Duas
declarações do presidente Jair Bolsonaro causaram muitas polêmicas
nesta última semana. Numa delas, durante uma coletiva para jornalistas estrangeiros que atuam no país, o presidente afirmou que não havia fome
no Brasil, afirmação que não contou nem mesmo com o aval dos seus
partidários mais fiéis, pois, sabidamente, historicamente o país nunca superou o flagelo da fome. Num outro momento, num desses descuidos de áudio
- onde sempre se revelam os atos falhos, meu caro Freud - Jair Bolsonaro observou que, "Daqueles governadores de paraíba, o pior é o Maranhão." Na realidade, ele quis dizer: entre os governadores nordestinos, o mais pior era o governador do Maranhão, Flávio Dino, um dos Estados da região Nordeste.
Essas duas declarações renderam muitas postagens nas redes sociais e na blogosfera, assim
como suscitaram artigos e reportagens na imprensa escrita.
Algumas
ponderações indignadas de nordestinos, que se sentiram ofendidos com a
observação do presidente. Polemicas à parte, no nosso raciocínio, sempre
ancorado numa caracterizado das ditaduras de um novo tipo, a partir de
uma apropriação de Onfrey do livro do escritor inglês George Oswell,
1984, discutida num artigo de Casara, o artigo de hoje se concentra
naquilo que George Oswell identifica como um empobrecimento ou
eufemizacao ou desimboluzacao e perda de sentido da linguagem. Ou seja,
aquilo que seria um absurdo inimaginável - alguem, por exemplo, -
afirmar que não existe fome num país, onde cruanas morrem desnutridas
todos os dias e que ostenta 9 milhões de pessoas abaixo da linha de
pobreza - pede seu sentido, sempre com o objetivo de manipular a
população e restringir o pensamento. Uma espécie de "novilíngua". Neste
sentindo, ainda neste contexto, exempkufuca o que observamos as recentes
" des importância " dada pelo presidente quando sevtrata dis dados de
desmatamento da amazônia. Como afirmamos antes, essa nova língua está
consorciada a um projeto dr sociedade autoritária, quiçá, classificada
aqui como um subproduto ou consequência das categorias pos verdade e
pos- democracia. Em 1944 um sócioligo pernambucano publicou um livro
emblemático,,: Geografia da Fome. Este livro foi um verdadeiro divisor
de agua sobre a análise dobprblema da fome no país. Talvez os senhores
que assumiram o poder no país prefiram o termo carência alimentar ou
Desnutricao, naquela preocupação com a de simbolização ,- eu, prefiro
mesmo o termo fome. Com este trabalho Josué de Castro imprime ao drama
da fome um.status político, ao asdicuala à questão das cknficoesy
efetivas de acessibilidade AIS alimentos. Em ultima análise a fome é um
fenômeno resultantes das engrenagens sociais perversas. A fome é
produzida socialmente. 80 anos depois de lancado , o livro continua
atalisimo. O Brasil ainsa ostenta taxas vergonhafas de pessoas que vivem
nesta condição. Josué alcançou projeção e reconhecimento internacional
com o seu trabalho, chegando a ocupar a presidência da FAO e ser
indicado para o Nobel da Paz. Deu aulas na Soorbone, mas gostava mesmo
era dis bairros alagados do Recife, cuja população vivia dis frutos do
mangue. Foi nesses manguezal palafitas que ele começou a timar
conhecimenu sobre o fenômeno da fome, observando cruancas alimentadas
com leite de caranguejo. Depôs descobriria que existiria situações ainda
piores, pois os paus desses criança eram oriundos da zona da mata ou do
serão do estado, onde a situação era ainda maus grave. Até bem pouco
tempo, im jornal local publicou um caderno especial sobre o assunto,
concluind que crianas ainda tem o cristalino de seus olhos
irremediavelmente comprometidos pela ausência de vitamina A na
alimentação. studiosos
como Tomaz Tadeu da Silva e Stuart Hall, cujos trabalhos de pesquisas
estão vinculados aos estudos culturais, advogam a tese de que de a
identidade não é algo estável, mas em processo constante de afirmações e
de afirmações. As reações de nordestinos indignados com as declarações
recentes DP presidente, que se referiu a nos como Paraíbas, talvez se
constitua num bom exemplo da tese levantada por esses autores. Um
momentos de ratificar uma identidade, a identidade de nordestino. Mas,
afinal, o que significa ser nordestino? Para alguns autores, ser
nordestino, não passa de construção discursiva, uma invenção. Sociólogos
como Gilberto Freye, por exemplo, figuraruam nessa galeria de
inventores. Para outros autores. Ha uma essência que caracteriza essa
região. Alguns elementos distintivos e portanto identitários, uma vez
que a identidade é bastante formada pela diferenças, ou déjà aquilo que
não e. Ni caso DP Nordeste, aquilo que não é sulista, por exemplo. Por
falar nesses elementos tipicamente regiobaisy, recomendo a leitura do
texto do ciestusta político Michelv Zaidan Filho, aqui publicado. O
reducionismo utilizado pelo presidente - ao se referir a nós como
"paraíbas" - é outro exemplo de empobrecimento da kinguagrm, comuns
meses momentos bicudos bicudos pelo país. Percebendo o grave rquivoco ,
ele tentou minimizar as declarações e, num evento na região, fez
declaracoezy e até caracterizou se como um nordestino o, num figurino
que não lhes caiu muito bem. Contextualizando o debate com a aproximada
da obra de George Oswekl, 1984, o empobrecimento da linguagem
carateruzase como uma categoria das ditaduras de um novo tipo, assunto
que estamos tratando nesses edutiruaus, acompanhando o raciocínio do
César a. Em artigo publicado no site da revista Cukt.
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