pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : PL da Anistia
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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Editorial: Depois de alguns erros de avaliação, Tarcísio de Freitas se concentra em seu reduto.


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) cometeu alguns equívocos graves de posicionamento nos últimos meses. Esses erros de avaliação podem ser determinante para sepultar alguns projetos políticos, mesmo quando o sujeito já havia sido "verificado". Isso não quer dizer ainda que ele não possa voltar à cena e habilitar-se a um projeto presidencial, em 2026, mas, em princípio, ele passou a se concentrar na miudeza, priorizando o pássaro na gaiola, que aqui pode ser traduzido como uma reeleição quase certa para continuar ocupando o Palácio dos Bandeirantes por mais 04 anos. Numa das últimas mobilizações da direita, Tarcísio jogou todas as suas fichas numa perspectiva de surgir como aquele político que substituiria o ex-presidente Jair Bolsonaro, não tendo nenhum pudor em se colocar contra o sistema, defendendo fervorosamente o Projeto de Anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. 

Esta foi a linha que ele ousou cruzar e que talvez, até em razão das mobilizações populares do último domingo, tenha-o  conduzido  a uma reflexão mais consistente sobre o assunto. Estamos diante de um bom parâmetro: as ruas, conforme advertia o velho e saudoso Ulisses Guimarães. Nã0 se pode minimizar, no entanto, os arranjos conservadores para 2026, onde ele figura como uma persona que atende e incorpora  uma série de pré-requisitos, inclusive contando com o beneplácito duas  eminências pardas da política nacional, o ex-presidente Michel Temer e o Presidente Nacional do PSD, Gilberto Kassab, costura que acena para o seu nome já desde as últimas eleições municipais em São Paulo. 

Outro fator determinante para esse recolhimento aos aposentos está relacionado às dificuldades de se construir algum consenso dentro dos grupos de direita no país, principalmente aquele que circula no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo sensivelmente fragilizado, inelegível, doente e condenado, o clã-Bolsonaro não admite discussões em torno de um herdeiro do seu capital político. A luta da família ainda está centrada no propósito de reabilitá-lo politicamente para as eleições presidenciais de 2026. 


sábado, 20 de setembro de 2025

Editorial: Temer, Aécio e Paulinho. O grande encontro de pacificação?


Em política, a gente precisa ficar muito atento às movimentações dos atores. Um cochilo ou deslize aqui pode determinar uma oportunidade perdida, uma chance desperdiçada. Mesmo sabendo das resistência do Executivo e do Judiciário, o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sugere-se que resolveu fazer alguns afagos na barulhenta Oposição. O ex-presidente Michel Temer, hoje um dos atores políticos mais poderosos do país, reuniu-se recentemente com os deputados federais Aécio Neves(PSDB-MG) e Paulinho da Força(Solidariedade-SP). No cardápio do encontro, uma discussão sobre o polêmico PL da Anistia, que pode ser transformado no PL da Dosimetria. 

As articulações já estariam costuradas junto ao STF, instância de poder onde as interlocuções de Michel Temer estão azeitadas, assim como junto ao Executivo, que já sinalou que está disposto a discutir não uma anistia ampla, geral e irrestrita, mas as penas aplicadas aos envolvidos. Exceto, talvez, ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Sinceramente? Não confiamos que algo de minimamente positivo possa sair deste encontro, amplamente rejeitado pela direita, que disse que não está disposta a discutir o que quer que seja que não preveja o liberou geral. Estamos aqui diante de um grande impasse, uma vez a proposta original não tem a menor chance de viabilizar-se, seja pela contraposição do Executivo, seja pela resistência do STF, que já declarou que a proposta é inconstitucional. 

Há uma enorme imprevisibilidade no cenário político brasileiro e isso não recomenda muito bem. Autoridades públicas brasileiras estão tendo dificuldades de serem recebidas em solo americano para tratarem de assuntos institucionais, numa evidência de profundo desgaste diplomático entre os dois países. O que se sugere como previsível mesmo é o esgarçamento do desgaste nos padrões de relações entre os Três Poderes da República. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Editorial: Uma agenda política indigesta.


O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, o capitão Guilherme Derrite, afirma não haver dúvidas sobre a participação do crime organizado na morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado, Ruiz Ferraz Fontes, ocorrido recentemente na cidade de Praia Grande, onde exercia o cargo de secretário na prefeitura local. Resta agora prender os implicados no assassinato, assim como esclarecer as motivações, uma vez que o delegado mantinha rixa antiga com o PCC, quando ainda estava na ativa, em razão de iniciativas que desagravam bastante suas lideranças. Medidas adotadas na Prefeitura de Praia Grande, por outro lado, estão sendo avaliadas também como eventual motivação do crime. 

Em ambos os casos, conforme conclui Derrite, não há dúvidas de que o crime organizado está por trás do crime. A morte do ex-Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado é mais uma evidência do poder e dos tentáculos do crime organizado hoje no Estado brasileiro. Difícil dizer qual instância republicana ainda não foi contaminado pela presença do crime organizado. Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa PEC da blindagem bem que poderia ser denominar de PEC da bandidagem, uma vez, já contaminado, o Poder Legislativo escancara as porteiras para atuação de agentes comprometidos com os interesses do submundo nas Casas Legislativas. Sabe-se que eles financiam campanhas; integram agremiações partidárias; preparam atores para assumirem funções nessas Casas, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. 

No Executivo, em todos os níveis, eles atuam não com CPF, mas com CNPJ, com empresas constituídas, participando de licitações públicas. É possível que a "terceirização" tenha sido o grande portal de entrada, em transações nebulosas com os entes públicos, conforme demonstrou a operação "Overclean" da Polícia Federal. Em alguns entes federados, os serviços de internet já estão sob o controle desses grupos, que encontraram ali mais uma fonte de negócios lucrativos. No outro quadrante, amplas mobilizações de parlamentares de direita no sentido de aprovar o PL da Anistia, outra grande excrescência, que permitiria um salvo condutos para atitudes ilícitas e uma espécie de licenciosidade golpista, estimulando novas iniciativas deste gênero no país. Realmente, uma agenda política indigesta, como se não fosse suficiente as emendas parlamentares travadas no STF em razão de fortes indícios de irregularidades. Aliás, esse tal de orçamento secreto encaixa-se perfeitamente nesta agenda.