FHC: Uma oposição desnorteada.

O nosso ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, sempre tão sintonizado com os rumos da produção do conhecimento, parece-nos um pouco perdido, desnorteando os próprios companheiros do seu partido, o PSDB – do qual é presidente de honra – e de partidos que compõem a oposição ao Governo Dilma Rousseff. Apenas Paulo Renato, seu ex-ministro da Educação, parece defendê-lo. Outro dia comentou pela imprensa que a presidenta Dilma o havia surpreendido positivamente. Diferentemente do que ele mesmo havia afirmado durante a última campanha presidencial – onde a chamou de boneca de ventríloco – a presidenta havia assumido uma postura independente, altiva, com personalidade própria. Recentemente, publicou um artigo na Folha de São Paulo onde conclama a oposição a não enveredas em suas estratégias oposicionistas com propostas voltadas para os pobres e os movimentos sociais – No seu entendimento, definitivamente ao lado do PT – e redirecionasse seus discurso para a classe média emergente, construída sob os auspícios do Governo Lula. Como se esperava, suas declarações tiveram muita repercussão: negativa. Integrantes do próprio PDSB consideraram suas declarações equivocadas. Até Roberto Freire, que já deixou de ser comunista faz tempo, afirmou ser descabido seguir o seu conselho. Não se sabe qual é a de Fernando Henrique Cardoso, mas se ele pretende habilitar-se a mais uma disputa presidencial, eliminando candidaturas mais consistentes dentro do próprio PSDB, seria melhor ele enfiar a viola no saco e ir cantar noutra freguesia. Nesse ritmo ele não vai muito longe.