pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tjolaço do Jolugue: A Nova Política e o achincalhe da esfera pública em Pernambuco.
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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Tjolaço do Jolugue: A Nova Política e o achincalhe da esfera pública em Pernambuco.




A formação da chapa governista que deverá disputar o Governo do Estado em 2014 está promovendo alguns arranjos políticos curiosos. Curiosos, inusitados e reveladores. Sobretudo reveladores, como afirma o cientista político Michel Zaidan, em artigo reproduzido em nosso blog. Durante a sobremesa do "cozido", servido ao staff governista por Jarbas Vasconcelos, ficou praticamente acertado que ele seria o candidato ao senado em 2014 na chapa palaciana. Essa seria a grande prioridade do PMDB pernambucano, um mantra repetido exaustivamente pelos seus filiados mais ilustres, inclusive o pupilo Raul Henry. Num aspecto, Jarbas não pode se queixar de Eduardo Campos: a cada dia ele radicaliza seu discurso anti-petista. Noutros aspectos, entretanto, é bem possível que ele já não esteja mais disposto a ir ao Mercado da Encruzilhada, pessoalmente, para comprar os ingredientes com os quais prepara as conhecidas iguarias gastronômicas regionais e convidar o governador para sentar-se à mesa, numa manhã de domingo, para saboreá-las. O pirão parece ter azedado, embora as aparências sejam mantidas. Jarbas desistiu de disputar a renovação do seu mandato de senador peemedebista. A possível confirmação do nome de Raul Henry como vice deve-se muito mais à própria ascendência que ele goza junto ao governador Eduardo Campos, que o considera um quadro bem-preparado e de perfil afinado com a máquina estadual. O dedo do azedume, agora compreende-se, pode ter sido a formalização da entrada dos tucanos na coalizão governista estadual. Não se pode dizer que Jarbas tenha alguma aresta com os tucanos, mas, a entrada deles na aliança governista suscitou, de repente, o "assanhamento" em torno da composição da chapa. Grãos-tucanos locais passaram a argumentar a necessidade de compor a chapa, uma hipótese plausível, se considerarmos a consolidação da aliança PSB/PSDB no plano nacional. Como afirma Michel, o conjunto de forças políticas que compuseram o suporte necessário para as vitórias de Jarbas Vasconcelos no Estado estão exauridas. Político experiente, segundo dizem bom cozinheiro,  ele percebeu que os ingredientes postos iriam entornar o caldo. A convivência com um tucano de bico fino local também deve ter pesado em sua decisão, embora esses dilemas pessoais parecem ter sidos superados em nome da "Nova Política" cantada em versos e prosas pelos palacianos. Não fosse assim e o nome de Raul Jungmann não estava sendo especulado como possível candidato a senador pelas hostes governistas. Até recentemente, o vereador pós-socialista era o mais combativo opositor dos governos socialistas no plano municipal e estadual. Mesmo quando o PPS aproximou-se do PSB, ainda assim, ele reafirmou sua condição de oposicionista, segundo ele, em nome da coerência com os eleitores que o elegeram. Assim como o jornalista Sebastião Nery traçou um perfil político muito preocupante sobre a trajetória do presidente do PPS, Roberto Freire, Michel esmiuça o perfil laranja e oportunista do vereador pernambucano. Uma lástima o que está se tornando a política pernambucana com o tolhimento das vozes rigorosamente oposicionistas, cerceamento de intelectuais, perseguição aos movimentos sociais, "toque de recolher" aos maracatus  e a cooptação sistemática de políticos que se prestam a esses serviços, absurdamente servis aos governantes de turno. Um Estado com tantas referências políticas importantes submeter a Política a esses expedientes nefastos, reduzida a um simples jogo de interesses personalistas, num achincalhe inequívoco da esfera pública. Métodos e procedimentos atrasadíssimos, travestidos de "Nova Política".

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