Esta é uma das manchetes do jornal Folha de São Paulo, em sua edição de hoje, dia 07, pouco depois de uma intensa mobilização dos bolsonaristas na Avenida Paulista, onde a pauta se concentrou num pedido de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 08 de janeiro. É curioso como o clima tem arrefecido em torno do assunto, a despeito do empenho da oposição. Hugo Motta, o Presidente da Câmara dos Deputados, já havia recomendado que os líderes não assinassem o requerimento. Pelo andar da carruagem política, a recomendação parece que está sendo acatada. Um dos principais expoentes do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, acredita que a pressão tem contribuído, na realidade, para ampliar as reticências de Hugo Motta em torno do assunto. De fato, houve momentos até de indelicadezas proferidas contra Motta na Paulista.
De fato, o cabo de guerra que se formou entre Governo, STF e Oposição em torno deste assunto é de resultado pouco favorável aos bolsonaristas, como já afirmamos por aqui em outras ocasiões. Estima-se que os bolsonaristas tenham reunido algo em torno de 55 mil pessoas na Paulista. Em Copacabana, algo em torno de 18 mil, embora haja controvérsias em torno desses números. Independentemente dessas controvérsias, não há, efetivamente - pelo menos por enquanto - mobilizações da sociedade em torno da aprovação do projeto de anistia. Claro que isso passa, necessariamente, por convocações como essas que estão sendo organizadas pelo bolsonarismo. Mas é cedo para afirmar que elas se ampliem daqui para frente.
Institucionalmente, a oposição pretende adotar expedientes que possam levar Hugo Motta a pautar o projeto de anistia, independentemente das objeções em contrário. Nossa conclusão é que Hugo Motta vai acabar cedendo, cabendo ao STF a palavra final sobre o assunto, ampliando as zonas de atrito entre os Três Poderes da República. Mesmo sob pressão, há aqueles que acreditam que Hugo Motta poderá resistir, depois de dimensionar o tamanho da encrenca que uma aprovação desse projeto poderia produzir.
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