Nos últimos meses, diante da fragilidade da frente jurídica, o ex-presidente Bolsonaro passou a investir todas as suas fichas na esfera política. Retraído até mesmo quando exercia o cargo de presidente da República, Bolsonaro tem intensificado o corpo a corpo, conversando com parlamentares, lideranças partidárias e participando de campanhas de mobilização por projeto como o da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 08 de janeiro. Neste contexto, não estranha uma notícia que passou a ganhar repercussão - sabe-la porque - acerca de uma reaproximação do ex-presidente com o ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O termo reaproximação aqui pode ser traduzido como estreitando os contatos, uma vez que eles nunca estiveram rompidos.
Lira tem um perfil essencialmente pragmático e as suas bases políticas estão hoje concentradas na terra dos marechais, onde disputa voto a voto o controle político daquela região com o grupo do senador Renan Calheiros. Segundo comenta-se, Lira pretende candidatar-se ao Senado Federal pelo estado. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, é filiado ao PL e um entusiasmado seguidor do presidente Jair Bolsonaro. Agora, deixando os entrementes e partindo para os finalmentes, mesmo em condições adversas, um eventual apoio de Bolsonaro ao projeto de Lira continua importante, até mesmo pelo contraponto, uma vez que o grupo de Calheiros sempre esteve ao lado de Lula.
Por outro lado, o PP, partido sobre o qual Lira tem ascendência tem dado um apoio inestimável ao projeto de anistia que os bolsonaristas desejam ver aprovado. A espertise de Lira, neste momento de intensas articulações, certamente pode ser importante para destravar o projeto, que se encontra sob uma intensa queda de braços entre os Três Poderes da República.
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