
A Polícia Federal e a CGU realizam em conjunto uma operação contra fraudes, que, em princípio, já pode ser comparada às dimensões da Operação Lava Jato, aquela que é considerada a maior operação contra desvios de recursos públicos do planeta. Já entraram na quarta fase da operação, com o cumprimento de mandados em quatro estados da federação e sugere-se que estamos apenas na ponta do iceberg. O principal mentor da operação de fraudes envolvendo recursos públicos é um empresário baiano, conhecido como o Rei do Lixo, uma vez que suas empresas prestam serviços de limpeza, com contratos celebrados com órgãos públicos em todo o país.
Esta quarta fase envolve os operadores, ou seja, os apadrinhados colocados em cargos estratégicos, com a finalidade de azeitar a burocracia, ou seja, pegar as assinaturas necessárias para a liberação dos recursos empenhados. Essa prática é relativamente comum, daí se explicar que determinados atores atuem durante tanto tempo na máquina pública, exercendo cargos comissionados, em gestões aparentemente tão distintas. É que eles sabem as senhas e onde está o azeite na cozinha, inclusive conhecendo a parte que cabe a cada um neste latifúndio de roubalheira. Um caso curioso neste particular é que um apadrinhado do Rei do Lixo chegou a exercer o mesmo cargo na Bahia e em Belo Horizonte, ou seja, o cara foi indicado para a função em razão dessas competências.
Outro dado que não surpreende mais, por outro lado, é o fato cada vez mais preocupantemente recorrente dos desvios de emendas parlamentares. Estão se tornando rotineiras as denúncias de cobrança de propinas pela liberação, ou seja, parlamentares ficando com um percentual em cima do montante da liberação dessas emendas. Justifica-se que algumas delas, destinadas às universidades públicas, estejam sendo "retidas" no Supremo Tribunal Federal, por determinação do Ministro Flávio Dino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário