A Universidade tem lá alguns professores que assumem comportamentos esquisitos e acabam sendo esteriotipados como malucos. Na minha época de estudante lembro-me de alguns, como o professor Wandick e Pessoa de Moraes. Ambos, apesar das esquisitices, eram muito queridos no circuito acadêmico. Wandick, quando faleceu, causou uma grande comoção, inclusive entre o corpo de funcionários da UFPE. Ambos eram muito inteligentes. Pessoa de Moraes, por exemplo, sempre nos abrilhantava com excelentes aulas e artigos soberbos publicados no Diário de Pernambuco. Por suas posições políticas, após o Golpe Militar de 1964, foi “convidado” para interrogatório pelos militares. Primeiro, seu inquisidor pediu que ele falasse sobre a teoria marxista, levando o professor a explanar sobre o assunto durante uma hora. Depois foi incitado a pronunciar-se sobre outro autor, consumindo, então, mais meia hora. Logo em seguida, começou a explanar sobre a filosofia de Kierkegaard, levando seu interrogador a desistir do interrogatório, recomendando a sua liberação.
Lembro de uma reunião do pleno do departamento, no meu primeiro ano na universidade, e o s dois estavam lá, e fizeram discursos pra lá de acalorados... Não fui aluno de nenhum dos dois, mas, por certo eram geniais (embora eu discordasse da posição de ambos).
ResponderExcluirMas Discorrer sobre Kierkegaard não é para os fracos... :)
Boa noite, Giovanni. Foram dois professores geniais da UFPE.Também não fui aluno de nenhum deles, mas não perdia as palestras de ambos ou deixava de ler seus artigos. Tivemos uma aproximação maior com Wandick que era mai vinculado ao CFCH. Forte abraço!
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