Um outro grande cabo de guerra são as disputas internas no PDT,
hoje, por inúmeras razões, um partido emblemático e estratégico no tabuleiro da política
nacional. Apesar da apatia em envolver-se diretamente nos embates políticos,
estranhamente, em relação ao PDT, Dilma Rousseff manobra escancaradamente.
Quando surgiram os problemas com Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho, Dilma
começou a introduzir uma série de mudanças na pasta, removendo alguns
“enclaves” hegemonizados por grupos ou centrais sindicais que não os geriam de
uma maneira republicana, mas consoante interesses escusos. Até o porteiro do prédio sabia quanto
alguém teria que desembolsar para “abrir” um novo sindicato. Uma das
estratégias de Dilma foi a de fortalecer os grupos de oposição a Carlos Lupi, que
controla o partido com mão de ferro. Convocou Brizola Neto para essa missão,
entregando-o o Ministério do Trabalho, apesar da resistência da bancada do partido,
majoritariamente favorável a Carlos Lupi. Depois de uma ligeira “quarentena”,
Lupinho volta à carga, articulando para retomar o Ministério do Trabalho, de
Brizola, no bojo da próxima reforma ministerial. Convocou Lula para ajudá-lo na
empreitada, mas o que se comenta é que Dilma não abdicará de sua estratégia
naquela agremiação, ou seja, aproximá-la ianda mais do Planalto, mas com atores
políticos de sua estrita confiança. Neste contexto, o prestígio de Carlos Lupi está mais baixo do que poleiro de pato. Dilma, como todos sabem, tem
uma queda pelo saudoso Leonel Brizola. Quando Brizola Neto assumiu, ela o
lembrou da enorme responsabilidade de honrar o nome do gaúcho bom de briga. Brizola
Neto não tem controle sobre a base parlamentar da agremiação, o que se constitui
num grave problema. Soma-se a esse fato, o “flerte” do partido, ainda muito
incipiente, sobre uma possível articulação em torno do projeto presidencial do
pernambucano Eduardo Campos. O que Dilma menos deseja é mais uma ovelha
desgarrado no seu rebanho. Uma das estratégias para “minguar” os planos do
pernambucano consiste exatamente em colocar o anel no dedo da moça antes que
ela se encante com aqueles olhos verdes do “Moleque” dos Jardins da Fundação
Joaquim Nabuco.
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