Os arranjos políticos hoje são determinantes para o resultado de qualquer embate na capital federal. Os leitores vão dizer: E quando não foi assim? É verdade, mas hoje sugere-se alguns componentes sutilíssimos que se sobrepõem aos mais nítidos dispositivos técnicos e até jurídicos. Os arranjos tornaram-se tão complexos que, em determinados momentos, diante dos aperreios, não raro, o Executivo vem recorrendo ao Poder Judiciário, dada as sucessivas surras sofridas nos embates no Legislativo, onde a correlação de forças e majoritariamente favorável à Oposição. Um exemplo emblemático é a questão do PL da Anistia que, sob pressão forte, poderá obter o número de assinaturas necessárias, contingenciando o Presidente da Câmaras, Hugo Motta, a pautá-lo.
Alguém sugeriu que, para não se expor demasiadamente, ele poderá arranjar uma viagem, entregando a batata quente ao seu vice. Hoje começaram a circular informações sobre uma eventual absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, algo dado antes como irreversível. Um dos advogados de um dos integrantes desse núcleo duro da trama do golpe chegou a usar a expressão: "estamos lascados. Até mesmo um integrante da Suprema Corte, durante uma entrevista recente, andou aventando tal possibilidade. Tecnicamente, a possibilidade existe e os "consensos" mínimos em relação ao julgamento dos participantes da tentativa de golpe de 08 de janeiro, assim como em relação às penas aplicadas, começa a ficar diluída na Corte.
O Ministro André Mendonça, por exemplo, recentemente votou pela absolvição de uma dezena de réus envolvidos naqueles episódios. A possibilidade de absolvição deixou Jair Bolsonaro animado, mas, sobre aquilo que ele tanto almeja, que é uma nova candidatura presidencial em 2026, esta ele pode ir descartando. O sistema político não comporta. A "quarentena" até 2030 é praticamente irreversível.
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