Pelo andar da carruagem política e jurídica a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro não é nada alvissareira neste momento. Ele já chegou a externar a preocupação de que gente do seu próprio entorno pode desejar sua prisão neste momento, talvez com o propósito de ocupar o vácuo político deixado por ele. Apesar de reunir sete governadores e 55 mil pessoas na Paulista no último domingo, as movimentações no sentido de pautar o projeto de anistia esbarra em forte resistência neste momento. Hugo Motta tornou-se mais ponderado em relação ao assunto. O cabo de guerra do outro lado parece ser mais resiliente e tem resistido às pressões.
A Folha de São Paulo de hoje, dia 08, traz uma pesquisa que aponta que 52% dos brasileiros desejam a prisão do ex-presidente. Escores semelhantes de pessoas que são contra o projeto de anistia, o que indica aqui uma coerência desses números. Pessoalmente, o ex-presidente ainda não aquiesceu que uma candidatura presidencial em 2026 torna-se cada vez mais improvável. Alguns observadores de sua fala no último encontro bolsonarista da Paulista observaram que ele pautou-se muito mais em torno de um discurso de candidato do que propriamente uma defesa do projeto de anistia.
Outro dado interessante a ser abstraído dessa pesquisa é a intermitente polarização do nosso espectro político, cindido ao meio. Isso explica, inclusive, porque, envolto em tantas dificuldades neste terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece como favorito para as eleições de 2026, em condições de enfrentar todos os demais postulantes, principalmente do campo de direita ou extrema direita. Aliás, Lula hegemoniza o campo de esquerda ou progressista. Do outro lado, o mais "moldado" neste momento é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas todos ainda aguardam uma sinalização do capitão, que já disse que só fará isso depois de morto.
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