Professores, alunos e servidores devem escolher amanhã, dia 25, o novo reitor da Universidade Federal da Paraíba. A eleição ocorre num ambiente um pouco complicado entre a comunidade acadêmica e o Governo Federal, em razão da paralisação de professores e técnicos administrativos, consoante pleito de reaujustes salariais não atendidos. Os mais bem votados integram uma lista tríplice que será sacramentada pela presidente Lula, podendo escolher um nome entre os três, não necessariamente o mais bem votado.
quarta-feira, 24 de abril de 2024
Editorial: Ministro Fernando Haddad encontra-se com senadores para desarmar a pauta-bomba da PEC do Quinquênio.
Logo a oposição bolsonarista estará explorando essa invasão ao SIAFI, o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal, onde estima-se perdas calculadas em R$ 3,5 milhões. Vamos ser sinceros pora qui. Há uma estimativa que este número possa ser bem superior. A Polícia Federal e a ABIN estão investigando o caso e nós, contribuintes, aguardando os dados sobre o verdadeiro estrago produzido, com o uso indevido de senhas cedidas aos próprios servidores públicos. Discutimos o assunto por aqui. Suspeita-se que as senhas tenham sido "fisgadas".
O Ministro Paulo Pimenta, Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social, sugeriu, num café da manhã com jornalistas, que o pito que o presidente Lula deu nos Ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e no Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, não teria passado de uma mera retórica discursiva. Não foi. Tanto isso é verdade que, algum tempo depois, o próprio presidente faria uma mea-culpa sobre o episódio. Claro que o fato não irá abalar a relação consolidada entre ambos, mas o morubixaba petista cometou um equívoco ou uma injustiça em relação ao seu subordinado.
Até recentemente, Haddad marcou dois golaços em sua relação com o Congresso, envolvendo pautas fundamentais para o Governo e para o país, para sermos mais precisos. No dia de ontem, capitaneado pelo senador Randolfe Rodrigues, Haddad abriu um diálogo com 18 senadores, no sentido de interromper o trenzinho da alegria, também conhecido como PEC do Quinquêncio. Uma aberração fiscal para a União e os Estados, além de se constituir numa imoralidade no contexto de um serviço público já extremamente desigual e injusto.
Editorial: O que Lula conversou com Lira?
Até recentmente, o presidente Lula manteve uma conversa com o Presidente da Câmara dos Deputados, o alagoano Arthur Lira. O morubixaba petista tratou logo de antecipar-se às inevitáveis especulações em torno do assunto, informando que a conversa foi pessoal, não sendo, portanto, algo para ser tratado com a imprensa. A conversa ocorreu diante de uma quadra de dificuldades de relacionamento entre o Governo e o Legislativo, agravada pelas indiposições pessoais entre Lira e Alexandre Padilha, Ministro das Relações Institucionais do Governo Lula.
Lula tratou de prestigiar o seu ministro, mas as bolsas de apostas de Brasília asseguram que ele estaria na marca do pênalti. Diante dos diálogos truncados, quem está assumindo alguns dessas funções de articulação é o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, atuando na ponta dos dedos, para não melindrar o titular da pasta. Aliás, como informa a matéria da revista Veja desta semana, a orquestra do Governo está bastante desafinada. A articulaçao política não é um problema isolado. Há ministros no Governo que, sequer, conseguem agendar audiências pessoais com Lula.
Ambos, Lira e Padilha, sugerem ter baixado as armas neste momento. Os acenos são os melhores possíveis, mas tudo em nome de uma normalidade institucional que está longe se atingir seus padrões de níveis ideais. A oposição bolsonarista, desprovida de espírito público, é cavernosa. Não dá um minuto de trégua ao Governo. Já estão comemorando duas grandes derrotas do Governo: As PECs da Saidinha e das Drogas.
Editorial: Governo identifica desvio de recursos do SIAFI.
A Polícia Federal, de fato, identificou invasão e desvio de recursos do SIAFI - o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal. Pelas primeiras investigações, estima-se que um montante avaliado em R$ 3,5 milhões possam ter sido desviados. Os danos só não foram maiores porque alguns órgãos perceberam a manobra e redobraram a vigilância, criando dificuldades para os fraudadores. Os cálculos dos desvios ainda são imprecisos, admitiando-se a possibilidade de um montante superior aos citados acima. Somente o aprofundamento das investigações poderão concluir algo neste sentido.
Ontem comentamos por aqui desconhecer precedente de uma eventual invasão do sistema, mas não temos informações precisas sobre o assunto. Os fraudadores utilizaram-se de senhas oficiais de servidores, obtidas, em princípio, de forma irregular, através de métodos ilícitos. Em todo caso, trata-se de mais uma fonte de preocupação para o Governo, que passa por um momento de dificuldades, onde os ônus políticos poderiam ser ainda maiores do que o financeiro.
E, por falar em danos financeiros, o Governo mobiliza sua tropa de líderes e articuladores no sentido de interromper o trem da alegria denominado PEC do Quinquênio, já aprovada em primeira votação no Senado Federal. A PEC, em si, já é uma excrescência, mas o relator ainda achou pouco e incluiu, além dos juízes, advogados da união, procuradores, delegados federais. Somente no orçamento federal, se aprovada nas votações subsequentes, a PEC representa um rombo de R$82 bilhões nas contas públicas, já bastante fragilizadas.
terça-feira, 23 de abril de 2024
Drops:João Azevedo acompanha Cícero Lucena no projeto de reeleição.
O governador do Estado da Paraíba, João Azevêdo, do partido socialista, deverá mesmo acompanhar o prefeito da capital, Cícero Lucena, do Progressistas, em seu projeto de reeleição. No contexto das forças de centro-esquerda, resta saber agora qual o caminho que seguirá o PT na capital nas próximas eleições municipais. Teria um candidato próprio? Segue os socialistas? aliança que ainda permanece em algumas praças do país? Ambos estiveram juntos no lançamento da chapa de vereadores que concorrerão à Câmara Municipal de João Pessoa.
Editorial: Lira encaminha pedido de cassação de Glauber Braga para o Conselho de Ética.
Depois da confusão produzida na Câmara dos Deputados, envolvendo um membro do MBL e os deputados Kim Kataguiri(UB-SP), além do parlamentar psolista Glauber Braga, o Presidente da Casa, o deputado alagoano, Arthur Lira(PP-PB), resolveu encaminhar o pedido de cassação de Glauber ao Conselho de Ética da Câmara. Este já seria o quinto pedido de cassação do mandato do parlamentar que, não raro, se envolve em reiterados conflitos durante as sessões da Casa. Nem Arthur Lira escapou às indisposições do parlamentar, em vídeo que está sendo repercutido nas redes pelos grupos de direita.
Glauber é um cara agarrido, contundente na defesa de suas posições e princípios e um excelente parlamentar. Se algum dia vier a ser cassado, o que consideramos improvável, perderemos em termos de representatividade. O cidadão que entrou em entrevero com o parlamentar tem sido encontrado em todos os quadrantes do país, sempre com suas conhecidas provocações aos parlamentares governistas. Este é o estilo do MBL. Desta vez parece que mexeram com a pessoa errada, que o adjetivou de fascista e o expulsou do recinto destinado aos parlamentares - e gente do povo também - desde que se comportem com civilidade. Na nossa opinião, não foi este o caso.
Dos cinco pedidos anteriores, três deles foram arquivados pelos relatores. Vamos torcer que desta vez também prevaleça o bom-senso, embora o clima esteja bastante acirrado entre governistas e oposicionistas. Numa sessão recente, para esquentar ainda mais os ânimos, o parlamentar entrou em entrevero com o parlamentar bolsonatista Gilvan da Federal, do Espírito Santos.
Drops: Hotel Tambau: Cenário de guerra e de dengue.
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crédito da foto: jornalista Clilson Junior |
Editorial: SIAF - O sistema de pagamento do Governo pode ter sido invadido.
O SIAF - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal pode ter sido invadido. O Governo já acionou a Polícia Federal para investigar a possível invasão do sistema de pagamentos e liberação de recursos do tesouro. Até o momento, o Governo não dá informações sobre eventuais desvios indevidos de recursos que possam ter ocorrido, mas se alguém invadiu o sistema não poderia ser com outra finalidade que não esta. Por razões óbvias, há uma série de requisitos de segurança exigidos pelos servidores públicos com acesso ao sistema.
O percentual de servidores com a senha de acesso ao sistema é um número bastante reduzido. O Ministério da Fazenda informou que o sistema não teria sido violado de fora, ou seja, não teria sido hackeado. A Polícia Federal trabalha com a hipótese de servidores envolvidos na irregularidade. A ABIN também acompanha as investigações do caso, possivelmente muito raro no contexto da administração pública nacional. Não nos ocorre precedentes em relação ao assunto, mas existe a possibilidade de estarmos enganados. Melhor estarmos enganados.
Vamos aguardar o resultado das investigações que estão sendo encaminhadas pela Polícia Federal, que vem realizando um trabalho de excelência neste Governo, mas preocupa-se, como observamos recentemente, com corte de verbas, que podem prejudicar sensivelmente algumas de suas atividades.
P.S.: Contexto Político: Conforme suspeitávamos, já se admite o desvio de recursos dos sistema, em montante não revelado, de verbas que seriam destinados ao pagamento da folha de servidores públicos.
Editorial: Comunicação Institucional do Governo Lula: Casa de ferreiro, espeto de pau.
Para o morubixaba petista dá aquela bronca, em público, nos seus ministros, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, confirma-se, então, a informação de que a última reunião entre Lula e os seus assessores da área de comunicação foi bastante tensa. Nos bastidores, o comentário é que o seu mau-humor voltou com força. Questionado pela imprensa sobre a reprimenda do chefe, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu que não tem feito outro coisa que não articular-se com o Congresso no sentido de viabilizar a aprovação de projetos de interesse do Governo. Até bem pouco tempo, inclusive, o ministro foi bastane elogiado neste sentido.
Se há ministros no Governo onde um puxão de orelhas seria bem-vindo, possivelmente este não seria o ministro Haddad. Vamos ser sinceros por aqui. Não haverá mais interlocução entre o atual gestor da pasta, Alexandre Padilha, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, apesar de Padilha ter demonstrado que está aberto ao diálogo. Em meio a este imblóglio, nos escaninhos da política, a informação que circula é que os asssessores de Lula também não estão satisfeito com o seu desempenho junto às Casas Legislativa.
Neste aspecto, Lula teria tido um desempenho melhor nos governos anteriores. O morubixaba petista já não demonstraria a mesma facilidade ou paciência de antes para este meio de campo. Isso é muito preocupante, a começar pelo fato de ele mesmo não admitir isso, como se depreende em suas críticas aos subordinados. Leitores mais atentos vão lembrar que essa era uma das grandes críticas dirigidas à ex-presidente Dilma Rousseff. Como hoje parece ser o dia dos adágios, aqui se aplica o casa de ferreiro, espeto de pau.
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A bronca de Lula nos ministros.
Editorial: As broncas de Lula nos seus ministros.
A Pesquisa do IPEC, divulgada pelo jornal O Globo, neste fim de semana, deve ter deixado o Planalto num clima ainda mais tensionado. Antes, o morubixba petista já havia mantido uma reunião com seus assessores mais próximos, onde as vísceras dos problemas relativos à articulação institucional foram expostas. Os analistas políticos acreditam que devem ser anunciadas, em breve, algumas mudanças na área. Vamos aguardá-las, para evitar maiores especulações em torno do assunto.
Na realidade, o Governo Lula 3 não passa por um bom momento, acossado por uma oposição corrosiva, daquelas que torcem para o quanto pior melho, e, sobretudo pelos índices de popularidade que insistem em apontar uma maré em baixa, num ano crucial de eleições municipais, onde a oposição demonstra possuir maior musculatura em praças importantes do país. A pesquisa do IPEC indica exatamente isso, ou seja, a avaliação do Governo continua em baixa.
Sáude, segurança pública e economia tiram o sono do Planalto. O único Pé-de-Meia é oferecido pela pasta de educação, onde as ponderações positivas superavam as avaliaçãos negativas. Lula, inclusive, já anunciou que ampliará o programa, incluindo um maior contingente de alunos no programa. O timoneiro petista, nunca se encontrou tão perdido como agora. O Governo Lula 3 está muito parecido com aquele adágio popular que diz que, em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. No caso específico, poderíamos substituir pão por popularidade, embora a relação com a economia também proceda, uma vez que a economia está desajustda.
Injusto que Lula critique , em público, o seu Ministro da Fazenda Fernando Haddad, justamente quem está empreendendo um esforço enorme para colocar as contas púlicas no eixo da responsabilidade fiscal. O fogo amigo parece ter sido liberado geral no Planalto. Estão atirando para todos os lados e logo alguém será atingido, uma vez que a pontaria é afiada. Até recentemente, o ministro Fernando Haddad interrompeu uma viagem aos Estados Unidos para voltar ao país, depois da aprovação, pelo Senado Federal, da excrescência da PEC do Quinquênio, prometendo mais um rombo nas contas públicas. O clima é tão tenso que o morubixaba petista resolveu usar um exemplo infeliz, pedindo para o seu ministro se articular mais e ler menos, uma fala imprudente para um chefe de Estado.
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segunda-feira, 22 de abril de 2024
Editorial: Lula abre as torneiras e lança o Acredita. De olho na classe média?
Ontem comentávamos por aqui que o problema com a popularidade do presidente Lula seria muito mais de bolso do que de comunicação. A última pesquisa realizada pelo IPEC parece ter evidenciado essa premissa. Pelo sim, pelo não, hoje pela manhã o presidente resolveu anunciar o Acredita, que se traduz, grosso modo, num programa de créditos para os MEI'S saudarem suas dívidas; concessão de créditos para microempreendedores que se enquadrem do Cadúnico; além de uma linha de financiamento para a classe média adquirir seu imóvel, em condições melhores do que as praticadas pela mercado.
Na esteira da nova estratégia de comunicação do Planalto, antes mesmo de chegar ao seu local de trabalho, ainda no carro oficial, o presidente Lula aparece anunciando o programa, que, segundo dizem, objetiva melhorar o humor da classe média com o Governo. A chamada de capa da revista Veja desta semana é sobre uma matéria que trata do desafinamento dos membros do Governo Lula. As disputas internas entre alguns ministros estaria atravancando algumas ações e, por consequência, prejudicando a imagem do Governo. Segundo dizem, o clima pesou na última reunião do morubixaba com seus assessores de interlocução com o Legislativo.
Vai se preciso, antes de qualquer nova estratégia de comunicação, deixar a orquesta afinada. Do contrário, não haverá marqueteiro que resolva o problema de comunicação. Talvez um bom exemplo dessa desafinação seja a ênfase dada à questão do empreendedorismo,quando o ministério da área específica encontra-se esvaziado no Governo. Esperamos estar enganados por aqui. Se estivermos certos, pode-se tratar de uma espécie de esquizofrenia institucional.
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Drops: Pastor Sérgio Queiroz anuncia que não disputará a Prefeiura de João Pessoa.

Editorial: Os bolsonaristas mudaram de "mito"?
Não vamos aqui entrar numa discussão teórica sobre a figura do "mito". Afinal, estamos numa segunda-feira, início de semana. Quem acompanhou os discursos proferidos durante a manifestação bolsonarista, no dia de ontem, na praia de Copacabana, no entanto, deve ter percebido que eles estão trocando de "mito". O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro lembrou de um encontro com o trilionário Elon Musk, onde teria afirmado que ele, sim, era o verdadeito mito, o mito da democracia e da liberdade de expressão. Embora concordemos em nada com o ex-presidente, não vamos polemizar por aqui.
As referências aos empresário sul-africano foram recorrentes durante as falas dos participantes. Até discursos em inglês foram proferidos, sempre com o objetivo de enfatizar ou enaltecer a importância do empresário para os projetos da extrema-direita mundial neste momento. Dizem que o inglês do rapaz não era assim dos melhores, mas, em todo caso, o recado foi dado. Cirúrgica mesmo foi a afirmação de um membro de nossa Suprema Corte, ao se referir às redes sociais como plataformas de consolidação dos projetos dessa extrema-direita. Daí a preocupação deles com tal "regulação', que eles, matreiramente, usam o argumento do tolhimento à liberdade de expressão para combatê-la.
Não surpreendeu os discursos mais duros do encontro de ontem, conforme já havíamos antecipado por aqui. O que está repercutindo bastante é a "terceirização" dos ataques proferidos às nossas instituições democráticas, assim como aos homens que as conduzem. Um desses atores já teria sido alertado desde o encontro da Paulista, mas insiste em sua pregação.
Editorial: Bolsonaristas não aceitam a inelegibilidade do seu líder.
No dia de ontem, na manifestação ocorrida na praia de Copabana, no Rio de Janeiro, onde se concentraram milhares de partidários do bolsonarismo, foram recorrentes o coro de "Volta, Bolsonaro", algo que vem se repetindo em todas as praças do país onde o ex-presidente Jair Bolsonaro marca presença. Alguém já disse que o bolsonarismo não se move muito pelas leis, mas pela vontade. Neste caso em particular, na realidade, tem se movido ao arrepio da lei, uma vez que o TSE decretou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, contingenciando-o a não participar das eleições presidenciaisd de 2026. Salvo melhor juízo, nem das eleições de 2030 ele poderia participar.
No escopo dos eventuais herdeiros dos espólio político\eleitoral do bolsonarismo, nem um deles detém o mesmo perfil ou o carisma do mito. Essas lideranças, não raro, são insubstituíveis, que é o que pode estar ocorrendo com Jair Bolsonaro, que se tornou um grande capitão eleitoral pelo país afora, com o apoio sendo bastante disputado. Houve um tempo em que manter um distanciamento controlado ou regulamentar do ex-presidente poderia ser uma medida recomendável, mas tal precaução esvaiu-se diante do esgarçamento da polarização política no país. Ou se é Grêmio ou se é Colarado. Estamos assim.
Do ponto de vista legal, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro já teria recorrido ao STE no sentido de reverter a decisão daquela Corte. Em 2026 teremos uma mudança de colegiado no STE, onde passam a integrar a Corte Eleitoral, ministros do STF indicados pelo ex-presidente. Do ponto de vista institucional, pode-se torcer por alguma chance por aqui. Fora disso, é conviver melhor com as leis, respeitá-las e acatá-las.
domingo, 21 de abril de 2024
Drops: Cultura da Violência. Aposentado é morto por causa de um cachorro sem coleira.
Editorial: Bolsonaro em Copacabana: Um balanço.
Não vamos aqui entrar no mérito da contagem da multidão que esteve presente ao evento convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje, dia 21, na aprazível praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ao usarmos o termo "multidão' já estamos dando algumas pistas. Vamos ser sinceros. Realmente os eventos com a presença do ex-presidente Bolsonaro são bem prestigiados pelos apoiadores. Eles possuem uma capacidade de organização e mobilização que precisa ser reconhecida.
Durante a semana vamos entrar no embate das estatísticas da USP e da Polícia Militar de Tarcísio de Freitas, polarizando a discussão entre os companheiros e os patriotas. Dois aspectos das narrativas discursivas nos preocupam em particular. O bolsonarismo parece ter "terceirizado' os ataques às nossas instituições, em particular aos membros da Suprema Corte, delegando essa missão para um ator em particular, numa estratégia com o propósito de não expor seu líder maior.
Um outro aspecto diz respeito a uma tese que está se consolidando entre eles, acerca das próximas eleições presidencias de 2026, ou seja, a de que a inelegibilidade de Bolsonaro será revertida e que seu nome já estará nas urnas eletrônicas ainda naquelas eleições. Na realidade, eles preferem as "cédulas", mas o nome do capitão nas urnas já seria bastante festejado. O "Volta, Bolsonaro' passou a ser um mantra entre eles, repetido sempre que o líder participa dos eventos de rua pelo país afora.Um outro aspecto foi a exaltação ao bilionário sul-africano, como não poderia ser diferente, pois ele hoje tornou-se o querinho das hostes bolsonaristas mais radicais, que não poupam elogios ao empresário, hoje tratado por eles como mito da democracia e da liberdade de expressão. Imaginem!
Editorial: O Pé-de-Meia de Camilo Santana.
Recentemente, o Governo Lula anunciou um programa destinada a oferecer uma espécie de poupança aos alunos de escolas públicas que estão cursando o Ensino Médio, com o objetivo de mantê-los no sistema, preferencialmente com bons aproveitamentos. O problema da evasão escolar nesta fase de ensino é preocupante, sobretudo quando estamos tratando de alunos que provém de lares de famílias empobrecidas, onde trabalhar se impõe como uma necessidade para assegurar a sustentabilidade das famílas. Neste aspecto, a economia se impõe sobre a necessidade de estudar.
A situação do Governo Federal, em termos de índices de aprovação, não vai muito bem, como é sabido. Nese aspecto, existem algumas áreas nevrálgicas que jogam a aprovação da gestão lá para baixo, como é o caso da carestia, dos problemas relativos à segurança pública, assim como o mosquito da dengue, que insiste em atanazar a gestão de Nísia Trindade, fornecendo munição ao Centrão, urubus voando de costas, de olho no quanto pior melhor.
Neste domingo, o jornal O Globo traz o resultado de uma pesquisa do IPEC sobre a avaliação do Governo Lula. Nada que o Planalto possa comemorar. Pelo menos por enquanto. Nada mudou desde que ocorreram as mudanças na comunicação institucional, mas registre-se aqui que o Programa Pé-de-Meia está, sim, contribuindo para melhorar os índices de aprovação do Governo a partir de uma percepção positiva do programa vinculado ao Ministério da Educação, comandado pelo cearense Camilo Santana. Isso significa dizer, concretamente, uma percepção melhor sobre as políticas educacionais talvez não seja suficiente para reverter uma tendência de queda de popularidade do Governo Lula como um todo. Por outro lado, é inegável que a pasta comandada por Camilo não está contribuindo para a ampliação desses índices negativos. Ao contrário.
Editorial: A aprovação do Governo Lula não é apenas um problema de comunicação, mas sobretudo de bolso.
Nos escaninhos da política da capital federal a informação é que os diálogos estão truncados e sobram broncas e aborrecimentos entre os membros do Governo Lula. A Pesquisa do IPEC, antigo IBOPE, repercutida no jornal O Globo, aponta que a economia - ou a inflação para sermos mais precisos - hoje é o principal gargalo do Governo Lula. Se não houver uma interrupção desse ciclo, estaremos mergulhando numa espiral bastante preocupante. Os economistas liberais dizem que o governo Lula se divide entre os que querem gastar e os que querem gastar ainda mais.
Oxalá este diagnóstico esteja equivocado, e ainda tenhamos mais integrantes do Governo Lula, a exemplo do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que demonstra uma preocupação com o equilíbrio das contas publicas. A tese de Haddad precisa ser defendida por mais gente no Governo, a começar pelo próprio morubixaba petista. Os burocratas de Brasília talvez não vão às feiras livres, mas o povo vai. Vai e está pagando por horti-frutis como cebola, tomate, cenoura valores acima de R$ 10,00. Aliado a isso as contenções nas recomposições salariais e as taxas de desemprego. Embora oficialmente os índices inflacionários estejam dentro das metas, a sensação de que alguns produtos estejam pelos "olhos da cara' existe.
Curioso que a CEO do IPEC, Márcia Cavallari, estabelece uma linha de raciocínio bastante similar a um tema que já discutíamos aqui antes, ou seja, a queda de aprovação do Governo Lula não é apenas um problema de comunicação, mas de bolso, que é a parte mais sensível do ser humano, conforme já advertia, lá longe, o economista liberal Roberto Campos.
Editorial: Mídia conservadora reforça narrativas bolsonaristas às vésperas do evento de Copacabana.
Os bolsonaristas não podem se queixar das narrativas -traduzidas em editoriais, artigos e reportagens - produzidas pela mídia conservadoira às vésperas do evento de hoje, programado para a praia de Copacabana. Eles deram sua contribuição para o sucesso do evento de logo mais. Diferentemente do que ocorreu na Paulista, o evento de Copacabana vem na esteira do acirramento de ânimos, trocas de farpas e declarações preocupantes, sugerindo que estamos próximos a uma ditadura, conforme declarações Bolsonaro ao convocar seus apoiadores.
Infelizmente, o grau de civilidade que se verificou durante o evento da Paulista talvez não se repita por ali. Andou circulando o um vídeo do Deputado Federal Nikolas Ferreira(PL-MG) sugerindo que ele irá fazer um pronunciamento que teria repercussão internacional. Vamos torcer que ocorra tudo dentro da normalidade democrática, que os bolsonaristas possam se manifestar como qualquer outro agrupamento político, dentro das regras do jogo.
No mais, o que gostaríamos mesmo era ler uma crônica do Rubem Braga no dia de hoje, tratando de sua Copacabana que ele conhecia tão bem. Ficamos aqui tentando imaginar o que ele teria a dizer sobre a praia, desta vez tomada pelas hordas bolsonaristas, num dia de domingo ensolarado. Bem diferente daqueles tempos, quando o cronista capixaba recebia em seu apartamento o poeta chileno Pablo Neruda para, entre um gole e outro, sonharem com um mundo melhor para todos nós.
sábado, 20 de abril de 2024
Editorial: Chuvas fortes em João Pessoa e Recife.
Historicamente, trata-se de uma capital com um contingente expressivo de sua população residindo em áreas de risco, vulneráveis, portanto, a todo tipo de intempéries. Em 2022, fortes chuvas caíram praticamente em todo o território nacional, provocando grandes tragédias humanas. Recife e Região Metropolitana, sem guarda-chuva - se nos permitem o trocadilho para políticas públicas de prevenção - registrou o maior número de vítimas fatais.
Louvável o trabalho que está sendo desenvolvido pela gestão do jovem prefeito João Campos(PSB-PE) no sentido de enfrentar esse problema, com uma série de obras nos morros, e antecipando-se às eventuais tragédias. Escrevemos, num outro momento, até uma postagem tratando deste assunto por aqui. Recife é uma cidade que, infelizmente, apresenta uma vulnerabilidade natural às chuvas. Aliás, para sermos mais precisos, não precisa nem chover. Basta a maré subir para alguma artérias alagarem.
Originalmente, Recife foi um grande manguezal alagado transformado em cidade pelos holandeses, que a preferiram, aos morros de Olinda. Não é fácil enfrentar este problema aqui no Recife. Trata-se de uma capital ao nível ou abaixo do nível do mar. Depois da ponte do Derby, ali nas proximidades do Clube Internacional, na Benfica, estima-se uma profundidade abaixo três metros e meio do nivel do mar. Uma cratera natural.
Editorial: A "vaquinha' entre parlamentares para ajudar o evento de Bolsonaro em Copacabana.
Ao que sabe, Bolsonaro, pessoalmente, não tinha interesse em promover essas grandes concentrações públicas. A realizada na Avenida Paulista, segundo dizem, mereceu o incentivo e, mais que o incentivo, o financiamento do pastor Silas Malafaia, fiel escudeiro do presidente. Como, de alguma forma, tudo acaba vindo à tona, agora se sabe que, para esta segunda mobilização, o ex-presidente receberá o apoio dos parlamentares oposicionistas, que amealharam a quantia de R$ 125 mil reais para ajudar o capitão, através de uma vaquinha entre eles.
É curioso como a imprensa descobre tudo. Outro dia foi divulgado que o ex-casal presidencial se hospedadariam em hoteis distintos. O ex-presidente já se encontra no Rio de Jsneiro e, ontem, participou de um sarau entre jovens evangélicos, vestindo uma camisa do Santa Cruz, um time da liga pernambucana de futebol. Bolsonaro tem o hábito de vestir essas camisas de clubes. Deve torcer por todos eles, uma vez que uma criança, numa dessas aparições públicas, o "obrigou" a trocar de camisa de time para tirar uma foto com ele.
Segundo dizem, a ideia seria a de desfazar um mal-entendido, depois do presente da camisa do Náutico, outro clube pernambucano, que foi oferecida ao ex-presidente. Aguarda-se para meados de junho, a presença do ex-presidente ao Estado de Pernambuco, onde prestigiará a candidatura do seu ex-Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, que deverá disputar as eleições para a Prefeitura da Cidade do Recife em outubro. Registro sempre que o Bolsonarismo tem uma forte presença no Estado.
Editorial: PEC do Quinquênio amplia injustiças e desigualdades entre os servidores públicos.
Existem muitas desigualdades e injustiças entre os servidores públicos dos Três Poderes da República. Mesmo entre cada um desses poderes específicos, tais desigualdades ainda são encontradas. No geral, as entidades que representam os serviodres públicos podem considerar um equívoco, talvez um lance estratégico, as autoridades de gestão do Governo Lula sugerirem tratar a questão dos reajustes reinvindicados caso a caso, lidando diretamete com cada categoria. Há um lado positivo nesta estratégia, ou seja, eles poderão dimensionar exatamente o tamanho das injusticças amargadas por cada uma dessas categorias ao longo do tempo. Passou da hora de corrigirmos isso e, neste caso, temos um grupo político no poder sensível ao problema.
Até o governos Lula 1 e Lula 2 incidiu em tais equívocos, quando, por exemplo, concedeu aumentos diferenciados aos professores universitários, e, certamente, tais recomposições salariais não foi alcançada pelos servidores administrativos desses órgãos, hoje em paralisação grevista. Não queremos dizer aqui que os professores não merecessem suas recomposições salariais. Apenas que tal medida contribuiu para ampliar as "ilhas' dentro da máquina pública.
Outra excrescência dizia respeito a benefícios, como o auxíio alimentação, que agora o Governo tenta equiparar. Até bem pouco tempo, para algumas categoias do Executivo tal auxílio não chegava aos R$ 300,00, enquanto mesmo vale pago ao Poder Judiciário girava em torno de mil reais. Entre as negociaçoes do Governo Lula 3 com as entidades sindicais, está prevista a equiparação desses valores. . Pelo andar da carruagem, nada além disso para 2024, sob o argumento da indisponibilidade orcamentário.
Em meio a essas dificuldades de acordos entre o Governo Lula e as entidades sindicais - registro que a adesão a greve está sendo ampliada - Eis que o Senado Federal aprova, numa primeira votação, a PEC do Quinquênio, ou seja, mais um penduricalho para sangrar os cofres públicos e ampliar as injustiças entre os servidores públicos federais. A PEC prevê o pagamento de um adicional de quinquênio, a cada cinco anos trabalhados, para algumas cetegorias de servidores, notadamente do Poder Judiciário, mas se deu um "jeitinho" de incorporar outras categorias nesse "trenzinho" da alegria.
O Governo Lula mobiliza sua tropa de frente para negociar essa PEC, conhecendo bem os seus estragos financeiros e políticos. Para as contas públicas, ela representará despesas calculadas em bilhões, num contexto de orçamento debilitado. Para os servidores, de quem estão pedindo paciência e sacrifício, a aprovação dessa PEC é uma imensa contradição. Depois de conversar com os seus líderes e articuladores, hoje fomos informados que o presidente Lula irá procurar pessoalmente Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal.
Editorial: Bolsonaro em Copacabana. É manhã.
O ex-presidente Jair Bolsonaro encontra seus partidárias, amanhã, dia 21, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Não seria improvável que o sucesso do evento seja muito similar ao evento organizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Três governadores e nove senadores, até o momento, já confirmaram presenca na manifestação. Os bolsonaristas geralmente atendem ao chamado do capitão. Isso ocorre em todos os quadrantes do país, inclusive em redutos como o Nordeste, uma região muito identificada com o petismo.
Na Paulista tivemos um encontro ou uma manifestação bastante civilizada, sem agressões às instituições, sem invocações estapafúrdias contra o Estado Democrático de Direito. Foi uma manifestção, inclusive, muito regrada para os padrões bolsonaristas. O encontro deste domingo, porém, traz alguns ingredientes novos, como os rounds recentes entre os Três Poderes da República. Há algum tempo que convivemos com essas escaramuças, mas elas foram, digamos assim, alimentadas nos últimos dias.
Algo sugere, a partir da convocação do próprio Jair Bolsonaro, que afirma que nossa democracia estaria ameaçada durante a sua fala, que os ânimos deverão estar mais acirrados durante o evento. Agora é ficar aqui na torcida de que o evento transcorra de forma ordeira, consoante o que ocorreu na Paulista, sem acirramente de ânimos, sem aquelas provocações que poderiam esticar ainda mais a corda desse cabo de guerra que se encontra no limite.
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Editorial: Mirella, a "menina" que pode conquistar Olinda.
No dia de ontem, em evento na auditório do hotel Costeiro, na Av. Marcos Freire, em Olinda, o partido Avante confirmou que estará apoiando a candidatura de Mirella Almeida à Prefeiura de Olinda, nas eleições municipais de 2024. Por enquanto, duas mulheres com um bom capital político, devem disputar as eleições municipais deste ano. A delegada Gleide Angelo, muito bem votado para o parlamento estadual, e Mirella Almeida, que corre na esteira do apoio fundamental do atual gestor da cidade, o professor Lupércio, que já cumpre o seu segundo mandato como prefeito.
Poderíamos ter uma terceira mulher na disputa, a atual Ministra de Ciência & Tecnologia do Governo Lula, a comunista Luciana Santos, que já governou a cidade por dois mandatos. Ela mesma já andou descartando essa hipótese, mas há quem assegure que a possibilidade ainda existe. Pelo sim, pelo não, confirmadas até o momento apenas Gleide Angelo e Mirella Almeida. A disputa promete, uma vez que os socialistas jogarão todas as fichas na delegada Gleide Angelo, enquanto a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) já teria declarado apoio à jovem aspirante Mirella Almeida.
Enfrentando algumas dificuldades iniciais, ao longo do tempo, o professor Lupércio tornou-se uma grande liderança política no município. Formada em Marketing e Gestão, Mirella Almeida passou pelas secretarias de Gestão, Finanças e Desenvolvimento, sempre com um desempenho bastante elogiado pelo prefeito, daí a escolha de recair sobre ela a missão de continuar sua administração na cidade. Mirella é muito jovem, tem apenas 29 anos, cara de "menina", mas, pela sua trajetória, parece ter aprendido muito com a vida e ao lado do mentor Lupércio.
Editorial: Indisposições entre Lula e Lira pode sobrar para Haddad.
A corda está tão esticada neste cabo de guerra entre o Governo Lula e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que já tem gente preocupada com os limites desse confronto. Setores mais próximos ao presidente Lula não descartam, nem mesmo, a eventualidade de um desengavetamento de um dos 19 pedidos de impeachment que já foram solicitados contra o presidente. Alguns deles não fazem o menor sentido, mas este último, proposto por iniciativa da Deputada Federal Carla Zambelli, contou com um efetivo apoio da bancada de oposição bolsonarista, que amealhou 122 assinaturas favoráveis.
O melhor seria baixar as armas e celebrar um mínimo de paz institucional neste momento delicado que estamos vivendo no país. Um pouco de espírito público faria muito bem nesta hora. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que propôs um pacto no sentido de equilibrar as contas públicas. Haddad, aliás, precisou voltar às pressas de uma viagem que fazia aos Estados Unidos e não seria com medo do conflito que sugere recrudescer no Oriente Médio, depois do revide de Israel ao Irã.
A preocupação do ministro tem a ver com as bombas que estão armadas por aqui, mais precisamente no Legislativo. O objetivo de Haddad é negociar com o Congresso projetos de interesse do Governo. O clima não é dos melhores. As chamadas pautas-bombas podem ser apreciadas, até mesmo como uma forma de retaliação ao Governo. Isso poderia ampliar o rombo das contas públicas em mais 80 bilhões de reais em 2024, conforme cálculo do site Poder 360.