporando "novos" atores, se perpetuam no poder. Foi assim com FHC. Tem sido assim com Lula/Dilma. Reforma política não passa porque eles não a desejam. Está muito bom assim. Muito se comenta sobre os altíssimos níveis de crescimento da região Nordeste. Um PIB que salva o Brasil. Tudo isso é verdade, mas há uma outra nódoa indelével, como afirma a economista Tânia Bacelar. Uma vocação para a produção das desigualdades. Ainda há muita fome, muita pobreza, muita ausência de moradias dignas, muito analfabetismo e uma educação básica caótica. Numa cidade administrada por um prefeito de sua base aliada, governador, encontra-se o pior IDEB entre as cidades com mais de 200 mil habitantes. Não sei quem teve a ideia de colocar isso na sua agenda política, mas seria interessante que sua assessoria reavaliasse isso imediatamente. Com as enormes contradições do Governo - alianças políticas com raposas de casca grossa, nepotismo, inchaço da máquina com os chamados DAS - fica difícil sustentar essa tese. Talvez isso esteja trazendo um efeito contrário. Todos os artigos que tenho lido nos últimos meses, enfatizam essa questão. Afinal, onde o senhor pretende caçar essas raposas? nos arredores do Palácio do Campo das Princesas? Ensina uma grande raposa da política pernambucana que "política á a arte do possível".

Tijolaço: FHC "O Brasil precisa do que eu não fiz; o povo exige o que eu não dei"

FITACOLA


3 de novembro de 2013 | 09:33
O artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje, no Estadão, bem merecia o título aí de cima.
Aliás, em apenas 40 linhas, o ex-presidente consegue transitar de Carlos Lacerta a Marina Silva, num espetacular exemplo de ecletismo que tem como fio condutor o mau-humor com que encara a teimosa atitude dos eleitores – daqui e de fora – de escolherem seus governos fora da camada de “iluminados”, que sabem o que o povo quer melhor do que o próprio povo.
Protesta contra a legitimação dada pela Corte Suprema da Argentina à Ley de Medios, contra a reação do governo venezuelano à sabotagem econômica que campeia no país – é notória a ligação da elite empresarial com a direita e os EUA, ao ponto de o presidente da Fedecamaras, a Fiesp deles, ter sido colocado na “presidência” no golpe frustrado de 2002. Por eles, chega ao ponto de fazer o que nem em seu governo fez: questionar a decisão popular expressa em eleições livres.
E não apenas lá, mas em outros governos que reconhecem a autodeterminação e a soberania do voto que erigiu aqueles governos:
“O lamentável é que os governos democráticos da região assistem a tudo isso como se fosse normal e como se as eleições majoritárias, ainda que com acusações de fraudes, fossem suficientes para dar o passaporte democrático a regimes que são coveiros das liberdades.” 
No mundo das escutas telefônicas dos Estados Unidos sobre a humanidade inteira – que não lhe merece uma palavra – é curioso que o ex-presidente chame de “coveiros da liberdade” governantes não apenas eleitos mas cujos governos se submetem ao controle das instituições judiciais.
Deste surto “Juraci Magalhães” de americanismo, FH salta à apologia da repressão.
“Temos assistido ao encolhimento do Estado diante da furia de vândalos, aos quais aderem agora facções do crime organizado. Por isso é de lamentar que o secretário-geral da Presidência se lamurie pedindo mais “diálogo” com os black blocs, como se eles ecoassem as reivindicações populares. Não: eles expressam explosões de violência anárquica desconectada de valores democráticos, uma espécie de magma de direita, ao estilo dos movimentos que existiram no passado no Japão e na Alemanha pós-nazista.”
Bem, ver o conteúdo fascista destes grupos violentos é, hoje, possível até mesmo a um cego. Mas veja que em contradição primária o nosso príncipe da sociologia incorre, no seu furor antigoverno:
“Esses atos vandálicos dão vazão de modo irracional ao mal-estar que se encontra disseminado, principalmente nas grandes , cidades, como produto da insensatez da ocupação do espaço urbano com pouca ou nenhuma infraestrutura e baixa qualidade de vida para uma aglomeração de pessoas em rápido crescimento.”
Ora, professor, “insensatez da ocupação do espaço urbano com pouca ou nenhuma infraestrutura e baixa qualidade de vida para uma aglomeração de pessoas em rápido crescimento.” serve para designar qualquer momento do crescimento das metrópoles brasileiras nos últimos 60 ou 70 anos, não é?
E, talvez mais do que em qualquer outra época – e certamente muito mais que em seu governo – esteja se investindo tanto em infraestrutura e fatores de qualidade de vida no país, especialmente em dois fatores-chave para isso: habitação e mobilidade urbana. Desnecessária, aí, qualquer comparação com dados, basta nossa memória.
A causa do caos urbanos? Os pobres, é claro:
“Os governos petistas puseram em marcha uma estratégia de alto rendimento econômico e político imediato, mas com pernas curtas e efeitos colaterais negativos em prazo mais longo. O futuro chegou, na esteira da falta de investimento em infraestrutura, do estímulo à compra de carros, do incentivo ao consumo de gasolina, em detrimento do etanol, e do gasto das famílias via crédito fácil, empurrado pela Caixa Econômica Federal. Os reflexos aparecem nas grandes cidades pelo País afora: congestionamentos, transporte público deficiente, aumento do nível de poluição atmosférica, etc.”.
Ter um automóvel ou comprar a crédito, ficamos sabendo, é “ uma estratégia de alto rendimento econômico e político imediato, mas com pernas curtas e efeitos colaterais negativos em prazo mais longo” , a não ser, claro, para a classe média alta. Para os demais, arrocho, porque arrocho ajuda a fazer mais superavit e superavit permite juros mais altos ao mercado.
E Fernando Henrique, aí, para não ter de ir além nesta desastrosa confissão de que “o problema” é que o povão tenha passado a fazer parte do mundo do consumo, parte para o “marinismo” de um mundo ideal, onde se atingiria o ótimo sem passar pelas vicissitudes do bom.
“Não basta melhorar a infraestrutura, se o crime organizado continua a campear, nem mais hospitais e escolas, se a qualidade da saúde e da educação não melhora. As soluções terão de ser iluminadas por uma visão nova do que queremos para o Brasil. Precisamos propor um futuro não apenas materialmente mais rico, mas mais decente e de melhor qualidade humana.” 
Então, enquanto a “visão nova” não ilumina o mundo “sonhático”, fica-se na paralisia do desenvolvimento. Continua a faltar infraestrutura, escolas, hospitais porque sua qualidade é baixa. Naturalmente, a classe média e aos ricos não faltarão, porque há infraestrutura onde moram e podem pagar por escolas e planos de saúde.
Sacode-se o mundo ideal diante da opinião pública para que esta nãos veja – ou aceite – que o mundo real não pode ser para todos, pois isso torna tudo ruim, precário, desastroso.
Lembro de um amigo que brincava, dizendo que os gringos “sambam” com os dedinhos levantados para que nãos lhes vejam os pés desajeitados.

É sempre isso, nas mais variadas formas: o problema do mundo são os pobres pretenderem ter uma vida como tem as camadas médias e altas e  como a que o mundo das elites lhes vende, glamurosamente, mas não lhe entrega nunca.
Por: Fernando Brito, no Tijolaço

Tijolaço do Jolugue: Dilma troca Obama por Xi Jiping

A diplomacia brasileira é uma das mais respeitadas do mundo. Boas posições, bons quadros e excelente formação. O Instituto Rio Branco é a melhor escola de formação de diplomatas do mundo. Por isso mesmo e muito importante observas as possíveis mudanças de rumo na condução de suas políticas, como esta mais recente, onde se observa um claro distanciamento dos EUA e uma aproximação cada vez maior com a China, que participou, inclusive, do último leilão de libras. A presidente Dilma ficou muito zangada com a intromissão indevida dos serviços de espionagem americano no país, investigando-a diretamente. Cancelou, em forma de protesto, uma viagem que teria àquele país. Via para a China, encontrar-se com o presidente Xi Jiping.

Tijolaço do Jolugue: Menos, Matuto. Menos.

Da última vez que estiveram em Paulista, o governador Eduardo Campos e o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, tiveram uma recepção calorosa. FBC estava ainda em missão oficial, inspecionando obras e liberando convênios para as obras de contenção do avanço do mar na orla da cidade. Foi, na realidade, uma festa neo-socialista, regada aos bons pratos da culinária nordestina, boa pinga, boa prosa, grandes risadas. A desenvoltura de Fernando Bezerra indicava que o morubixaba neo-socialista já havia batido o martelo sobre quem deveria concorrer à sua sucessão no Palácio do Campo das Princesas, conforme comentamos. Outros indicadores vieram acrescentar-se a este, como a prevalência do perfil político, a projeção nacional, a experiência, a ascendência na máquina partidária. Hoje ninguém tem dúvida, fato que já afirmávamos desde 2009, que FBC vai para a "final" no critério de escolha de Eduardo Campos. No entanto, como o mistério deverá ser mantido até 2014, ontem, ao que se sabe, o governador teria recomendado ao prefeito da cidade, Júnior Matuto, que não declarasse apoio explícito ao nome do ex-ministro.

Tijolaço do Jolugue: Comunistas trocam de comando

Nos próximos dias, 14 a 16, o PCdoB reúne seus integrantes para a troca de comando da legenda. Sai Renato Rebelo e entra a pernambucana, Luciana Santos. Segundo Vera Magalhães, no Painel da Folha, o partido se divide em relação ao convite ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que tem fortes ligações com a legenda comunista. Lula e Dilma serão convidados de honra e teme-se algum melindre. Não se espere do casal presidencial alguma promessa em relação ao imbróglio do Maranhão, onde os comunistas desejavam o apoio ao nome de Flávio Dino. O morubixaba Sarney já teria batido o martelo. Se isso ocorrer, mexe seus pauzinhos e cria alguns "embaraços" para Dilma. Flávio lidera todas as pesquisas, mas está em curso uma obra de engenharia política para evitar que a família Sarney perca a hegemonia política do Estado. Em última análise, Roseana sai como candidata ao Senado Federal para fustigar a gestão de Dino.

O caçador de raposas, por Heitor Scalambrini.


Por Heitor Scalambrini Costa, professor da Universidade Federal de Pernambuco

O título deste artigo não tem nada a ver com o romance da inglesa Minette Walters. Tem a ver com nossa recente história política.
No século passado, tivemos um jovem e esportivo candidato a presidente da República que ficou conhecido como “o caçador de marajás”, e que logo depois de eleito acabou sendo defenestrado do trono presidencial, pois o próprio, junto com seu ex-tesoureiro da campanha eleitoral, estavam enriquecendo (mais ainda) às custas das maracutaias promovidas de dentro do Palácio da Alvorada, com ramificações na Casa da Dinda.
Agora, passado 20 anos, surge o “caçador de raposas”. Discurso empregado pelo presidenciável e governador de Pernambuco para se referir à necessidade de “aposentar as raposas da política brasileira”. Entenda-se aqui como “raposas” os políticos profissionais, quase eternos, aqueles que, como diz o governador, contribuem para uma política “mofada, cansada e atrasada”. Para os marqueteiros do presidenciável pernambucano, o objetivo é de apresentá-lo como o “novo”, aquele que vem para fazer uma “nova política”. Assim, é preciso construir uma imagem positiva e criar, junto à opinião publica, a figura de um político dinâmico, bom administrador, gestor público competente, diferenciado-o das velhas praticas políticas e dos políticos de carreira desgastados junto à população.
Essa estratégia já deu certo uma vez, e por que não agora, que a desilusão tomou conta dos eleitores que foram as ruas protestar? O partido no poder há 11 anos já não atende aos reclamos e demandas da população, que exige mudanças. Prometeu “mundos e fundos” e acabou no lugar comum da corrupção, dos acordos políticos inexplicáveis, da velha pratica de “fazer política no país”, simbolizada pela máxima “é dando que se recebe".
Sem duvida quem acompanha a trajetória do jovem governador, mas já idoso nos caminhos sinuosos da política brasileira, conhece muito bem sua obsessão em conquistar e exercer o poder, não levando em consideração os meios para chegar lá.
Em Pernambuco, os exemplos da conduta e da pratica política deste jovem-velho político são inúmeros. O nepotismo reinante no Estado com parentes distribuídos em cargos públicos, que teve seu ápice no envolvimento direto do governador na eleição da própria mãe a um cargo vitalício no Tribunal de Contas da União. Os acordos “toma lá, dá cá” com os prefeitos e deputados estaduais, o que o tornou praticamente um governante sem oposição.
Simbolicamente, essa pratica ficou evidente quando patrocinou a mudança na Constituição Estadual, para que um seu aliado político fosse reconduzido à Presidência da Assembleia Legislativa pela quarta vez (talvez seja conduzido novamente a um quinto mandato, como o próprio afirmou só depende do governador querer). Sem falar no chamado “desenvolvimento predatório” que tem patrocinado seu governo.
O que se desvenda dessa obsessão pelo poder do jovem e esperto governador é que ele age muito mais como amigo das raposas, de que como predador. Basta ver seus acordos e alianças espúrias pelo Brasil afora, nada programáticas, formando o bloco dos econeoliberais socialistas, voltados a um único objetivo: ascender ao poder de presidente da República. E ainda diz o que todos querem ouvir, que é necessária mudança profunda do sistema político. Só acredita que não o conhece.
O importante nessa estória toda é não esquecer do passado recente do jovem-velho e ficar atento, pois a caça pode ser você. 

(Publicado originalmente no blog de Jamildo, 02 de novembro de 2013)

sábado, 2 de novembro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Cozinha do Senado Federal custa R$ 7.100,00 mensal ao contribuinte.


Quando foi anunciado o gasto exorbitante do Palácio da Abolição com a despensa, vários comentários surgiram criticando a atitude do governador Cid Gomes. Coisa chique. Não saberia nem citar o nome daquele cardápio, eu que fui criado com feijão verde, carne de charque e um pedaço da tradicional rapadura nordestina, de sobremesa. Para ajudar a descer, um suco de araçá silvestre, quando a fruta estava na safra. Causou estranheza ao repórter Joel Silveira o hábito do sociólogo Gilberto Freyre servir aos seus convidados um tradicional licor de pitangas - preparado por ele mesmo - quando recebia seus convidados no Solar de Apipucos. Nunca entendi a tal surpresa do Joel. Outro dia, num excesso de bravata, Lula afirmou que voltaria a Pernambuco. Aconselhei aos companheiros prepararem o cardápio. Muita costela, muita carne de bode e o tradicional suco de umbu, bem ao estilo dos velhos tempos da Brasília Amarela. Esses políticos, realmente, não têm jeito. Outro dia um senador entrou num restaurante da cadeia O Porcão, para um jantar, é deixou uma comanda no valor R$ 7.500,00. Num dos melhores restaurantes de comidas típicas da Paraíba, o Mangai, uma família de 04 pessoas janta muito bem por R$200,00. Com direito às deliciosas sobremesas nordestinas, uma jarra de suco de seriguela e uma banana prata na saída. Pois bem. Em sua coluna de hoje, o jornalista Josias de Souza informa a conta mensal que o contribuinte vai desembolsar para custear as despesas com a cozinha do Senado, comandada por Renildo Calheiro: R$ 7.100,00 por mês.

Tijolaço do Jolugue: Somente após convenção, PPS deve definir seu rumo.



Um passarinho nos contou que o nosso governador, durante o primeiro encontro programático entre a Rede/PSB, havia feito algumas continhas sobre o tempo de televisão, colocando no cipoal de partidos que deverão apoiá-lo, o PPS. Segundo algumas fontes, no entanto, o próprio Roberto Freire, entre uma garfada e outra durante jantar entre ambos, havia alertado sobre algumas dificuldades internas. Muito tempo transitando no ninho tucano, alguns membros não gostariam de sair do seu aconchego. A tese de uma candidatura própria, sobretudo para minimizar a eterna condição de satélite da agremiação, ganha corpo na agremiação pós-comunista. Se dependesse apenas de Roberto Freire e de José Serra, certamente, o PPS cairia no colo do governador pernambucano. Seria uma maneira de atingir o mineiro Aécio Neves. Salvo se ele, Serra, tiver outros planos para a agremiação sobre a qual exerce forte influência. Pelo andar da carruagem política, o governador precisará rever suas continhas. Somente, em abril de 2014, época da convenção partidária, o PPS deve definir que rumo irá tomar.

Tijolaço: Leandro Forte é o primeiro golaço de Dilma para 2014


2 de novembro de 2013 | 10:06
Enquanto Veja e Serra brincam de fazer fofoca, Marina ajusta seu marketing ao do Itaú, e Campos passa o trator em cima do que resta de esquerda pró-Lula em seu partido, Dilma inicia seus preparativos para 2014 com a contratação de um dos maiores jornalistas do país: Leandro Fortes.
Sim, ele mesmo. Fortes será um dos coordenadores da comunicação da campanha da presidenta em 2014, segundo informação veiculada há pouco pelo Brasil 247.
Esse golaço provavelmente tem o dedo de Franklin Martins, outra figura cujo peso tem ganhado relevância junto ao staff político da presidenta, e que também já foi anunciado como integrante do núcleo de comunicação da campanha.
É uma notícia promissora, que traz enorme alívio à militância, porque promete uma campanha inteligente, focada mais no debate e na informação, e menos em marketing.
Sempre é bom lembrar que o marketing consegue fazer um candidato ganhar eleições. Mas a vitória política propriamente dita pertence à militância e ao staff político e jornalístico da campanha. Tem candidato que ganha eleição sem ganhar politicamente. Tem candidato que ganha politicamente mas perde a eleição. E tem quem ganhe nos dois: na eleição e na política.
Fortes é um lorde do jornalismo. Tem classe, talento e ideologia, qualidades que raramente se encontram reunidas numa só pessoa. Além de ser um entusiasta da blogosfera e do papel das redes sociais.
A direita não precisa se preocupar com equipe de comunicação, visto que a grande mídia em peso trabalha para ela. E nem vou falar que trabalha de graça, porque não é o caso. As perspectivas de retorno são gigantescas.
Um jornalista vai trabalhar numa campanha para ganhar um salário, além do prazer de participar do mais importante embate político de uma democracia.
Uma empresa de mídia se engaja em prol de um partido em troca de muito mais que isso.
Com dívidas tributárias remontando aos bilhões, a Globo sabe muito bem o que pode ganhar ou perder com as eleições de 2014. E os acontecimentos na Argentina a deixaram ainda mais nervosa.
*
Aproveito e publico abaixo o belíssimo texto de despedida de Leandro Fortes de seu emprego na Carta Capital.
Despedida doída
Eu devo a CartaCapital a oportunidade de ter voltado a amar o jornalismo. Espero ter retribuído à altura
por Leandro Fortes — publicado 01/11/2013 12:07, última modificação 01/11/2013 12:50
No site da Carta Capital
Em outubro de 2005, eu havia desistido do jornalismo.
A fúria com que a mídia havia se debruçado sobre o escândalo do “mensalão” havia, na época, iniciado uma onda de vandalismo editorial que transformara o trabalho das redações de Brasília em gincanas de uma só tarefa: derrubar o governo Lula.
Transformados em soldados de uma estrutura paralisante de pensamento único, os repórteres de Brasília passaram a gravitar em volta desse objetivo traçado pelo baronato da mídia sem maiores preocupações críticas. De repente, a ordem era adaptar todas as teses progressistas e de esquerda vinculadas ao governo do PT ao esgoto do “maior escândalo de corrupção da história do Brasil” e, a partir de então, iniciar a caçada a Lula e seu mandato presidencial. Fracassaram, mas não pararam de se multiplicar.
Assim, meia dúzia de famílias que monopolizava (e ainda monopoliza) o negócio da comunicação no País se uniu, como em 1964, para derrubar um presidente eleito pelo voto popular por meio do mesmíssimo discurso udenista de combate à corrupção agregado, a partir de uma adaptação tosca e deliberadamente manipulada, a conceitos difusos de liberdade de imprensa e liberdade de expressão – uma armadilha retórica que perdura até hoje, cujo o objetivo continua sendo o mesmo, o de não discutir seriamente nem uma coisa nem outra.
Eu havia largado empregos promissores da chamada “grande imprensa” para me dedicar a dar aulas de jornalismo em uma faculdade de Brasília. Pretendia, como acabei fazendo pouco tempo depois, criar um fórum próprio de discussão e formação em jornalismo desvinculado da crescente ideologização de direita, conservadora e medíocre da mídia nacional. Assim nasceu a Escola Livre de Jornalismo, uma arena de ideias, seminários, palestras e oficinas para estudantes e jovens jornalistas em busca de contrapontos ao mau cheiro da mídia tradicional. Dediquei-me, ainda, a escrever livros e fazer palestras Brasil afora.
A CartaCapital entrou na minha vida, em 2005, pelas mãos da mesma pessoa que me fez vir para Brasília, em 1990, Cynara Menezes – minha amiga e contemporânea dos tempos da UFBA, minha irmã querida, jornalista brilhante, desde sempre.
Eu não sabia, mas ao ser indicado por Cynara para assumir o cargo de correspondente da Carta em Brasília, eu teria a chance de viver a mais importante, relevante e satisfatória experiência da minha carreira de jornalista desde que, numa tarde de maio de 1986, eu botei os pés na redação da Tribuna da Bahia, como estagiário não-remunerado, em um velho prédio coberto de fuligem do bairro da Sete Portas, nas entranhas da velha Salvador.
A experiência na Carta traz o traço marcante da convivência com o idealizador e a alma da revista, Mino Carta, de longe o mais importante e referencial jornalista ainda em atividade no Brasil. Eu, que já havia trabalhador para as famílias Mesquita, Sirotsky, Marinho e Nascimento Brito, não sabia o que era ter como patrão um jornalista de verdade. Fosse apenas isso, ter a oportunidade de trabalhar e conviver com um profissional da qualidade – e com a sabedoria – de Mino, a experiência na CartaCapital já teria sido um presente. Mas foi mais do que isso.
Nesses oito anos de CartaCapital, moldei meu espírito de repórter no combate permanente às injustiças sociais, ao moralismo seletivo e ao mau jornalismo vendido à sociedade como suprassumo do pensamento liberal, mas que é somente subproduto risível de certa escola de reportagem a serviço do que há de pior e mais reacionário no pensamento das autodenominadas elites nacionais.
Desde a minha trincheira, na capital federal, parti para percorrer o País a fim de ouvir quem nunca tinha sido ouvido e dar voz a quem nunca pode falar.
Fui, com muito orgulho, o repórter dos invisíveis.
Agora, de partida para outras plagas profissionais, gostaria de compartilhar com todos vocês, queridos amigos, colegas e leitores, esse meu sentimento contraditório, tão típico dos que se despendem sem a certeza de que querem mesmo ir embora.
Eu devo a CartaCapital a oportunidade de ter voltado a amar o jornalismo, com todas as dificuldades e sacrifícios que esse ofício tão especial nos coloca no caminho, todo dia.
Hoje, no meu último dia de trabalho na Carta, olho para trás e espero, sinceramente, ter retribuído à altura.
Por: Miguel do Rosário, no Tijolaço

Tijolaço do Jolugue: Cassação de Júlio Lóssio terá troco.


Segundo matéria do Diário de Pernambuco, no dia de hoje, o PSB estaria pedindo celeridade na execução da decisão judicial que afasta da Prefeitura de Petrolina, por irregularidades cometidas durante a última campanha municipal, o prefeito Júlio Lóssio, do PMDB. É uma vitória de tapetão, uma vez que, nas urnas, o Júlio Lóssio infringiu duas grandes derrotas ao Palácio do Campo das Princesas. Deve assumir a prefeitura Fernando Bezerra Coelho Filho, do PSB, que também vive um dilema. Como Lóssio ainda pode recorrer, caso haja uma reviravolta no caso, FBCF ficaria sem mandato. Prestigiado junto à cúpula nacional da agremiação, Lóssio não tem controle sobre os rumos do PMDB local, hegemonizado pelo grupo que obedece às determinações de Jarbas Vasconcelos. Independentemente do contexto nacional, onde o PMDB integra a coalizão petista, o grupo pretende apoiar o nome do governador Eduardo Campos à Presidência da República. Diante desse quadro confuso, é difícil antecipar qual o rumo a se tomado por Júlio Lóssio. Em todo caso, o Campo das Princesas sabe que o caboclo é bom de briga e de urna. Tem troco.

Tijolaço do Jolugue: Aécio Neves Boladasso.

Começou cedo o calvário do PSDB. Aliás, depois que eles foram afastados do poder no plano federal, nunca mais tiveram um momento de paz. Os fatos que estão ocorrendo com o senador Aécio Neves reproduzem, fielmente, um filme que já foi passado nas eleições anteriores. Se não, vejamos: a) O PSDB tem pesquisa, encomendada pelo próprio partido, que indicam a eleição de Dilma Rousseff ainda no primeiro turno das eleições; b) Depois do "vamos conversar", o próprio Aécio Neves se recolheu aos seus aposentos, permitindo uma ampla movimentação do seu principal adversário na agremiação, José Serra; c) Definitivamente, os tucanos não gostam de pobre. Criticaram duramente o Programa Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda do mundo. Contingenciado pelas circunstâncias eleitorais, agora desejam transformá-lo numa política de Estado. O embrião do programa teve origem, de fato, numa prefeitura tucana, mas eles, quando estiveram no comando do país, nunca desejaram ampliá-lo; Para completar, agora criaram um cópia muito mal feita de um perfil fictício que a presidente possui nas redes sociais, o Dilma Bolada, que faz enorme sucesso. Estamos aí com o Aécio Boladasso. E, assim, eles vão marchando, desunidos, sem um projeto alternativo, sem credibilidade, divergindo sobre a condução da campanha, eté outubro de 2014.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Revista IstoÉ: O papa dos espíritas.


Como o cientista francês Hippolyte Rivail se tornou, aos 53 anos, Allan Kardec, criador da doutrina espírita e fonte de inspiração do médium brasileiro Chico Xavier

Andres Vera
chamada.jpg
TRANSFORMAÇÃO
Autor de cerca de 20 livros e membro de nove sociedades científicas, o professor 
Rivail era um descrente. Até que passou a frequentar reuniões de “mesas girantes” 
na França e adotou o nome que o tornou célebre como o criador do espiritismo
 
"A pessoa que estudar a fundo as ciências rirá dos ignorantes. Não mais crerá em fantasmas ou almas do outro mundo.” Era assim que o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, membro de nove sociedades científicas e autor de cerca de 20 livros sobre pedagogia na França do século XIX, resumia seu ceticismo. Intelectual respeitado, ele vivia em um universo no qual a ciência estava em ebulição, em meio a discussões sobre eletromagnetismo, motor a vapor e lâmpada incandescente. Apesar disso, tornou-se o criador da doutrina espírita tal qual ela está sistematizada hoje, que crê, entre outras coisas, na reencarnação e na comunicação entre vivos e mortos. É a história dessa transformação que está sendo contada no recém-lançado “Kardec, a Biografia” (ed. Record), do jornalista brasileiro Marcel Souto Maior. “Kardec precisou ir além da religião para criar uma doutrina inteira em apenas 13 anos”, diz o autor. De 1857, ano de sua conversão, aos 53 anos, a 1869, quando morreu de aneurisma cerebral, o francês já havia arrebatado sete milhões de seguidores no mundo.  Um número impressionante para um planeta com então 1,3 bilhão de habitantes e comunicação precária. Os créditos da velocidade recaem sobre o próprio. “Ele alcançou isso porque dava tratamento científico aos estudos e sabia divulgá-los”, afirma Souto Maior.
KARDEC-01-IE.jpg
PASSE 
Sessão num centro espírita brasileiro: religião baseada nos livros de Kardec
 
A aproximação do cientista com o espiritismo começou em 1855, quando um fenômeno agitava a França: as mesas “girantes”. Em reuniões fechadas ou salões públicos, participantes ditavam perguntas a mesas que se moviam, no que era identificado como um sinal de resposta, de mortos ilustres ou anônimos. Curioso, Rivail passou a frequentá-las em Paris. Procurava, antes, por cabos, roldanas e fios. “Estamos longe de conhecer todos os agentes ocultos da natureza”, escreveu. Convencido da boa-fé de alguns grupos, ele passou a crer. Tempos depois, um espírito contou que o conhecera na época do imperador romano Júlio César, em 58 a.C. Na época, Rivail chamava-se Allan Kardec – daí a mudança de nome. Os primeiros registros do professor sobre o espiritismo viraram “O Livro dos Espíritos” (1857). Ele assinaria também outras quatro obras básicas, a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e a publicação mensal, ao longo de 12 anos, de uma revista – tornando-se, assim, o grande codificador da doutrina. Mas Kardec também presidia sessões espíritas e nelas presenciou, por exemplo, uma jovem de 12 anos receber, de lápis em punho, as palavras de Luís IX, rei da França morto seis séculos antes. Em outra concorrida reunião, o missionário e uma plateia embasbacada testemunharam um médium receber – e executar – uma partitura atribuída a Mozart.
IEpag54a56_AlanKardec__ok-2.jpg 
Para confeccionar sua obra, Souto Maior percorreu as bibliotecas de Paris em busca de material sobre o “papa dos espíritas”. Jornais de época mostram, por exemplo, a briga entre o criador do espiritismo e a Igreja Católica. Em 1861, em um episódio conhecido como “Auto de Fé de Barcelona”, foram queimados 300 livros espíritas na cidade espanhola. Entre eles estavam “O Livro dos Espíritos” e a tal sonata de Mozart. “Kardec era político”, diz Souto Maior. “Depois das brigas, ele media as palavras com a Igreja e sabia que isso traria publicidade.” A perseguição ao espiritismo não poupava o francês, médiuns admirados por ele ou mesmo seguidores novatos. Em 1865, dois jovens de Nova York voaram a Paris para mostrar “toques espontâneos de instrumentos musicais e transporte de objetos no ar.” Durante a exibição, um espectador invadiu o palco e revelou à plateia o truque: tábuas soltas e uma passagem secreta. A imprensa transformou o episódio em piada. Kardec se defendeu. Disse que o embuste não atingia a verdadeira ciência espírita, devota à evolução do ser humano. “Fora da caridade não há salvação”, escreveu. Insistentemente perseguido, começou a demonstrar sinais de exaustão e teve um problema cardíaco. “Daí em diante foi uma contagem regressiva até sua morte”, diz Souto Maior. Em seu túmulo, no Cemitério Père-Lachaise, em Paris, há hoje mais mensagens em português do que em francês. Por quê?
IEpag54a56_AlanKardec__ok-3.jpg 
A resposta está tanto no espiritismo como no povo brasileiro. Entre 2000 e 2010, o número de espíritas no País cresceu 65%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O espiritismo tem 3,8 milhões de fiéis autodeclarados, segundo o IBGE, e 30 milhões de simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira. “Nossa população aceita muito bem a ideia de vida após a morte”, diz Geraldo Campetti, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira. Há um consenso entre biógrafos céticos, estudiosos da religião ou espíritas devotos: o kardecismo é praticamente uma criação brasileira. Três fatores ajudaram a disseminação da doutrina: o sincretismo brasileiro, que facilita a convivência entre crenças, a proximidade entre espiritismo e cristianismo e, por último, um certo médium de Uberaba, em Minas Gerais. “A repercussão alcançada por Chico Xavier é o maior fator da expansão dos espíritas no País”, diz o sociólogo Reginaldo Prandi, professor da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “Os mortos e os vivos”. O espiritismo chegou ao Brasil em 1860 e ganhou relevância com Bezerra de Menezes, médico e político que, além de expoente da doutrina, traduziu obras de Kardec para o português. Mas coube a Chico Xavier, falecido em 2002, o fenômeno da explosão da doutrina a partir da década de 1970. O mineiro ostenta mais de 450 livros publicados. Sua biografia “As Vidas de Chico Xavier”, escrita pelo mesmo Marcel Souto Maior, vendeu mais de um milhão de exemplares e chegou ao cinema com direção de Daniel Filho. Fez 3,4 milhões de espectadores.
KARDEC-07-IE-2294.jpg
MESTRE 
O médium Chico Xavier, morto em 2002, 
grande difusor do espiritismo no País
Souto Maior diz que o roteiro cinematográfico da história de Rivail-Kardec já foi finalizado. “O filme deve ficar pronto no ano que vem.” Discípulo fiel do kardecismo, Chico Xavier costumava recomendar a todos as palavras de Kardec. Se o conselho valer para a nova biografia e o futuro filme, a história de Hippolite Rivail deve manter o fenômeno de público.
foto: Arquivo/ag. O Globo
Fontes: IBGE e Federação Espírita Brasileira
fotos: ROBERTO CASTRO/AG. ISTOÉ

Tijolaço do Jolugue: O John Walker Blue estragou o PT, Rochinha.

Confesso que sinto certa simpatia pelo Rochinha, uma das lideranças mais respeitadas do Partido dos Trabalhadores. Comenta-se que em breve deverá estar se aposentando, mas, dificilmente deixará de participar das grandes decisões da agremiação. Alguns anos atrás, precisei entrevistar um conhecido comunista que atua na cena política do Recife. A princípio, alegou que não poderia nos atender, uma vez que estava viajando de férias. Logo em seguida, corrigiu-se: apenas uma brincadeira,afinal, comunista não tira férias. O mesmo raciocínio se aplica a Rochinha. Um militante de sua envergadura não se aposenta. O que nos preocupa em Rochinha é quando ele resolve emitir suas opiniões sobre a cena politica pernambucana, pautado, em certa medida, pelos informes que recebe dos seus contatos mais estreitos no Estado, notadamente o pessoal da CNB. Isso acaba turvando suas análises sobre os reais problemas da agremiação no Estado. Foi-se o tempo, caro Rochinha, em que o partido travava debates acalorados sobre determinadas "teses" e, depois, tudo se resolvia num boteco da esquina, depois de algumas cachaças com tira-gosto de passarinha. O John Walker Blue estragou tudo, meu caro.

Tijolaço do Jolugue: Antonio Speck na gestão de Júnior Matuto?



Já faz alguns meses, quando do ingresso de membros do PT de Paulista(PE) no Governo Municipal do socialista Júnior Matuto(PSB), publicamos um post sobre uma possível rasteira que teria sido aplicada no Deputado Estadual Sérgio Leite. À época, fazíamos referência ao fato de ele ter sido traído por alguns companheiros que, mesmo contrariando suas orientações e as determinações da Executiva Municipal da legenda, haviam decididos ingressar no Governo. Sempre que as bruxas andam soltas pelo meu município, essa postagem é bastante acessada. Tornou-se um termômetro sobre a temperatura do caldeirão político da cidade das chaminés. Sempre que observo seus acessos, logo fico sabendo que alguma coisa está ocorrendo nas coxias do poder do município. No momento, especula-se sobre a possibilidade do ex-prefeito Antonio Speck assumir uma secretaria especial na gestão de Júnior Matuto(PSB). No momento, são apenas especulações.

Tijolaço do Jolugue: Lula e Eduardo Campos: Duelo de titãs?




Há um vídeo que está sendo divulgado pela imprensa pernambucana, onde o ex-presidente Lula aparece mandando um recado direto ao governador Eduardo Campos, afirmando aos "companheiros" que estará de volta a Pernambuco. Durante a campanha de 2014, podem preparar o feijão de corda e a charque gorda, pois ele pretende morar por aqui. O cenário político em Pernambuco ainda se encontra indefinido. A folgada liderança de Armando Monteiro(PTB) para o Governo do Estado, entre outros motivos, pode estar relacionada à ausência do nome que deverá concorrer pelo Campo das Princesas. Apesar da cúpula partidário estar negociando o apoio do PT ao nome de Armando Monteiro, alguns dirigentes locais da legenda defendem um nome próprio para concorrer ao Governo do Estado em 2014. Eduardo Campos, quando confrontado com Dilma, segundo o IPMN, vença-a por uma pequena diferença. Confrontado com Lula, ele perde. A questão que se coloca é se Lula poderia tranferir votos para Dilma, num eventual enfrentamento com Eduardo aqui no Estado. Hoje um cronista da política pernambucana afirmou que Lula poderia estar engolindo corda de dirigentes petistas no sentido de se confrontar com Eduardo Campos. Não sei se Lula teria mais idade nem experiência para ainda engolir corda de quem quer que seja. Aparentemente, há ressentimentos de Lula, sobretudo em relação à aproximação de Eduardo com o senador Jarbas Vasconcelos, um ferrenho adversário dos petistas. Como afirmamos outro dia, motivações Lula teria de sobra, mas, como esse país é um simulacro, a próxima esquina pode nos preparar algumas surpresas. Eduardo vive alardeando que a relação entre ambos não teria sido afetada. João Paulo, depois de suas conhecidas meditações e consulta aos astros, sai afirmando que o jogo pode ser "zerado". Não sei não...

Tijolaço do Jolugue: Cúpula socialista "desautoriza" Roberto Amaral.


Não quero ser pessimista, mas algo nos diz que essa aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva, caso não haja renúncias de parte a parte - assim como no casamento, como ensinava nossas avós - tende a implodir a qualquer momento. Talvez essa seja uma das surpresas às quais se refere José Serra, quando se reporta aos próximos lances das eleições de 2014. Roberto Amaral é um antigo militante da legenda socialista. Das antigas. Da época do Dr. Miguel Arraes. No dia de ontem, exercendo seu livre direito de externar suas opiniões sobre essa união, observou que os conselheiros econômicos da acriana são os mesmos que afundaram o país na Era FHC. Pelo menos um deles, o André Lara Resende, de fato, esteve diretamente envolvido com a políticas econômicas da época. Isso causou mais um frisson na já estremecida relação relação Rede/PSB. Roberto Amaral foi "desautorizado" pela cúpula da legenda socialista. Seu artigo foi retirado do site do partido. As indisposições de Amaral com a Rede são antigas. Trata-se de um dos principais opositores da aliança.

Tijolaço do Jolugue: Método Paulo Freire: Os 50 anos da experiência de Angicos(RN)


Em artigo publicado no dia de hoje, no Jornal do Commércio, Joaquim Falcão, lembra os 50 anos da experiência de Angicos(RN), onde dezenas de pessoas foram alfabetizadas com o método do pernambucano Paulo Freire, uma experiência de ensino concebida, em muito, pela vivência de Paulo com o Movimento de Cultura Popular, que recebeu todo apoio do então prefeito do Recife, Dr. Miguel Arraes. Já lembrei outros fatos aqui sobre a vida de Paulo Freire e todos conhecem a sua coerência. Há um célebre diálogo mantido por ele com um cidadão de Jaboatão dos Guararapes, fundamental para que ele refletisse sobre a necessidade de comprender o mundo do alfabatizando, para poder alfabetizá-lo. Como Pernambuco é o Estado da inveja, havia algumas divergência entre Paulo e alguns membros do MCP. Um caso emblemático é o "Livro para Alfabetização de Adultos", que se encontra no Memorial do MCP, onde alguns integrandes do movimento divergiam bastante com Paulo. Quando assumiu o Governo em São Paulo, Erundina o convidou para ser seu Secretário de Educação.No artigo, Joaquim lembra que o encontrou deprimido e quis saber o motivo, ao que ele afirmou: "Joaquim, até a direita está tentando usar meu método de alfabetização. Isso é uma desvirtuação". O que nos levou a escrever este post, no entanto, é uma carta de Paulo aos dois amigos que o acolheram no Chile, onde esteve exilado, a quem dedicou os originais de "Pedagogia do Oprimido", uma verdadeira poesia sobre o Recife: "Faz este mês exatamente quatro anos que deixava o Recife, seus rios, suas pontes, suas ruas de nomes gostosos - Saudade, União, Sete Pecados, Rua das Creoulas, Chora Menino, Amizada, Sol, Aurora. Deixava o mar de águas mornas, as praias largas, os coqueiros. Deixava os pregões. Doce de banana e goiaba. Deixava o cheiro da terra e das gentes dos trópicos. Deixava amigos, as vozes conhecidas. Deixava o Brasil. Trazia o Brasil". No foto acima, idosos que foram alfabetizados pelo Método Paulo Freire, quando de sua experiência em Angicos.